Novo Código de Ética mira preconceito contra médicos com deficiência: 'Achavam que a Medicina não era mais para mim'


Segundo pesquisa de conselhos de Medicina brasileiros, 512 médicos declararam ter algum tipo de deficiência. Marcos Vinícius Nunes da Silva tem tetraplegia parcial desde que sofreu acidente de carro quando era estudante de Medicina Acervo pessoal Em 2008, quando tinha 23 anos e estava no quarto ano de Medicina, o goiano Marcos Vinícius Nunes da Silva sofreu uma lesão cervical nas vértebras C3, C4 e C5 em um acidente de carro em Porto Velho. Percebeu na hora que estava tetraplégico. "Deixei de ser estudante de Medicina para ser paciente." Foram 11 meses de recuperação motora após a cirurgia. Mas sua tetraplegia parcial não o impediu de se formar e de atuar como clínico-geral em unidade de pronto-atendimento. "Colegas de classe, professores da faculdade e mesmo outros médicos achavam que a Medicina não era mais para mim." Segundo ele, alguns colegas vetavam sua presença em grupos do internato, período em que o aluno de Medicina estagia em hospitais e é supervisionado em tomadas de decisão e aquisição de destreza em procedimentos. Três deles disseram a Silva que ele devia estar fazendo sessões de fisioterapia, e não frequentando a faculdade. "Julgaram meu aspecto físico, e não o meu intelectual." Dos pacientes, a receptividade tendeu a ser outra: "Até hoje, doentes que ainda não decoraram meu nome pedem para se consultarem com o 'médico da cadeira (de rodas)'". Em 2016, três anos depois da formatura, abriu uma clínica popular em Goianésia (GO), onde já atendeu mais de 15 mil pessoas. Ali, alterna entre uma cadeira de rodas elétrica e outra manual e atende os pacientes em uma maca adaptada a sua altura. O goiano afirma ter sido o primeiro tetraplégico a se formar em Medicina no Brasil, e nas últimas eleições alcançou outro feito: se tornou o vereador mais bem votado de Goianésia. Nunes diz ter sido o primeiro tetraplégico a se formar em medicina no Brasil. E nas últimas eleições municipais, se tornou o vereador mais bem votado de Goianésia Acervo pessoal Silva está entre os que celebram um inciso do novo Código de Ética Médica que estipula ser "direito do médico com deficiência ou com doença, nos limites de suas capacidades e da segurança dos pacientes, exercer a profissão sem ser discriminado". Censo de médicos com deficiência Em vigor desde 30 de abril, o Código de Ética Médica ganhou esse adendo sobre profissionais com deficiência por sugestão do pediatra Sidnei Ferreira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e conselheiro do Conselho Federal de Medicina (CFM). Em 2015, após ser convidado para um congresso sobre acessibilidade, Ferreira propôs ao CFM uma campanha que levantasse o número de médicos e de alunos de Medicina que portassem alguma deficiência visual, auditiva ou motora. Queria saber também se essa deficiência era congênita ou adquirida. As perguntas constariam dos cadastros dos Conselhos Regionais de Medicina, que a campanha estimularia seus membros a responder. "Ao conhecer melhor esse universo, poderíamos apresentar propostas de políticas públicas que melhorassem a acessibilidade nas áreas de saúde não só para os médicos, mas também para pacientes", diz Ferreira. Passados quase três anos do início da campanha (ela começou em julho de 2016), 512 médicos, de um universo de 450 mil em atividade no país, afirmaram ter algum tipo de deficiência. Grande parte deles (124) atua em Minas Gerais, seguidos de Rio Grande do Sul (50), Santa Catarina (43), Distrito Federal (35) e Goiás (32). Na próxima fase da campanha, o CFM buscará reunir esses médicos para conhecer suas dificuldades no trabalho e saber se sofrem ou não discriminação. Ferreira dá como exemplo de adversidade a acessibilidade nos centros de atendimento à saúde do Rio. Uma fiscalização do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) feita de março a junho de 2016 mostrou que, em 24 unidades de saúde, nenhuma tinha condições adequadas de acessibilidade tanto para profissionais quanto para pacientes e acompanhantes. Sem acessibilidade Hemerson Casado agora se comunica com os olhos por meio de aplicativo Acervo pessoal O cardiologista e cirurgião vascular alagoano Hemerson Casado tem certeza absoluta de que o preconceito começa pela falta de condições de trabalho para o médico com necessidades especiais, seja nos hospitais, nos consultórios médicos ou nos postos de saúde. "Uma multidão acha que acessibilidade é apenas rampa para cadeira de rodas, mas a estrutura das construções, a ergonomia de portas, corredores, salas, mesas, armários, equipamentos hospitalares, tudo conspira para que o portador de necessidades especiais passe dificuldades, constrangimentos, humilhações", elenca Casado. "Fora o preconceito de funcionários e colegas médicos que acham que deveríamos ficar em casa esperando a morte chegar." Aos 45 anos, no auge de uma carreira sólida - atuou em hospitais no Brasil, Canadá, Estados Unidos, Reino Unido e Escócia -, Casado recebeu o diagnóstico de uma grave e rara doença neurodegenerativa, a esclerose lateral amiotrófica (ELA). Ele, um triatleta que treinava para a prova do Ironman, viu-se às voltas com uma paralisia que lhe tolhe gradualmente os movimentos. "Contei primeiro para a minha esposa, depois para o meu melhor amigo, então para os meus sócios, mas ninguém conseguia absorver a notícia", diz. "Primeiro porque a ELA é uma doença ainda pouco conhecida, segundo porque eu apenas puxava um pouco a perna e ninguém poderia imaginar que eu tivesse uma doença fatal." Casado manteve o consultório e as cirurgias cardíacas por mais um ano. "Mas, aos poucos, as pessoas que sabem da doença vão falando para os que não