Cientistas criam plantas que brilham no escuro como em Avatar

As plantas que brilham no escuro só eram encontradas na ficção, como as mostradas no filme Avatar. Agora, elas já são uma realidade, graças ao grupo de cientistas que descobriu uma maneira de criar plantas capazes de brilhar no escuro por todo o seu ciclo. A novidade foi apresentada em um artigo publicado na revista Nature Biotechnology, na última segunda-feira (27).

Bioluminescência é a capacidade dos organismos de brilhar ou emitir luz. Ela ocorre em uma ampla variedade de animais e micro-organismos, como insetos, fungos, peixes e plânctons, entre outros. Porém, não está presente nas plantas — por isso, vários cientistas trabalham na tentativa de produzi-la artificialmente.

Leia mais...






          Envie por E-mail  

Ministro diz que não é possível iniciar liberação do isolamento com curva do coronavírus em 'franca ascendência'

O ministro da Saúde, Nelson Teich, disse nesta quinta-feira (30) que tem diretrizes prontas para orientação da sociedade sobre o distanciamento social. "A gente tem uma diretriz, a gente tem um ponto de partida. Mas algumas coisas são básicas, não dá para voce começar uma liberação quando você tem uma curva em franca ascendência." Nelson Teich, ministro da Saúde Com a divulgação dos casos do dia, o Brasil passou de 5,9 mil mortes e foi perguntado sobre qual a recomendação sobre o isolamento. “Não é porque teve alteração no número de mortes que a política vai mudar. Neste momento, o distanciamento permanece como orientação. E vamos avaliar cada lugar, cada região, quanto de recurso para atender pessoas”, disse o ministro. Brasil ultrapassa a China em número de casos de coronavírus com mais de 85 mil infectados Initial plugin text

Texto completo




          Envie por E-mail  

Brasil tem 5.901 mortes e 85.380 casos confirmados por coronavírus

O Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira (30) o mais recente balanço dos casos de coronavírus no Brasil. Os principais dados são: 5.901 mortes, na quarta-feira (29) era 5.466 85.380 casos confirmados, na quarta-feira era 78.162. Foram 7.218 casos a mais (9%) Em 24 horas, foram 435 mortes a mais, aumento de 8% São Paulo tem 2.375 mortes e 28.698 casos confirmados Initial plugin text

Texto completo




          Envie por E-mail  

'E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?’, diz Bolsonaro sobre mortes por coronavírus; 'Sou Messias, mas não faço milagre'

Nesta terça-feira, Brasil somou 5.017 mortes por Covid-19, segundo os números oficiais, e superou o total de mortos da China, país de origem da pandemia de coronavírus. “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?”, diz Bolsonaro sobre mortes por coronavírus O presidente Jair Bolsonaro perguntou a uma repórter, na portaria do Palácio da Alvorada, o que quer que ele faça em relação às mortes por coronavírus no Brasil, que nesta terça-feira (28) superaram as da China, país de origem da pandemia. Nesta terça-feira, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, o número de mortes confirmadas por Covid-19, a doença provocada pelo coronavírus, ultrapassou a marca dos 5 mil, chegando a 5.017. Na China, são 4.643. Durante a entrevista, uma jornalista disse ao presidente: “A gente ultrapassou o número de mortos da China por covid-19”. O presidente, então, afirmou: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse, em referência ao próprio sobrenome. Momentos depois, na mesma entrevista, Bolsonaro disse se solidarizar com as famílias das vítimas. “Lamento a situação que nós atravessamos com o vírus. Nos solidarizamos com as famílias que perderam seus entes queridos, que a grande parte eram pessoas idosas”, disse. “Mas é a vida. Amanhã vou eu. Logicamente, a gente quer ter uma morte digna e deixar uma boa história para trás”, disse o presidente. Brasil supera China no número oficial de mortos pelo coronavírus Questionado se conversaria com o ministro da Saúde, Nelson Teich, sobre a flexibilização do distanciamento social, Bolsonaro afirmou que não dá parecer e não obriga ministro a fazer nada. O presidente também disse que ninguém nunca negou que a covid-19 causaria mortes no Brasil e que 70% da população será infectada. “As mortes de hoje, a princípio, essas pessoas foram infectadas há duas semanas. É o que eu digo para vocês: o vírus vai atingir 70% da população. Infelizmente é a realidade. Mortes vão (sic) haver. Ninguém nunca negou que haveria mortes”, disse. Exames O presidente também foi questionado sobre decisão judicial que deu ao jornal “O Estado de S. Paulo” o direito de ter acesso resultados dos testes de coronavírus aos quais se submeteu. Segundo o presidente, os dois exames resultaram negativo. Bolsonaro disse ter o direito de não mostrar os resultados dos testes. “Vocês nunca me viram aqui rastejando, com coriza. Eu não tive [a doença], pô. E não minto [...]. Da minha parte, não tem problema mostrar. Mas, agora, eu quero mostrar que eu tenho o direito de não mostrar”, afirmou. Initial plugin text

Texto completo




          Envie por E-mail  

1988 OR2, o asteroide 'potencialmente perigoso' que acaba de passar perto da Terra


Asteroide gigante, de cerca de 2 km de comprimento, que passou a uma distância de cerca de 16 vezes a distância do nosso planeta até a Lua, é listado como 'potencialmente perigoso'. O asteroide 1998 OR2 tem cerca de dois quilômetros de largura. NASA/ARECIBO OBSERVATORY A Terra foi uma testemunha privilegiada da jornada de um asteroide gigante nesta quarta-feira (29/04). O corpo celeste, de cerca de 2 quilômetros de largura, passou a uma distância que os astrônomos definem como "aproximação". O asteroide OR2 1998 passou a cerca de 6,3 milhões de quilômetros do nosso planeta. Isso é mais de 16 vezes a distância que nos separa da Lua. Mas, apesar do fato de a Nasa, agência espacial americana, ter alertado que o asteroide não representaria um risco para a Terra, os astrônomos o classificaram como "potencialmente perigoso". Por que é considerado perigoso se passou tão longe? Asteroide gigante passa perto da Terra A importância do rastreamento O perigo potencial, segundo a Nasa, tem mais a ver com o que ele pode se tornar no futuro. "O asteroide 1998 é classificado como 'potencialmente perigoso' porque, ao longo de um milênio, qualquer pequena variação em sua órbita pode criar mais perigo para a Terra do que representa agora", explicou a agência espacial em um comunicado. Por isso, é importante para os astrônomos rastrear o asteroide durante sua aproximação à Terra. "Usando telescópios e radares, observar as mudanças no asteroide nos permite avaliar melhor seu perigo a longo prazo", diz o comunicado. Segundo a Nasa, quase todos os asteroides próximos à Terra, de tamanho semelhante ou maior, já foram descobertos, rastreados e catalogados. Getty Images via BBC Perigo futuro? O asteroide 1998 OR2 foi descoberto em 1998 e os astrônomos o rastreiam desde então. "Como resultado, avaliamos sua trajetória com muita precisão e podemos dizer com segurança que este asteroide não tem chance de causar impacto nos próximos 200 anos", diz a Nasa. Segundo a agência espacial, a próxima aproximação ocorrerá em 2079 e o tornará muito mais próximo: cerca de 4 vezes a distância da Terra à Lua. Os astrônomos aproveitaram a aproximação do asteroide para observá-lo com mais detalhes. Observar grandes asteroides é mais fácil do que observar pequenos asteroides, porque eles refletem mais luz e podem ser melhor detectados por um telescópio. Segundo a Nasa, quase todos os asteroides próximos à Terra, de tamanho semelhante ou maior, já foram descobertos, rastreados e catalogados. "É extremamente improvável que um desses grandes asteroides possa impactar a Terra no próximo século, mas continuam os esforços para descobrir asteroides que podem representar perigo futuro", diz a Nasa. VÍDEO Astrônomos treinam para defender a Terra da queda de grande asteroide PODCAST DO DIA O podcast O Assunto, do G1, fala nesta quinta-feira (30) sobre as vítimas ocultas da Covid-19.

Texto completo




          Envie por E-mail  

Médico alerta para a necessidade de suplementação de vitamina D na quarentena


Pessoas não pegam sol durante o confinamento, aumentando o risco de insuficiência vitamínica. Sedentarismo pode agravar a perda de massa óssea O isolamento social é o meio mais eficiente para se proteger do novo coronavírus, mas o confinamento produz efeitos colaterais que podem trazer riscos à saúde. A maioria acaba não pegando sol, o que afeta a produção da vitamina D, ativada através da exposição aos raios solares na pele. Para quem sofre de osteopenia ou osteoporose, o problema é maior: além da falta de vitamina, o sedentarismo da quarentena pode agravar a perda de massa óssea e acarretar também um enfraquecimento muscular. Para o ortopedista geriátrico Francisco Paranhos, doutor em endocrinologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, pesquisador clínico do Serviço de Endocrinologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, e vice-presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo, diante deste cenário, os médicos se preocupam com a ocorrência de quedas e fraturas. O ortopedista geriátrico Francisco Paranhos, vice-presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo Acervo pessoal Durante o período de quarentena, sem a exposição solar, a suplementação de vitamina D é benéfica para todos, ele explica: “a vitamina D tem um papel relevante na ação esquelética, porque atua na função muscular e no metabolismo do cálcio, preservando a massa óssea e reduzindo o risco de quedas e fraturas. Mas os benefícios da vitamina D não param por aí. Existem muitas evidências científicas sobre suas ações extra-esqueléticas, como, por exemplo, na modulação imunológica, na defesa antimicrobiana, na ação anti-inflamatória e anticâncer, na função neuroprotetora e nos benefícios cardíacos”. Acrescenta que o tempo de exposição ao sol varia de acordo com a latitude, a estação do ano e cor da pele, entre outros fatores. Estar distante da linha do equador, ou nos meses frios do ano, ou ainda ter o tom de pele mais escuro ativa menos a formação da vitamina D. O melhor sol é o da faixa entre 12h e 15h, mas é preciso usar o bom senso e evitar os excessos e queimaduras. “Ninguém deve se expor ao risco de um câncer de pele. Indivíduos de pele clara deveriam pegar de 15 a 20 minutos de sol, pelo menos de três a quatro vezes na semana, expondo partes do corpo como pernas, braços, abdômen e costas, sem a necessidade de ficarem vermelhos ou bronzeados. As pessoas de pele negra necessitam de um tempo um pouco maior, até 30 minutos, pois a melanina, pigmento da pele, é um filtro solar natural”, complementa. Outros fatores podem diminuir a ativação da vitamina D, como o envelhecimento da pele, o uso de roupas compridas ou de filtros solares, a poluição e a exposição solar através do vidro da janela. Um filtro solar de fator de proteção 30 inibe a ativação da vitamina D de 95% a 99%. Muitas das vezes, apesar de o idoso se expor ao sol, o envelhecimento faz com que a pele perca eficiência como “sensor” para produzir vitamina D, aumentando a necessidade de uma suplementação via oral. O doutor Paranhos citou o professor Giancarlo Iasaia, pesquisador da Universidade de Turim, na Itália, que observou que os pacientes graves infectados pelo novo coronavírus tinham uma grande prevalência de insuficiência vitamínica D. Os dados preliminares da pesquisa não testaram a administração de vitamina D para melhorar a evolução desses doentes, mas o professor apontou a necessidade de corrigir essa deficiência. Por isso, ele diz que, considerando a falta de exposição solar na atual quarentena e a chegada do período de frio e com menor insolação, há uma grande chance de desenvolvermos uma insuficiência vitamínica D. Os adultos jovens podem se beneficiar com a suplementação de doses de mil unidades diárias, enquanto os idosos precisariam de 2 mil unidades. Como se trata de uma vitamina lipossolúvel, que se acumula no organismo, as doses podem ser ministradas semanalmente ou até mensalmente. Por último, lembra que a osteoporose é uma doença silenciosa e acomete tanto mulheres quanto homens. Nas mulheres é mais precoce, dada a perda do hormônio sexual feminino, o estrogênio, por volta dos 45 aos 50 anos de idade, quando ocorre a menopausa. Nos homens, a andropausa, a falta da testosterona, o hormônio sexual masculino, se dá depois dos 60 anos. Em ambos os gêneros, a perda dos respectivos hormônios leva a um aumento da reabsorção e do enfraquecimento dos ossos, isto é, o envelhecimento é um fator de risco para desenvolver osteoporose e sofrer fraturas. Um alerta: de 40% a 50% das mulheres e 25% dos homens acima dos 50 anos sofrerão pelo menos uma fratura osteoporótica ao longo de suas vidas. A de quadril é a mais temida, pois tem uma taxa de mortalidade de 20% a 30% num primeiro ano após o episódio, além das sequelas físicas que produz.

