Dieta rica em fibras preveniu infecção por gripe em ratos


Estudo pré-clínico publicado nesta terça-feira (15) diz que composto produzido por fermentação das fibras no intestino ajuda a prevenir infecção por influenza.  Aveia é um tipo de alimento rico em fibras; cientistas estudam papel de composto na modulação do sistema imune Pexels/Pixabay Um estudo feito em camundongos mostrou que uma dieta rica em fibras ajuda o sistema imunológico a combater a infecção pelo vírus influenza, causador da gripe. Os achados da pesquisa foram publicados nesta terça-feira (15) na revista "Immunity", publicação da Cell Press. Cientistas da Universidade de Monash (Austrália) mostraram que as fibras atuam aumentando a atividade das células T, um tipo de célula do sistema imune, ao mesmo tempo em que previnem uma ação exagerada do sistema imunológico. Alimentos ricos em fibras são, por exemplo, aveia, folhas verdes, e algumas frutas. Cereais como linhaça e chia e grãos também são ricos nesse tipo de composto. No estudo, as fibras também aumentaram a sobrevida de camundongos afetados pelo vírus. Em caráter experimental, o estudo sugere que dietas rica em açúca e gordura e pobre em fibras predispõe o corpo a maiores infecções. Resumo do estudo Ácido graxo fermentado no intestino modula ação O estudo mostrou que o benefício encontrado se deve ao fato de que a fermentação das fibras aumenta a produção de um grupo específico de ácidos graxos, os de cadeia curta (AGCCs). Esses compostos estão envolvidos no metabolismo de várias substâncias, como a glicose, e pesquisas anteriores já demonstraram o seu benefício em doenças inflamatórias. Agora, os cientistas na Austrália, no entanto, estavam querendo investigar, se as fibras poderiam ter um efeito nocivo em infecções, já que altera o sistema imune, modulando sua ação. "Os efeitos benéficos da fibra dietética em uma variedade de doenças inflamatórias crônicas, incluindo asma e alergias, receberam atenção substancial nos últimos anos", diz o autor sênior do estudo Benjamin Marsland, da Universidade de Monash (Austrália), em nota. "Estávamos preocupados se esses tratamentos pudessem aumentar a suscetibilidade a infecções". A preocupação dos autores incidiu especialmente na infecção por influenza A. Do ponto de vista da saúde pública, a infecção é especialmente importante pela sua circulação: cerca de 20% da população mundial é infectada pelo vírus anualmente. "O que nos surpreendeu foi que a fibra dietética estava seletivamente desligando parte do nosso sistema imunológico", completa Benjamin Marsland. Importante salientar que o estudo foi feito em cobaias e isso indica que não necessariamente as fibras possuem a mesma ação em humanos. Ainda, do ponto de vista terapêutico, pesquisas adicionais são necessárias para determinar quanta fibra, e que tipo de fibra, seria mais efetiva em humanos. Por isso, pesquisadores agora planejam outros estudos em humanos para averiguar o benefício da ingestão de fibra em alergias e outras infecções.

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