Vem aí o 'Martecóptero'


Nasa vai mandar pequeno helicóptero para pesquisar Marte NASA A NASA tem um belo histórico de ser a primeira em várias frentes tecnológicas. Para começar foi a primeira (e única por enquanto) agência a projetar uma nave que levasse seres humanos até a Lua e os trouxesse de volta. A primeira a mapear Vênus e Plutão e a primeira a mandar uma nave para fora do Sistema Solar, por exemplo. Depois de ser a primeira e de novo a única por enquanto a passear na superfície de um planeta com o jipinho Sojouner em Marte, a NASA planeja fazer o primeiro artefato humano a voar no planeta vermelho. E trata-se de um helicóptero! Mais do que aumentar a coleção de 'primeiros a fazer', a agência espacial norte-americana pretende testar novas tecnologias e novas estratégias de pesquisa em outros planetas. A ideia é embarcar um pequeno helicóptero junto com o próximo jipe marciano, o Mars 2020 que deverá ser lançado em julho de 2020. Depois de pegar carona na barriga do jipe, o brinquedinho vai ser cuidadosamente depositado no solo marciano e realizar uma bateria de testes para verificar sua integridade. Após se afastar, o jipe deve transmitir uma série de comandos que devem fazer o helicóptero entrar em operação. O primeiro voo da engenhoca deve ser vertical apenas, pairando a uma altura de 3 metros por 30 segundos. Depois disso ele pousa e um verdadeiro checkup de suas condições será feito. Mas qual a utilidade de se fazer voar um helicóptero em Marte? A ideia aqui é testar várias tecnologias e procedimentos para futuras missões. Por exemplo, fazer voar qualquer coisa em Marte é, por si só, um desafio. A atmosfera marciana é muito menos densa que a da Terra. Para se ter uma ideia, na superfície marciana a atmosfera é equivalente à atmosfera terrestre a uma altura de 30 mil metros! Essa altitude só é alcançada por balões estratosféricos ou foguetes, nenhum helicóptero ou avião consegue voar assim tão alto. A estratégia para vencer essa barreira é fazer o helicóptero o mais leve possível e fazer as pás girarem o mais rápido que conseguirem. Segundo Mimi Aung, a gerente do projeto, o helicóptero deverá pesar uns 2 kg e suas pás devem girar a 3 mil rotações por minuto, dez vezes mais que um helicóptero terrestre. Sem falar que tudo isso irá depender de painéis solares ultra eficientes para recarregar as baterias e manter os aquecedores internos funcionando para manter a eletrônica a salvo dos rigores da noite marciana. Outro desafio a ser vencido é a falta de comunicação ao vivo. A Marte está a vários minutos luz de distância, por volta de 15, o que significa que você não pode simplesmente comandar um veículo em Marte com um joystick sem correr o risco de perde-lo. Uma informação para avançar leva 15 minutos e a foto do buraco a ser contornado vai levar 15 minutos para chegar até a Terra. Some mais 15 para a ordem de parar e já deu meia hora que o sinal de perigo partiu de Marte. Desse jeito, a solução é fazer voos autônomos, com comandos enviados previamente da Terra e o helicóptero só precisa receber a instrução para começar. O que será testado é a capacidade do helicóptero em interpretar as informações recebidas e executar o melhor procedimento para o voo. Na verdade, os jipes marcianos já operam dessa maneira sobre o a superfície com um grande grau de independência e algoritmos inteligentes capazes de de encontrar um caminho menos acidentado e seguro. A rotina do pequeno helicóptero durante 30 dias, a duração prevista missão, é de realizar voos cada vez mais longos e distantes num total de 5 com duração máxima de 90 segundos, aumentando seu alcance até chegar a algumas centenas de metros de distância do ponto de partida. E qual o ganho para as próximas missões? A terceira dimensão! Futuros jipes poderão ter helicópteros como esses embarcados e ao chegar em alguma encosta, ou na borda de uma cratera, poderá lança-lo para explorar seu interior, ou ainda estudar terrenos mais altos, quando o jipe estiver em um vale por exemplo. Com a capacidade de voar de forma autônoma mais desenvolvida, helicópteros poderão ser lançados para recolher amostras de locais inacessíveis pelos jipes de modo a ampliar o raio de ação deles. A ideia de ter jipes andando e helicópteros voando em Marte é simplesmente fantástica!

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