Texto completo




          Envie por E-mail  

Testes rápidos do coronavírus: tire dúvidas sobre a venda em farmácias, qual uso indicado e o que se sabe sobre a eficácia


Resultados saem depois de 10 a 30 minutos, e só poderão ser feitos com o acompanhamento de um profissional. Coronavírus: resumo com as principais características dos testes moleculares e dos testes rápidos Guilherme Luiz Pinheiro/Arte G1 Farmácias e drogarias poderão realizar testes rápidos para o novo coronavírus no Brasil. A decisão é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e foi anunciada nesta terça-feira (28). Com isso, os exames deixam de ser feitos de forma exclusiva por hospitais e clínicas. Abaixo, veja perguntas e respostas sobre o assunto: O que são os testes rápidos? Qual a diferença entre testes rápidos e moleculares (rRT-PCR)? O teste rápido substitui outros tipos de exame? Existe um período ideal para fazer o teste rápido de farmácia? Considerando o uso correto, para quais perfis de casos eles devem ser usados? Qual a estimativa de preço? Qualquer farmácia vai poder fazer o teste rápido? O que significam as siglas nos dispositivos de teste rápido? Qual o nível de confiança ou eficácia dos testes rápidos? Como os testes rápidos estão sendo usados pelo mundo? O que são os testes rápidos? São exames que detectam se o paciente adquiriu anticorpos para o vírus. Eles são feitos com uma picada no dedo da pessoa que vai ser testada ou com uma coleta tradicional de sangue em laboratório. A amostra vai para um pequeno dispositivo, semelhante a alguns dos tipos de testes de gravidez ou de glicemia. Em um intervalo que varia de 10 a 30 minutos, o aparelho mostra se a pessoa tem anticorpos para o vírus. Esses anticorpos são produzidos pelo próprio corpo para se defender da doença: se a pessoa tem, significa que ela já foi infectada. Anvisa libera venda de testes para coronavírus em farmácias; decisão preocupa especialista DISTANCIAMENTO: Isolamento é necessário 'porque você não sabe o que fazer', diz ministro ALERTA: RJ avalia 'lockdown' caso curva de casos de Covid siga sem controle e a população fure o isolamento IMUNIDADE: OMS diz que proporção de pessoas que desenvolvem anticorpos contra a Covid-19 é baixa Qual a diferença entre testes moleculares (rRT-PCR) e testes rápidos? As principais diferenças estão no material coletado, no tipo de análise e no tempo que o resultado leva para sair. No teste molecular, mais conhecido como rRT-PCR, a coleta é com um cotonete, colocado na boca e no nariz da pessoa que vai ser testada. A amostra é processada em laboratórios. Tecnicamente o resultado pode ser obtido em 4 horas, mas durante a pandemia pode demorar até 7 dias por causa de gargalos nos laboratórios. Esse tipo de exame é o mais indicado para diagnosticar a Covid-19, porque consegue detectar o vírus logo no começo da doença. A chance de um falso negativo também é menor. No teste rápido, a coleta é feita de forma semelhante à medição de glicose, com uma picada no dedo e coleta de uma amostra de sangue. Ele leva de 10 a 30 minutos para mostrar o resultado, e é indicado apenas em pessoas que apresentam sintomas há pelo menos 7 dias. Esse tipo de exame mostra se a pessoa testada tem anticorpos para o vírus. “Quando eu falo do teste rápido, é outra avaliação. Estou avaliando a dosagem de anticorpos. Não vejo (detecto) mais o vírus, mas o anticorpo, que é a primeira arma do corpo contra o vírus”, afirma o médico infectologista Jean Gorinchteyn. O teste rápido substitui outros tipos de exame? Os testes rápidos não têm finalidade confirmatória, e servem como um auxílio no diagnóstico da Covid-19. Ou seja, mesmo que o resultado do teste rápido seja positivo, o paciente não será automaticamente diagnosticado como caso confirmado. O mesmo vale para um possível resultado negativo. Isso acontece porque, no estágio inicial da infecção, falsos negativos são esperados, porque o nível de anticorpos pode ser muito baixo. De acordo com o infectologista e epidemiologista Antonio Bandeira, diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), "quanto mais tempo passar desde o início dos sintomas, maior será a chance de ficar positivo o teste rápido". "Esses testes rápidos a gente não tem segurança neles. Há uma variação entre diversos fabricantes. A aprovação deles foi feita de forma emergencial, com uma quantidade baixa de número de amostras. Eles indicam a produção de anticorpos, ou seja, no primeiro dia até o 8º dia, esses testes não são apropriados para mostrar nada. Eles devem ficar negativos no início, porque a pessoa não tem anticorpos suficientes contra a doença", explicou o infectologista. Segundo Bandeira, esse tipo de teste não substitui o teste PCR, que consegue detectar o agente da doença e é mais seguro. Teste rápido para Covid-19. A partir da coleta de uma gota de sangue, é possível detectar a presença de anticorpos – são defesas produzidas pelo corpo humano contra o vírus Leopoldo Silva/Agência Senado Existe um período ideal para fazer o teste rápido de farmácia? A Anvisa recomenda que o teste rápido seja feito pelo menos 7 dias após o início dos sintomas. Antonio Bandeira avalia que a partir do 8º é mais seguro e, quanto mais tarde, maior a chance de dar um resultado confiável positivo. O Ministério da Saúde recomenda como ideal o período entre o 10º e o 14º dia (veja gráfico abaixo). Testes moleculares e testes rápidos têm nível de acerto determinado pelo uso correto dentro de cada período de apresentação dos sintomas da Covid-19 Juliane Souza/Arte G1 Os testes rápidos são indicados para descobrir se a pessoa já tem os anticorpos para o vírus. Como o corpo demora para produzir os anticorpos, o exame só consegue achá-los a partir da primeira semana com sintomas da doença. Antes disso, existe a grande chance de que alguém, mesmo que tenha a Covid-19, receba um resultado negativo. Por isso, no início dos sintomas, o ideal é fazer o teste PCR (molecular), o mesmo distribuído pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e feito pelo SUS nos laboratórios de referência. Ele é o "padrão ouro": "Eles pegam o genoma do vírus, sequenciam, tiram um pedacinho da sequência e quando você coloca na presença do vírus, ele sinaliza", explica a infectologista Tânia Vergara, da Sociedade de Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro. Por isso, o PCR consegue detectar o início da infecção e é mais confiável. Ele busca o próprio vírus, enquanto o teste rápido encontra a resposta imunológica do corpo ao vírus. "Na verdade, o PCR ele vai atrás do agente, do vírus ou da bactéria. Os testes rápidos eles são testes que você busca a presença de anticorpos. Não é a melhor forma possível, mas é a mais rápida", disse Bandeira. Considerando o uso correto, para quais tipos de casos eles devem ser usados? De acordo com o médico infectologista Jean Gorinchteyn, do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, os testes rápidos são recomendados para pessoas que estejam apresentando sintomas da Covid-19 há pelo menos 7 dias. Qual a estimativa de preço? Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), ainda não existe uma previsão de quanto os testes vão custar. “Isso vai depender do custo de aquisição do produto, que é realizado em dólar”, disse Sergio Mena Barreto, presidente da Abrafarma. Em redes de farmácias, os testes já podem ser encontrados por cerca de R$ 200. Qualquer farmácia vai poder fazer o teste rápido? Não. Apenas estabelecimentos com profissional qualificado durante todo o horário de funcionamento podem aplicar os testes. Também é preciso lembrar que a decisão da Anvisa permite que farmácias façam os testes, mas a adesão é voluntária. Teste de Covid-19 é aplicado em funcionário de casa de repouso em Bruxelas, na Bélgica, em 18 de abril Kenzo Tribouillard/AFP Testes para Covid-19: conheça os tipos de exames diagnósticos O que significam as siglas nos dispositivos de teste rápido? Teste rápido para Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus Divulgação/Secom-PB Os resultados dos testes rápidos são exibidos por um conjunto de letras: IgM e IgG, anticorpos da fase aguda (a partir de 4º - 5º dias) e crônica (a partir de 13º-14º dias) da doença, respectivamente. Estas são as defesas do organismo a um agente externo, como o coronavírus. Qual o nível de confiança ou eficácia dos testes rápidos? A eficácia dos testes rápidos é o principal ponto de preocupação na utilização desses testes. Apesar de algumas fabricantes prometerem índices de precisão acima de 90%, alguns exames apontam que a chance de erro pode ser de 70%. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz e publicado no jornal "O Globo" aponta que os testes rápidos podem ser ferramentas úteis, mas, que as marcas disponíveis no Brasil tem em média um risco relativamente alto de falsos negativos - quando o anticorpo não é detectado, mas a pessoa está infectada. Em entrevista ao jornal, o pesquisador e hepatologista Hugo Perazzo, disse que os testes são capazes de detectar mais facilmente o anticorpo IgG, que aparece no final do ciclo da doença. O tipo IgN, depois do 8º dia, pode ser mais difícil e mais suscetível a um resultado que não condiz com a verdade. Além disso, algumas entidades médicas demonstraram preocupação com relação à aprovação dos testes pela Anvisa. São contrárias ao uso: Associação Brasileira de Biomedicina (ABBM), Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML). "Com inúmeras evidências de que os testes rápidos apresentam grande variação de qualidade e desempenho, visto que países como Espanha e Itália já devolveram aos fabricantes milhões de kits com baixa eficiência, demonstramos preocupação com a aprovação", apontam as entidades em nota. Como os testes rápidos estão sendo usados pelo mundo? Os testes rápidos não são unamidade. A Espanha teve problemas com cerca de 9 mil testes rápidos de um lote de mais de 600 mil exames da empresa chinesa Bioeasy. O índice de precisão, que deveria ser de 80%, foi de apenas 30%. A embaixada da China no país alertou o governo espanhol, no entanto, que a empresa não era credenciada para produzir esse tipo de teste. Após adquirir milhões de testes rápidos, o Reino Unido, admitiu que ainda não tem “nenhum que seja bom o suficiente”, de acordo com o secretário de saúde do país, Matt Hancock, em entrevista à rede de notícias BBC. Um estudo da Universidade de Oxford, coordenado pelo professor John Bell, mostrou que os testes analisados “não tiveram bom desempenho”, apresentando “muitos falsos negativos e também falsos positivos”. A conclusão é de que “nenhum dos testes avaliados atenderia aos critérios para um bom teste”, disse o estudo, sem informar quantos tipos de exame foram considerados. Já a República Tcheca, que também adquiriu testes rápidos chineses, afirmou que 80% dos exames apresentavam defeito. Initial plugin text

Texto completo




          Envie por E-mail  

Mortes por síndromes respiratórias em 2020 superam média dos últimos 10 anos, apontam dados da Fiocruz

