Startup francesa inicia produção do primeiro protótipo de foie gras artificial


Segundo especialista, as primeiras carnes artificiais devem chegar às mesas de restaurantes daqui a dois anos. O jornal Libération desta quarta-feira (31) traz matéria sobre o desenvolvimento da carne artificial Fotomontagem RFI O jornal francês "Libération" desta quarta-feira (31) destaca o papel fundamental que terão os laboratórios de fabricação de carne artificial. As proteínas cultivadas in vitro estão na mira dos investimentos de várias empresas e já evoluíram muito desde que o pesquisador holandês Mark Post apresentou ao mundo o primeiro hambúrguer feito em laboratório, em 2013. A experiência, financiada por Sergey Brin, co-fundador do Google, foi resultado de 5 anos de pesquisa e surgiu a partir da reprodução de células-tronco bovinas, cultivadas e alimentadas com nutrientes em laboratório. Na França, uma startup começou a produzir o primeiro protótipo de foie gras artificial. No mundo todo já são quase 40 startups investindo nessa tecnologia. A maioria em países como Estados Unidos, Holanda, Alemanha, ou ainda Israel, um país marcado por uma forte pressão de ONGs de defesa dos animais. O jornal lembra que, por enquanto, essas empresas só divulgaram protótipos. Segundo Nathalie Rolland, especialista em agricultura celular e ex-pesquisadora da universidade de Maastricht, as primeiras carnes artificiais chegarão às mesas de restaurantes daqui a dois anos, antes de chegar definitivamente aos supermercados. A França não faz parte dos primeiros países a ingressar no setor, mas uma primeira startup acabou de entrar na corrida: batizada de Suprême, ela montou seus escritórios no polo de tecnologia da cidade de Evry, a 26 quilômetros de Paris. “Vamos produzir o primeiro foie gras vindo da agricultura celular”, destacou, empolgado, Nicolas Morin-Forest, um dos três sócios da companhia. “As células utilizadas em nosso laboratório vieram de um só ganso. Precisamos de apenas 3 semanas para produzir um foie gras em laboratório, quando a forma tradicional leva 3 meses”, explicou o francês. Fim do sofrimento animal Nathalie Rolland lembra também que para produzir as carnes artificiais, não é necessário matar nenhum animal. “É preciso somente extrair algumas células-tronco fazendo uma biopsia indolor para o boi, no caso da carne bovina”, explicou a especialista. O procedimento é o mesmo em outras espécies. Libé lembra que existe também o argumento ecológico e sanitário a favor da nova prática. A carne de laboratório não exige a necessidade de criações, nem o transporte e abate de animais. A agricultura celular poderia consideravelmente diminuir as emissões de CO2 na atmosfera vindas da criação tradicional de animais. “O maior controle de produção poderá também diminuir os riscos patógenos, como a presença de bactérias”, afirmou o economista Nicolas Treich. Essa é também a avaliação do co-fundador da startup Suprême, Nicolas Morin-Forest. “Os produtos são fabricados em um ambiente controlado, longe de abatedouros onde os riscos de contaminação, por exemplo, pela salmonela, são grandes. Vale lembra que a carne artificial oferece as mesmas propriedades nutricionais que a tradicional, sem a presença de hormônios e nem antibióticos”, concluiu Nicolas.

Texto completo




          Envie por E-mail  

Orgasmo feminino: 8 motivos pelos quais algumas mulheres não atingem o clímax


Diversos fatores – psicológicos, emocionais, físicos e até hormonais – podem impedir a mulher de chegar ao orgasmo. Disforia pós-sexo: a tristeza que toma algumas pessoas após o orgasmo Pixabay Para muitas pessoas, incluindo cientistas e médicos especializados em sexologia, o orgasmo feminino continua sendo um mistério. Muito já foi dito sobre o clímax das mulheres durante uma relação sexual. Mas nem todas elas conseguem atingir o orgasmo – algumas admitem, inclusive, nunca ter tido um. O fato é que diversos fatores – psicológicos, emocionais, físicos e até hormonais – influenciam o orgasmo. A BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, avaliou oito motivos que podem impedir as mulheres de atingir o clímax sexual. Experiências negativas do passado Se a mulher passou por uma situação traumática no passado, que a deixa "travada" nas relações sexuais, é aconselhável que ela compartilhe com o parceiro o que está sentindo para que possa receber apoio e compreensão. Mas se isso é algo que você não quer ou não consegue fazer, é importante procurar a ajuda de um especialista para enfrentar o trauma. É fundamental que você fale sobre o assunto e receba assistência profissional adequada. "Nessas situações, é necessário fazer bastante trabalho individual. É muito delicado porque a situação vivida pode causar uma série de constrangimentos ou medo e, em alguns círculos pode fazer com que (a pessoa) seja rejeitada", explica à BBC Héctor Galván, diretor clínico do Instituto de Psicologia e Sexologia de Madri. "Há mulheres que (devido ao trauma) evitam a masturbação e, na verdade, inibem o desejo sexual por completo." "É preciso voltar a se reconciliar com a sexualidade de forma progressiva, deixando um pouco de lado o sexo para que você se habitue com o contato físico com seu próprio corpo e, pouco a pouco, você vai chegando mais perto do prazer sexual individualmente. Quando isso já está bem consolidado, é hora de se aproximar do parceiro", sugere o psicólogo clínico. É importante que a mulher decida quando e quanta informação sobre o ocorrido ela quer compartilhar com a outra pessoa. "Quando uma mulher chega ao ponto de ter bloqueio e vergonha de explicar o que aconteceu, é melhor dizer ao parceiro que é difícil para ela se soltar e que gostaria de trabalhar a questão sexual individualmente sem entrar em detalhes. E com o terapeuta vai trabalhar o problema de forma confidencial." "O ideal seria poder conversar abertamente com o parceiro. Mas é melhor que a pessoa prefira reservar uma pequena parte do seu mundo íntimo, mas consiga melhorar sua vida sexual com o parceiro, do que nunca fazê-lo", explicou o sexólogo. Estresse e cansaço Galván recebe em seu consultório mulheres que acham difícil chegar ao orgasmo por vergonha ou sentimento de culpa, provenientes de uma educação muito conservadora. Mas, segundo ele, casos como estes são minoria. Um dos principais fatores que ele tem observado nas pacientes é o nível de estresse. "Para alcançar facilmente o orgasmo, é necessário que haja um grau bem alto de relaxamento", diz o médico. "O organismo pode começar a sentir desejo e excitação (que são as duas fases anteriores ao orgasmo) com algum nível de estresse e cansaço, mas a fase final do orgasmo exige que estejamos relaxados." Em parte, esse estresse se deve ao ritmo de vida intenso das pessoas, com jornadas de trabalho longas, horários e múltiplas tarefas a cumprir e, em alguns casos, filhos para cuidar. Embora nessas situações algumas mulheres fiquem tentadas a fingir o orgasmo - não apenas para que a relação sexual não se prolongue por muito tempo, mas para evitar ferir o ego do parceiro -, o psicólogo recomenda não fazer isso. É aconselhável conversar e abordar a situação como algo a melhorar. Ficar em silêncio Talvez devêssemos partir do princípio de que em uma relação sexual ninguém pode adivinhar exatamente o que o outro está sentindo. Obviamente, você pode interpretar os gestos e sons durante o ato sexual, mas o ideal é que seja dado um "feedback". "Muitas pessoas têm dificuldade, durante os relacionamentos, de dirigir o parceiro, pedindo mudanças e ajustes na prática sexual", explicou o sexólogo. "Nas consultas, há mulheres que dizem que quando estão prestes a atingir o orgasmo, o parceiro muda o ritmo ou interrompe a penetração, mas nunca disseram a ele." Por isso, acrescenta o especialista, um foco importante do tratamento é estabelecer uma comunicação não só antes e depois da relação sexual, mas durante. "É preciso estar ciente de que o parceiro não consegue adivinhar que sensações físicas você está tendo e o que você precisa para atingir o orgasmo." Outro fator observado por Galván e sua equipe quando atendem pacientes heterossexuais é a ejaculação precoce. "Às vezes, a mulher vem sozinha porque tem medo de ferir o orgulho do parceiro e nos diz, em particular, que ela não tem tempo para atingir o orgasmo." "A boa notícia é que trabalhar a ejaculação precoce é bem simples tecnicamente. É uma solução mais simples do que se houvesse outros problemas. " Nestes casos, também recomenda-se que a mulher converse com o parceiro. "É importante ter em mente como abordar a questão. Não pode ser em tom de crítica ou reclamação, mas algo a se melhorar." Segundo o especialista, a variação semântica pode fazer a diferença para não gerar ansiedade no casal. "Na questão sexual, homens e mulheres são cheios de autocobranças, angústias e inseguranças", por isso é essencial saber como abordar os temas. Estimulação escassa e ineficaz Segundo Galván, nos últimos anos, ele observou uma melhora em casais heterossexuais que dedicaram tempo à estimulação antes da penetração. "Décadas atrás, era mais comum que os papéis fossem mais assimétricos, com o homem buscando seu prazer rápido, mas isso tem evoluído." O problema não está em se dedicar mais ou menos tempo a essa fase preparatória, mas na comunicação. Entre os casais de lésbicas, costuma haver mais diálogo sexual, mas a situação é diferente em alguns relacionamentos heterossexuais, dizem os especialistas. "Muitas vezes, a realidade é que nem homens nem mulheres costumam masturbar bem o parceiro, porque logicamente não entendem as sensações internas que a outra pessoa está tendo." O segredo é que a mulher explique ao parceiro (seja homem ou mulher) o que fazer, como, em que ritmo e em que parte do seu corpo. "Às vezes, as mulheres dizem que o homem não sabe como estimular o clitóris ou que acabam machucando. E quando você pergunta se já conversaram com o parceiro, elas dizem que não - por medo de magoar seus sentimentos ou por vergonha." E nesse processo de estimulação, a masturbação também pode ser importante para muitas mulheres, não apenas antes do ato sexual, como uma forma de aumentar o desejo e lubrificar a vagina (um aspecto importante para evitar o desconforto na penetração), como depois. "Há mulheres que começam com a estimulação do parceiro (por meio da penetração) e gostam de atingir o orgasmo no final, sendo estimuladas. Qualquer fórmula é válida." Falta de desejo sexual O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês) explica que a falta de desejo sexual pode afetar as mulheres em diferentes fases de suas vidas. Por exemplo, durante a gravidez, após o parto, em situações de estresse e na menopausa. A depressão, os traumas psicológicos, o uso de certos medicamentos e os distúrbios hormonais podem ter um impacto na hora da relação sexual e, portanto, de atingir o orgasmo. O NHS indica que o desejo sexual pode diminuir se os níveis naturais de testosterona da mulher caírem. A testosterona é produzida nos ovários e nas glândulas suprarrenais e, se esses órgãos não estiverem funcionando bem, a mulher sofrerá algumas consequências, entre elas, na sexualidade. É por isso que, em caso de distúrbios endócrinos, é importante acompanhar com exames médicos periódicos. Se o problema estiver relacionado à insuficiência de algum hormônio, como testosterona ou estrogênio, o médico pode recomendar uma terapia de reposição hormonal. A autocobrança O sexólogo conta que, quando analisa o perfil de algumas pacientes, depara com traços de personalidade que tendem a ser um pouco controladoras, obsessivas e perfeccionistas. "Quando por algum motivo, uma pessoa que geralmente atingia o orgasmo não consegue - e apresenta um perfil de autocobrança -, ela passa a observar a si mesma, a testar se consegue atingir o orgasmo. E essa atitude torna impossível alcançá-lo, uma vez que se cria uma tensão focada em seu próprio desempenho." Diante disso, relaxar e aproveitar são os pontos essenciais. Dor no ato sexual No campo ginecológico, existem fatores que também afetam a capacidade da mulher atingir o orgasmo. Um deles é o vaginismo, contração involuntária dos músculos do terço inferior da vagina, "tornando o ato sexual doloroso ou impossível", explica o NHS. "Pode acontecer se a mulher associar o ato sexual à dor ou a algo 'ruim' ou se tiver sofrido trauma vaginal durante o parto ou uma episiotomia (corte feito na área genital externa da mulher para ampliar o canal de parto)", acrescenta. Segundo Galván, outro fator é a dispareunia, que faz com que as mulheres sintam uma dor profunda, queimação e desconforto durante a relação sexual - inclusive antes e depois do sexo. Em sua opinião, é ainda mais comum que o vaginismo. A dispareunia pode ser causada por um problema fisiológico ou por uma infecção. E é essencial tratá-la porque "quando o cérebro faz a associação entre sexualidade e dor, afeta o desejo sexual, e as relações sexuais acabam sendo evitadas". É importante que, diante de um quadro de infecção vaginal e ressecamento da região, as mulheres procurem um médico para receber o tratamento adequado, uma vez que as consequências podem ir além da área sexual. "A dor durante a relação sexual é comum após a menopausa, já que os níveis de estrogênio diminuem e a vagina resseca", diz o NHS. "Isso pode afetar o desejo sexual da mulher, mas existem cremes lubrificantes que podem ajudar", completa. Problemas no relacionamento Outro problema listado pelo especialista se encontra na base do relacionamento. "Às vezes, chega um casal com um problema sexual, como anorgasmia (ausência de orgasmo) na mulher, e na avaliação que fazemos, descobrimos que há problemas no relacionamento", explica médico. Se for esse o caso, a recomendação é tentar se concentrar na solução dos problemas que afetam não apenas a vida sexual, mas também outros setores da vida do casal.