sabem e, quando você se dá conta, muitos já comentam às escondidas, alguns com pena, outros criticando, por ignorância ou preconceito, o fato de eu continuar a trabalhar constantemente nesse período." Com a evolução da doença, já então sem condições de operar nem de examinar os pacientes, anunciou para suas duas equipes o afastamento definitivo da profissão. "Chorei como nunca tinha chorado na vida." Aos 52 anos, o alagoano, que vive em Maceió, hoje não anda nem fala. Comunica-se por meio de um software sueco, cujo mouse ótico lhe permite teclar com o piscar dos olhos. Colegas o convidaram para continuar trabalhando como professor e consultor. "Mas eu não conseguia suportar as conversas de pé de ouvido, os olhares pesados sobre mim", diz. Virou ativista de combate às doenças raras. Tem um instituto que foca nessa linha, atua politicamente para conseguir verbas para pesquisa e luta para construir um polo de biotecnologia e biomedicina em doenças raras. Para ele, o CFM e a Associação Médica Brasileira (AMB) têm feito um trabalho para corrigir distorções, mas ainda é pouco. "O preconceito tem que ser combatido com ações de classe, políticas públicas e muita informação, mas não aquela que vitimize o profissional, e sim que prove que ele é mais do que capaz". Bom senso ante obstáculos Formado em 1982 na Universidade de São Paulo (USP), o patologista Raymundo Soares de Azevedo Neto diz nunca ter notado preconceito ou restrição por parte de colegas ou chefias. Aos nove meses de idade, ele contraiu poliomielite durante um surto dessa infecção viral na sua cidade, Uberaba (MG). Para lidar com a paraplegia e a escoliose, consequências da doença, ele usa muletas e órteses nas duas pernas, o que lhe garante sustentação e equilíbrio. Diante de tecnologias que possam compensar eventuais problemas locomotores no exercício da profissão, Azevedo Neto defende o bom senso. "Em tese, toda especialidade médica permite adaptações a eventuais deficiências profissionais, ao mesmo tempo que impõe limitações de ordem prática", afirma. Um médico com deficiência seria mais sensível ao sofrimento dos pacientes? Azevedo Neto discorda. Para ele, essa atitude humanista e empática está mais ligada à personalidade do profissional de saúde. "Há médicos e médicas que despertam uma empatia enorme sem nunca apresentar problemas de saúde significativos com eles ou com pessoas próximas", diz. Em sua experiência, C. Lee Cohen, médica residente no Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, afirma que a perda parcial de audição nos seus dois ouvidos a ajuda a lidar com pacientes que tiveram perda auditiva, principalmente os idosos. "Sei com quais sons eles têm dificuldade, então explico com outras palavras, para que compreendam o que estou dizendo." Novo Código de Ética Médica diz que "direito do médico com deficiência ou com doença, nos limites de suas capacidades e da segurança dos pacientes, exercer a profissão sem ser discriminado" BENTHAM SCIENCE PUBLISHERS Para o advogado Henderson Fürst, doutor em Bioética e professor de pós-graduação na PUC-Campinas, a mudança no Código de Ética Médica se alinha à Convenção da Organizações das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, de 2008, e sua incorporação no Brasil por meio do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146 de 2015). Fürst, portador de uma rara doença degenerativa, a encefalomielite miálgica, também conhecida como síndrome da fadiga crônica, afirma que "essas normativas refletem a mudança na compreensão do que é deficiência, saindo do modelo técnico para o modelo social, ou seja, entendendo que o fator limitador é o meio em que a pessoa está inserida, e não a deficiência em si". Para ele, a principal mudança seria a formulação de políticas de acessibilidade que diminuam ou eliminem restrições aos profissionais. Preconceito sentido na pele O Código de Ética Médica também inclui profissionais com doenças. A psiquiatra Kátia Maria Monteiro Rodrigues de Carvalho, que atende em Rio Claro (SP), ouviu certa vez esta confissão desinformada de uma paciente: "Doutora, eu tinha medo de vir aqui porque falaram que a senhora era esclerosada". Carvalho ri. "Alguém deve ter dito que eu tenho esclerose múltipla, que de fato tenho, e ela pensou que isso era sinal de demência." Kátia Carvalho tem esclerose múltipla, doença autoimune que afeta principalmente os nervos ARIZA MARIA AILY Graduada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP, Carvalho fez mestrado em saúde mental na Unicamp e estava prestes a se tornar docente na Escola de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu, quando teve sua primeira crise provocada por essa doença autoimune que afeta primordialmente os nervos. Tinha 28 anos e entrou em insuficiência respiratória. Recuperou-se, mas haveria outras crises - uma delas a deixou acamada por um ano -, que culminaram na interrupção do atendimento de alguns pacientes seus. "Do ponto de vista de consultório, eu várias vezes tive de recomeçar, recomeçar, recomeçar, e isso é muito difícil", diz. Quando daquela longa crise, Carvalho esteve prestes a ser aposentada por invalidez. "Entrei em desespero profundo, entendi como 'seu trabalho acabou'." Os papéis não andaram, e Carvalho acabou por se aposentar por tempo de serviço em 2016. No entanto, continua atuando quase com a mesma carga horária. Ela entende que, aos 55 anos, seu organismo está mais estabilizado diante da esclerose múltipla. Desde 2017, Carvalho é diretora clínica e técnica da Casa de Saúde Bezerra de Menezes, hospital psiquiátrico em Rio Claro. Também manteve o consultório e há um ano iniciou o curso semipresencial de Engenharia de Computação na Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp).