Além dos dados consolidados, estimativa aponta que total de mortes por SRAG no Brasil pode já ter superado 5,8 mil, segundo sistema Infogripe, da Fiocruz. O Brasil já acumula neste ano mais de 5,5 mil mortes causadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), número que é maior que a média registrada entre 2010 e 2019, de acordo com dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). São exatas 5.580 mortes por SRAG registradas até o dia 25, quando o Brasil contabilizava 4.016 mortes por Covid-19. A média entre os anos de 2010 e 2019 é de 2.019 mortes por SRAG. A SRAG é uma doença respiratória grave que exige internação e é causada por vírus, seja ele o novo coronavírus (Sars-CoV-2), o Influenza (H1N1) ou outros. Os casos são reportados pelos hospitais ao Ministério da Saúde, e a Fiocruz consolida e divulga pela plataforma Infogripe. De acordo com a Fiocruz e especialistas ouvidos pelo G1, os números indicam uma sub-notificação dos casos da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O número deste ano supera o que foi registrado em todo 2019, quando houve 3.811 casos de SRAG, e ultrapassa todo o período de 2016, quando houve um surto de H1N1 e foram contabilizados 4.785 casos da síndrome. Ministério diz que 1,2 mil mortes por síndromes respiratórias estão sendo investigadas Estudo mostra aumento expressivo de internações por síndromes respiratórias e indica subnotificação da Covid-19 Estimativa aponta sub-notificação Além do dado já contabilizado no ano todo, a Fiocruz também faz projeções com base nos padrões da síndrome respiratória. Segundo essas estimativas, o número apontado é maior e ficaria em 5.866 desde março, considerando a soma do verificado nas semanas epidemiológicas 10 (01 a 7/3) até 16 (19 a 25/4) . O colunista do G1 Hélio Gurovitz apresentou na quarta-feira (22), em primeira mão, as projeções da Fiocruz apontando que as mortes no país estão subestimadas, o que indica sub-notificação. A estimativa da Fiocruz para essa projeção atual é feita com análise estatística. Ela leva em conta uma série de fatores dentro dos padrões da SRAG no Brasil conforme os registros dos últimos anos. “As estimativas pegam uma média de crescimento (...). É um modelo estatístico que pega um histórico e faz mostra um cenário”, afirma Marcelo Gomes, coordenador do Infogripe da Fiocruz. O coordenador do Infogripe diz ainda que a sub-notificação é "inerente". "Os dados sugerem, sim, mais casos de Covid", disse Gomes. Para Prado, a sub-notificação de óbitos está em duas fontes: "óbitos em residências que não chegam ao sistema de dados de SRAG, e os que não identificam o coronavírus por meio de teste, por exemplo." De acordo com Paulo Inácio Prado, que trabalha com biologia quantitativa e é integrante Observatório Covid-19, a estimativa é a melhor possível para prever o número de mortes do Brasil antes da inclusão oficial dos dados. "Eles [Fiocruz] usam uma técnica diferente que eles desenvolveram. É o melhor que podem fazer com o dado que a gente tem. Eles são um grupo de excelência, é a melhor estimativa que você tem, mas tem uma margem de erro. E sempre fazem para a semana epidemiológica anterior, e o que está correndo agora só vamos saber na outra semana”. Metodologia e interpretação dos dados Os dados filtrados pela Fiocruz podem ser menores do que os valores divulgados pelo Ministério da Saúde. Os motivos: os pesquisadores usam três sintomas para a inclusão dos casos de SRAG: febre, tosse ou dor de garganta e dificuldade para respirar. Já o ministério passa a incluir como SRAG os pacientes que apresentam apenas um dos sintomas. Além disso, o ministério tem atualizado os dados diariamente, enquanto a plataforma da Fiocruz é alimentada uma vez por semana. A Fiocruz verificou uma queda no número de mortes nas últimas semanas epidemiológicas. De acordo com Marcelo Gomes, coordenador do Infogripe da Fiocruz, os dados são colocados aos poucos pelos hospitais e unidades de saúde e demoram muitas vezes para serem incluídos nas bases. Por isso, a queda nos índices, mas com o tempo todos os números são incluídos. Internações por SRAG Os dados do Infogripe também mostram aumento expressivo nas internações por SRAG neste ano no Brasil, em comparação com a média da última década. Na contagem da Fiocruz, o Brasil teve 44,7 mil internações por SRAG, muito acima da média desde 2010, de 3,9 mil casos. Mesmo em 2016, quando houve um surto de H1N1, foram registrados 32,8 mil casos durante os 12 meses do ano. "O número de casos está muito alto. Completamente fora do padrão", afirma Marcelo Gomes. Os motivos, segundo ele, são: Há mais hospitalizações em decorrência da Covid-19 E a velocidade com que o vírus se espalha é maior que em anos anteriores (há uma "maior rapidez de disseminação") Um terceiro fator, diz, é que o sistema da Fiocruz passou a receber um número maior de notificações de hospitais privados. Por isso, a comparação deste ano com os anteriores não é perfeita. Mas, segundo Gomes, mesmo descontando os dados de hospitais privados, a alta seria expressiva. "Outro fator, cuja contribuição não é tão grande, é o fato de que nos últimos anos quem reportava fundamentalmente era praticamente só a rede pública. E, neste ano, a rede privada também passou a reportar. Mas a contribuição não é tão grande quanto os outros [fatores]." Estudo mostra aumento de internações por síndrome respiratória aguda este ano no Brasil Initial plugin text

Texto completo




          Envie por E-mail  

Coronavírus: estudo mapeia rota do novo coronavírus rumo ao interior do Brasil


Levantamento aponta que já existem casos confirmados de Covid-19 em todos os municípios com mais de 500 mil habitantes, e em 93,8% daqueles com população entre 100 e 500 mil pessoas. 28 de abril: agente de saúde com roupa protetora transporta corpo de paciente para um caminhão refrigerado no Hospital Evandro Freire, no Rio de Janeiro. Ricardo Moraes/Reuters Não se sabe a data exata em que o novo coronavírus desembarcou no Brasil, mas o primeiro caso da Covid-19, a doença causada por ele, foi registrado em São Paulo no dia 26 de fevereiro. A partir de então, o vírus começou a se espalhar pelo país, primeiro pelas rotas aéreas entre as capitais e os principais centros urbanos, depois pelas rodovias, que interligam as cidades brasileiras. Hoje, há casos confirmados dele em todos os municípios com mais de 500 mil habitantes, que são 48 no total, e em 93,8% daqueles com população entre 100 e 500 mil pessoas (259 dos 276 existentes). Os dados são do MonitoraCovid-19, um sistema criado, em 30 de março, por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que integra dados sobre o novo coronavírus no Brasil e no mundo. O objetivo é criar um retrato em tempo real da epidemia no país, por estados e por municípios, possibilitando a comparação de tendências e extração de dados para análises. Ou seja, pretende analisar a disseminação espacial e temporal da Covid-19. Metrópoles ainda concentram 21 de abril: vista aérea do sepultamento em massa de vítimas de Covid-19 no cemitério do Parque Tarumã, em Manaus. Michael Dantas/AFP O pesquisador Ricardo Dantas, do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (ICICT), da Fiocruz, e do MonmitoraCovid-19, diz que a doença começou nas principais metrópoles e, a partir desses espaços distantes de outras grandes cidades, mas profundamente integrados por via aérea, começou a se disseminar pelo país e delas para outras regiões, por vias rodoviárias. De acordo com seu colega Christovam Barcelos, coordenador do MonitoraCovid-19, os dados levantados pelo sistema mostram que, de maneira geral, há uma tendência de interiorização da pandemia. "A maior parte dos casos de Covid-19 está ainda localizado nas metrópoles", diz. "Cerca de 73% deles se concentram nas regiões metropolitanas, onde moram apenas 33% da população do Brasil. As cidades pequenas e remotas (chamadas centros locais pelo IBGE) possuem no momento somente 4% dos casos." Mas a tendência a médio prazo é estes valores se equipararem, com a distribuição quase uniforme da incidência da doença. Segundo Dantas, essa interiorização se dará em direção à região Sul, Sudeste, estados do Nordeste e ao Centro-Oeste, especialmente no entorno de Brasília, pelas grandes vias de circulação. "Talvez a situação que podemos apontar como mais problemática é a do Sul, por conta da aproximação do inverno, da redução das temperaturas", prevê. Barcelos diz que os dados do sistema tonam possível comparar três tipos de cidades, as localizadas nas regiões metropolitanas, as chamadas capitais regionais e os centros locais. "As curvas de crescimento do número de casos são paralelas", explica. "Elas são separadas por cerca de duas semanas, no entanto. Isto é, o que acontece em uma cidade grande se reflete com um atraso de alguns dias nas menores, que possuem uma grande dependência das primeiras, tanto para realização de serviços, quanto para o trabalho e lazer." A restrição de transporte entre estas cidades pode ter retardado a ocorrência de surtos epidêmicos nas pequenas. "No entanto, a curva de crescimento nessas últimas (chamadas centros locais) é ligeiramente mais acelerada que nas metrópoles", conta Barcelos. Estados e medidas 21 de abril: mulher e criança andam de mãos dadas com máscaras protetoras contra a Covid-19 na Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Ricardo Moraes/Reuters "Isto indica que, com o passar do tempo, grande parte dos casos podem se concentrar nos municípios pequenos e remotos, onde vive cerca de 28% da população. Isto é extremamente preocupante porque são em geral cidades com baixa oferta de serviços de saúde e que precisam dos grandes centros para o diagnóstico e tratamento da doença e, em alguns casos, a internação em hospitais especializados." Para classificar as cidades quanto ao seu tamanho e área de influência, os pesquisadores usaram as informações da pesquisa Regiões de Influência das Cidades (REGIC), do IBGE, que as hierarquiza em cinco grupos: metrópoles (principais centros urbanos do Brasil, com redes urbanas de influência e grande grau de extensão, algumas em todo o território nacional); capital regional (exercem influência no estado e em estados próximos); centro sub-regional (influência preponderante sobre os demais centros próximos); centros de zona (municípios que apresentam importância regional, limitando-se as imediações/redondezas, exercendo funções elementares de gestão); e os centros locais (o restantes dos municípios em que a sua importância não extrapola seus próprios limites). Além dos maiores municípios (de 100 a 500 mil e mais de 500 mil habitantes), o MonitoraCovid-19 também apresenta dados dos menores. Segundo nota técnica divulgadas por seus pesquisadores no dia 17 de abril — a mais recente —, há casos registrados da doença em 59,6% das cidades com população entre 50 e 100 mil habitantes, que são 208 do total de 349 existentes no Brasil; em 25,8% das que têm 20 e 50 mil moradores (284 de 1.101); em 11,1% daquelas com população entre 10 e 20 mil (149 de 1.344); e 4,1% das áreas urbanas com menos de 10 mil habitantes (100 de 2.452). Tamanho dos municípios e casos de Covid Segundo Barcelos, os dados coletados até agora tornam possível concluir que a curva de crescimento brasileira está um pouco menos acelerada, ou menos íngreme, que a de outros países, que estabeleceram políticas e controle tardiamente, como a Itália e os Estados Unidos. "Mas, infelizmente, estamos acima de países como o Japão", revela. "Obviamente, cada Estado do Brasil tem tido um comportamento diferente e isso pode custar caro aos locais em que o problema está sendo menosprezado. O MonitoraCovid-19 permite essas comparações e um monitoramento permanente, o que vai ser importante para acompanhar as medidas de relaxamento do isolamento." Os pesquisadores também analisaram o crescimento diário do número de casos da doença, em três semanas distintas, de 29 de março a 4 de abril, e de 5 a 11 e de 12 a 16 de abril, segundo os estados brasileiros. Na nota técnica que divulgaram, eles dizem que se pode "observar que houve uma tendência à desaceleração do crescimento no número de casos em boa parte das UFs do país, principalmente nas regiões Sudeste e Sul". Mas, ainda de acordo com a nota, a pandemia segue com alto crescimento no número de casos na região Norte, marcadamente no Estado de Rondônia, e no Nordeste, onde se destacam os estados do Piauí e Alagoas. "Também é preocupante a situação dos Estados do Pará, Amapá, Maranhão e Pernambuco, que seguem com tendência de crescimento acelerado no número de casos." A tendência geral de decréscimo, no entanto, "pode ter relação com as medidas de isolamento social, dado que a comparação com outros países torna evidente o comportamento similar em várias partes do mundo". Uma das conclusões da equipe do MonitoraCovid-19 é que a epidemia do novo coronavíus apresenta comportamento diferentes de outras recentes. "A velocidade de propagação da doença é rápida e difusa, embora sejam observados alguns padrões", dizem na nota técnica. "No mundo, o início da sua disseminação acompanhou grandes 'hubs' aeroportuários e, num segundo momento, parece estar associado ao tamanho populacional das cidades. Nesses casos, 'hubs' aeroportuários secundários já dentro do país e caminhos rodoviários mais intensos parecem responder pelo processo de propagação. Em todos os casos, o tamanho populacional e, por consequência, o nível de centralidade do município parece responder pelo processo de propagação da Covid-19." Manaus vive cenário de caos nos hospitais e nos cemitérios por causa do coronavírus Casos de Covid-19 podem passar de meio milhão e apenas 8,9% são detectados, diz estudo Initial plugin text