Texto completo




          Envie por E-mail  

Japão aprova nascimento de embriões híbridos de humanos e animais


País é o primeiro do mundo a permitir o desenvolvimento completo, até o nascimento, de embriões com células de duas espécies. Pesquisador espera eventualmente criar órgãos humanos em animais para transplante. Especialistas em bioética dizem que a pesquisa pode ter consequências inesperadas se algumas células humanas forem transferidas para o cérebro de um animal. Science Photo Library / AFP Photo / Arquivo O Japão se tornou o primeiro país do mundo a permitir o nascimento de embriões híbridos de humanos e animais para a criação de órgãos humanos. Especialistas do Ministério da Ciência japonês aprovaram a proposta de um experimento nesta direção apresentada pelo pesquisador Hiromitsu Nakauchi, da Universidade de Tóquio. Nakauchi pretende cultivar células-tronco humanas em embriões de camundongos, ratos e porcos e depois transplantar esse embrião em outro animal. Com a técnica, o pesquisador espera eventualmente desenvolver órgãos humanos completos que podem ser usados em transplantes. Em março, o Japão havia suspendido a proibição ao desenvolvimento, por mais de 14 dias, de embriões híbridos de humanos e animais. A medida também colocou fim ao impedimento de transplantar órgãos desenvolvidos em embriões de animais para outros animais. Pesquisas envolvendo o cultivo de células humanas em embriões de animais têm sido realizadas em vários países, como os Estados Unidos. No entanto, nenhum desses embriões chegou a se desenvolver até o nascimento. A autorização concedida pelo Japão é alvo de críticas. Especialistas em bioética dizem que a pesquisa pode ter consequências inesperadas se algumas células humanas forem transferidas para o cérebro de um animal. Nakauchi, contudo, afirmou à revista científica Nature que as intervenções são destinadas a afetar apenas o órgão que ele planeja desenvolver no embrião animal. Em 2017, o pesquisador conseguiu curar um rato diabético ao desenvolver um pâncreas saudável em um embrião de rato e depois transplantá-lo para o rato doente. Camundongos, ratos e porcos não são os melhores hospedeiros para o desenvolvimento de órgãos humanos devido à grande distância genética entre as espécies. Nakauchi, porém, espera que sua pesquisa contribua para que a ciência entenda melhor essa questão, além de determinar o que limita o desenvolvimento de células humanas em animais. O sinal verde ao projeto já foi dado. Mas provavelmente só em agosto um grupo de especialistas do Ministério da Ciência do Japão deve decidir quais experimentos em detalhes serão aprovados.

Texto completo




          Envie por E-mail  

Hepatite: tudo o que você precisa saber sobre os diferentes tipos da doença, que pode levar à morte


Hepatite A, B, C, D, E... Especialistas explicam a doença, seus tipos, sintomas e tratamento. Erradicação da hepatite B é possível, mas cobertura vacinal precisa melhorar CDC/Judy Schmidt Todos os anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as hepatites virais causam 1,7 milhão de mortes no mundo. No Brasil, entre 1999 a 2018, foram registrados 632.814 casos da doença. Desse total, 167.108 (26,4%) foram do tipo A, 233.027 (36,8%) do B, 228.695 (36,1%) do C e 3.984 (0,7%) do D (ou Delta). Os dados constam no Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2019, divulgado esta semana pelo Ministério da Saúde. Investimento maior no combate à hepatite salvaria 4,5 milhões de vidas até 2030, diz OMS A boa notícia é que, de 2008 a 2018, houve redução de 7% no número de notificações, passando de 45.410 para 42.383. O levantamento também apontou queda de 9% nos óbitos, saindo de 2.362 em 2007 para 2.156 em 2017, sendo 1,6% associados à hepatite A, 21,3% a B, 76% a C e 1,1% a D. Em relação à distribuição dos casos pelo país, o Nordeste, concentra a maior proporção das infecções pelo vírus A (30,3%), o Sudeste, pelos vírus B e C, com 34,9% e 60,0%, respectivamente, e o Norte acumula, pelo D (74,9%). O que é hepatite? Segunda maior doença infecciosa letal do mundo (a primeira é a tuberculose), a hepatite é a inflamação do fígado. As principais causas dessa condição são os vírus (A, B, C, D e E) - alguns medicamentos, consumo excessivo de álcool e outras drogas e doenças autoimunes, metabólicas e genéticas também podem desencadeá-la. Para saber mais sobre ela, a BBC News Brasil conversou com o patologista Helio Magarinos Torres Filho, membro da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC) e diretor médico do Richet Medicina & Diagnóstico; Ivan França, infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, e Raquel Stucchi, infectologista e professora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora do Grupo de Estudos das Hepatites da FCM. Hepatite A Em 2018, de acordo com o Ministério da Saúde, foram notificados 2.149 casos de hepatite A no Brasil, o que equivale a uma taxa de detecção de 1 caso por 100 mil habitantes - em 2008, era de 6,2 por 100 mil habitantes. Sua transmissão se dá por contágio fecal-oral, na ingestão de alimentos e/ou água contaminados, especialmente em locais com condições precárias de saneamento básico. Outra forma, essa menos comum, é através da prática sexual oral-anal, pelo contato da mucosa da boca com o ânus da pessoa infectada. Nem sempre a hepatite A apresenta sintomas, apenas nos quadros agudos. Entre os principais estão dor abdominal, diarreia, náusea, vômito, intolerância a cheiros, pele e olhos amarelados, urina escura, fezes claras, mal estar e dor no corpo. Na maioria dos casos, a doença se cura sozinha, em uma ou duas semanas, e a pessoa adquire imunidade, ou seja, não terá uma nova infecção. O tratamento deste tipo de hepatite é sintomático e ainda inclui repouso, dieta e evitar o consumo de bebida alcoólica. A melhor forma de se prevenir é com a vacina, disponível gratuitamente para crianças de 15 meses a 5 anos incompletos (4 anos, 11 meses e 29 dias) nas unidades básicas de saúde, e para grupos de risco (pessoas de qualquer idade que tenham hepatopatias crônicas, coagulopatias, hemoglobinopatias, HIV, doenças imunossupressoras e de depósito, fibrose cística e trissomias, candidatos a transplante de órgãos e doadores de órgãos cadastrados em programas de transplantes), nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs) - para os demais indivíduos, a imunização está disponível em clínicas e laboratórios privados. Além disso, é importante lavar bem os alimentos antes de consumi-los, não comprá-los em qualquer lugar, só beber água limpa, ter atenção à água que usará para cozinhar e cuidar da higiene pessoal. Hepatite B No ano passado, 13.992 casos de hepatite B foram registrados no país, o que representa 6,9 casos por 100 mil habitantes. Nesta variação, a transmissão ocorre pelo contato com sangue contaminado, por meio do compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam, materiais que não foram esterilizados corretamente, sexo desprotegido e de mãe para filho (transmissão vertical) no parto. Apresenta tanto formas agudas, ou seja, quando há sintomas - são cerca de 10% das ocorrências, tendo as mesmas manifestações clínicas da hepatite A -, quanto crônicas (quando o vírus persiste no organismo por mais de seis meses). A enfermidade tem tratamento, ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e controle, a fim de que não evolua para cirrose e câncer de fígado. Ele é feito com a administração de medicamentos antivirais. O Ministério da Saúde também disponibiliza vacina. Para as crianças, são quatro doses (ao nascer, 2, 4 e 6 meses) e, para os adultos, três doses a depender da situação vacinal. Pessoas que tenham algum tipo de imunodepressão ou o vírus HIV precisam de um esquema especial, com dose em dobro. Hepatite C Pelos dados do Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2019, no ano passado foram notificados 26.167 casos de hepatite C no Brasil, com taxa de detecção de 13 por 100 mil habitantes. Dentro todos os tipos da doença, essa é a mais mortal. Para se ter uma ideia, de 2000 a 2017, foram 53.715 óbitos associados a ela. O Ministério da Saúde relata que, atualmente, mais de 500 mil pessoas convivem com o vírus e não sabem, já que se trata de uma enfermidade geralmente silenciosa, até que atinja maior gravidade. A forma crônica é comum em 80% dos pacientes e, desses, 20% podem evoluir para cirrose hepática e de 1% a 5% para câncer de fígado. A patologia é transmitida da mesma forma que a B, por contato com sangue contaminado, sexo desprotegido e de mãe para filho na hora do parto. O tratamento, gratuito pelo SUS, se dá com o uso de antivirais de administração oral, determinados de acordo com o genótipo do vírus e o comprometimento do fígado. Ele é realizado de três meses a um ano e tem excelentes chances de cura, passando de 95%. Por não ter vacina, a melhor forma de se prevenir é não compartilhar objetos de uso pessoal e cortantes ou perfurantes, usar preservativo e, ao se submeter a qualquer procedimento, certificar-se de que os materiais usados são esterilizados e os descartáveis não estão sendo reaproveitados. Hepatite D No ano passado, no país, houve 145 casos da hepatite D, também chamada de Delta. Esse tipo da enfermidade depende da presença do vírus B para contaminar uma pessoa. Da mesma forma que as outras variações, dificilmente apresenta sintomas - que também são os mesmos. A forma de transmissão é por relações sexuais sem camisinha com alguém infectado, da mãe doente para o filho durante o parto e pelo compartilhamento de objetos cortantes. A infecção pode ser tanto aguda quanto crônica e tem tratamento - com duração de três meses a um ano - e controle, evitando a evolução para cirrose e câncer. A melhor forma de se prevenir e não contrair a hepatite B, o que se consegue com vacina. Hepatite E Esse tipo de hepatite tem baixa prevalência no Brasil, tanto que nem consta no Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2019. Seu contágio é igual ao da A: por condições precárias de saneamento básico, água e alimentos contaminados e falta de higiene pessoal. Também quase não apresenta sintomas, mas, quando eles surgem, são basicamente os mesmos das demais: cansaço, enjoo, vômitos, febre, dor abdominal, fezes claras, urina escura e pele e olhos amarelados. Na maioria dos casos, não necessita de tratamento, sendo indicado apenas repouso, dieta e não consumir bebida alcoólica. Há o risco de cronificar em pessoas imunodeprimidas e transplantados. Por não ter vacina, a melhor forma de se prevenir é lavar bem as mãos após ir ao banheiro e antes de comer, lavar bem os alimentos e não ter contato com água de valões, riachos, chafarizes, enchentes e esgoto. Exames periódicos Junto com as recomendações relacionadas a cada um dos tipos das hepatites virais, os especialistas consultados pela BBC News Brasil afirmam que é imprescindível fazer, pelo menos, uma vez no ano, exames de rotina para saber se tem a doença - são realizados com a coleta de uma amostra de sangue. Isso porque o diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações e para o sucesso do tratamento. Em anúncio recente, por conta do Julho Amarelo, ação que visa prevenir e conscientizar sobre as hepatites virais, o governo disse que pretende aumentar o número de testagem e que irá ampliar a expectativa de tratamento para 50 mil por ano.