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Como as amizades podem influenciar seus hábitos – para o bem e para o mal

Estudos mostram que nossas escolhas são conscientemente ou inconscientemente inspiradas em quem está ao nosso redor. Costumamos acreditar que o autocontrole vem de dentro, mas muitas de nossas atitudes dependem tanto de amigos e familiares quanto de nós mesmos. As pessoas que nos cercam têm o poder de nos fazer engordar, consumir mais bebida alcoólica, nos preocuparmos menos com o meio ambiente e nos expormos ao sol sem a devida proteção, entre muitas outras coisas. Não se trata simplesmente da pressão dos colegas, em que você age deliberadamente de uma certa maneira para se adequar ao grupo. É, na verdade, em grande parte uma atitude inconsciente. Sem que você tenha consciência, seu cérebro está constantemente captando as dicas de pessoas ao seu redor para ditar seu comportamento. E as consequências podem ser sérias. Atualmente, é bastante aceito que nosso senso de identidade pessoal é derivado de outras pessoas. "Quanto mais a sua identidade for absorvida de um grupo, mesmo quando você não está por perto desse grupo, maior a probabilidade de você defender aqueles valores", diz Amber Gaffney, psicóloga social da Universidade Estadual Humboldt, nos EUA. "Se uma grande parte de como você se identifica como estudante de uma determinada universidade ou como um acadêmico, no meu caso, então é isso que você vai levar consigo na maioria das interações com outras pessoas. Eu vejo as coisas primeiro através das minhas lentes de acadêmica." Os estudantes, por exemplo, tendem a ter atitudes mais fortes em relação a temas como a legalização das drogas ou sustentabilidade do que o resto da população. São as chamadas normas sociais. E, embora elas sejam geralmente estáveis, algumas coisas interessantes podem acontecer se apenas um membro associado ao grupo agir fora do contexto. Um estudo mostrou, por exemplo, que as pessoas provavelmente mudariam sua opinião sobre transporte sustentável se descobrissem que seus pares estavam agindo hipocritamente. Os alunos da Humboldt moram em uma cidade pequena e socialmente liberal no norte da Califórnia, que se orgulha de suas credenciais ambientais. E eles também são muito conscientes em relação ao meio ambiente. Portanto, é de se esperar que o comentário de um colega que menospreza as emissões de carbono não caia bem. Após ouvir a entrevista de um aluno da universidade que enfatizava a importância de percorrer curtas distâncias de bicicleta ou a pé, em vez de usar o carro, e que posteriormente admite que foi dirigindo para a entrevista, os participantes foram questionados sobre seu próprio ponto de vista em relação ao meio ambiente - enquanto estavam sentados ao lado de um ator. O ator assumia o papel de um terceiro estudante, usando uma camiseta da universidade, ou de um profissional, vestido formalmente. Quando a hipocrisia do entrevistado era revelada, o ator fazia uma observação negativa sobre seu comportamento ou ficava quieto. A maneira como os participantes julgaram a importância de caminhar ou percorrer curtas distâncias de bicicleta dependia de com quem estavam ouvindo a entrevista e de como essa pessoa reagiu. Quando sentavam ao lado de alguém que supunham ser outro aluno, e que compartilhava dos seus valores ambientais, os participantes reiteravam a importância de pedalar. Quando sentavam ao lado de alguém de fora, não foram tão claros na resposta. Se o estranho comentava sobre a hipocrisia do entrevistado, invocava as opiniões ambientais mais fortes dos participantes. Ao defender o entrevistado das críticas, eles reforçavam sua opinião de que pedalar era importante. Talvez seja porque tenham achado que o entrevistado era normalmente mais ambientalmente responsável. Por outro lado, se o desconhecido ficava quieto, os participantes julgavam menos a importância de pedalar. Então, a forma como um estranho julga nossos colegas tem um grande impacto sobre se apoiamos eles ou não. "Este foi um estudo interessante", acrescenta Gaffney, "porque conseguimos fazer com que algumas pessoas se importassem menos com o meio ambiente. Normalmente, isso não é algo que gostaríamos de fazer ativamente, mas entender a origem desses pontos de vista pode nos ajudar a empurrar as pessoas na outra direção." Auxílio dos pares Diante das críticas de um estranho, podemos recorrer ao auxílio dos nossos pares. Mas, se tivermos que formar nossas próprias opiniões sozinhos, interpretamos o comportamento hipócrita como um sinal de que podemos relaxar nossos próprios pontos de vista. É um tipo de dissonância cognitiva: "A dissonância acontece quando você vê alguém se comportando de maneira que não é consistente com a sua atitude, e você muda sua atitude", diz Gaffney. "Eu deveria ficar constrangida ao ver você agir de maneira não sustentável, mas isso nem sempre acontece. Não vou começar necessariamente a imitar você, mas vou mudar minhas atitudes para refletir seu comportamento, porque me acho parecida com você e vejo você como uma extensão de mim mesma". Esse estudo foi inspirado por vários trabalhos na Austrália sobre a dissonância relacionada ao uso do protetor solar. Novamente, alguém que age hipocritamente flexibilizaria a atitude das pessoas em relação à aplicação do filtro, quando a norma é