Texto completo




          Envie por E-mail  

Brasil tem 5.466 mortes e 78.162 casos confirmados por Coronavírus

Foram 449 mortes a mais nas últimas 24 horas no Brasil. O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (29) o mais recente balanço dos casos de coronavírus no Brasil. Os principais dados são: 5.466 mortes, na terça-feira (28) eram 5.017 Em 24 horas, foram 449 mortes a mais, aumento de 9% 78.162 casos confirmados, na terça-feira eram 71.886. Foram 6.276 casos a mais (9%) 38.564 estão em acompanhamento (49%) 34.132 pessoas estão recuperadas (44%) 1.452 mortes em investigação São Paulo tem 2.247 mortes e 26.158 casos confirmados Entenda algumas das expressões mais usadas na pandemia do covid-19 Pesquisa da Covid-19 revela que o RS teria 12 doentes a mais pra cada confirmação oficial OMS diz que vacina contra a Covid-19 pode demorar de 10 a 16 meses para ser desenvolvida Initial plugin text

Texto completo




          Envie por E-mail  

Astrônomos divulgam primeiro mapa superdetalhado da superfície da Lua


Feito a partir da combinação de dados coletados nas missões Apollo e de pesquisas recentes, mapeamento pode servir de guia para futuras missões; AMPLIE. Mapa Geológico Unificado da Lua é o mais detalhado já feito para entender a superfície do satélite NASA/GSFC/USGS Um mapa superdetalhado da superfície lunar, com topografia e tipo de solo, foi divulgado há poucos dias em parceria entre a Nasa, o Serviço Geológico dos EUA (USGS) e o Instituto Lunar Planetário. Chamado de "Mapa Geológico Unificado da Lua", o plano detalhado combina informações colhidas pelas missões Apollo dos EUA nas décadas de 1960 e 1970 com observações modernas feitas por satélites. "Esse mapa é o resultado de um projeto de décadas. Ele traz informações vitais para novos estudos científicos, conectando a exploração de pontos específicos da Lua com o restante da superfície lunar", afirmou o o geólogo Corey Fortezzo, do USGS, que liderou o estudo que produziu o mapa. Cada milímetro do mapa corresponde a 5 quilômetros na lua, sua escala é de 1 para 5.000.000. As cores representam os tipos de rocha e a era em que elas se formaram, agregando um pouco da história geológica do satélite. Especialistas explicam que o amarelo, por exemplo, simboliza solo do período copérnico, o atual, que teve início há 1 bilhão de anos. Vermelho e roxo indicam solo de origem vulcânica. O mapa da Lua em altíssima resolução é de domínio público e pode ser explorado e baixado no site do projeto. Em uma versão com anotações, é possível localizar pontos onde pousaram missões lunares, entre morros e crateras que formam a superfície lunar (amplie abaixo). Recorte de mapa da Lua com anotações permite localizar pontos onde foram realizadas missões Apollo NASA/GSFC/USGS Face da Lua voltada para a terra, vista no Mapa Geológico Unificado da Lua NASA/GSFC/USGS O outro lado da Lua, que não é voltado para a Terra, visto no Mapa Geológico Unificado da Lua NASA/GSFC/USGS

Texto completo




          Envie por E-mail  

48% dos casos de Covid-19 no primeiro mês da doença no Brasil foram entre pessoas de 20 a 39 anos, aponta pesquisa


O primeiro caso de coronavírus no país foi reportado em 25 de fevereiro. Até 25 de março, foram registrados 1.468 casos; 10% precisaram de hospitalização. RJ, 28/04/2020 População anda de máscara nas ruas de Copacabana Marcos Serra Lima/G1 Um estudo internacional liderado por brasileiros sobre o primeiro mês de casos de Covid-19 no país afirma que, até aquela data, quase metade (48%) das infecções ocorreram entre pessoas de 20 a 39 anos e que 10% dos 1.468 casos registrados à época precisaram de internação. Destes, 15,6% precisaram de ventilação mecânica. A pesquisa descreve as características da transmissão em território nacional na fase inicial da pandemia. O primeiro registro de Covid-19 no país é de 25 de fevereiro. Até 25 de março, foram registrados 1.468 casos confirmados e 4 mortes por Covid-19. Pouco mais de dois meses depois, até esta terça-feira (28), o Brasil já contava com 5.017 mortes e 71,8 mil casos confirmados e analisa a flexibilização do isolamento social. A pesquisa é preliminar, tem apoio do Ministério da Saúde e envolve pesquisadores da USP de Ribeirão Preto e de São Paulo; além da Universidade de Oxford, na Inglaterra, e de Harvard, nos Estados Unidos. Os dados foram divulgados no repositório medRxiv, que reúne estudos de ciências da saúde e é mantido por entidades como a Universidade de Yale, dos EUA. Os dados ainda não passaram pela revisão de outros pesquisadores. 1 mês de Covid-19 no Brasil A pesquisa aponta o perfil dos infectados e a forma como a doença atingiu a população brasileira. Confira abaixo os dados: Dados gerais 1.468 casos registrados 48,9% dos casos confirmados tinham entre 20 e 39 anos (número maior do que esta faixa etária representa na população brasileira, que é de 32%) 39 anos é a média de idade entre os infectados 36% reportaram contato com outro caso confirmado 54,7% do sexo masculino 35,4% dos casos estavam em São Paulo 15,2% dos casos eram do Rio de Janeiro Perfil dos internados 10% precisou ser internado 55 anos é a média da idade entre os hospitalizados 12,5% tinham uma comorbidade associada (as mais comuns foram doenças cardíacas, hipertensão, diabetes e doenças respiratórias crônicas) 4 dias é a mediana do tempo entre o início dos sintomas e a hospitalização 83% relataram febre 80,3% tiveram tosse 15,6% dos internados precisaram de ventilação mecânica Profissionais de saúde 9,5% dos casos foram em profissionais de saúde Grávidas, bebês e crianças e a Covid-19 29 casos em menores de idade: 4 recém-nascidos, 3 bebês (6 a 8 meses), 10 crianças (1 a 12 anos) e 12 adolescentes (12 a 17 anos) foram diagnosticados com Covid-19 9 casos foram em grávidas (uma no primeiro trimestre, uma no segundo trimestre e quatro no terceiro trimestre de gestação, além de três que não tinham essa informação) Dois terços dos testes diagnósticos de identificação do Sars-Cov-2, o nome científico do novo coronavírus, foram feitos por laboratórios privados. Segundo os pesquisadores, isso ocorre devido à disparidade econômica do país, que determina o acesso aos testes. Os dados também apontam a circulação de outros seis vírus respiratórios, incluindo influenza A e B e humanos rinovírus, durante o período, porém em baixos níveis. Initial plugin text

Texto completo




          Envie por E-mail  

Coronavírus: Unicamp integra pesquisa para mapear impacto da pandemia na população brasileira


Questionário on-line busca entender mudança no estilo de vida com as medidas de isolamento e como isso afetou trabalho, renda, alimentação e saúde física e mental. Vista aérea do campus da Unicamp, em Campinas (SP) Reprodução/EPTV Pesquisadores da Unicamp, de Campinas (SP), participam de uma pesquisa para mapear o impacto da pandemia do novo coronavírus nos hábitos e comportamentos da população brasileira. A ideia é obter, por meio de um questionário on-line, informações de como o período de isolamento social para conter a Covid-19 afetou trabalho, renda, alimentação, saúde física e mental, entre outros fatores. CLIQUE AQUI E RESPONDA A PESQUISA "A nossa finalidade é descrever a mudança no estilo de vida, na rotina, nos cuidados da saúde, impactaram no bem-estar da população", descreve Margareth Guimarães Lima, pesquisadora do Centro Colaborador de Análise de Situação em Saúde (CCAS) da Unicamp. A pesquisa, uma iniciativa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e que conta com a participação da Unicamp e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), conta com perguntas sobre o local de domicílio, idade, renda e escolaridade e informações sobre como era a vida antes da pandemia e o que mudanças a doença provocou em diferentes aspectos. Podem participar pessoas acima de 18 anos, e todas as informações são confidenciais. MAPA: casos de coronavírus e mortes pelo Brasil Coronavírus: veja perguntas e respostas De acordo com Margareth, os pesquisadores tem trabalhado para obter uma amostragem representativa da população, mas o questionário é aberto e é importante que mais pessoas, de diferentes setores da sociedade, participem. "Seria muito importante ter dados de idosos. Algumas questões são relativas aos números dos moradores, e é preciso que as pessoas levem em consideração. Além disso, seria interessante se as pessoas pudessem auxiliar os idosos a preencher, já que eles representam uma fatia da população que teve grande impacto com a pandemia", destaca a pesquisadora da Unicamp. Ainda não há uma data para término da pesquisa, uma vez que a pandemia e os impactos ainda estão em curso, mas a ideia é que alguns dados preliminares possam retratar as mudanças ocorridas no hábito e comportamento dos brasileiros antes da publicação do artigo científico. "Essa é uma amostragem da população brasileira, mas também vamos fazer, uma análise, um recorte regionalizado", completa Margareth. Erros e acertos no uso da máscara de proteção contra o coronavírus Arte/G1 Initial plugin text Veja mais notícias da região no G1 Campinas

Texto completo




          Envie por E-mail  

Últimas notícias de coronavírus de 29 de abril

Alemanha pretende estender o alerta de viagem para o exterior até pelo menos 14 de junho. O governo da Alemanha pretende estender o alerta de viagem para o exterior, emitido em 17 de março, até pelo menos 14 de junho, segundo o site da revista alemã Der Spiegel. A resolução do Ministério do Exterior alemão não informa se viagens ao exterior serão permitidas durante as férias de verão, que começam no final de junho em alguns estados alemães. A medida visa limitar a propagação do novo coronavírus e impedir que turistas alemães fiquem novamente retidos no exterior. A Alemanha emitiu o alerta de viagem em 17 de março, e também fechou suas fronteiras. Apenas o tráfego de mercadorias e passageiros com motivos válidos é permitido entre a Alemanha e seus países vizinhos. Houve um crescimento no número de novos casos nas últimas 24 horas, com 1.304, além de 202 mortes registradas, também um pouco acima do dia anterior. GUIA ILUSTRADO: sintomas, transmissão e prevenção SÉRIE DE VÍDEOS: coronavírus, perguntas e respostas A Polônia pretende começar a diminuir as restrições impostas pelo coronavírus. Hotéis e shoppings reabrirão no dia 4 de maio, enquanto a as escolas de educação infantil retornam no dia 6. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que acabou de voltar ao trabalho após se recuperar de Covid-19, anunciou o nascimento do filho em Londres, na Inglaterra. Coronavírus: sintomas, risco no Brasil e tudo o que se sabe até agora Initial plugin text CORONAVÍRUS×

