Alternativas pacíficas e empolgantes podem diminuir atitudes políticas violentas, aponta estudo


A necessidade emocional de agitação que algumas pessoas têm pode ser satisfeita com alternativas que redirecionam os impulsos agressivos, indica pesquisa publicada nesta segunda-feira (29) pela Associação Americana de Psicologia. Satisfazer o desejo das pessoas por excitação com alternativas pacíficas, mas empolgantes, pode reduzir impulsos de violência relacionada a causas políticas: é o que indica uma pesquisa publicada nesta-sexta-feira (29) pela Associação Americana de Psicologia na ‘Journal of Personality and Social Psychology’. “Quando indivíduos procuram por significado, buscam experiências novas e intensas, o que os torna mais propensos a aderir a ideologias ou grupos violentos”, afirmaram os cientistas envolvidos no estudo, da Universidade de Nova York em Abu Dhabi e da Universidade de Córdoba, na Argentina. Eles demonstraram essas observações a partir de nove estudos, independentes um do outro e realizados em sequência, com participantes recrutados online e presencialmente. “Apesar de pesquisas terem recentemente ligado a busca das pessoas por significado com a disposição para usar violência por uma causa, nossa pesquisa sugere que isso é levado ainda mais adiante por uma sede de aventura”, explica a psicóloga Birga Schumpe, da Universidade de Nova York em Abu Dhabi, líder da pesquisa. Os cientistas constataram que havia uma relação entre a busca por excitação e emoção e o apoio a grupos ativistas violentos. Essa relação, por sua vez, se explicava por quão excitante o grupo em questão parecia. Ou seja: quanto mais violentos os grupos, mais eles eram vistos como empolgantes por pessoas que buscavam excitação e emoção. Essas pessoas, por sua vez, corriam mais risco de se unir a grupos politicamente violentos. Todos os envolvidos nessa parte da pesquisa, recrutados online, eram ativistas por direitos dos animais. Para resolver o problema, os cientistas testaram uma intervenção para reduzir o apoio à violência política. Dividiram os 392 participantes desta etapa em dois grupos ativistas de forma aleatória: um era o grupo “desinteressante”, que usou frases formais, como declarações públicas assinadas, cartas de oposição ou panfletos. Também participaram de boicote a produtos e orações. O outro grupo, o “empolgante”, encenou peças de teatro, fez apresentações de música, saiu em marchas, paradas e realizou pegadinhas, além de discursos. Os pesquisadores concluíram que essa alternativa reduziu, nas pessoas, o apoio à violência política. Com o estudo, os cientistas concluíram que “a necessidade de excitação não necessariamente condena alguém a aderir a crenças hostis”, dizem. “A relação entre essa busca e o apoio à violência política pode ser revertida quando existe uma alternativa empolgante e pacífica. Nessas circunstâncias, a violência não é mais o único meio disponível para experimentar sensações estimulantes”, dizem.

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