ser extremamente vigilante. A forma como falamos sobre nossas escolhas em relação à saúde com amigos também pode ter um impacto significativo em nossas decisões, tanto positiva quanto negativamente. Conversar sobre campanhas antitabagistas reduz o consumo de cigarros por parte dos fumantes, talvez porque esse tipo de bate-papo ofereça uma oportunidade a eles de descobrir que informações são mais relevantes para seu estilo de vida - e agir de acordo com elas. Essa tese é sustentada por uma meta-análise de 28 estudos, totalizando 139 mil participantes. "A principal causa de morte são comportamentos evitáveis em relação à saúde, como tabagismo e obesidade, e temos acesso a uma grande quantidade de informações online, mas ainda fumamos e ainda não nos exercitamos", diz Christin Scholz, da Universidade de Amsterdã, na Holanda. "Qualquer coisa que nossos amigos façam nos influencia de maneiras que estamos conscientes ou não. A presença deles pode decidir se agimos com base nessas informações de saúde ou as ignoramos." Scholz perguntou a estudantes universitários nos EUA se eles haviam conversado com alguém sobre uma experiência recente envolvendo álcool e se essas conversas tinham sido positivas ou negativas. Se eles tivessem falado positivamente sobre o consumo de álcool, provavelmente beberiam mais no dia seguinte - e vice-versa. Esses padrões são altamente influenciados, no entanto, pelas circunstâncias sociais em que nos encontramos. Reavaliações de comportamento Quando tomamos decisões, estamos constantemente reavaliando o valor que podemos obter de cada escolha - um processo chamado de maximização de valor. Nossa decisão de subir de escada, e não de elevador, depende de o quanto comemos no almoço, se já praticamos exercício naquele dia e se entramos no prédio com nosso colega triatleta. Nenhum efeito de uma conversa com amigos pode ser visto isoladamente. E é por isso que nossa força de vontade flutua. "Digamos que eu tenha conversado com um amigo no dia anterior sobre alguns aspectos negativos do álcool, mas no dia seguinte eu esteja em um bar com outras pessoas - eu ainda argumentaria que aquela conversa teve algum efeito sobre mim", diz Scholz. "No entanto, é uma representação bastante simples da tomada de decisão humana. Não somos sempre (muito) racionais - tomamos essas decisões muito rapidamente. A importância de certos tipos de informação muda ao longo do dia." Nossas escolhas são influenciadas por com quem estamos quando somos questionados, por como essas pessoas reagem, por qualquer conversa que possamos ter tido de antemão e por nossa compreensão de o que é normal para aquele grupo de amigos. Mas, se ainda estivermos em dúvida, o mais fácil é observar o que os outros estão fazendo e copiá-los. Fazemos isso o tempo todo e podemos não perceber o impacto que isso tem. "Quando comemos com outras pessoas, temos uma tendência natural de usar o comportamento delas como guia", diz Suzanne Higgs, que estuda Psicobiologia do Apetite na Universidade de Birmingham, no Reino Unido. "Muitos estudos mostram que quando comemos com pessoas que comem muito, comemos mais. As pessoas nem sempre têm consciência de que estão sendo influenciadas dessa maneira. Podem dizer que foi por causa do sabor, do preço, da fome - mas não pelas pessoas ao seu redor." O fenômeno foi descrito pela primeira vez com base na análise dos diários alimentares de centenas de pessoas feitos pelo psicólogo John de Castro nos anos 1980. Esses diários detalhados listavam não só o que as pessoas comiam, mas também onde, quando e com quem. Ele foi capaz de controlar os efeitos de refeições comemorativas, se havia consumo de álcool, se a refeição era no fim de semana e quaisquer outros fatores que poderiam influenciar a quantidade de comida ingerida. Esses efeitos foram reproduzidos em laboratório. Higgs pediu aos alunos para almoçarem sozinhos ou com um amigo. E parece acontecer o mesmo quando você está comendo acompanhado em um ambiente controlado. Mas esse efeito só ocorre com pessoas que você conhece bem. Higgs sugere que a presença de outra pessoa ofusca nossa capacidade de captar os sinais do nosso corpo de que estamos satisfeitos. O processo normal de saciedade é interrompido pelo sentimento estimulado por nossos amigos. Outras distrações, como assistir à televisão, mostraram aumentar o consumo de alimentos. Em seguida, Higgs realizou uma pesquisa de campo para ver se os comportamentos alimentares poderiam ser influenciados por outros sinais sociais. Ela queria encorajar as pessoas a pedir legumes como acompanhamento, fornecendo informações sobre as escolhas de outros clientes por meio de cartazes. Em vez disso, os cartazes mostravam dados fictícios sobre os acompanhamentos mais pedidos pelos clientes. Higgs colocou a porção de legumes no topo. "Quando entramos em um novo ambiente, procuramos pistas sobre como devemos nos comportar. Então, saber que uma determinada opção é a mais popular, realmente nos ajuda", explica. O efeito foi observado mesmo após os cartazes terem sido retirados. Higgs havia criado uma nova norma. "Há boas razões para acreditar que quando usamos o comportamento normativo, isso nos faz sentir bem, porque estamos nos conectando com um grupo social", analisa. "Se você está com um novo grupo social, é mais provável que você imite comportamentos."