Texto completo




          Envie por E-mail  

'Precisamos oferecer produtos de acesso mais simples', diz diretor da Anvisa sobre uso medicinal de cannabis


Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realiza nesta quarta-feira (31) audiência pública sobre propostas que pretendem regulamentar o cultivo de maconha para fins medicinais e científicos no país. Funcionários trabalham em uma estufa de maconha produzida pelo Exército italiano em Florença, na Itália. A instalação esta pronta para triplicar a produção da cannabis para uso terapêutico, passando de 100 para 300kg por ano para suprir a demanda dos pacientes italianos e acabar com a importação Laura Lezza/Getty Images O diretor da Anvisa, William Dib, disse nesta quarta-feira (31) que a agência está aberta ao debate de propostas para regulamentar o cultivo de maconha para fins medicinais e científicas. A afirmação foi feita na abertura da audiência pública que discute duas propostas para regular como deve ser feito o plantio da planta no país. "A agência reconhece que precisa oferecer produtos de acesso mais simples e mais fáceis que tragam os benefícios esperados para a população. Vamos ouvir as opiniões diversas e favoráveis. Assim que a democracia é feita”, disse William Dib, diretor da Anvisa. Durante o evento, a Anvisa reforçou que não há previsão de regulamentação do uso da maconha para fins recreativos. A audiência pública ocorre em duas partes. Pela manhã, a Anvisa discute a proposta que trata do registro e do monitoramento de medicamentos produzido à base de Cannabis. Serão discutidos detalhes como quem pode cultivar, forma de plantio, segurança, a quem pode ser entregue o produto e fiscalização. No período da tarde a pauta cobrirá os procedimentos específicos para registro e monitoramento de medicamentos feitos com base na planta ou de seus derivados. A audiência desta quarta faz parte do processo de regulamentação do uso medicinal e científico da maconha, iniciado em junho. A consulta estará aberta até o dia 19 de agosto na plataforma da Anvisa. Entenda as propostas para liberar o cultivo de maconha no Brasil Cultivo A autorização para cultivo só será concedida a pessoas jurídicas. Há uma série de fatores de restrição e exigências para esse cultivo que vão desde acesso ao local do plantio, manipulação, armazenamento, transporte, distribuição e descarte. Nessa primeira resolução o objetivo é a regulamentação dos requisitos técnicos e administrativos para o cultivo da planta com fins medicinais e científicos, desde o plantio até a fase de secagem e distribuição. A resolução prevê que o cultivo seja feito somente em sistemas de ambiente fechado e por pessoas jurídicas. O cidadão comum (pessoa física) não poderia ter pés de maconha em casa. Para cultivar, seria preciso ter uma autorização especial da Anvisa e supervisão da Polícia Federal. A inspeção da agência reguladora exigiria, entre outras coisas, um rígido sistema de segurança com controle de acesso por biometria, alarmes e proteção de janelas duplas no local onde está a plantação. Além disso, o espaço não pode ter identificação externa. A venda e a entrega da planta produzida seriam autorizadas somente para instituições de pesquisa, fabricantes de insumos farmacêuticos e fabricantes de medicamentos. O transporte teria de ser feito em veículos especiais. Entidades se posicionam contra proposta O Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) se posicionaram contra a regulamentação do plantio de cannabis no Brasil. A decisão pede a revogação e o cancelamento da abertura de consulta pública sobre o tema. Segundo o texto, a decisão da Anvisa "desconsidera evidências científicas e não garante efetividade e segurança para os pacientes". Segundo o presidente do CFM, Carlos Vital, "a maconha não é uma droga inofensiva e são vastas as evidências científicas de que o uso precoce da droga leva à dependência". "Acreditamos que é nossa missão informar e conscientizar a comunidade médica e científica, bem como educadores, legisladores, gestores e o público em geral, sobre o tema", se posiciona Vital, em nota. Regras atuais Atualmente, é proibido cultivar a planta de cannabis em território brasileiro. A lei determina que quem produz a cannabis para consumo pessoal está sujeito à prestação de serviços à comunidade e ao comparecimento a programa educativo, sem fazer ressalva ao uso médico. Mas, nos últimos anos, a Anvisa e o Poder Judiciário já deram alguns passos no sentido de liberar o cultivo da planta para fins medicinais e científicos. Veja alguns deles abaixo: Janeiro de 2015: Retirada do canabidiol da lista de substâncias de uso proscrito, abrindo caminho para facilitar a comercialização de medicamentos com a substância no país; Março de 2016: Autorização da prescrição de remédios à base de canabidiol e THC no Brasil; Janeiro de 2017: Registro do primeiro remédio à base de maconha no Brasil, o Mevatyl, droga já aprovada em outros 28 países; Abril de 2017: A Justiça Federal na Paraíba autorizou uma associação de João Pessoa a cultivar maconha para fins exclusivamente medicinais; Maio de 2017: Inclusão da Cannabis sativa na Lista Completa das Denominações Comuns Brasileiras (DCB) sob a categoria de "planta medicinal". Junho de 2019: Diretoria colegiada da Anvisa aprova propostas que podem liberar o cultivo de maconha medicinal para indústria e ciência. A ideia é que, ao regulamentar o cultivo da planta, caia o custo da produção de medicamentos com base na Cannabis sativa, e que se reduza também o número de ações judiciais para compra de remédios não registrados no Brasil. Pacientes que sofrem de diversas doenças podem ser beneficiados com a mudança na regras, entre eles os que têm esclerose múltipla, autismo e dores crônicas oncológicas. As propostas avaliadas nesta terça não preveem a liberação do cultivo nem do consumo de maconha para fins recreativos. Maconha: droga ou remédio? Entenda os efeitos do uso da maconha no organismo humano *Sob supervisão de Ardilhes Moreira

Texto completo




          Envie por E-mail  

Como aumentar sono das crianças em mais de duas horas por noite


'Minhas filhas me acordavam 40 vezes toda noite', conta mãe de gêmeas que foram submetidas a tratamento prioneiro desenvolvido em hospital infantil britânico. Noah também precisou de tratamento para dormir BBC Jacqui Wolstenholme se lembra das noites insones em que se levantava dezenas de vezes para tentar fazer suas gêmeas Jessica e Jasmine voltarem a dormir. As meninas, hoje com quatro anos de idade, a acordavam até 40 vezes numa só noite quando eram bebês. "E isso não é um exagero", diz a mãe das gêmeas - que sempre tiveram dificuldade para dormir. Entenda a importância do sono em todas as fases da vida "Com cerca de três meses, quando muitos bebês começam a dormir mais horas, as coisas foram piorando. Eles quase nunca dormem", disse Jacqui ao programa Victoria Derbyshire, da BBC. "Eu ficava numa cama com uma delas, e a outra ficava com Julian (o pai) em outro quarto. Ele tentava por ela pra dormir, enquanto eu tentava por a outra." Essa rotina acabou afetando os dois, que ficavam privados de sono. Jacqui planejava voltar ao emprego de designer gráfica após 12 meses - mas logo ficou claro que isso "não tinha como acontecer". "Meu marido estava com problemas para mater o emprego", diz ela, "por pura exaustão". A família Wolstenholme está longe de ser a única a enfrentar esse tipo de problema. A especialista em sono Heather Elphick diz que o Reino Unido vive "uma crise oculta de saúde pública quando se trata de dormir". "Tem mais crianças que não conseguem dormir do que a gente imagina e acho que isso é algo sobre o qual pais e mães não gostam de falar." "Eles acham que terão suas habilidades como pais questionadas se os filhos não conseguem dormir, e, por isso, não buscam ajuda." Elphick ajudou a desenvolver uma técnica pioneira que tem aumentado em até 2,4 horas o sono de crianças por noite. O projeto piloto envolveu 40 famílias numa clínica do sono em um hospital infantil em Sheffield, uma parceria entre o governo local e o sistema público de saúde, o NHS. O objetivo é melhorar os padrões do sono de crianças. Agora, o projeto foi expandido e ajuda cerca de 800 crianças por ano na cidade. As filhas de Jacqui tiveram um tratamento parecido, apesar de o caso das gêmeas ser considerado mais sério. Na clínica, o tratamento começa com um detalhado exame do histórico médico da criança e uma análise do ambiente em que dorme. No caso das gêmeas, isso ajudou a identificar possíveis causas para os problemas de sono. "Elas sofreram com doenças crônicas recorrentes e repetidas internações hospitalares", diz a mãe. "Os primeiros anos foram muito difíceis". Enfermeiros da clínica do sono ajudaram a família a desenvolver uma rotina rigorosa para as meninas dormirem. "Uma hora antes de dormir, diminuímos as luzes do andar de baixo. A TV, o rádio e as telas são desligadas - colorimos, desenhamos, brincamos de construir, qualquer coisa que envolva coordenação do olho e da mão", diz Jacqui. "Então, elas vão para o andar de cima para um banho e direto para o quarto. "Nós seguimos exatamente a mesma rotina - usamos até mesmo a mesma palavra que usamos quando dizemos boa noite a elas todas as noites. É uma questão de consistência." De acordo com o NHS, o projeto conduzido em Sheffield fez com as crianças ganhassem, em média, 2 horas e 24 min extras de sono. Além disso, o tempo para que caíssem no sono caiu de 2 horas para 30 minutos. Pais e cuidadores também relataram que sua qualidade de vida melhorou, assim como o relacionamento com as crianças. Os problemas do sono podem ser um problema particular para crianças com distúrbios como transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH), para crianças adotadas e também para as que sofreram negligência ou trauma. 'Energético e barulhento' Jenny Lowis e seu filho "muito energético e barulhento", Noah, também enfrentaram sérios problemas na hora de dormir. No meio da noite, conta a mãe, Noah "batia a porta para que eu acordasse e, se isso não funcionasse, ele viria para o lado da minha cama e gritava". "Você literalmente se levanta [de manhã] e pensa: 'Eu nem sei que horas são, não sei que dia é hoje, não sei onde estou'", relata Jenny. Noah também teve problemas de saúde quando bebê. "Quando nasceu, teve cólicas muito fortes e passava mal à noite", diz Jenny. "As noites eram tão longas, tão longas... " Noah agora segue uma nova rotina de dormir e, como parte do programa, teve seu sono monitorado por médicos. O garoto foi diagnosticado com parassonia - transtornos de comportamento durante o sono, associados a pesadelos e sonambulismo. Noah "fala, grita, grita, chora e ri durante o sono", diz a mãe. Jenny diz que foi reconfortante saber que havia uma razão médica por trás da insônia do filho. Mãe e filho ainda estão recebendo ajuda da clínica - e as coisas estão melhorando. "Quando as coisas estavam muito ruins, ele não conseguia se concentrar em uma única atividade por mais de cinco minutos", diz ela. "Agora, ele está realmente começando a dormir na própria cama e a concentração é muito melhor na escola." As gêmeas de Jacqui já ganharam alta da clínica. "Ainda não é algo que vem naturalmente para elas - temos que manter a rotina -, mas em uma boa noite podemos sair [do seu quarto] e elas só acordam 12 horas depois."

