Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima quase 86 mil casos novos de câncer de pele entre homens e 80 mil nas mulheres entre 2018 e 2019 no Brasil. Filtros solares com cor e repelente são inovações para proteção contra doenças do Aedes Se proteger do sol e ficar maquiada com o mesmo produto. Ou evitar a exposição à radiação ultravioleta e, de quebra, espantar as picadas dos mosquitos. Protetores solares com pigmentação ou repelentes são as novas tecnologias que empresas de cosméticos apostam para o verão que está por vir. O G1 visitou um centro de pesquisa, que funciona dentro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde peles sintéticas são usadas para os testes de pigmento que mais se assemelham ao tom da cor do brasileiro. "As peles com diferentes tons são para ajudar no desenvolvimento e a escolha dos fototipos. No Brasil, temos diferentes fototipos e sabemos que há diferentes tons de pele também. O produto com pigmento foi desenvolvido pra atender todos os tipos de pele e conseguir entregar pra consumidora aquela cor", explica a pesquisadora Tássia Hanashiro. O pigmento aliado ao protetor solar pode ser usado como maquiagem, mas os cientistas explicam que a cor não protege mais a pele do que os produtos convencionais contra os raios UVA e UVB, a luz solar. "O protetor com pigmento não faz com que exista uma ação prolongada da proteção. O indicado é a reaplicação do produto a cada duas horas, assim como indica a Sociedade Brasileira de Dermatologia. Consumidoras optam pelo protetor com cor para disfarce das imperfeições. O pigmento cria uma barreira física sobre a pele e protege da luz visível, que é a luz do escritório, do computador, celular", conta Erica Menezes, gerente de produto. De acordo com Andreia F. Costa, diretora de pesquisa e desenvolvimento de Dermocosméticos Hynova, a criação de um produto "metade filtro solar, metade base" é como uma alquimia. O pigmento branco é o que vai dar a cobertura uniforme. O laboratório trabalha com uma escala de cores que tenta abranger a maior parte dos tons de peles que existem no Brasil. "Eu acerto os pigmentos: faço a cobertura com o branco, depois coloco o amarelo, o vermelho, e faço um ajuste fino com o preto", explica. Protetor com repelente O Aedes aegypti é o mosquito mais falado, mas o Brasil também tem o Cúlex e o Anopheles. A partir de agora, o protetor solar vem junto com o repelente. A ideia é poder usar o produto e evitar a disseminação de doenças como a zika, a dengue e a malária. Rodrigo Romanhol, diretor de pesquisa e desenvolvimento solar da Johnson & Johnson, explica que o desenvolvimento começou há dois anos. "Não é só pegar um protetor solar, pegar uma ativo e misturar. Existe uma questão de segurança e eficácia. Então, você tem que encontrar o melhor ativo que você consiga usar na família inteira, desde a criança até o adulto". Os filtros solares com repelente têm 3 horas de proteção contra os mosquitos e também contra os raios ultravioleta. Depois de entrar no mar ou na piscina, é necessário repetir a aplicação. Câncer de pele A ideia é reduzir, além da incidência das doenças dos mosquitos, o câncer de pele – tipo mais comum no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estimam-se quase 86 mil casos novos de câncer de pele entre homens e 80 mil nas mulheres entre 2018 e 2019 no Brasil. Esses valores correspondem a um risco de 82,53 casos novos a cada 100 mil homens e 75,84 para cada 100 mil mulheres.
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