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Brasileiros terão acesso a insulina inalável para controlar o diabetes

Tudo bem que as agulhas para aplicação de insulina são de pequeno calibre, mas ninguém gosta de levar picadinhas, por pequenas que sejam. Pois, quem padece de diabetes e precisa fazer uso diário do medicamento aqui no Brasil em breve poderá se livrar das injeções e fazer uso de uma opção mais confortável, de fácil manipulação e mais eficaz de se medicar.

A Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – liberou a comercialização e consumo da insulina inalável, medicamento que oferece vantagens sobre a apresentação tradicional injetável. Isso porque, enquanto as aplicações podem levar até 1 hora para começar a fazer efeito, o medicamento inalável entra em ação em apenas 10 minutos. E não é só isso: o efeito da forma inalável também é mais curto do que o da injetável, permanecendo no organismo por até 1h30, contra até 5 horas da apresentação tradicional.

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Samsung Galaxy Buds: atualização promete melhorias em streaming e ligações

Os fones de ouvido Bluetooth da Samsung, os Galaxy Buds, entraram no mercado há alguns meses competindo com outros modelos, como os AirPods, da Apple, e o Redmi Airdots, da Xiaomi. Com um preço salgado de R$ 999,00, eles apresentavam alguns problemas que irritavam os consumidores. Entretanto, a sua última atualização promete resolver alguns deles e aprimorar a qualidade do dispositivo.

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Hypercube: gadget para transferir fotos e vídeos enquanto carrega o celular




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Veja os conselhos de Tim Cook e outros CEOs a formandos de 2019 nos EUA

É tradição nos EUA que grandes universidades e instituições de ensino convidem celebridades e empresários de sucesso para participar das entregas de diploma e dividir com os formandos experiências e conselhos para a sua futura vida profissional. Neste ano, um time estelar de CEOs compartilhou ensinamentos valiosos com recém-formados de todo o país e você pode conferir alguns deles a seguir.

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Como ser um bom pai para uma criança


