Asteroide potencialmente perigoso passa 'perto da Terra' e vida continua; entenda como isso se repete


Asteroide potencialmente perigoso 4179 Toutatis de 2,5 km de tamanho GDSSC Antes de ontem, dia 29 de agosto, um "asteroide potencialmente perigoso", batizado oficialmente 1998 SD9, passou muito perto da Terra em sua órbita no Sistema Solar. Segundo as melhores estimativas, ele tem uns 51 metros de extensão e deve ter passado a 1,6 milhões de km de nós. Mas o quê são os asteroides potencialmente perigosos e quais os riscos que eles oferecem? O Sitema Solar possui milhões de asteroides vagando por ele. A ideia geral é que eles estão todos no grande Cinturão de Asteroides entre as órbitas de Marte e Júpiter. É fato que a concentração deles é maior por lá, mas o cinturão está longe de ser o único lugar em que podemos encontrá-los. Muitos deles pertencem ao cinturão, mas suas órbitas são tão alongadas que chegam a cruzar a órbita de Marte e até mesmo a da Terra. E aí é que se começam a se tornar potencialmente perigosos. Asteroide passará pela Terra a uma distância menor que a da Lua Independente de ondem residem, existem duas categorias de asteroides para aqueles que se passam nas imediações da órbita da Terra. A primeira delas chama-se Objetos Próximos da Terra (NEO, em inglês) e agrega qualquer objeto, seja asteoroide ou cometa, cujo periélio (sua menor distância até o Sol) seja menos de 1,3 unidades astronômicas. Uma unidade astronômica é a unidade de distância usada quando se trata de medidas no Sistema Solar e equivale à distância entre o Sol e a Terra. Ela vale 150 milhões de km e no caso dos NEOs representa uma distância até o Sol de 193 milhões de km. Para você ter uma ideia, atualmente são conhecidos mais de 18 mil NEOs onde mais de 100 deles são cometas de curto de período. Desde 1998, a União Europeia e os Estados Unidos, entre outras nações, monitoram os céus em busca de NEOs em um programa chamado de Spaceguard. O objetivo desse programa é catalogar todos os objetos com pelo menos 1 km de tamanho, que poderiam causar uma catástrofe global em caso de impacto com a Terra. Em 2011, a meta de ter pelo menos 90% deles catalogados e bem conhecidos foi atingida e de lá para cá o programa também se dedicou a procurar objetos menores que tenham perto de 150 m de tamanho. Esses obetos menores não causariam extinção global, mas em caso de impacto com a Terra poderiam dizimar o meio ambiente local, bem como arrasar cidades inteiras se caírem em regiões povoadas. Dentro da categoria de NEOs está a categoria de Asteroides Potencialmente Perigosos, ou APPs. Os APPs são asteroides com pelo menos 100 metros de extensão que passem a uma distância menor que 0,05 unidades astronômicas, ou 7,5 milhões de quilômetros, o equivalente a 20 vezes a distância até a Lua. Até o momento são conecidos 1918 APPs, mas esse número pode variar de uma noite para a outra, já que objetos pequenos são muito difíceis de descobrir, pois são pouco brilhantes e são detectados apenas quando passam próximo à Terra. O maior APP conhecido é o asteroide Apollo com 7 km de diâmetro, o que poderia acabar com a vida na Terra em caso de impacto, mas sua menor distância até nós é 3,5 milhões de km. Os maiores APPs, os mais perigosos, estão todos catalogados e têm os elementos de órbita muito bem conhecidos. As simulações mostram que nenhum deles corre o risco de colidir com a Terra em um período de muitos milhares de anos. Maior risco trazem os pequenos asteroides. Apesar de menos destrutivos, eles ainda podem causar tragédias incalculáveis caindo em grandes cidades e, por serem pequenos, são observados apenas quando estão próximos o suficiente para serem monitorados por telescópios. Como efeito, os elementos de suas órbitas são pouco conhecidos e isso se traduz em simulações pouco precisas. Ainda assim, de todos os APPs conhecidos, nenhum deles corre o risco de colidir com a Terra nas próximas centenas de anos. Risco mesmo são os APPs desconhecidos. Eles são pequenos, em geral menores que 50 metros, e são descobertos quando estão muito próximos de nós. Um asteroide como esse poderia causar um belo estrago se cair em regiões habitadas e caindo no mar, poderia gerar tsunamis devastadores, mas a chance disso acontecer é muito pequena, pois é bem provável que ele se desintegre na atmosfera antes de atingir a superfície. Eventos como esse do dia 29 são mais comuns do que se pensa. Na média, a cada semana, dois ou três APPs passam a uma distância inferior a 20 vezes a distância Terra-Lua. Por exemplo, só nos dias 02 e 03 de setembro agora, 3 APPs devem passar perto de nós a distâncias que variam entre 12 e 19 vezes a distância até a Lua. O maior dos 3 tem um tamanho aproximado de 500 metros e é justamente o que passa mais perto, a 4,6 milhões de km. As chances de acontecer um impacto tão devastor quanto o que acabou com os dinossauros é muitíssimo pequena. Um impacto como esse ocorre a cada 100 milhões de anos e como o último aconteceu a 70 milhões, temos aí por vota de uns 30 milhões de anos para aprender a nos defender.

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