Texto completo




          Envie por E-mail  

Governo renova edital de 2016 do Mais Médicos com brasileiros e estrangeiros por mais 3 anos


Ministério da Saúde fará prorrogação automática dos profissionais que ainda atuam no Brasil e que começaram a trabalhar por meio de chamada pública. Programa Mais Médicos foi criado em 2013 no Brasil Reprodução/Pixabay O Ministério da Saúde renovou a participação de profissionais brasileiros e estrangeiros do Mais Médicos aprovados pelo programa em julho de 2016. O edital, publicado nesta quarta-feira (31) no Diário Oficial da União, prorroga automaticamente o tempo de trabalho por mais três anos, até 2022. Veja a lista de médicos contemplados pela prorrogação automática Esse tipo de renovação está prevista nas normas do programa, criado em outubro de 2013. Estão aptos médicos formados em universidades brasileiras ou com diploma do exterior e profissionais estrangeiros. Eles precisam estar alocados em municípios do grupo de atenção básica, em áreas vulneráveis, de extrema pobreza ou de saúde indígena. A chamada pública referente a esses profissionais foi feita no dia 21 de julho de 2016. Aqueles com o prazo de três anos vencido terão o contrato renovado automaticamente. Os que têm o vencimento previsto para os próximos dias terão o contrato prorrogado no primeiro dia após a data de encerramento do ciclo. Os médicos que não estiverem interessados na renovação do contrato deverão entrar no Sistema de Gerenciamento de Programas do ministério e fazer o comunicado nos próximos dois dias. O mesmo prazo vale para os gestores dos municípios sem interesse em prorrogar o trabalho de algum de seus profissionais. Regulamentação dos cubanos Na segunda-feira (29), o governo federal decidiu regulamentar a concessão de residência a cubanos que participaram do programa com o objetivo de aumentar o número de profissionais na rede pública de saúde em regiões carentes. O texto foi assinado pelos ministros Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores). Em 2018, Jair Bolsonaro, então candidato à presidência, prometeu expulsar os médicos cubanos do país. Depois disso, o governo da ilha caribenha anunciou a saída do programa brasileiro. Em resposta, Bolsonaro afirmou, após ser eleito presidente, que concederia, a todo cubano que o solicitasse, o status de asilado — um título diferente do de refugiado. Governo regulamenta concessão de residência a cubanos que atuaram no Mais Médicos

Texto completo




          Envie por E-mail  

Chiclete para astronautas criado por estudantes de Goiás é reconhecido pela Agência Espacial Brasileira


Alunos receberão diplomas em reconhecimento ao projeto inovador. ‘Chiliclete’, goma de mascar com componentes da pimenta, foi campeão do torneio de robótica na Universidade da Nasa, nos Estados Unidos. Chiclete de pimenta criado por estudantes do Sesi, em Goiânia Reprodução/TV Anhanguera Desenvolvido por estudantes de Goiás, o “chiliclete” – chiclete de pimenta criado para ajudar astronautas a sentirem o sabor dos alimentos – será reconhecido pela Agência Espacial Brasileira (AEB) nesta quarta-feira (31). Os alunos do Sesi Canaã, de Goiânia, receberão diplomas em reconhecimento ao projeto inovador. A homenagem acontecerá na sede da agência, em Brasília. A invenção do chiclete de pimenta rendeu aos estudantes o maior prêmio do torneio de robótica de West Virginia, realizado entre os dias 12 e 14 de julho, na Universidade da Nasa, nos Estados Unidos. Segundo o presidente da AEB, Carlos Moura, a vitória dos alunos é "um fato marcante". “É tudo aquilo que a gente quer: a criatividade e a inovação brasileira fazendo a diferença. Esses jovens merecem nosso reconhecimento”, afirmou. Alunos do Sesi Canaã vencem torneio de robótica na Nasa, nos Estados Unidos Sesi/Divulgação Invenção O “chiliclete” foi criado por um grupo de sete alunos do Sesi Goiás para auxiliar os astronautas a sentirem o sabor dos alimentos. Trata-se de uma goma de mascar desenvolvida com componentes da pimenta, que ajudam a devolver os sentidos do olfato e paladar. Segundo os alunos, a ausência de sensibilidade no nariz dos astronautas é ocasionada pela falta de gravidade no espaço, o que faz com que o sangue do corpo se concentre na cabeça e no peito. Com isso, a sensibilidade do nariz é afetada, fazendo com que os astronautas parem de sentir cheiros e sabores. Estudantes desenvolvem chiclete de pimenta em Goiânia Reprodução/TV Anhanguera Veja outras notícias da região no G1 Goiás.

Texto completo




          Envie por E-mail  

Anvisa realiza audiência pública nesta quarta para discutir a liberação do cultivo de maconha medicinal


Medida aprovada em junho fica em consulta pública até 19 de agosto. Proposta aborda cultivo da Cannabis sativa para fins medicinais e científicos e a produção de medicamentos com base na substância; plantio doméstico segue proibido. Maconha é cultivada em fundação em Santiago, no Chile. Estudo avaliou que canabidiol é eficaz contra forma rara de epilepsia Reuters/Ivan Alvarado A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abre nesta quarta-feira (31) consulta pública para duas propostas que pretendem regulamentar o cultivo de maconha para fins medicinais e científicos no Brasil. Este é passo seguinte da medida aprovada pela diretoria colegiada da Anvisa, em junho deste ano. A agência informou em comunicado que organizará uma audiência pública em Brasília marcando o início desta consulta. Dividida em duas etapas, a reunião abordará na parte da manhã a regulamentação do cultivo de Cannabis sativa para fins medicinais e científicos. No período da tarde a pauta cobrirá os procedimentos específicos para registro e monitoramento de medicamentos feitos com base na planta ou de seus derivados. A audiência desta quarta faz parte do processo iniciado em junho. A consulta estará aberta até o dia 19 de agosto na plataforma da Anvisa. Diretoria Colegiada da Anvisa avaliou em 11 de junho propostas de consulta pública para aprovação do plantio de maconha no Brasil Rafaella Vianna/TV Globo O plantio doméstico de maconha por pessoas físicas e para o consumo recreativo continuará proibido no país. Os documentos preveem que apenas empresas possam cultivar a planta em ambientes controlados sob supervisão da Anvisa e de autoridades policiais, e que a venda seja feita diretamente para a indústria farmacêutica ou entidades de pesquisa. (veja abaixo os detalhes das duas propostas). Entenda as propostas para liberar o cultivo de maconha no Brasil O que propõem as duas resoluções Cultivo Uma das resoluções a serem avaliadas tem como objetivo a regulamentação dos requisitos técnicos e administrativos para o cultivo da planta com fins medicinais e científicos – desde o plantio até a fase de secagem e distribuição. A resolução prevê o cultivo somente em sistemas de ambiente fechado e por pessoas jurídicas. O cidadão comum (pessoa física) não poderia ter pés de maconha em casa. Para cultivar, seria preciso ter uma autorização especial da Anvisa e supervisão da Polícia Federal. Essa inspeção da agência reguladora exigiria, entre outras coisas, um rígido sistema de segurança com controle de acesso por biometria, alarmes e proteção de janelas duplas. Além disso, o local não pode ter identificação externa. A venda e a entrega da planta produzida seriam somente para instituições de pesquisa, fabricantes de insumos farmacêuticos e fabricantes de medicamentos. O transporte teria de ser feito em veículos especiais. A autorização para cultivo valeria por 2 anos, podendo ser renovada, e haveria uma cota de cultivo e controle de estoques e de liberação do produto. Pé de maconha em uma plantação em Ontário, no Canadá Carlos Osorio/Reuters Medicamentos A segunda resolução tem como objetivo definir procedimentos específicos para registro e monitoramento de medicamentos à base de cannabis, seus derivados e análogos sintéticos. Isso inclui os fitoterápicos. A regulamentação se aplica aos medicamentos nas formas de cápsula, comprimido, pó, líquido, solução ou suspensão (misturas) com administração por via oral. As próprias empresas deveriam pedir à Anvisa o registro para produção desses medicamentos. Atualmente, há somente um medicamento com cannabis registrado no Brasil, o Mevatyl. Não haveria uma lista prévia de doenças: a agência analisará registro por registro, conforme os pedidos. Medicamentos já registrados em outros países deverão apresentar relatório técnico de avaliação do remédio emitido pelas respectivas autoridades reguladoras. O registro inicial teria validade de 3 anos e as renovações seguintes, de 5 anos. Geralmente, para os outros medicamentos, o primeiro registro já vale por 5 anos. Depois de aprovado o registro, a empresa teria 30 dias para definição do preço máximo e 365 dias para colocar o remédio no mercado. A resolução já prevê a venda em farmácias. A maioria deve ser com retenção de receita médica, mas cada caso seria analisado individualmente. Neste momento, a Anvisa não tem nenhum pedido de registro pendente. Haveria, pela proposta, um monitoramento do mercado com fiscalização constante e canais de atendimento para dúvidas de consumidores. Pesquisadores da USP de Ribeirão Preto desenvolveram versão sintética do canabidiol Reprodução/EPTV Entidades se posicionam contra proposta O Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) se posicionaram contra a regulamentação do plantio de cannabis no Brasil. A decisão pede a revogação e o cancelamento da abertura de consulta pública sobre o tema. Segundo o texto, a decisão da Anvisa "desconsidera evidências científicas e não garante efetividade e segurança para os pacientes". Segundo o presidente do CFM, Carlos Vital, "a maconha não é uma droga inofensiva e são vastas as evidências científicas de que o uso precoce da droga leva à dependência". "Acreditamos que é nossa missão informar e conscientizar a comunidade médica e científica, bem como educadores, legisladores, gestores e o público em geral, sobre o tema", se posiciona Vital, em nota. Regras atuais Atualmente, é proibido cultivar a planta de cannabis em território brasileiro. A lei determina que quem produz a cannabis para consumo pessoal está sujeito à prestação de serviços à comunidade e ao comparecimento a programa educativo, sem fazer ressalva ao uso médico. Mas, nos últimos anos, a Anvisa e o Poder Judiciário já deram alguns passos no sentido de liberar o cultivo da planta para fins medicinais e científicos. Veja alguns deles abaixo: Janeiro de 2015: Retirada do canabidiol da lista de substâncias de uso proscrito, abrindo caminho para facilitar a comercialização de medicamentos com a substância no país; Março de 2016: Autorização da prescrição de remédios à base de canabidiol e THC no Brasil; Janeiro de 2017: Registro do primeiro remédio à base de maconha no Brasil, o Mevatyl, droga já aprovada em outros 28 países; Abril de 2017: A Justiça Federal na Paraíba autorizou uma associação de João Pessoa a cultivar maconha para fins exclusivamente medicinais; Maio de 2017: Inclusão da Cannabis sativa na Lista Completa das Denominações Comuns Brasileiras (DCB) sob a categoria de "planta medicinal". Junho de 2019: Diretoria colegiada Anvisa aprova propostas que podem liberar o cultivo de maconha medicinal para indústria e ciência. A ideia é que, ao regulamentar o cultivo da planta, caia o custo da produção de medicamentos com base na Cannabis sativa, e que se reduza também o número de ações judiciais para compra de remédios não registrados no Brasil. Pacientes que sofrem de diversas doenças podem ser beneficiados com a mudança na regras, entre eles os que têm esclerose múltipla, autismo e dores crônicas oncológicas. As propostas avaliadas nesta terça não preveem a liberação do cultivo nem do consumo de maconha para fins recreativos. Maconha: droga ou remédio? Entenda os efeitos do uso da maconha no organismo humano

Texto completo




          Envie por E-mail  

Agenda cósmica: 2 chuvas de meteoros devem agitar o céu nesta semana

Eis que na falta de 1, teremos 2 eventos celestes nesta semana: as chuvas de meteoros Delta Aquarídeos do Sul e Alfa Capricornídeos – sendo que as duas poderão ser observadas aqui no Hemisfério Sul, especialmente a primeira! Ambos os fenômenos ocorrem anualmente entre julho e setembro e, em 2019, alcançam seus ápices por estes dias, com a vantagem de que estamos na Lua Nova, o que favorece a observação.

Que tal falarmos sobre a Delta Aquarídeos do Sul primeiro? Essa chuva de meteoros ocorre todos os anos, mais ou menos do dia 12 de julho até 23 de agosto, quando a órbita da Terra cruza com a cauda do cometa Marsden (e possivelmente com a do cometa Kracht também) – e rochas espaciais presentes nessa estrutura acabam passando pela atmosfera terrestre.

Leia mais...