Um número crescente de pesquisas está mudando nosso entendimento de como eles podem moldar as vidas de seus filhos desde o início, desafiando as ideias convencionais de paternidade e gênero. Pais da tribo Aka, da República Centro-Africana, receberam título de 'melhores do mundo' Gabriele Galimberti/Institute Os membros da tribo Aka, da República Centro-Africana, muitas vezes cuidam de seus filhos pequenos enquanto as mães estão caçando. Eles acalmam, limpam e brincam com seus bebês, além de passar mais tempo segurando-os do que os pais em qualquer outra sociedade. Tamanha dedicação lhes rendeu o título na internet de "melhores pais do mundo" - o que é um tanto irônico, dado que os Aka são estritamente igualitários e evitam rankings. Ainda assim, mostra como a mais ampla visão do que é ser um "bom pai" mudou ao longo do tempo. Hoje, muitos pais são elogiados por serem sensíveis, carinhosos e cuidadosos. Um número crescente de pesquisas está mudando nosso entendimento de como eles podem moldar as vidas de seus filhos desde o início, desafiando as ideias convencionais de paternidade e gênero. Isso é surpreendente, já que até a década de 1970 o papel dos pais no desenvolvimento de seus filhos quase não era estudado. Sua função era vista como um apoio econômico à mãe, que por sua vez seria a âncora emocional da criança. "Havia muito foco em como as relações com as mães eram importantes, mas pouca reflexão sobre outras relações sociais", diz Michael Lamb, psicólogo da Universidade de Cambridge que estuda o papel dos pais desde a década de 1970. "O mais óbvio era o relacionamento pai-filho - algo visto como mais importante à medida que as crianças cresciam, mas sempre visto como secundário em relação ao relacionamento mãe-filho." Relacionamento entre pais e filhos era visto como secundário em relação ao da mãe Gabriele Galimberti/Institute Ou como Marian Bakermans-Kranenburg, da Vrije Universiteit Amsterdam, que está fazendo uma série de estudos sobre novos pais e relações familiares, diz: "Pais são metade da paternidade, mas 99% das pesquisas sobre paternidade se concentram nas mães". Agora, novas pesquisas estão mostrando que o mundo social das crianças é muito mais rico e complexo do que se pensava. Não são apenas os pais que se colocaram no centro das atenções. Avós, pais do mesmo sexo, pais adotivos e pais solteiros também ajudaram os pesquisadores a entender o que realmente faz uma criança prosperar - e que não se trata apenas de ser um cuidador. "Parte do argumento que tenho tentado fazer nos últimos 45 anos é que, na verdade, existem múltiplos fatores importantes", diz Lamb. "Nós queremos reconhecer as diferenças e a importância deles, mas precisamos reconhecer que há muitas relações importantes que moldam o desenvolvimento das crianças." Papéis flexíveis Estudos recentes mostram como os papéis parentais podem ser flexíveis. A psicóloga Ruth Feldman, da Universidade Bar-Ilan, em Israel, descobriu que, assim como as mães, os pais recebem um impulso hormonal quando cuidam de seus bebês, o que ajuda no processo de união. Quando os pais são os principais cuidadores, seus cérebros se adaptam à tarefa. E o envolvimento emocional é importante. Bebês com pais emocionalmente engajados mostram melhor desenvolvimento mental e são menos propensos a ter problemas comportamentais mais tarde, em comparação com bebês cujos pais se comportam de uma forma mais distanciada. As crianças mais velhas também se beneficiam. Aqueles cujos pais, ou figuras paternas, são mais emocionalmente presentes tendem a ficar mais satisfeitos com a vida e a ter um melhor relacionamento com professores e outras crianças. Estudo revela que bebês com pais emocionalmente engajados mostram melhor desenvolvimento mental e são menos propensos a ter problemas comportamentais Gabriele Galimberti/Institute "Os fatores que levam à formação dos relacionamentos são exatamente os mesmos para a mãe e o pai", diz Lamb. "Isso se resume à disponibilidade emocional, reconhecendo as necessidades da criança, respondendo a elas, proporcionando o conforto e o apoio que ela precisa." Pesquisas anteriores descobriram que mães e pais tendem a interagir de maneira diferente com crianças pequenas: as mães se ligam mais por meio do cuidado gentil, enquanto os pais geralmente se ligam por meio do brincar. Mas isso, diz Lamb, tem menos a ver com gênero e mais com a divisão do cuidado infantil. Estudos com casais do mesmo sexo e com pais que ficam em casa mostraram que, independentemente do sexo, são os pais que trabalham durante o dia e voltam para casa à noite que costumam fazer brincadeiras mais intensas, como levantar o bebê e ficar balançando ao redor do berço. O pai que cuida do bebê o dia todo provavelmente interage com ele com mais calma. Nos casais heterossexuais, o pai que assume a maior parte dos cuidados durante o dia ainda é muitas vezes a mãe por uma série de razões sociais e econômicas. Uma delas é a licença do trabalho. Embora todos os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com exceção dos EUA, ofereçam uma licença-maternidade paga em todo o país e com financiamento público, apenas a metade oferece licença-paternidade paga de pelo menos dois meses. Enquanto isso, dada a persistência de diferenças salariais entre homens e mulheres, muitas vezes faz mais sentido econômico para as novas mães, e não para os pais, ficar em casa. Em todo âmbito dos países da OCDE, as mulheres ganham 13,8% menos que os homens (com base nos ganhos médios). Isso ajuda a explicar por que a licença-paternidade por si só não é uma resposta. No Reino Unido, onde a licença-paternidade compartilhada está disponível, apenas 2% dos casais a aceitam. De fato, mesmo entre os muito elogiados Aka, as mulheres são responsáveis pela maioria dos cuidados infantis. Elas caçam e se alimentam com seus bebês amarrados a elas num sling - tecido para carregar a criança. Mas ninguém ainda as declarou como as melhores mães do mundo. Estudo aponta que pais que passam mais tempo longe dos filhos tendem a fazer brincadeiras mais intensas, como erguê-los