Texto completo




          Envie por E-mail  

Casos graves de Covid-19 aumentam demanda por hemodiálise, disponível em apenas 9% das cidades do Brasil


Novo coronavírus pode causar comprometimento dos rins, principalmente em pacientes dos grupos de risco, como diabéticos e hipertensos. Máquinas caras e importadas dificultam ampliação do atendimento. Paciente faz hemodiálise na Faixa de Gaza. Momen Faiz/NurPhoto/NurPhoto via AFP/Arquivo Desde o início da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), médicos acompanham um aumento da demanda por hemodiálise nas UTIs: a Covid-19 afeta os rins de parte dos doentes. Mas apenas 8,75% dos municípios brasileiros têm equipamentos para o procedimento, segundo dados do Ministério da Saúde. Além da parcela significativa de cidades sem aparelhos, há também uma má distribuição deles: basicamente metade (47,5%) das 29.849 máquinas está no Sudeste. A hemodiálise substitui os rins, retirando o sangue do paciente para purificá-lo e devolvê-lo ao organismo depois de filtrado. É uma técnica necessária quando o funcionamento renal está fortemente comprometido - passa a haver acúmulo de substâncias tóxicas no sangue e retenção de líquido no organismo. Ainda não se sabe por que o novo coronavírus afeta particularmente os rins: pode ser uma ação direta no órgão ou uma consequência da infecção geral. Uma das hipóteses, inclusive, chega a citar o uso do ventilador mecânico (leia mais detalhes mais abaixo). Pesquisas apontam índices significativos de falência renal em casos severos da Covid-19. A Sociedade Americana de Nefrologia estima que de 20% a 40% dos pacientes internados em UTIs tenham os rins afetados. Outro estudo (um preprint, artigo científico ainda não revisado), conduzido em Wuhan, na China, detectou um índice de 27%. No Reino Unido, o número é similar: 28%. LEIA MAIS: 33% das cidades brasileiras têm no máximo 10 respiradores mecânicos; entenda por que aparelho é essencial no combate ao coronavírus Ainda não há levantamentos nem registros de déficit desses equipamentos no Brasil para pacientes com Covid-19. Mas o Amazonas, que enfrenta uma grave crise sanitária por causa do novo coronavírus, tem apenas 273 máquinas de hemodiálise, sendo que 272 delas estão na capital, Manaus. São máquinas caras e importadas. Assim como no caso dos ventiladores mecânicos, o mundo passa a procurar as multinacionais que fabricam os equipamentos - e elas manifestam incapacidade de responder à demanda. A americana Baxter, por exemplo, afirma que “as encomendas atingiram níveis extraordinários”, tanto das máquinas quanto dos insumos usados na hemodiálise (medicamentos, tubos). “Estamos priorizando hospitais que já estão sobrecarregados”, diz o comunicado divulgado pela empresa. Sessão de hemodiálise em Périgueux, na França. Burger/Phanie/Phanie via AFP/Arquivo Há também outros gargalos no Brasil: existe o temor de que faltem profissionais capacitados para operar os equipamentos de hemodiálise. Além disso, o setor funciona basicamente com clínicas financiadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o último censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia, o número de pacientes crônicos que necessitam do procedimento saltou de 48 mil, em 2002, para mais de 133 mil, em 2018. No entanto, a verba destinada à área não acompanhou o crescimento da demanda. “Não faltam, por enquanto, aparelhos de hemodiálise nas UTIs brasileiras. Mas, havendo um grande aumento do número de pacientes necessitando do procedimento, é capaz de termos um déficit. Para as pessoas com doenças renais crônicas, o sistema já opera no limite”, afirma Claudio Luders, coordenador do núcleo avançado de nefrologia do Hospital Sírio-Libanês (SP). O presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, Marcelo Mazza do Nascimento, menciona outra informação importante: o tempo que um paciente com Covid-19 pode depender da hemodiálise. “É indeterminado, mas talvez chegue a 30 dias. São procedimentos lentos, complexos, que não costumam ser feitos no SUS. Se o número de casos no Brasil explodir, vamos sobrecarregar o sistema com uma parcela de pacientes muito maior do que a habitual”, diz. “Fora o aumento do consumo de todos os materiais, que são importados. Já falamos com o Ministério da Saúde sobre a lista de insumos essenciais”, completa. Em nota, a pasta informou ao G1 que financia os procedimentos de diálise por meio do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação. Esclareceu também que não faz a compra direta de equipamentos - são os gestores estaduais e municipais que devem adquirir os aparelhos por meio do fundo ou de convênios. O ministério não respondeu sobre a queda do investimento no setor nem se pronunciou acerca da possibilidade de esgotamento do sistema de hemodiálise. Abaixo, entenda: como o coronavírus pode afetar os rins; por que a diálise é essencial em casos severos da Covid-19; quais as alternativas diante da possível falta de equipamentos. Para que servem os rins? Antes de entender a relação do novo coronavírus com o rim, é importante conhecer as principais funções do órgão: filtrar o sangue e tirar produtos tóxicos, gerados naturalmente pelo organismo (amônia, ureia e ácido úrico, por exemplo); regular o pH do sangue e a quantidade dele; produzir hormônios; controlar nível de eletrólitos (como sódio, potássio e bicarbonato) no sangue. Artérias que saem do coração levam o sangue até os rins. Lá, o fluido vai circular por vários vasos e sair “filtrado”, livre de toxinas. Pelas veias, ele vai voltar ao coração. Já a urina sairá dos rins e, pelos ureteres, chegará à bexiga. Como o novo coronavírus afeta os rins? O novo coronavírus agride principalmente o trato respiratório. Em casos graves da doença, no entanto, pacientes estão demonstrando também problemas renais. Não é possível saber, por enquanto, a causa disso. Há duas possibilidades principais: o vírus pode agir diretamente nos rins; e/ou os rins são afetados como consequência da infecção no organismo. Bento Santos, nefrologista e gerente médico do Centro de Diálise do Hospital Israelita Albert Einstein (SP), explica que, em casos severos, quando o paciente vai para a UTI, pode haver uma “tempestade inflamatória”. “É um processo muito grave, que leva à queda da pressão arterial e à dilatação dos vasos sanguíneos. Isso contribui para a piora respiratória, intestinal e renal”, explica. Se a pressão estiver muito baixa, o sangue não chegará aos rins, onde seria filtrado. Ou seja: o paciente para de urinar, há acúmulo de líquido, e o nível de toxina no sangue aumenta. Pode também ocorrer a formação de coágulos sanguíneos, que entopem os vasos dos rins. Quando a situação se agrava, é preciso recorrer à hemodiálise. “A Covid-19 é uma doença muito recente, os mecanismos não estão claros. Pode ser que haja uma ação direta do vírus nos rins. Mas, por enquanto, em termos de porcentagem, o que fica mais evidente é que a falência renal seja resultado da infecção geral”, afirma Santos. Outro elemento a ser considerado é que os grupos de risco da Covid-19 incluem indivíduos que, mesmo sem o coronavírus, já têm problemas renais: hipertensos (a alteração da pressão arterial atrapalha os rins), diabéticos (a diabetes causa inflamação e sobrecarga renal) e idosos (os rins ‘envelhecem’ com o tempo). Essas pessoas podem viver normalmente com problemas renais, sem a necessidade de diálise. Pacientes mais velhos, por exemplo, chegam a ter 50% do funcionamento renal comprometido - e, mesmo assim, não precisarão de intervenção. “O problema é que, quando contraem o vírus, vão para UTI, ficam entubados e terão uma perda ainda maior do funcionamento renal”, explica Luders, do Sírio. Os médicos usam uma metáfora: o paciente consegue subir uma ladeira com uma mochila de 15 kg, sem precisar de ajuda. Quando são colocados mais 2 kg ali, a sobrecarga faz com que ele pare de andar e precise de auxílio. Ou seja: uma pessoa com diabetes, mesmo com problema renal, pode não precisar de diálise. Ao ter uma infecção, o quadro se complica e talvez requeira o procedimento. E uma última hipótese que explicaria a associação entre a Covid-19 e a necessidade de hemodiálise: o próprio uso do ventilador mecânico, comum nos casos mais graves da doença, pode levar a uma sobrecarga renal. O aparelho exerce uma pressão respiratória maior, que altera o fluxo do sangue para os rins - e, faltando oxigênio para as células, elas morrem. Insuficiência renal atinge 20% dos infectados pelo coronavírus Por que a diálise é essencial em casos severos da Covid-19? A hemodiálise consegue cumprir duas das funções desempenhadas pelos rins: a filtragem do sangue e a manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico (que é, em resumo, o controle da quantidade de água e de substâncias como sódio, potássio e fósforo). Quando os rins do paciente apresentam baixa capacidade de funcionamento (de 10%, por exemplo), os médicos podem decidir aplicar a hemodiálise. O sangue é removido do corpo e bombeado por uma máquina, que funciona como um rim artificial. Ali, o fluido vai ser filtrado e depois devolvido para o corpo da pessoa. Na França, pacientes fazem sessão de hemodiálise. Burger/Phanie/Phanie via AFP/Arquivo Para os pacientes crônicos, cujos rins não funcionam de forma autônoma, o procedimento costuma ser feito três vezes por semana, em sessões pré-agendadas de 4 horas de duração. Já para os agudos, como os infectados pelo novo coronavírus, a ideia é que a hemodiálise seja mantida até que os rins se recuperem. É a boa notícia: segundo Luders, as células renais têm a capacidade de se regenerar - diferentemente do que acontece com os neurônios, que, após um acidente vascular cerebral (AVC), morrem e não se recuperam. Até que as células renais se regenerem, a máquina vai cumprir a função de “rim artificial”. Ou seja: a hemodiálise não vai curar os rins, e sim substituí-los provisoriamente, até que eles se recuperem. Há duas possibilidades principais: hemodiálise contínua: mais cara, recomendada para casos severos e raramente feita do SUS. O procedimento pode levar 72 horas - exames mostram se uma nova sessão deve ser realizada. Por demorar mais, pode ser menos intensa, sem exercer uma pressão tão atípica no organismo. Consequentemente, o paciente tende a reagir melhor. hemodiálise intermitente: as sessões são mais espaçadas e, por isso, mais intensas. “Precisam ser agressivas, porque o paciente vai ficar 20 horas sem o procedimento, até que o próximo ocorra”, afirma Luders. “É um processo menos fisiológico. Nossos rins funcionam 24 horas por dia. É menos ‘natural’ substituí-los por uma máquina que vai funcionar por 4 horas e depois parar”, explica. A escolha pela hemodiálise contínua ou pela intermitente vai ser feita pela equipe médica, levando em conta o estado do paciente e a disponibilidade de recursos do hospital. “No sistema público, só os locais de referência vão ter a contínua, porque é mais sofisticada, custa 10 vezes mais e exige profissionais mais capacitados”, diz o nefrologista do Sírio-Libanês. “A intermitente não é a ideal, do ponto de vista tecnológico, mas é possível, do ponto de vista médico.” E o que fazer se não houver máquinas para hemodiálise? Se a equipe médica concluir que o paciente precisa de hemodiálise, não realizar o procedimento pode ser fatal. As substâncias tóxicas, que seriam filtradas pelos rins, vão se acumular no sangue: o potássio, por exemplo, em excesso, vai comprometer o coração; o bicarbonato deixará o fluido mais ácido. Além disso, haverá acúmulo de água no organismo - o líquido, ao chegar ao pulmão, levará à morte. Ou seja: assim como a ventilação mecânica, a hemodiálise também pode ser essencial nos casos mais severos da Covid-19. A diferença é que, se o problema for renal, haverá mais tempo para agir. “Quando o paciente precisa do respirador, deve ser entubado na hora. Já os rins costumam nos dar mais espaço de tempo para estabelecer a melhor estratégia”, afirma Santos, do Einstein. “É possível esperar de 1 a 3 dias, por exemplo. Na UTI, vão sendo feitos exames e avaliações clínicas, para tomar a decisão. Tudo vai depender do quadro geral”, complementa. Médico explica a operação de um respirador Se faltar equipamento ou insumo para a hemodiálise, há outra opção: a diálise peritoneal. Explicando de forma simplificada, em vez de usar uma máquina que atuará como filtro, será utilizada uma membrana do próprio corpo do paciente - o peritônio, que reveste os órgãos abdominais e é rico em vasos sanguíneos. Os médicos injetarão um líquido dialisante, por meio de um cateter, na cavidade do abdômen. Ele ficará lá até que os resíduos da corrente sanguínea passem por ele e sejam filtrados. Depois, o dialisante será drenado e substituído por um novo. Segundo o censo de nefrologia, a diálise peritoneal é cada vez menos frequente, aplicada em menos de 10% dos casos crônicos. Ela é uma alternativa principalmente nos municípios que não têm máquinas de hemodiálise, evitando o deslocamento do paciente até as capitais. “No passado, usávamos a diálise peritoneal em cerca de 30% dos pacientes agudos. Com o passar do tempo, tornou-se um método praticamente descartado, que não representa nem 5% do que fazemos na UTI”, afirma Luders. “Com as máquinas de hemodiálise, é possível definir tudo, inclusive o fluxo de sangue que circulará no organismo. Na peritoneal, vamos depender da capacidade do peritônio, é muito mais difícil de manejar. Seria uma opção apenas para os casos mais extremos, de não termos máquina”, completa. Outra alternativa, segundo os especialistas, seria gerir a distribuição dos aparelhos segundo a gravidade dos pacientes. “Você tira da hemodiálise contínua a pessoa que não está tão grave - mais precocemente do que seria feito em condições normais. E aí transfere para a intermitente. Assim, libera a vaga para alguém mais instável. É uma opção para momentos de crise”, diz Luders. Initial plugin text