          Envie por E-mail  

Bayer já soma mais de 18 mil processos nos Estados Unidos pela venda do glifosato


Até o fim de abril, gigante alemã recebeu 5 mil novos processos questionando os efeitos do agrotóxico à saúde humana. O glifosato é um dos herbicidas mais usados no mundo Benoit Tessier/File Photo/Reuters O grupo químico alemão Bayer enfrenta 18,4 mil ações nos Estados Unidos contra o herbicida glifosato, de sua subsidiária Monsanto. Um volume de processos que segue aumentando constantemente, “envenenando” a integração do grupo norte-americano comprado no ano passado. Os US$ 63 bilhões desembolsados ​​em junho de 2018 pelo grupo fariam desse casamento a maior aposta da história da Bayer. A expectativa, no entanto, não previa essa avalanche de ações judiciais que vem caindo há meses sobre o novo gigante agroquímico mundial, em um episódio difícil de ter seu desfecho avaliado. Mitos e verdades sobre o glifosato Só no final do mês de abril, 5 mil novos processos se somaram a esta ameaça judicial, revelou nesta terça-feira (30) o grupo, já condenado por três vezes a compensar um ex-jardineiro, um aposentado e um casal que sofrem de câncer. Nesses casos iniciais, na Califórnia, os júris indicaram que o uso por longo prazo e repetido do glifosato pode ter causado o linfoma não-Hodgkin dos requerentes, um ponto implacavelmente contestado pela Bayer. Eles também sancionaram o "comportamento repreensível" da Monsanto, visando "impedir, desencorajar ou distorcer a investigação científica", uma vez que os primeiros estudos internos do grupo "sugeriram que o glifosato poderia causar câncer". Os valores devidos pelo grupo em cada caso, no entanto, foram bastante reduzidos pela segunda avaliação de um juiz, de US$ 289 milhões para US$ 78 milhões, de US$ 80 milhões para US$ 25 milhões e de US$ 2 bilhões para US$ 86,7 milhões, respectivamente. Mas este é apenas um pequeno alívio para a Bayer, que pretende apelar para ser isenta de toda a responsabilidade, apoiando-se em centenas de estudos favoráveis ​​e no endosso de reguladores em todo o mundo desde o lançamento do glifosato no mercado, em meados da década de 1970. "Provavelmente cancerígeno" A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), um desdobramento da OMS, considerou em 2015 que o glifosato era "provavelmente cancerígeno". No entanto, esta é uma avaliação do risco absoluto do produto, não o risco de exposição a doses constantes. A Bayer também promete "participar ativamente" na mediação decidida no final de maio por um juiz de São Francisco, e confidenciou ao advogado Kenneth Roy Feinberg que "só vai considerar um acordo amigável se este for financeiramente razoável", advertiu o chefe Werner Baumann. Em junho, quando as ações da Bayer já haviam perdido 40% do seu valor de mercado em menos de um ano, os analistas do Berenberg Bank apostavam em um valor de cerca de US$ 1 milhão por requerente, o que elevaria as despesas da empresa para dez bilhões de euros. Citado nesta terça-feira pela agência alemã DPA, Markus Mayer, do Banco Baader, estima um acordo que inclua entre € 15 bilhões e € 20 bilhões. Outros analistas acreditam que a Bayer persistirá em uma longa e dispendiosa batalha judicial com a Suprema Corte. "Acreditamos que eventualmente venceremos nesta disputa, com base em conquistas científicas, e continuamos determinados a defender com vigor", disse Werner Baumann. Administração desaprovada O inventor alemão da aspirina fez a maior aquisição de sua história, no ano passado, ao comprar a Monsanto, confiando na crescente demanda de produtos químicos para alimentar um planeta cada vez mais povoado e afetado pelo aquecimento global. Mas o grupo desde então só lidou com uma cascata de processos direcionados à Monsanto, a tal ponto que os acionistas da Bayer infligiram, no final de abril, uma desaprovação à administração ao votar contra sua estratégia. Entre estes está o fundo ativista norte-americano Elliott, que controlava no final de junho cerca de 2% do grupo e é considerado um estímulo à quebra de grandes conglomerados por IPOs parciais. A Bayer ainda não concluiu sua reestruturação, anunciada no último outono, que inclui a eliminação de 12 mil posições, o que interferiria nos resultados trimestrais.

Texto completo




          Envie por E-mail  

A carta escrita em front da Primeira Guerra que ajudou Einstein a descobrir os buracos negros


Astrofísico Karl Schwarzschild descobriu a fórmula para a curvatura do 'espaço-tempo' e a enviou ao autor da Teoria da Relatividade Geral. A Teoria da Relatividade de Albert Einstein é um pilar da física moderna que transformou o entendimento sobre espaço, tempo e gravidade Domínio público Karl Schwarzschild era diretor do Observatório Astronômico de Potsdam, o posto de maior prestígio a que um astrônomo poderia aspirar na Alemanha, quando eclodiu a Primeira Guerra Mundial. O astrofísico fez então algo inesperado: se ofereceu como voluntário para o Exército alemão. Schwarzschild era um renomado acadêmico de 40 anos. Mas também era judeu e, diante do antissemitismo crescente na Alemanha, queria demonstrar que era tão alemão quanto seus compatriotas. Uma vez nas Forças Armadas, ficou encarregado de uma estação meteorológica na Bélgica, depois passou a calcular as trajetórias balísticas de artilharia na França e, próximo ao fim de 1915, estava na chamada Frente Oriental da guerra. Quando ele estava no front começaram a aparecer algumas bolhas em sua boca – que logo se alastraram pelo corpo todo. No hospital de campanha, Schwarzschild foi diagnosticado com Pemphigus vulgaris, uma doença rara em que o próprio sistema imunológico do paciente ataca a pele. A doença ainda não tem cura, mas hoje pode ser tratada com esteroides. Em 1915, entretanto, não havia o que fazer e Schwarzschild decidiu se distrair com seu amor pela física, mais particularmente a um rumor que havia escutado em Potsdam. Nessa época, o físico Albert Einstein trabalhava para ampliar sua Teoria da Relatividade Restrita e elaborar uma geral. Quando, em novembro de 1915, ele falou sobre as equações de campo da Relatividade Geral na Academia Prussiana de Ciências, Schwarzschild deu um jeito de conseguir uma cópia escrita da exposição. O que o astrofísico não imaginava é que Einstein tinha um problema que ele poderia ajudar a solucionar. De Newton a Einstein A teoria até então aceita, a Gravitação Universal de Isaac Newton, apontava a gravidade como responsável pelo desenho da órbita da Terra em torno do Sol. Einstein percebeu que Newton estava equivocado. Primeiramente, ele ligou as três dimensões do espaço à dimensão do tempo, ao que deu o nome de "espaço-tempo". Depois, demonstrou que o espaço-tempo não é apenas o cenário em que a física opera, mas um protagonista dela. Uma imagem que ajuda a entender seu mecanismo é a da cama elástica. O Sol, por ser uma estrela de grande massa, é como uma bola pesada que, ao ser colocada sobre a tela, a deforma. A Terra e os demais planetas do Sistema Solar, por serem menores, se comportam como bolinhas menores colocadas sobre a cama elástica: quando se lança uma delas sobre a tela, ela não avança em linha reta, mas acompanha a curva gerada pela bola mais pesada, que está no centro da cama elástica. Em outras palavras, o Sol "obriga" os planetas a seguirem a deformação que ele mesmo provoca no "espaço-tempo". Em um primeiro momento, entretanto, Einstein não conseguia descobrir como o "espaço-tempo" se deformava de acordo com a massa dos astros maiores. Foi Schwarzschild, que há muito tempo se dedicava a calcular órbitas planetárias, que encontrou a fórmula para a curvatura e a enviou ao famoso físico em Berlim. A carta "Quando Einstein publicou sua Teoria da Relatividade Geral, em 1916, não foi capaz de oferecer uma solução exata", diz um artigo publicado pela Universidade de British Columbia, em Vancouver, no Canadá. O físico havia chegado aos primeiros resultados por aproximação. "Não esperava que a solução exata para o problema pudesse ser formulada. Seu tratamento analítico do problema me parece esplêndido", respondeu Einstein por carta. Na semana seguinte, o físico apresentou os resultados na Academia Prussiana de Ciência em nome de Schwarzschild – que, de sua cama de hospital, percebeu que podia ir mais além. A outra carta Ele se deu conta de que, se a massa de uma estrela se comprimia em um volume cada vez menor, o vale do "espaço-tempo" ao seu redor se aprofundaria cada vez mais até que, finalmente, se converteria em um poço sem fundo do qual nada, nem mesmo a luz, poderia escapar. Tratava-se dos buracos negros, termo que só apareceria décadas depois. Schwarzschild enviou seus achados mais uma vez a Einstein. A teoria do físico já predizia a existência dos buracos negros – ele, entretanto, era cético quanto à possibilidade de que eles realmente existissem. Na primavera de 1916, Schwarzschild foi transferido para Berlim, onde morreu pouco depois, em 11 de maio. Tinha apenas 42 anos. *Este texto foi formulado com base no artigo de Marcus Chown publicado pela BBC Science Focus.

Texto completo




          Envie por E-mail  

Por que viajar faz bem ao cérebro


A exposição a novos ambientes e experiências sempre representa um desafio, o que aumenta a plasticidade mental Acredite: mesmo o mais sedentário dos seres humanos tem uma faísca de espírito aventureiro dentro de si. Afinal, a humanidade chegou até aqui porque nossos antepassados eram nômades – e essa natureza itinerante, que faz parte da nossa bagagem, pode ser considerada um elixir da juventude! A exposição a novos ambientes e experiências sempre representa um desafio, o que aumenta a plasticidade mental, isto é, a capacidade do cérebro de ampliar suas fronteiras, de se reinventar. Por isso, evite voltar sempre aos mesmos locais. A sensação de familiaridade pode ser agradável, mas lembre-se que esses lugares também tiveram a sua primeira vez. Portanto, abra espaço para o encantamento que acompanha as descobertas. Pé na estrada: de acordo com a Universidade de Cornell, quanto mais longe formos em nossas aventuras, maior será o sentimento de felicidade associado a uma viagem By mattbuck (category) - Own work by mattbuck., CC BY-SA 3.0, https://ift.tt/2YbscHi Aliás, de acordo com a Universidade de Cornell, quanto mais longe formos em nossas aventuras, maior será a satisfação, o sentimento de felicidade associado a uma viagem. Foi o que pesquisadores da entidade descobriram ao analisar o que os viajantes postavam no Twitter! Atualmente, sociólogos e antropólogos já utilizam as redes sociais para mapear o comportamento dos indivíduos e foi o que fizeram Morgan Frank e seus colegas, ao analisar 37 milhões de tuítes geolocalizados de 180 mil pessoas. A maioria postava comentários sem grande entusiasmo dentro do perímetro casa-trabalho-casa. No entanto, quando a experiência descrita se referia a locais distantes dos roteiros habituais, palavras que demonstravam felicidade eram bem mais numerosas, indicando que aquela vivência tinha sido bastante positiva. Trata-se de fugir da rotina, do estresse do dia a dia, do tédio. Claro que as limitações financeiras pesam, mas não deixe que seu orçamento impeça escapadas curtas, que estejam a duas ou três horas de ônibus. A paisagem vai mudar, você conhecerá outras pessoas e renovará as energias ao estar em contato com a natureza. Inclusive, planejar uma viagem e cuidar de todos os detalhes já faz parte da diversão.

Texto completo




          Envie por E-mail  

Terapia de 'cócegas' na orelha pode ajudar a reduzir o envelhecimento, diz estudo


Pesquisadores ingleses aplicam técnica a partir de estimulação elétrica para reduzir efeitos do envelhecimento, além de melhorar o humor e a qualidade do sono. Terapia de 'cócegas' na orelha pode ajudar a reduzir o envelhecimento, diz estudo Divulgação/Universidade de Leeds A aplicação de pequenas correntes elétricas na orelha pode reduzir os efeitos do envelhecimento, de acordo com pesquisadores da Universidade de Leeds, na Inglaterra. O estudo publicado nesta terça-feira (30) na revista "Aging" diz que as "cócegas" no nervo vago podem melhorar a qualidade de vida, o humor e até mesmo o sono dos pacientes, se aplicadas por menos de um minuto ao dia. "A orelha funciona como a porta de entrada para mexer com o balanço do corpo sem a necessidade de medicamentos ou procedimentos invasivos", disse em nota a autora da pesquisa, Beatrice Bretherton. Os cientistas defendem que a terapia de estimulação do nervo vago, já usada para casos de epilepsia, pode contribuir com alguns dos problemas decorrentes da idade avançada, como a pressão alta e doenças cardíacas. Vantagens já conhecidas A estimulação do sistema nervoso despertou o interesse dos pesquisadores por sua associação, em estudos prévios, a tratamentos de depressão e obesidade. Até o momento, para a transferência de correntes elétricas no nervo vago, era necessário realizar uma pequena cirurgia para implantar eletrodos na região do pescoço. A nova técnica se aproveita de que alguns dos nervos podem ser estimulados sem a necessidade de medidas mais invasivas, por estarem conectados a áreas superficiais da orelha. Os cientistas ainda aguardam mais estudos para acompanhar os efeitos a longo prazo desta terapia.