Gabriele Galimberti/Institute Benefícios à criança Mas envolver os pais mais cedo pode trazer muitos benefícios, mostrou a pesquisa. E brincar, independentemente de ser de maneira mais calma ou agitada, é particularmente benéfico. "Brincar é a linguagem da infância: é a maneira como as crianças exploram o mundo, é como elas constroem relacionamentos com outras crianças", diz Paul Ramchandani, que estuda brincadeiras em educação, desenvolvimento e aprendizado na Universidade de Cambridge. Ele e sua equipe observaram os pais brincando com seus bebês nos primeiros meses de vida, depois acompanharam o desenvolvimento das crianças. Eles descobriram que as interações precoces pai-bebê são muito mais importantes do que se supunha anteriormente. Bebês cujos pais eram mais ativos e engajados durante a brincadeira tinham menos dificuldades comportamentais ao longo dos anos em comparação com aqueles com pais mais distantes ou separados. Eles também se saíram melhor em testes cognitivos, por exemplo, ao reconhecer formatos. Esses resultados foram independentes do relacionamento da mãe com a criança. Ramchandani adverte que os resultados não devem ser interpretados como um nexo causal claro. Em vez de afetar diretamente o desenvolvimento de seus filhos, o comportamento dos pais distantes pode, por exemplo, ser um sinal de outros problemas na família. Ainda assim, ele vê o estudo como um incentivo para brincar com seu filho muito antes de poderem engatinhar e falar: "Alguns pais não fazem isso quando os bebês são mais novos porque não têm certeza sobre o que devem fazer, ou não têm certeza se está fazendo a coisa certa." É claro que as novas mães podem sentir-se igualmente hesitantes. Crianças que brincavam com os pais tiveram menos problemas comportamentais, aponta estudo Gabriele Galimberti/Institute Mas Ramchandani diz que pode ser tão simples quanto sentar o bebê no seu colo, fazer contato visual e observar o que eles gostam. "Se envolver é a coisa mais importante, porque você vai melhorar se praticar. Não é algo que vem naturalmente para todos. Algumas pessoas são realmente boas nisso, mas para a maioria é preciso praticar", diz ele. De muitas maneiras, os pais estão mais envolvidos do que nunca. Há grupos de estudo para pais, aulas de massagem para bebês somente para pais e vídeos online extremamente populares de conjuntos de dança para pais e bebês. Mulheres se dedicam até dez vezes mais Visite um típico grupo de bebês durante a semana, mesmo em um bairro relativamente progressista em Londres, e sua imagem muda rapidamente. Sim, geralmente há um ou dois pais por perto e eles são tão competentes quanto as mães. Mas a maior parte ainda parece ceder para as mulheres. Em todo o mundo, as mulheres dedicam até dez vezes mais tempo ao trabalho de assistência não remunerada - incluindo cuidados infantis - do que os homens. "Acho que estamos numa encruzilhada em termos de como vemos os pais", diz Anna Machin, antropóloga e autora de The Life of Dad (A Vida do Pai, em tradução livre), livro sobre pais modernos. Pesquisador teme que questões financeiras incentivem uma reversão aos papéis mais tradicionais de pais e mães Gabriele Galimberti/Institute Machin argumenta que, embora a maioria dos pais queira ser mais ativo em casa, o local de trabalho não se adaptou completamente a isso. "É aí que está a tensão para os homens no momento: entre a necessidade e o desejo de cuidar, e também a necessidade de continuar contribuindo financeiramente", diz ela. Dadas as pressões financeiras que muitas famílias enfrentam, Machin teme que haja realmente uma reversão para papéis mais tradicionais: "Se você é pai agora e quer se envolver, precisa começar pelo local de trabalho. Você tem que ir contra toda essa cultura de 'homens voltarem ao trabalho'. Você tem que ser o único a dizer: 'Na verdade, quero afirmar meus direitos', mas "isso é uma coisa muito difícil de fazer." Uma divisão mais igualitária pode ter muitos benefícios a longo prazo. Pesquisadores liderados pelas sociólogas Helen Norman e Colette Fagan, da Universidade de Manchester, descobriram que os pais eram mais propensos a se envolver com a criança quando compartilhavam igualmente os cuidados até o bebê completar nove meses. Na Escócia, um estudo com mais de 2.500 famílias mostrou que as relações de apoio pai-filho são tão importantes quanto as relações mãe-filho para o bem-estar das crianças. Em outro sinal de mudança, o estudo incluiu figuras paternas, tais como padrastos, cujo impacto muitas vezes foi marginalizado. "As pessoas notaram isso e estão ajudando a manter ou aumentar o perfil dos pais em uma série de discussões políticas", diz Paul Bradshaw, diretor do Centro Escocês de Pesquisa Social, que realizou o estudo em nome do governo escocês. Talvez um dia um executivo-chefe do sexo masculino com um sling seja uma visão tão comum quanto um grupo de homens da Aka levando seus bebês de volta da caçada. Enquanto isso, os pais podem se consolar com o fato de que existem inúmeras maneiras de ser um bom pai. Estudo conclui que não há um modelo de pai ideal e que o importante é estar emocionalmente disponível para atender às necessidades da criança Gabriele Galimberti/Institute "Um dos pontos que aprendemos é que não existe um modelo do pai ideal. Não há uma receita para o que o pai precisa fazer ou que tipo de comportamento ele precisa imitar", diz Lamb. Uma última análise, diz ele, é sobre estar emocionalmente disponível e atender às necessidades da criança. "Pessoas diferentes fazem isso de maneiras diferentes. Tem havido muita discussão sobre "os pais precisam mesmo fazer isso de maneira masculina?" E a resposta é não, eles não precisam. "Eles precisam fazer isso de uma maneira que faça sentido para eles, que seja autêntica, que lhes permita estarem plenos e coerentemente engajados no relacionamento com seus filhos." O fotógrafo Gabriele Galimberti é um artista cujas imagens foram exibidas no Museu V & A de Londres e apareceram na National Geographic, no The Sunday Times e no Le Monde. Ele é representado pelo The Story Institute.