Texto completo




          Envie por E-mail  

Farmacêutica anuncia medidas para produção em larga escala de vacina ou tratamento contra a Covid-19

Governo alemão aprovou testes em humanos e, em breve, o mesmo deve acontecer nos Estados Unidos. Pfizer e BioNTech devem começar testagem clínica em 200 pessoas saudáveis com idade entre 18 e 55 anos. Novo produto deve ficar pronto até final de 2020, de acordo com as empresas. Pfizer pretende produzir vacina contra covid-19 em larga escala A companhia farmacêutica Pfizer informou nesta terça-feira (28) que está implantando medidas para produzir uma vacina ou um tratamento em larga escala contra a Covid-19, doença causada pelo vírus Sars CoV-2. Há cerca de uma semana, a agência reguladora da Alemanha (Paul Ehrlich Institute) aprovou o início dos testes clínicos para quatro vacinas contra o Sars-CoV-2. As empresas Pfizer e BioNTech farão os ensaios iniciais em 200 humanos saudáveis com idade entre 18 e 55 anos. As farmacêuticas desenvolvem juntas a vacina BNT162, baseada em mRNA. Ambas utilizam unidades de pesquisa e desenvolvimento, nos Estados Unidos e na Alemanha, para abrigar as atividades identificadas pelo acordo de colaboração. Os pacientes irão receber doses que variam de 1 µg (micrograma) a 100 µg, uma forma de testar a eficiência e a segurança da imunização. Em breve, de acordo com a Pfizer, a FDA (Food and Drug Administration, em inglês), agência reguladora dos Estados Unidos, deverá liberar os testes também no país. A Pfizer afirma que, caso os testes sejam bem-sucedidos, milhões de doses podem ser produzidas até o final do ano. Initial plugin text

Texto completo




          Envie por E-mail  

Após recorde diário e mais de 5 mil mortes, ministro diz que há 'agravamento da situação' da Covid no Brasil


'A gente tem que abordar isso como um problema, com uma curva que vem crescendo', afirmou Nelson Teich, novo ministro da Saúde. Teich: ‘Estamos trabalhando para dar suporte para estados e municípios’ O ministro da Saúde, Nelson Teich, disse nesta terça-feira (28) que há "agravamento da situação" da Covid-19 no Brasil. A avaliação foi feita após o país registrar recorde com 474 mortes confirmadas em 24 horas, elevando o total a 5.017. Com isso, o Brasil superou a China, que teve 4.643 óbitos causados pelo novo coronavírus. ALERTA: Manaus e Fortaleza deveriam adotar 'lockdown' contra o coronavírus, diz ex-diretor na gestão Mandetta EUA: Trump diz que acompanha 'de perto' o 'surto sério' de novo coronavírus no Brasil e sugere suspender voos FOTOS: Atletas usam a criatividade para treinar na quarentena "O que tem que ficar claro é um número que vem crescendo. Alguns dias atrás eu coloquei que isso poderia ser um acúmulo de casos de dias anteriores, que foi simplesmente resgatado, mas como a gente tem uma manutenção desses números elevados e crescentes, a gente tem que abordar isso como um problema, com uma curva que vem crescendo, com o agravamento da situação." - Nelson Teich, ministro da Saúde Na quinta-feira (23), quando foram anunciadas 407 mortes, Teich afirmou que era preciso esperar os dias seguintes para avaliar se o aumento representava uma tendência ou apenas a divulgação de casos acumulados. Ao reavaliar a situação, Teich fez a ressalva de que, na análise da pasta, o agravamento "continua restrito" a algumas localidades que estão enfrentando as "maiores dificuldades". Ele listou Manaus, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. O secretário nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, fez uma previsão de agravamento dos casos nas próximas semanas. "Os estados que mais nos preocupam são aqueles que estão apresentando a situação mais intensa da transmissão. São Paulo nas próximas semanas pode ter uma intensidade na região metropolitana. Rio de Janeiro, Pernambuco, Recife, Ceará, Fortaleza e Manaus são os locais que no momento nos chamam mais atenção." - Wanderson de Oliveira, secretário Nacional de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde Aumento do número de mortes nos últimos 7 dias Arte/G1 Dados do balanço No mais recente balanço dos casos de coronavírus no Brasil, os principais dados são: 5.017 mortes, na segunda-feira (28) eram 4.543. 71.886 casos confirmados, na segunda eram 66.501. Foram 5.385 casos a mais (8,1%). Em 7 dias, foram mais 2.111 mortes. 34.325 pacientes estão em acompanhamento (48%). 32.544 pessoas estão recuperadas (45%). 1.156 mortes estão em investigação. São Paulo tem 2.049 mortes e 24.041 casos confirmados. Coronavírus: Em Belém, não há leitos, médicos e profissionais de saúde Initial plugin text

Texto completo




          Envie por E-mail  

Anvisa aprova realização de testes rápidos de coronavírus em farmácias e drogarias


Após a decisão, os testes deixam de ser obrigatoriamente feitos apenas em hospitais e clinicas. Teste rápido para o novo coronavírus é feito em domicílio em João Pessoa Divulgação/Secom-PB A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta terça-feira (28), a realização de testes rápidos de diagnóstico de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, em farmácias e drogarias. Com a decisão, os testes deixam de ser feitos obrigatoriamente apenas em hospitais e clínicas. EXCLUSIVO: Análise inédita do impacto da pandemia em SP indica nº de mortes 168% maior que o oficial RAÇA/COR: Cresce percentual de pretos e de pardos entre internados e mortos por Covid-19, apontam dados do ministério ALEMANHA: Taxa de contágio do novo coronavírus sobe após relaxar isolamento A medida foi aprovada pela diretoria da agência por unanimidade em caráter temporário, enquanto durar a situação de emergência de saúde pública nacional, decretada em 4 de fevereiro. A autorização passará a valer a partir da publicação de uma resolução da diretoria colegiada no Diário Oficial da União. Anvisa autoriza aplicação de testes rápidos em farmácias Os estabelecimentos que quiserem realizar o exame deverão ter um profissional qualificado durante todo o horário de funcionamento. A decisão autoriza a aplicação, mas não obriga que as farmácias e drogarias disponibilizem os testes. A adesão, portanto, é voluntária. Farmácias são estabelecimentos que vendem e manipulam remédios. As drogarias, só vendem. A presença de um profissional farmacêutico é obrigatória em ambas. Os testes deverão serão feitos no local e o resultado deverá ser interpretado por um profissional de saúde, juntamente com outros dados do paciente. O teste rápido (ensaio imunocromatográfico) é auxiliar no diagnóstico, mas não possui finalidade comprobatória - ou seja, não servirá para a contagem de casos do coronavírus no país. Isso acontece porque há possibilidade de que o teste apresente "falso negativo". Isso pode ocorrer se o paciente for testado no estágio inicial da doença em razão da ausência ou de baixos níveis de anticorpos de Sars-CoV-2 na amostra. "O aumento [dos testes] será uma estratégia útil para diminuir a aglomeração de indivíduos [em hospitais] e também reduzir a procura dos serviços médicos em estabelecimento das redes públicas”, disse o diretor-presidente substituto da Anvisa, Antonio Barra Torres, durante a reunião. O diretor Marcos Miranda fez uma observação de que as secretarias estaduais e municipais de saúde devem se reunir com as farmácias para determinar um fluxo de informação sobre os resultados desses testes. A decisão foi apoiada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), conforme nota divulgada pelo conselho. O órgão diz, na nota, que “reivindicou do Governo o envolvimento dos 9,8 mil laboratórios de análises clínicas sob responsabilidade técnica de farmacêuticos e das 88 mil farmácias na testagem da população, tanto no atendimento privado, quanto público”. Para o presidente do conselho, Walter da Silva Jorge João, ”a inserção dos testes rápidos nas farmácias comunitárias privadas é uma iniciativa importante para ampliar o acesso aos exames, reduzir custos, evitar aglomerações, bem como diminuir a procura de serviço médico em estabelecimentos da rede pública já altamente demandada”. “Se existem coletas sendo feitas em drive-thru, pelos próprios órgãos públicos de saúde, é perfeitamente razoável que os testes rápidos também sejam realizados nas farmácias, pelo farmacêutico, que é um profissional da saúde habilitado”, disse. Initial plugin text

Texto completo




          Envie por E-mail  

Últimas notícias de coronavírus de 28 de abril


Jornal diz que Trump recebeu alertas em janeiro e fevereiro sobre o novo coronavírus. Nessa época, ele ainda minimizava a ameaça da Covid-19. O presidente dos EUA, Donald Trump, durante entrevista coletiva no jardim da Casa Branca, na segunda-feira (27) Reuters/Carlos Barria Pequim acusou os políticos americanos de "contar mentiras descaradas" sobre a pandemia do novo coronavírus, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou solicitar uma compensação econômica à China pelos danos provocados. O porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, afirmou que as autoridades americanas "ignoraram a verdade em várias ocasiões e proferiram mentiras descaradas". Ele acusou Washington de "distrair a atenção pública" de seu programa "ruim" de prevenção e controle da pandemia. GUIA ILUSTRADO: sintomas, transmissão e prevenção SÉRIE DE VÍDEOS: coronavírus, perguntas e respostas O jornal "The Washington Post" informou na segunda-feira (27) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu advertências em várias ocasiões sobre os perigos do novo coronavírus em janeiro e fevereiro. O jornal se baseou em declarações de funcionários e ex-funcionários do governo. Durante semanas, a propagação do vírus foi rastreada e o chefe de estado recebeu a advertência de que a China estava suprimindo informações sobre a letalidade e facilidade de transmissão do vírus, com menções às graves consequências políticas e econômicas. Esses alertas, incluídos em relatórios confidenciais diários recebidos pelo presidente, foram feitos no momento em que o Trump minimizava a ameaça da Covid-19. Coronavírus: sintomas, risco no Brasil e tudo o que se sabe até agora Initial plugin text CORONAVÍRUS×