Texto completo




          Envie por E-mail  

Chuva Delta Aquarídeos terá até 25 meteoros por hora e será observada no Brasil


Pico ocorre na madrugada do dia 30 de julho. Fase da lua é propícia para observação dos meteoros. Foto mostra chuva de meteoros líridas vista na Turquia em abril de 2014 Fatma Selma Kocabas Aydin/Anadolu Agency/AFP/Arquivo A chuva de meteoros Delta Aquarídeos do Sul, que ocorre até o dia 23 de agosto, terá o seu pico na madrugada desta terça-feira (30) e será visível em todo o Brasil. O fenômeno pode ter até 25 meteoros por hora e será melhor observado entre as 2h e as 4h da manhã. A fase da Lua está propícia para a observação a olho nu porque a luminosidade do astro não deve ofuscar os meteoros, segundo o Instituto Exoss Citizen Science. A Delta Aquarídeos do Sul é uma chuva de meteoros intensa que acontece periodicamente e é melhor observada no Hemisfério Sul. O fenômeno não traz riscos. Os observadores poderão ver no céu os meteoros que, ao romper a atmosfera, provocam um brilho intenso, o que pode parecer com uma "bola de fogo". Além disso, pode ser possível observar ainda os rastros deixados pelos meteoros, que são conhecidos como "estrelas cadentes" e formam traços rápidos e luminosos no céu. Meteoros são fragmentos de cometas e asteroides que, ao mergulharem na atmosfera, esquentam tanto que acabam ficando incandescentes. Durante a chuva de meteoros Delta Aquarídeos do Sul, a Terra atravessa uma nuvem de detritos e fragmentos que atingem a atmosfera em alta velocidade, chegando a até 41 quilômetros por segundo. A nuvem de detritos que interage com a atmosfera terrestre para provocar este fenômeno é originária do cometa 96P/Machholz. Trata-se de um cometa que orbita o Sol a cada cinco anos. Seu núcleo tem cerca de 6,4 quilômetros de diâmetro, pouco mais da metade do tamanho do meteoro que teria atingido a Terra e acabado com os dinossauros. O Instituto Exoss Citizen Science é uma organização sem fins lucrativos que busca estudar meteoros e bólidos, suas origens e características. Participam astrônomos e amadores das observações do grupo. Entre os parceiros estão a Sociedade Americana de Meteoros e a Organização Internacional de Meteoros. O que são chuvas de meteoros Se você for para um lugar bem escuro e prestar atenção no céu durante algum tempo, vai ver de vez em quando um traço brilhante bem rápido. Os traços são as famosas "estrelas cadentes", que de estrela não tem nada. Os rastros são partículas de poeira, ou pequenas rochas que são capturadas pela gravidade da Terra e ao mergulharem na atmosfera se esquentam tanto que acabam ficando incandescentes. Na grande maioria das vezes, o aquecimento é tamanho que a partícula acaba se vaporizando. Dependendo das condições do céu é até possível ver o rastro de fumaça. Algumas vezes um objeto não tão pequeno entra na atmosfera produzindo um clarão intenso e, por este motivo, é chamado de "bola de fogo". Esses são os meteoros. Se por acaso um deles sobreviver ao aquecimento na atmosfera e chegar ao solo, ele recebe o nome de meteorito. Todos os dias, milhares de toneladas de material são capturados e se queimam na atmosfera, alguns sobrevivem e atingem o solo, mas a ideia é que são eventos aleatórios. Mas de vez em quando dá para perceber que tem mais eventos desses acontecendo. Mais ainda, uma observação cuidadosa vai mostrar que os meteoros parecem todos surgir de um mesmo ponto no céu. Essas são as chuvas de meteoros. Como observar meteoros Para observar uma chuva de meteoros você precisa ir para um local escuro, mas sobretudo seguro! A maioria dos meteoros é muito fraca para se ver em cidades, apenas alguns poucos são brilhantes. Como você precisa olhar para o céu o tempo todo, é bom fazê-lo deitado ou com uma daquelas cadeiras de praia para evitar um torcicolo. Olhe para a direção nordeste, apesar dos meteoros cruzarem uma boa parte do céu, olhar para a direção do radiante facilita um pouco as coisas.

Texto completo




          Envie por E-mail  

Cientistas descobrem três novos planetas fora do Sistema Solar com ajuda de satélite da Nasa


TESS, lançado em abril de 2018, encontrou dois ‘sub-netunos’ e uma versão um pouco maior do que a Terra, com solo rochoso. Satélite Tess, da Nasa, observa mais de 200 mil estrelas brilhantes em busca de planetas fora do sistema solar Nasa O satélite TESS, o "caçador de planetas" da agência espacial americana (Nasa), encontrou três novos planetas que estão entre os menores detectados fora do Sistema Solar. A descoberta foi publicada nesta segunda-feira (29) pela revista "Nature Astronomy". O TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite, em inglês) foi desenvolvido pela Nasa em colaboração com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Ele observará uma área 20 vezes maior que o seu antecessor, o satélite Kepler. Segundo estimativas da missão, 20 mil novos exoplanetas – termo usado para os que estão fora do Sistema Solar – serão conhecidos e acompanhados por telescópios da Terra. As primeiras descobertas do TESS, o satélite 'caçador de planetas' Cientistas encontram novo planeta fora do sistema solar com satélite TESS, da Nasa Nasa lança nave 'caçadora de planetas' a bordo de foguete da Space X As novas descobertas mostram mundos com características parecidas com os encontrados no Sistema Solar. Um dos três exoplanetas é como a Terra, um pouco maior e com uma superfície rochosa, e foi chamado de planeta b. Os outros dois, os planetas c e d, são gasosos e parecidos com Netuno, mas com cerca da metade do tamanho. Eles estão localizados a 73 anos-luz. Satélite TESS foi lançado em uma parceria da Nasa com a SpaceX Space X/Twitter O novo trio está em no sistema que recebeu o nome "TOI-2070". Planetas b, c e d têm aproximadamente o mesmo tamanho e, de acordo com os astrônomos do estudo, podem ser um "elo perdido" na formação de planetas, já que tem características da Terra e de Netuno. Eles orbitam uma estrela com erupções frequentes e com tempestades como o Sol. Inicialmente, a descoberta do TOI-270 pelos cientistas causou uma expectativa grande, já que os planetas estão em uma zona com temperatura habitável, com chance de suportar água. A descoberta de uma atmosfera muito espessa, com a criação de um forte efeito estufa, acabou desanimando a equipe. Há, ainda, a esperança de fazer novas descobertas mais "habitáveis". "O TOI-270 é uma verdadeira Disneylândia para a ciência de exoplanetas e um dos principais sistemas já descobertos pelo TESS", diz Maximilian Günther, do Instituto Kavli de Astrofísica e Pesquisa Espacial do MIT.

Texto completo




          Envie por E-mail  

Governo regulamenta concessão de residência a cubanos que atuaram no Mais Médicos

Número de pedidos de refúgio disparou desde o fim do convênio Mais Médicos. Cubanos poderão pedir residência por 2 anos e também por tempo indeterminado. O governo decidiu regulamentar concessão de residência a cubanos que participaram do programa Mais Médicos. As regras estão em portaria publicada no "Diário Oficial da União" nesta segunda-feira (29). O texto foi assinado pelos ministros Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e o Ernesto Araújo (Relações Exteriores ). De acordo com a portaria, cubanos poderão solicitar residência no país por um período de 2 anos. Pedido deve ser feito à Polícia Federal. Concessão está condicionada à apresentação de uma série de documentos, como a comprovação de que atuou no programa, além de certidão de antecedentes criminais dos estados em que morou no país (veja íntegra da portaria ao final da reportagem). Os cubanos poderão também pedir autorização de residência com prazo de validade indeterminado. Neste caso, o interessado deverá comprovar meios de subsistência no país, além de não apresentar registros criminais no Brasil. O número de pedidos de refúgio disparou desde o fim do convênio Mais Médicos. Como mostrou o G1, 2,2 mil pedidos foram feitos desde novembro de 2018, quando Cuba anunciou a saída do programa após Bolsonaro afirmar que iria expulsar os médicos cubanos. Mas a análise de cada solicitação leva cerca de 2 anos: neste ano, 13 solicitações foram atendidas, segundo o Comitê Nacional para os Refugiados. Texto da portaria publicada no "Diário Oficial da União" PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 4, DE 26 DE JULHO DE 2019 Dispõe sobre a concessão e os procedimentos de autorização de residência para nacionais de Cuba que tenham integrado o Programa Mais Médicos para o Brasil, a fim de atender ao interesse da política migratória nacional. OS MINISTROS DE ESTADO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA E DAS RELAÇÕES EXTERIORES, no uso das atribuições que lhes conferem o inciso II do parágrafo único do art. 87, da Constituição, os arts. 37 e 45 da Lei nº 13.844, de 18 de junho de 2019, e o parágrafo único do art. 161 do Decreto nº 9.199, de 20 de novembro de 2017, resolvem: Art. 1º A presente Portaria dispõe sobre a concessão e os procedimentos a serem adotados em relação à tramitação dos pedidos de autorização de residência para nacionais de Cuba que tenham integrado o Programa Mais Médicos para o Brasil, a fim de atender ao interesse da política migratória nacional. Art. 2º Os interessados indicados no art. 1º poderão apresentar o requerimento de autorização de residência de que trata o art. 161 do Decreto nº 9.199, de 20 de novembro de 2017, perante uma das unidades da Polícia Federal. Parágrafo único. O prazo da autorização de residência prevista no caput será de dois anos. Art. 3º Para instruir o pedido de autorização de residência de que trata esta Portaria, deverão ser apresentados os seguintes documentos, além dos previstos no art. 129 do Decreto nº 9.199, de 2017: I - documento de viagem ou documento oficial de identidade; II - duas fotos 3x4; III - certidão de nascimento ou casamento ou certidão consular, caso não conste a filiação no documento mencionado no inciso I; IV - certidão de antecedentes criminais dos Estados em que tenha residido no Brasil nos últimos cinco anos; V - declaração, sob as penas da lei, de ausência de antecedentes criminais em qualquer país, nos últimos cinco anos; VI - declaração, sob as penas da lei, que integrou o Programa Mais Médicos para o Brasil; e VII - carteira de registro nacional migratório expedida com base na condição anterior, nos termos do art. 18 da Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013, ou declaração de extravio. § 1º Apresentados os documentos mencionados no caput, proceder-se-á ao registro e à emissão da cédula de identidade. § 2º O teor da declaração prevista no inciso VI do caput será comprovado pela Polícia Federal por meio de consulta ao Sistema de Registro Nacional Migratório - SISMIGRA, que buscará localizar o registro anterior com base no art. 18 da Lei nº 12.871, de 2013. § 3º Caso os documentos mencionados no inciso I tenham sido retidos pelas autoridades do País de origem do requerente, seus dados poderão ser resgatados por meio de consulta ao Sistema de Registro Nacional Migratório - SISMIGRA. § 4º Na hipótese de necessidade de retificação ou complementação dos documentos apresentados, a Polícia Federal notificará o imigrante para assim o fazer no prazo de trinta dias. § 5º Decorrido o prazo sem que o imigrante se manifeste ou caso a documentação esteja incompleta, o processo de avaliação de seu pedido será extinto, sem prejuízo da utilização, em novo processo, dos documentos que foram apresentados e ainda permaneçam válidos. § 6º Indeferido o pedido, aplica-se o disposto no art. 134 do Decreto nº 9.199, de 20 de novembro de 2017. Art. 4º O imigrante poderá requerer em uma das unidades da Polícia Federal, no período de noventa dias anteriores à expiração do prazo de dois anos previsto no parágrafo único do art. 2º desta Portaria, autorização de residência com prazo de validade indeterminado, desde que: I - não tenha se ausentado do Brasil por período superior a noventa dias a cada ano migratório; II - tenha entrado e saído do território nacional exclusivamente pelo controle migratório brasileiro; III - não apresente registros criminais no Brasil; e IV - comprove meios de subsistência. Art. 5º É garantida ao migrante beneficiado por esta Portaria a possibilidade de livre exercício de atividade laboral no Brasil, nos termos da legislação vigente. Art. 6º A autorização de residência prevista nesta Portaria e o registro perante a Polícia Federal implicam desistência expressa e voluntária de solicitação de reconhecimento da condição de refugiado. Art. 7º Aplica-se o art. 29 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, na instrução do pedido. Art. 8º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. SERGIO MORO Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública ERNESTO HENRIQUE FRAGA ARAÚJO Ministro de Estado das Relações Exteriores

