Pesquisa da USP transforma partes de frutas que iriam para lixo em cookies nutritivos


Estudo da Esalq de Piracicaba utilizou resíduos de melão, maçã e abacaxi, que podem degradar meio ambiente se não forem descartados corretamente. Esalq de Piracicaba utiliza partes incomuns de frutas na fabricação de biscoitos Uma pesquisa da Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (Esalq-USP) desenvolveu um biscoito nutritivo a partir de restos de frutas que seriam descartados - como talos, cascas e o miolo. O estudo utilizou partes de melão, maçã e abacaxi, segundo a pesquisadora Nataly Maria Viva de Toledo. Leia, abaixo, como é feito o cookie. A pesquisa foi desenvolvida no programa de pós-graduação em Ciência e Tecnologia dos Alimentos da Esalq-USP. De acordo com Nataly, o resíduos utilizados no estudo, além de nutritivos, são um risco ao meio ambiente quando não recebem o tratamento correto para serem descartados. "Elas [frutas] são muito consumidas e produzidas pelo Brasil e esses produtos têm um valor nutricional agregado que pode ser interessante para a indústria", explica a pesquisadora responsável pelo estudo. Pesquisa da Esalq-USP que reaproveita partes descartadas de frutas utilizou cascas de melão Oscar Herculano/EPTV Além do consumo domiciliar dessas frutas, as indústrias que produzem geleias, sucos, polpas, compotas chegam a descartar, pelo menos, metade das frutas processadas. A pesquisa de Nataly visou a reutilização desses subprodutos em uma receita nutritiva que pudesse ser feita pela própria indústria e pelos consumidores finais. Os resíduos utilizados na pesquisa foram gerados uma indústria de alimentos minimamente processados localizada em Engenheiro Coelho (SP). "Eles [resíduos] são mais ricos em fibras, minerais e também compostos antioxidantes, que vão ajudar a prevenir o envelhecimento", explica Nataly. Cookies tiveram boa aceitação, segundo as pesquisadoras da Esalq-USP Oscar Herculano/EPTV Na cozinha A pesquisadora secou os resíduos de frutas em um processo a frio para não caramelizar. O resultado foi uma farinha que substituiu 15% da farinha de trigo nas receitas convencionais. A partir disso, a receita utilizada é a mesma de um cookie. A receita do cookie é feita sem segredos, como o biscoito normal, mas altamente nutritiva, explica a pesquisadora. A professora Solange Guidolin Canniatti Brazaca, do departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição, foi a orientadora de Nataly na pesquisa. Ela explica que, para fazer em casa, é muito importante lavar toda a fruta antes e tomar cuidado com o armazenamento. "Lavar bem com escovinha, 'né'? Fazer uma higienização normal da fruta para depois cortar, retirar os resíduos. Eles devem ser armazenados corretamente até o uso ou até a secagem. Essa secagem, se for feita no forno, então você deve deixar em uma temperatura bem baixa por um longo período". Nos biscoitos de teste do laboratório, a aceitação foi acima do esperado, segundo a pesquisadora. "Por volta de 97% quando foi usado o abacaxi", afirma Solange. Cookies a partir de subprodutos das frutas é nutritivo e teve boa aceitação, segundo pesquisa da Esalq-USP Oscar Herculano/EPTV Mercado Com o estudo concluído, agora as pesquisadoras procuram empresas e indústrias interessadas em fazer o biscoito a partir dos próprios resíduos gerados ou da compra destes subprodutos. Pesquisa da Esalq-USP utilizou resíduos de maçã, melão e abacaxi Oscar Herculano/EPTV Veja mais notícias da região no G1 Piracicaba

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