Texto completo




          Envie por E-mail  

O envelhecimento do sistema imunológico e sua relação com a Covid-19


Cientista explica o que está por trás da imunossenescência, que se agrava a partir dos 65 anos O nome é complicado, imunossenescência, e traduz mais um aspecto do envelhecimento: o sistema imune vai se alterando com o passar dos anos e se tornando menos eficaz no combate aos “invasores”, como vírus e bactérias. Para conhecer o assunto, conversei com o doutor Moisés Evandro Bauer, professor titular de imunologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUC-RS, onde também coordena o Laboratório de Imunobiologia. Ele tem doutorado em neuroimunologia pela University of Bristol e pós-doutoramento em imunologia celular pela Université Paris V, além de ser o organizador do livro “Imunossenescência: envelhecimento do sistema imune”, lançado em 2019. Moisés Evandro Bauer, professor titular de imunologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUC-RS Acervo pessoal O envelhecimento envolve mudanças celulares e moleculares, afetando também nosso sistema imunológico. Quais são as características desse quadro, conhecido como imunossenescência? A imunossenescência é o envelhecimento do sistema imune e esse processo é acelerado depois da puberdade. É quando o timo, uma glândula que fica no centro do peito, entre os pulmões e na frente do coração, começa a retroceder, a se atrofiar. É no timo que, até a adolescência, se dá a produção máxima de linfócitos T, as células que comandam nossas defesas quando o organismo é atacado por algum agente invasor. Se a produção de linfócitos T cai, como o organismo consegue se proteger na vida adulta? Apesar de o timo ir deixando de produzir linfócitos novos, nosso organismo mantém as chamadas células T de memória. A célula T virgem é a que acabou de ser produzida e ainda não teve contato com uma infecção ou vacina, ou seja, não encontrou um antígeno. Já as células T de memória são as que tiveram essa experiência e logo dão uma resposta imune diante de um vírus ou bactéria. Algumas permanecem a vida toda conosco. São essas células “sobreviventes” as responsáveis pela nossa imunidade? Sim, são as células T de memória que vão acionar o sistema imune diante de uma nova agressão. Num processo inflamatório, criam-se ínguas, que são intumescimentos dos gânglios, com grande produção de linfócitos para combater o invasor, e 95% morrem depois do combate. No entanto, a partir dos 65 anos, e no período da década seguinte, essas células se tornam menos eficazes para barrar vírus e bactérias. Dizemos que elas perdem o repertório, isto é, a capacidade de reconhecimento. Outra questão importante é o aumento progressivo da inflamação sistêmica no envelhecimento. Essa é uma das razões que explica por que, ao envelhecer, somos mais suscetíveis a doenças cardiovasculares e inflamatórias, como artrite e artrose, diabetes, câncer. O mesmo se aplica ao novo coronavírus? Sim, especialmente no caso de o idoso apresentar uma ou mais doenças crônicas, as multimorbidades. A Covid-19 provoca um quadro inflamatório, que pode ser descrito como uma explosão viral, que toma o pulmão. Depois dos 65 anos, a resposta imune será fraca e estará aquém das necessidades para fazer frente ao vírus. O que podemos fazer para diminuir o impacto da imunossuficiência? Ter um estilo de vida saudável faz toda a diferença para aumentar a resistência do organismo, o que inclui exercícios aeróbicos regulares, manter uma dieta equilibrada, não fumar e beber com moderação. São hábitos que têm que ser adotados desde cedo. Sabemos que o estresse tem um forte impacto negativo na resposta imune, desencadeando um processo inflamatório, por isso técnicas de relaxamento e meditação deveriam ser incentivadas. Aqui na universidade, realizamos uma pesquisa que mostrou os efeitos benéficos da acupuntura para o sistema imunológico. Cientistas também estão trabalhando para desenvolver senolíticos, drogas que agem diretamente no envelhecimento celular, removendo as células senescentes.

Texto completo




          Envie por E-mail  

Brasil tem quase 200 voluntários dispostos a se infectar com novo coronavírus em possíveis testes de vacina


Plataforma internacional está recebendo cadastro de pessoas que se declaram interessadas em contribuir com a cura para o novo coronavírus, mesmo antes de ter um teste disponível. Material usado na pesquisa de uma vacina para o Covid-19 em Belo Horizonte, em imagem de 26 de março de 2020 Douglas Magno/AFP O Brasil tem quase 200 voluntários inscritos em uma plataforma internacional que está convocando pessoas dispostas a se infectar de propósito com o novo coronavírus em testes múltiplos de vacinas. A plataforma, chamada 1 Day Sooner, já tem 3,9 mil inscritos de 52 países. De acordo com os organizadores, até esta segunda-feira (27), 182 eram brasileiros. Para desenvolver qualquer tipo de vacina, os cientistas precisam percorrer diversas etapas. Entre elas está a pesquisa básica – que é o levantamento do tipo de vacina que pode ser feita – seguida por testes pré-clínicos, que podem ser in vitro ou em animais e que servem para demonstrar a segurança do produto. Depois, há os ensaios clínicos, que ainda podem se desdobrar em outras quatro fases. Uma das mais demoradas é justamente o teste em humanos. A iniciativa do 1 Day Sooner pretende ter à mão candidatos para testar diversos tipos de vacinas ao mesmo tempo – o que abrevia algumas etapas tradicionais para chegar a um resultado. Atualmente, há 76 vacinas contra a Covid-19 sendo desenvolvidas, 71 em estágio pré-clínico e 5 em fase clínica,de acordo com um balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), com dados até 20 de abril. “Nosso objetivo é criar as condições prévias necessárias para os testes avançarem, o que envolve garantir um conjunto diverso de voluntários pelo mundo”, afirma Josh Morrison, criador da iniciativa, em entrevista ao G1. Em 31 de março, pesquisadores dos Estados Unidos e da Inglaterra publicaram um estudo científico no “Journal of Infectious Diseases” em que defendem os testes múltiplos em voluntários para acelerar o desenvolvimento de vacina contra Covid-19. “Esses ensaios podem subtrair muitos meses do processo de licenciamento, disponibilizando vacinas eficazes mais rapidamente”, argumentam no artigo. Os pesquisadores avaliam que os riscos de infectar voluntários com Covid-19 seriam amenizados se os testes forem feitos em pessoas que não estão em grupos de risco. “Obviamente, ao desafiar voluntários com esse vírus, corre-se o risco de causar doenças graves e possivelmente até a morte. No entanto, argumentamos que tais estudos, ao acelerar a avaliação da vacina, poderiam reduzir o número global de mortalidade relacionadas ao coronavírus (...) o risco pode ser aceitável se forem feitos testes em adultos jovens e saudáveis, com risco relativamente baixo de doenças graves após infecção natural e se, durante o desafio, eles receberem monitoramento frequente e, após qualquer infecção, os melhores cuidados disponíveis”, afirmam. Colaboração para acelerar pesquisas de Covid-19 OMS anuncia aliança global para o combate da Covid-19 Na última sexta-feira (24), a OMS lançou uma iniciativa de "colaboração emblemática" para acelerar o desenvolvimento, a produção e o uso de medicamentos, testes e vacinas seguros e eficazes para prevenir, diagnosticar e tratar a Covid-19. OMS lança iniciativa colaborativa para medicamentos, testes e vacinas contra a Covid-19 Segundo a OMS, a iniciativa – chamada de Access to Covid-19 Tools Accelerator, ou o ACT Accelerator –, irá tornar as tecnologias contra a doença "acessíveis a todos que precisam delas, no mundo inteiro". "O mundo precisa dessas ferramentas e precisa delas rapidamente (...) Estamos enfrentando uma ameaça comum, que só podemos derrotar com uma abordagem comum", afirmou Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, no lançamento da iniciativa. A OMS não cita os testes múltiplos, mas afirma que é preciso “testar todas as vacinas candidatas até que elas falhem.” “A OMS está trabalhando para garantir que todos eles tenham a chance de serem testados no estágio inicial de desenvolvimento”, diz a organização. PODCAST Initial plugin text

Texto completo




          Envie por E-mail  

Cresce percentual de pretos e de pardos entre internados e mortos por Covid-19, apontam dados do ministério


Comparativo mostra cenários entre 10 e 26 de abril. 'À medida em que o tempo passa, a gente espera cada vez mais casos de negros', avalia Marcelo Gomes, da Fiocruz. O mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde indica que aumentou o percentual dos negros (pretos ou pardos) entre os pacientes internados e os mortos por Covid-19. Os dados ainda sinalizam que permanece a disparidade entre o percentual de internações e de mortes entre os negros, o que já foi apontado por especialistas como indício de possível disparidade no acesso ao atendimento. Segundo os dados de domingo (26), os mais recentes que consideravam a variável raça/cor, os pardos e pretos somavam 37,4% das hospitalizações e 45,2% das mortes. Duas semanas antes, no primeiro balanço do ministério que apresentou o recorte, os percentuais de hospitalizações e de mortes era de respectivamente 23,10% e 32,8%. Internações e mortes por Covid-19, segundo raça/cor Guilherme Luiz Pinheiro/Arte G1 Mesmo com eventuais ressalvas sobre a metodologia e o preenchimento das informações pelas secretarias estaduais, o comparativo entre os dois boletins mostra uma queda de 12 pontos percentuais nas mortes entre os brancos e um aumento de 12,4 pontos percentuais entre os negros. Água Rasa e Pari, na Zona Leste, têm maiores taxas de mortes por coronavírus em SP Periferia de São Paulo concentra mais mortes causadas por Covid-19 Marcelo Gomes, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), diz que os dados precisam de uma análise estatística mais refinada, mas servem de alerta. "A medida que o tempo passa a gente espera cada vez mais casos de negros, justamente por causa da discriminação. O coronavírus entrou no país entre as classes econômicas mais altas. O número absoluto é uma consequência desse processo. Daqui a pouco os números devem aumentar e ter mais casos nas comunidades mais vulneráveis e com menor estrutura de saneamento básico" - Marcelo Gomes, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Em entrevista ao G1, Karina Ribeiro, epidemiologista e professora-adjunta da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, diz que uma coisa é a porcentagem e outra completamente diferente é o risco que cada uma dessas populações corre. Para chegar a uma conclusão mais precisa, é necessário fazer uma análise por faixa etária e raça, com ajustes. Uma das variáveis importantes é o fato de as pirâmides etárias entre brancos e pretos serem diferentes, por exemplo, e o Sars CoV-2 matar mais idosos. Os números dos boletins do Ministério da Saúde não retratam toda a complexidade do problema. A base dos dados são as internações e óbtidos por Covid dentro das hospitalizações por Sindrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). No primeiro balanço, de 10 de abril, houve 341 mortes e 1,9 hospitaizações sem informação de raça/cor. Naquela data o Brasil tinha pouco mais de mil mortes e quase 20 mil casos. No balanço de domingo (26), o total passou para 1,3 mil e 5,2 mil, respectivamente. No fim de semana os números totais eram 4,2 mil mortes e quase 62 mil casos. Hospitais do Rio recebem contêineres refrigerados para os corpos de vítimas da pandemia Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), 67% dos brasileiros que dependem exclusivamente do SUS (Sistema Único de Saúde) são negros, além disso, eles também são a maioria que apresentam comorbidades como diabetes, tuberculose, hipertensão e doenças renais crônicas no país - fatores que aumentam o risco de desenvolver uma versão mais grave da doença. Ainda segundo SBMFC, a maioria dos trabalhadores informais e dos serviços essenciais do país, que apresentam dificuldade em cumprir as medidas de isolamento social são negros. No início do mês de abril, a instituição divulgou um manifesto pedindo para que o Ministério da Saúde passe a divulgar: Declarações de óbito por COVID-19 e notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave por raça/cor; Declarações de óbito por COVID-19 e notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave com por bairros nos municípios; Declarações de óbito por COVID-19 e notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave realizadas no sistema de saúde desagregando os serviços de saúde públicos e privados; A produção, análise e divulgação de dados referentes aos casos suspeitos por COVID-19 com desagregação por raça/cor; Um outro manifesto encaminhado à Prefeitura de São Paulo, assinado por líderes comunitários e membros de instituições públicas e privadas, também solicita a divulgação de dados como raça e cor das vítimas de Covid-19 na cidade. "As populações periféricas convivem há anos com os descasos na saúde pública e, muitas vezes, buscam a sobrevivência a base da solidariedade mútua, exigimos que essas informações sejam disponibilizadas para ajudar na conscientização e no enfrentamento a Covid 19 nas periferias urbanas da cidade de São Paulo". Initial plugin text