Texto completo




          Envie por E-mail  

É possível criar filhos mais inteligentes? Saiba o que fazer


Segundo especialistas, só uma pequena parte da inteligência das crianças é hereditária, e o resto depende de fatores como a personalidade e o contexto econômico, social e cultural em que ela está inserida. Atividades como robótica costumam ser relacionadas à inteligência Shutterstock Ter filhos inteligentes é um desejo de todo pai ou mãe. E, para isso, muitas famílias acabam investindo, desde o nascimento do bebê, nas mais variadas atividades e estímulos que possam fazer da criança um pequeno gênio. Mas será que isso é mesmo efetivo? É possível tornar alguém mais inteligente? Em parte, sim. Definida como a nossa capacidade de enfrentar situações novas, se adaptar e modificar o mundo em que vivemos, a inteligência é um potencial inato (ou seja, todos nós nascemos inteligentes). Mas são necessários estímulos para que ela se desenvolva da melhor maneira possível, e isso vai ser determinante para definir o grau de capacidade cognitiva que a pessoa irá alcançar. “Cerca de 20% da nossa inteligência vem da hereditariedade, e isso não há como mudar. Mas os outros 80% estão relacionados a outros fatores como a personalidade e o contexto econômico, social e cultural em que a criança está inserida. Depende das chances que você dá a ela”, explica Cláudia Ambrósio, neurologista pediátrica do Sabará Hospital Infantil. Isso significa que, por mais que cada um tenha alguns limites estabelecidos geneticamente, os estímulos certos dados na hora certa farão toda a diferença. E isso deve começar antes mesmo da criança ser concebida, lá na saúde da futura mãe que ainda nem engravidou. “Há estudos que mostram que filhos de mulheres obesas antes de engravidar atingem um QI menor”, exemplifica Cláudia. Período que vai da gestação até o fim dos dois anos de vida é fundamental para o desenvolvimento da inteligência Shutterstock Os 'primeiros mil dias' Durante a gestação, há outros cuidados que podem contribuir para o bom desenvolvimento cognitivo da criança: “Nutrição adequada, rotina de sono e exercícios físicos, ganho de peso adequado, evitar a exposição ao álcool, ao tabaco a substâncias ilícitas”, enumera a Rafaela Grochoski, neuropediatra da Academia Brasileira de Neurologia (ABN). Esses fatores podem garantir um QI de 20% a 30% maior para os filhos, de acordo com pesquisas. Há uma dica que pode parecer batida mas que, pelo menos até os seis meses de vida, é fundamental: o aleitamento materno. Com a amamentação, o bebê recebe nutrientes necessários para o desenvolvimento cerebral (como ômega 3) e, principalmente, permite o vínculo com a mãe, imprescindível para a formação cognitiva. “Após esse período, as crianças devem ter acesso à alimentação balanceada sem carências nutricionais", diz ela. "Também é importante a boa qualidade do sono (já que a fixação dos conhecimentos adquiridos ocorre ao dormir), uma rotina estruturada e ambientes seguros e com estabilidade emocional. Já se sabe que crianças expostas a estresse crônico têm pior rendimento acadêmico”, afirma Rafaela Grochoski, da ABN. Esses cuidados fazem parte da fase mais importante para a formação, aquela que os pediatras chamam de “primeiros mil dias” – período que vai da gestação até o final do segundo ano de vida da criança. “É a janela de oportunidades. É neste período que todos os fatores vão influenciar o desenvolvimento cognitivo e neurológico da criança. Tudo o que se faz nesses mil dias pode garantir um desenvolvimento cerebral”, diz a neuropediatra Cláudia. A explicação está na intensa formação de sinapses do cérebro durante esse período: quando nascemos, fazemos cerca de 2,5 mil sinapses (área em que um neurônio se comunica com o outro para transmitir impulsos nervosos). Aos três anos de vida, esse número está em aproximadamente 1 quatrilhão. “Até os dois anos, as crianças estão em uma fase sensorial. Então, é importante expô-las a cores, cheiros, sons, texturas, temperaturas diferentes. Nessa fase inicia-se também o desenvolvimento de habilidades interpessoais e de linguagem, que vão auxiliar o processo do aprendizado acadêmico anos mais tarde”, recomenda Rafaela. Isso não significa que após os três anos nada mais pode ser feito para desenvolver a inteligência. O cérebro está em constante evolução e as pessoas são capazes de adquirir novos conhecimentos e habilidades ao longo de toda a vida. Mas não tem jeito: é durante a primeira infância que a neuroplasticidade, capacidade do cérebro de formar novos circuitos neuronais para agregar conhecimento, está em seu auge. Atividades extras Do berçário ao ensino médio, apostar em atividades além da escola é a forma que muitos pais encontram para desenvolver habilidades e estimular a inteligência dos filhos. A oferta de cursos é ampla: idiomas, música, esportes, robótica, programação, entre tantos outros. A maioria das atividades vai proporcionar ganhos, desde que a criança goste do que está fazendo e possa sempre equilibrar com períodos de descanso e brincadeiras livres (lembre-se que excesso de estímulos também atrapalha). Esses ganhos, porém, não necessariamente se referem à inteligência, e sim a habilidades que podem ser úteis posteriormente na vida de adulto. Quando o assunto é ganhar inteligência, a música é a campeã de indicações entre os especialistas. "Nos primeiros três anos de vida, é comprovadamente um remédio para melhorar a inteligência. Desenvolver o ritmo, tocar um instrumento. Há estudos que dizem que melhora de 20% a 30% o potencial cognitivo de uma criança”, cita a neuropediatra Cláudia Ambrósio, do Sabará Hospital Infantil. As atividades físicas (sejam dança ou esportes coletivos e individuais) também entram para a lista de recomendações. Além do óbvio ganho para a saúde, elas auxiliam o desenvolvimento motor e a percepção corporal, a concentração e as relações interpessoais, além de estimular o trabalho em equipe e contribuir para a construção da autoestima. Mas se você é pai ou mãe e quer oferecer as melhores oportunidades para o seu filho se desenvolver, saiba que a chave para isso está bem perto: no amor. “Os pais correm atrás de técnicas e milhares e estímulos para tornar a criança um sucesso acadêmico ou profissional, mas nada é mais importante do que o afeto. Laço, vínculo, interesse, segurança são os estímulos necessários para desenvolver o cérebro, mas a gente quer mais do que um cérebro. A gente quer um adulto seguro, feliz, consciente e responsável. Isso vem muito de pequeno, não vem de uma escola com ensino especializado, três idiomas e outras tantas atividades”, aconselha Cláudia.

Texto completo




          Envie por E-mail  

Até mesmo robôs de cor preta podem ser discriminados, diz pesquisa

O estudo Robots and Racism, publicado pela University Of Canterbury, aponta que a discussão racial se estende também para o mundo da robótica. A pesquisa indica que a relação com os robôs muda de acordo com a sua cor; o principal autor do artigo, Christoph Bartneck, chegou à conclusão de que as pessoas atribuem às máquinas raças com características antropomórficas, reproduzindo pensamentos racistas.

O pesquisador sugere que a cor — preta ou branca — afeta o modo como acontece a interação. O resultado surgiu a partir de uma dinâmica baseada no Shooter Bias Test, na qual era preciso atirar em imagens de pessoas consideradas perigosas, com alguns robôs aparecendo na tela ocasionalmente. O ensaio apontou que vários robôs de cor preta, que não apresentavam nenhuma ameaça, foram mais atingidos do que os brancos.

Leia mais...






          Envie por E-mail  

'Médicos pelo Brasil' é o programa que substituirá o 'Mais Médicos' em regiões remotas do país


Durante congresso em Belo Horizonte, Ministro da Saúde voltou a falar sobre o programa, que vai priorizar regiões mais vulneráveis. Ele também anunciou liberação de R$ 50 milhões para pesquisas em doenças negligenciadas. Ministro da Saúde falou sobre o programa 'Médicos pelo Brasil' e anunciou liberação de R$ 50 milhões Sérgio Marques / TV Globo O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta voltou a falar, neste domingo (28), sobre o programa “Médicos pelo Brasil”, que substituirá, gradativamente o “Mais Médicos” durante a abertura do Congresso MEDTROP – PARASITO 2019, em Belo horizonte. Ele já havia dito, na semana passada, que as mudanças serão divulgadas oficialmente na próxima semana. De acordo com o ministro, o “Médicos pelo Brasil” vai substituir gradativamente o programa anterior, a medida em que as vagas forem preenchidas no novo modelo. Luiz Henrique Mandetta não quis divulgar o número de vagas. O ministro adiantou que será adotado um novo critério de distribuição de vagas, que classificará os municípios em rural, rural remoto, intermediário e urbano. Ele voltou a enfatizar que a prioridade será o atendimento médico para os municípios com maior vulnerabilidade social. E citou o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Os médicos serão selecionados por meio de prova objetiva e a contratação será por vínculo CLT. Haverá possibilidade de pagamento de bônus de acordo com indicadores de desempenho. O lançamento de um programa que substituiria o Mais Médicos já era aguardado desde que o ministro Luiz Henrique Mandetta assumiu o cargo. Em entrevista ao G1 em fevereiro, Mandetta já havia dito que o programa seria "reformulado" e que novas ações estavam em análise. Em maio, o Ministério da Saúde havia emitido nota dizendo que os atendimentos priorizariam áreas com maior vulnerabilidade social. O problema dos médicos cubanos que ficaram sem trabalho e permanecem no Brasil depois da saída de Cuba do programa é uma das preocupações do ministério. Fora do Mais Médicos, os formados no exterior não podem atuar na medicina brasileira sem a aprovação no Revalida, exame que não é feito desde 2017. No último dia 10, a pasta informou que está discutindo "alternativas para o exercício profissional" dos médicos de Cuba. Investimento em pesquisas de doenças negligenciadas Durante o congresso, o ministro também anunciou a liberação de R$ 50 milhões para pesquisas em doenças transmissíveis e negligenciadas. Segundo Luiz Henrique Mandetta, este é o maior investimento já feito pela pasta nesta temática em um mesmo ano. Do total, R$ 24 milhões serão para fomentar pesquisas voltadas ao tratamento das chamadas doenças tropicais em circulação no Brasil, como leishmaniose, zika, hanseníase e doença de chagas. Outros 10 milhões serão voltados exclusivamente para pesquisas para eliminação da malária, que vai receber, ainda U$ 1 milhão da Fundação Bill e Melinda Gates. Os R$ 16 milhões restantes serão voltados para estudos destinados à tuberculose, no âmbito do bloco econômico do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS). A chamada pública será publicada no site do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em agosto, para os casos das doenças tropicais e da malária. Já no caso da tuberculose, o prazo é até o final do ano.