Texto completo




          Envie por E-mail  

Novo secretário elogia trabalho contra Covid-19, mas diz que 1º ajuste será a 'não-linearidade' do isolamento social

'Trabalho efetuado até agora pelo ministério e sua equipe de secretarias é excepcional. E o planejamento já foi feito e agora nós temos a conduta', disse o general Pazuello. ‘Está sendo mais fácil para nós do que para quem começou’, diz Pazuello O militar Eduardo Pazuello, indicado para assumir o posto de secretário-executivo no Ministério da Saúde, elogiou nesta segunda-feira (27) o planejamento da pasta para o enfrentamento da Covid-19, mas disse que há um primeiro ajuste a ser feito. Brasil tem 4.543 mortes e 66.501 casos de coronavírus, diz ministério Caixões serão empilhados em valas comuns de Manaus para suprir demanda de enterros Ele defendeu a "não-linearidade" na adoções de medidas de distanciamento social nas diversas localidades do Brasil. Isso significa que, segundo o militar, as recomendações do ministério devem ser direcionadas e específicas para cada realidade. Em decisão do ministro Alexandre de Moraes, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o governo federal não pode derrubar decisões de estados e municípios sobre isolamento social, quarentena, atividades de ensino, restrições ao comércio e à circulação de pessoas. Excepcional O general fez uma breve avaliação do trabalho já desenvolvido no ministério e sinalizou apoio a medidas específicas para cada estado. "O trabalho efetuado até agora pelo Ministério da Saúde e sua equipe de secretarias é excepcional. E o planejamento já foi feito e agora nós temos a conduta" - Eduardo Pazuello, indicado ao cargo de secretário-executivo "Precisamos ajustar a "não-linearidade" para cada região, para cada estado, para cada município. Cada um tem as suas diferenças, cada um tem seus resultados, em alguns lugares o isolamento dá resultado, em outros lugares o isolamento não deu tanto resultado. Em alguns lugares o vírus chegou e em outros lugares o vírus não chegou. Não podemos falar de Brasil com a simplicidade que eu tenho lido em várias matérias que tenho lido", disse o general do Exército. "Onde precisa ter algum grau ainda de isolamento, grau de distanciamento, precisa ter também, muito especificamente para cada lugar. A palavra-chave é a não-linearidade. Cento e noventa e um municípios tiveram óbitos, são 5,6 mil municípios no nosso país. O nosso país, repito, é um continente de 210 milhões de habitantes, maior do que a Europa inúmeras vezes" - Eduardo Pazuello Jogos de futebol O ministro da Saúde, Nelson Teich, disse o ministério analisa um pedido da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para a realização de jogos sem público. Segundo Teich, a iniciativa, ainda em análise, é parte daquelas que "de alguma forma, poderiam trazer "um dia a dia melhor para as pessoas". "Todas as coisas que a gente puder fazer com segurança fazer pra que de alguma forma o dia a dia das pessoas fique melhor, a gente vai avaliar." - Nelson Teich Pacientes com doenças renais devem ter cuidados redobrados por causa do coronavírus Initial plugin text

Texto completo




          Envie por E-mail  

Brasil tem 4.543 mortes e 66.501 casos de coronavírus, diz ministério


Foram 338 mortes a mais registradas nas últimas 24 horas. Foram 1.803 mortes em 7 dias Guilherme Pinheiro/ G1 O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (27) o mais recente balanço dos casos de coronavírus no Brasil. Os principais dados são: 4.543 mortes, no domingo (27) eram 4.205. Foram 338 mortes a mais. 66.501 casos confirmados, no domingo (27) eram 61.888. Foram 4.613 casos a mais. Em 7 dias foram mais 1.803 mortes. São Paulo tem 21.696 casos e 1.825 mortes. Brasil registra 4.453 mortes. Guilherme Pinheiro/ G1 SÃO PAULO: Respirador criado na USP é aprovado em testes com humanos MANAUS: Com 140 enterros em 24 horas, Manaus bate recorde de registros BELO HORIZONTE: Fotógrafa organiza doações a moradores de rua RIO DE JANEIRO: Hospitais recebem contêineres para aumentar a capacidade dos necrotérios OMS diz que países que seguiram recomendações estão em situação melhor Initial plugin text

Texto completo




          Envie por E-mail  

Coronavírus: total de infectados confirmados no mundo passa de 3 milhões


Só os EUA concentram 1 milhão de casos. Total de mortes, no planeta, passa de 200 mil. Dados foram divulgado em um mapa interativo da universidade americana Johns Hopkins. Número de casos de coronavírus no mundo bate 3 milhões O mundo já tem mais de três milhões de pessoas infectadas pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), segundo levantamento da universidade americana Johns Hopkins. O número de casos oficialmente confirmados foi divulgado em um mapa interativo da instituição nesta segunda-feira (27). Até as 14h o mundo registrada ao menos 3.002.303 casos de coronavírus em 185 países. O aumento em 1 milhão de casos aconteceu em apenas 12 dias. Os EUA concentram o maior número de casos, 1 milhão, seguido de Espanha (mais de 200 mil) e Itália (quase 200 mil). O Brasil aparece na 11ª colocação, com mais de 60 mil casos. Também de acordo com os dados da Johns Hopkins, o número de mortes no planeta já passa de 208 mil. Casos no mundo passam de 3 milhões, segundo a Universidade John Hopkins Reprodução/John Hopkins O mundo está em alerta com o avanço do novo coronavírus, que no fim de 2019 na cidade de Wuhan, na China. A doença que causa a atual pandemia foi batizada pela Organização Mundial da Saúde como Covid-19. Ainda não há cura nem vacina para a Covid-19. Por isso, a principal medida de contenção do avanço da doença, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e autoridades do mundo todo, é o distanciamento social. Casos no mundo passam de 3 milhões, segundo a Universidade John Hopkins Reprodução/John Hopkins Países com mais casos confirmados Levantamento da Universidade Johns Hopkins até as 14h desta segunda-feira aponta: Estados Unidos: 972.969 casos / 208.131 mortes Espanha: 229.422 casos / 23.521 mortes Itália: 199.414 casos / 26.977 mortes França: 162.220 casos / 22.890 mortes Alemanha: 158.142 casos/ 5.985 mortes Reino Unido: 154.038 casos / 20.797 mortes Turquia: 110.130 casos / 2.805 mortes Irã: 91.472 casos / 5.806 mortes Rússia: 87.147 casos / 794 mortes China: 83.912 casos / 4.637 mortes Brasil: 63.328 casos / 4.298 mortes Rápida evolução Desde o marco de 3 de março, quando o mundo superou os mais de 100 mil casos confirmados de coronavírus o número de infecções aumentou rapidamente chegando, em menos de 2 meses a 3 milhões. 3 de março – 100 mil caos – Chegou a 100.347 os casos registrados de Covid-19 no mundo, a infecção causada pelo novo coronavírus, em todo o mundo. No balanço, a China ainda era o país com o maior número de casos registrados, com 80.710 até aquele momento. 26 de março – 500 mil casos – Casos de coronavírus no mundo passaram de meio milhão com um aumento de 100 mil confirmações em apenas 2 dias. 2 de abril – 1 milhão casos – O número de casos confirmados de Covid-19 no mundo superou a marca de 1 milhão no início deste mês, à época, o total de mortos pelo novo coronavírus Sars-Cov-2 acabava de passar dos 50 mil. 15 de abril – 2 milhões de casos – O número de casos confirmados no mundo dobrou em menos de duas semanas e mais de 128 mil pessoas haviam morrido com a doença causada pelo novo coronavírus. Initial plugin text

Texto completo




          Envie por E-mail  

Países que seguiram recomendações de combate à Covid-19 estão em situação melhor, diz diretor da OMS


Diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, respondeu a uma pergunta sobre a fala do presidente Jair Bolsonaro de que ele não é médico. Tedros tem mestrado em imunologia e doenças infecciosas e doutorado em saúde comunitária. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Fabrice Coffrini / AFP O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, foi questionado nesta segunda-feira (27) sobre uma fala do presidente Jair Bolsonaro, que questionou a necessidade de o Brasil seguir as orientações da entidade em meio à pandemia do coronavírus. Na fala, feita na última quinta-feira (23) em uma "live", o presidente brasileiro disse que Tedros não era médico. "O pessoal fala tanto de seguir OMS... o diretor-presidente da OMS é médico? Não é médico", disse Bolsonaro, segundo a agência de notícias Reuters. Em resposta, Tedros lembrou que a organização não pode ordenar que os países sigam suas recomendações – ela pode apenas aconselhar. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva em fevereiro Fabrice Coffrini / AFP "Nós só podemos dar conselhos a países. Não temos mandato para forçar os países a implementar o que aconselhamos. Cabe aos países seguir nosso conselho ou rejeitá-lo", ressaltou o diretor-geral da OMS. "Mas nós damos o nosso conselho baseado na melhor ciência e evidência", pontuou. Tedros é o primeiro diretor-geral da OMS que não é médico: formou-se em biologia na Universidade de Asmara, na Eritreia (então pertencente à Etiópia), tem mestrado em imunologia e doenças infecciosas pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, da Universidade de Londres, e doutorado em saúde comunitária pela Universidade de Nottingham, também no Reino Unido, onde pesquisou malária. Antes de chegar à OMS, em 2017, Tedros foi ministro da Saúde e de Relações Exteriores da Etiópia. Durante coletiva em Genebra nesta segunda-feira, ele lembrou que a OMS decretou a Covid-19 uma emergência de saúde internacional no dia 30 de janeiro – antes de qualquer pessoa morrer pela doença fora da China, onde a doença foi registrada pela primeira vez. Também não havia casos da doença na África ou na América Latina. "O mundo deveria ter ouvido a OMS com cuidado na época", disse Tedros. "Porque a emergência de saúde internacional, o nível mais alto de alerta, foi ativado quando só tínhamos 82 casos e nenhuma morte no resto do mundo". "Todos os países poderiam ter ativado todas as suas medidas de saúde pública possíveis. Eu acho que isso é suficiente [para demonstrar] a importância de ouvir os conselhos da OMS", acrescentou. "E, então, nós aconselhamos todos os países a implementar uma abordagem de saúde pública abrangente. E nós dissemos: 'ache, teste, isole, trace os contatos, e assim por diante'. Vocês podem ver por si mesmo que os países que seguiram isso estão em uma situação melhor que outros. Isso é fato", disse Tedros. "Na nossa experiência, até agora, alguns países aceitam [conselhos], alguns países não. No fim do dia, cada país assume a sua própria responsabilidade". Esta não é a primeira vez que falas de Bolsonaro repercutem com o diretor-geral da OMS. No dia 31 de março, Tedros negou ter sido contra medidas de isolamento social depois que o presidente afirmou, usando discurso dele, que os "informais têm que trabalhar". Bolsonaro omitiu um trecho do discurso de Tedros sobre a importância do auxílio financeiro aos mais pobres. OMS reforça que medidas de isolamento são melhor alternativa e cobra garantias de renda Initial plugin text

Texto completo




          Envie por E-mail