Texto completo




          Envie por E-mail  

O que já se sabe sobre a eficácia do filtro solar na prevenção do câncer de pele


Exposição excessiva ao sol causa câncer, mas comunidade científica ainda não tem consenso sobre o alcance da proteção oferecida pelo filtro solar Uma recomendação da FDA, nos EUA, deu início a uma série de notícias falsas sobre filtros solares Pixabay/Divulgação Ele virou item de primeira necessidade na mala do viajante, no passeio dos bebês e no cotidiano de milhões de pessoas. A campanha pelo uso de protetor solar ganhou força nos últimos 30 anos e mobilizou a comunidade médica de dezenas de países. Além de evitar queimaduras solares e o surgimento de manchas cutâneas, o produto é recomendado por dermatologistas na prevenção do câncer de pele. Embora ele seja a melhor forma de evitar certos tipos da doença, sua real eficácia ainda é debatida pela comunidade científica. Especialistas não determinaram qual a quantidade e a frequência ideais para usá-lo. Em relação à segurança, também não há consenso sobre a formulação mais adequada, a mais segura para o organismo – já que os componentes são absorvidos pela pele – e a composição menos poluente ao meio ambiente. A discussão segue em meio à disseminação de notícias falsas sobre supostos riscos ao usá-lo, um problema a mais a desafiar os órgãos de saúde pública. O alerta dos EUA e as notícias falsas No fim de maio de 2019, a Sociedade Brasileira de Dermatologia divulgou nota rebatendo uma avalanche de notícias falsas sobre o potencial tóxico no uso de filtros solares. Os rumores foram provocados pela divulgação de um estudo organizado pela Food and Drug Administration (FDA), agência ligada ao governo americano que regulamenta a indústria farmacêutica e de alimentos. O protetor solar é parte da rotina de milhões de pessoas - inclusive bebês Reprodução/TV Globo Nele, os cientistas analisaram o plasma sanguíneo de 24 pessoas, usuárias frequentes de quatro marcas comerciais de protetor solar. O exame detectou presença considerável, bem acima dos níveis considerados saudáveis, de quatro ingredientes ativos: avobenzona, octocrileno, ecamsule e oxibenzona. Os autores do artigo ainda não sabem o que o achado representa - a absorção dessas substâncias era comum e esperada. Entretanto, no documento, a FDA recomendou que a comunidade científica conduzisse testes adicionais para entender as consequências disso. A orientação do órgão foi suficiente para gerar um sinal de alerta e provocar um efeito cascata de notícias falsas, disseminadas pelas redes sociais, sobre o perigo de usar filtro solar, em vários países e também no Brasil. Na resposta, a Sociedade Brasileira de Dermatologia afirmou que acompanha atentamente o resultado dos estudos com filtros solares e que a pesquisa tocada pela FDA não altera, por ora, as recomendações de uso dos filtros solares registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), agência equivalente à FDA no Brasil. Ressaltou ainda que o experimento da FDA foi realizado com aplicações de grandes quantidades de filtro solar, em 75% da superfície da pele, e reaplicações quatro vezes ao dia, por quatro dias. "Esses elementos certamente contribuem para uma maior absorção de qualquer substância testada e não representam o uso cotidiano de filtros solares pela população." A oxibenzona, por exemplo, tem sido cada vez menos usada nos protetores fabricados no Brasil. Apesar do esclarecimento do órgão, o debate sobre o uso de protetores solares não deve esfriar tão cedo. Segundo a própria comunidade científica, o "uso cotidiano de filtros solares" está longe do ideal. A recomendação é que se aplique mais protetor e mais vezes ao dia. Significa dizer que o experimento replica o uso mais indicado pelos médicos para os filtros solares. Além desse impasse, outro artigo científico, publicado no periódico acadêmico Journal of the American Academy of Dermatology, em fevereiro, questionou o real efeito do uso de filtro solar na redução dos casos de câncer de pele nos Estados Unidos. O que a pesquisa concluiu Na análise conduzida por Reid A. Waldman e Jane M. Grant-Kels, do Departamento de Dermatologia da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, os autores esclarecem que, apesar de protetores solares serem recomendados com vigor pela comunidade médica americana, apenas quatro estudos foram feitos nos últimos 40 anos sobre o tema, e nenhum deles investigou a fundo a eficácia do produto em indivíduos saudáveis. O estudo mais completo sobre o tema, conduzido na Australia, concluiu que o uso de filtro solar reduz a incidência de câncer Vergani fotografia A pesquisa encontrou, sim, evidências sólidas de que o protetor solar previne o carcinoma de células escamosas. Entretanto, não há prova de que ocorra o mesmo com os carcinomas basocelulares, que são a forma mais comum de câncer de pele, provavelmente porque esses cânceres se desenvolvem muito devagar para que os estudos detectem uma tendência de queda. O único estudo que investigou o uso de filtro solar para evitar melanoma, a forma mais agressiva de câncer de pele, não obteve resultado satisfatório. Indivíduos que usaram protetor solar diariamente, ao longo de quatro anos, tiveram 1,5% de chance de desenvolver melanoma dez anos depois, comparado a 3%, entre pessoas que não aplicavam protetor solar com frequência ou do modo correto. Para os autores do artigo, a redução não tem significado estatístico. Ouvido pela BBC News Brasil, o dermatologista Sérgio Schalka, referência nacional em fotoproteção, afirma que há um problema nos protetores solares americanos, o que pode explicar em parte a dificuldade de determinar a eficácia dos filtros fabricados ali. "Há uma disputa entre a sociedade médica americana e a FDA, que demora muito para regulamentar novos filtros e não avalia os que já estão no mercado. No Brasil, a regulamentação segue mais as diretrizes dos órgãos de saúde europeus." Schalka diz que o desafio, agora, é conduzir estudos de longo prazo para estabelecer de fato o que faz um protetor solar. "É complexo, porque precisamos ter sempre um grupo controle, que nesse caso não pode ficar sem usar nada de filtro solar por causa dos riscos, seria antiético. Só a Austrália fez algo massivo, com uma pesquisa conduzida por Adele Green. É o estudo mais importante que temos, envolveu milhares de pessoas. E ele comprova a eficácia dos protetores solares australianos: entre a população que fazia uso constante de filtro solar, o número de casos de melanoma caiu pela metade." Jade Cury Martins, coordenadora do departamento de Oncologia da Sociedade Brasileira de Dermatologia, afirma que tanto o estudo da FDA quanto o dos dermatologistas da Universidade de Connecticut fazem uma crítica adequada às metodologias usadas nos estudos anteriores, dentro da realidade americana. "É verdade que ainda existem controvérsias sobre o uso do protetor solar. Uma delas é exatamente sobre a absorção das substâncias pela pele, e se isso teria algum impacto ou toxicidade para nosso organismo. Outra controvérsia seria o efeito hormonal do uso frequente de protetores. A questão da vitamina D também é muito debatida pelos médicos: usar filtro solar reduz a síntese da substância, que é fundamental na absorção de cálcio pelo organismo e na formação e recuperação de tecido ósseo. Nesse último caso, temos a opção de receitar vitamina D quando há deficiência, mas todas as questões que descrevi permanecem em aberto", afirma a especialista. Martins argumenta que o câncer é uma doença multifatorial e complexa, "mas é importante dizer que o estudo sobre a eficácia conclui de modo muito assertivo que o uso de protetor solar deve ser encorajado, apesar da carência de evidências. Estudos prospectivos de longo prazo são sempre necessários". Os tipos de câncer de pele O câncer de pele é o tumor maligno mais frequente no Brasil: corresponde a cerca de 30% de todos os casos de câncer registrados no país. Melanoma é o tipo de câncer de pele menos comum e mais letal Wikimedia Commons A doença é dividida em dois grupos principais: melanomas e não melanomas. Os não melanomas são o tipo mais comum (cerca de 90% dos casos) e apresentam alto percentual de cura, se forem detectados e tratados precocemente. Carcinoma basocelular - o mais comum e também o menos agressivo - e carcinoma espinocelular (ou epidermoide) são variações dentro desse grupo. Os melanomas representam apenas 3% das neoplasias malignas da pele. No entanto, são o tipo mais grave da doença, devido à probabilidade de provocarem metástase (disseminação do câncer para outros órgãos do corpo). A relação entre o sol e o câncer de pele É consenso entre os especialistas que, em excesso, a radiação ultravioleta (UV) emitida pelo sol provoca reações cutâneas e em nossos olhos. São três os tipos de radiação ultravioleta: UVA, UVB e UVC. Tanto a UVA quanto a UVB têm potencial de penetrar a pele, danificar o DNA das células e favorecer o surgimento do câncer. Além disso, a UVB provoca vermelhidão, queimaduras e sensação de ardência. A UVC não penetra a atmosfera da Terra: é absorvida antes pela camada de ozônio. A exposição à luz do Sol causa ainda enrugamento e manchas escuras na pele, o lentigo, muito comuns em pessoas acima dos 50 anos. A luz solar agride os olhos e pode provocar catarata. Mas câncer é uma doença complexa, em que participam componentes genéticos e ambientais. "Outros fatores de risco incluem a cor da pele, ter cabelos e olhos claros ou ruivos, ter recebido radiação ionizante na pele (radioterapia, por exemplo), ter histórico familiar... No caso do melanoma, há ainda predisposições genéticas", afirma Martins. A origem dos filtros solares Segundo o livro The History of Sunscreen (a história do protetor solar, em tradução livre), de Adam S. Aldahan, os egípcios foram os primeiros a fabricar protetores solares. Eles usavam ingredientes como farelo de arroz, jasmim e tremoço para as pastas que protegiam a epiderme, a camada mais superficial da pele. Protetor solar Divulgação Embora não compreendessem os efeitos nocivos do sol, entenderam o conceito de bronzeamento. Em uma cultura em que a pele mais clara era mais desejável, o propósito do filtro solar entre os egípcios era unicamente cosmético. "Só recentemente foi descoberto que o farelo de arroz absorve a radiação ultravioleta, que o jasmim ajuda a reparar o DNA e que o tremoço 'ilumina' a pele", explica o autor no livro. Outras culturas também fabricavam cosméticos - os dos gregos antigos tinham como base o azeite. Algumas tribos nativas americanas se besuntavam com um uma pasta feita da planta Tsuga canadensis, a cicuta canadense, que tem efeito calmante em queimaduras solares. O que o protetor solar faz Quando bem utilizados, os filtros solares evitam as queimaduras que podem levar ao surgimento de alguns tipos de melanoma. O filtro solar é eficaz em prevenir os danos cutâneos causados pela radiação UVB, tanto agudos (queimaduras solares) quanto crônicos - como manchas, fotoenvelhecimento e câncer de pele. Também é eficaz para doenças que são pioradas pelos raios UV, como é o caso do lúpus eritematoso. O uso do protetor solar é imprescindível. Aplique diariamente para proteger a pele chezbeate/Pixabay Pelas normas da Anvisa, todos os filtros devem ter um fator de proteção UVA de ao menos 1/3 do valor da proteção UVB - o FPS que vemos no rótulo deve ser, de preferência, 30 ou maior. Eles devem ser aplicados de 15 a 30 minutos antes da exposição ao Sol, e serem reaplicados regularmente, a cada duas ou três horas. O maior erro de quem usa protetor solar está na quantidade de filtro aplicada: a maioria das pessoas usa menos do que deveria. O Consenso Brasileiro de Fotoproteção, documento assinado pelos conselhos de dermatologistas do país, criou em 2013 a "regra da colher de chá", que determina a proporção ideal de fotoprotetor para cada parte do corpo. Rosto, cabeça e pescoço devem receber uma colher de chá de filtro solar cada um. Torso e costas, duas colheres de chá cada. E a vitamina A? Também alardeada como prejudicial à pele, a vitamina A presente na formulação de alguns protetores solares não causa câncer. O que acontece é que o retinol, produto derivado da substância e presente nesses produtos, estimula a regeneração celular, mas em geral protetores com retinol devem ser usados depois do entardecer, porque com o aquecimento da pele pode causar irritação. A regra geral indica que filtros orgânicos, ou de base química, absorvem a radiação. Os inorgânicos ou minerais, também chamados de bloqueadores solares, refletem a radiação. Hoje, se sabe que os inorgânicos também absorvem os raios UV. "Os dois possuem vantagens. Mas o filtro solar inorgânico causa menos dermatite de contato. Por isso, é o tipo de produto recomendado para uso em bebês com mais de seis meses, pois há menor risco de sensibilização", explica Martins. Tatiana Araújo Batista tem trabalhado com a produção de filtros solares inorgânicos biocompatíveis, que levam compostos como hidroxiapatita e fosfato tricálcio. "São substâncias que existem naturalmente nos ossos e dentes, ou seja, materiais compatíveis com o tecido humano. Além de não causarem alergias, descartariam o risco de desenvolver outros tipos de câncer."

Texto completo




          Envie por E-mail