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Índia segue líder no ranking dos países que mais usam rede móvel no mundo




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OSIRIS-REx faz seu melhor registro do asteroide Bennu até agora




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Shhh… Criaram uma engenhoca capaz de bloquear todo e qualquer tipo de som

Pesquisadores da Universidade de Boston, nos EUA, desenvolveram algo realmente surpreendente: um objeto com um formato que permite a passagem do ar e da luz, mas é capaz de bloquear todo e qualquer tipo de som. Como conseguiram essa bruxaria? Através do uso da tecnologia de impressão 3D aliada à matemática.

A grande maioria dos sistemas atuais para redução de ruídos se baseiam na absorção das ondas sonoras que, por sua vez, são convertidas em calor. Já a engenhoca desenvolvida pelo pessoal de Boston tem um funcionamento completamente diferente, uma vez que, no lugar de reter e neutralizar o som, ela simplesmente o reflete.

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Xiaomi tem teclado semi-mecânico gamer, com RGB e que custa apenas R$ 215

Você já deve ter visto aqui alguma matéria falando da variedade de produtos que a Xiaomi fabrica. Pois bem, parece que eles estão sempre atualizando a lista.

Agora, vamos falar de um teclado semi-mecânico da empresa chinesa, que é feito em liga de alumínio e possui um sistema de iluminação RGB com vários efeitos e níveis de brilho, que podem ser alterados apenas com o pressionamento da tecla FN em conjunto com as direcionais, além de algumas outras.

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Chromebook App Hub já está ativo e pode ser usado por alunos e professores




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Atualização do app oficial do Twitter deve dar mais destaque às suas listas

Uma das funções do Twitter que há muito não recebe o destaque devido é a possibilidade de criar listas, selecionando contas relacionadas a um tópico para acompanhar melhor o que elas têm para falar. Ela estava presente, mas o usuário precisava dar um jeito de buscar a listagem para poder acessá-la. Isso deve mudar em breve no aplicativo oficial da rede social, já que ficará muito mais fácil mudar da sua timeline principal para listas.

Liberando a função inicialmente para alguns usuários, a atualização permitirá que você acesse suas listas apenas arrastando o dedo para o lado. Atualmente, fazer isso traz a câmera do Twitter para capturar fotos e vídeos para a rede social. O Twitter não deixou muito claro se a função da câmera será removida ou se será possível escolher entre ela ou as listas quando arrastar a tela para o lado.

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Poeira lunar pode causar alergias e aumentar o risco de câncer em humanos

Como se não faltassem complicações para a realização de viagens até a Lua — que dirá de se estabelecer uma colônia por lá —, o contato com a poeira do satélite não só pode desencadear reações alérgicas como também aumentar o risco de desenvolvimento de câncer de pulmão em humanos.

Um sujeito que sentiu os efeitos na própria pele (ou nariz) foi o astronauta Harrison Schmitt, membro da tripulação da missão Apollo 17 que desembarcou em solo lunar em 1972. E a experiência de Schmitt com a poeira lunar não foi acidental: o astronauta foi o único geólogo a caminhar sobre a Lua e, como tal, conduziu experimentos, fez observações e coletou um grande número de amostras de solo e rochas durante as cerca de 20 horas que passou por lá.

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Minecraft: Education Edition receberá novo pacote sobre biodiversidade

As aplicações didáticas do Minecraft têm bastante potencial ao envolver os estudantes mais jovens em mundos visualmente complexos e com conteúdo educativo. A novidade chegando ao Minecraft: Education Edition é o pacote de lições sobre biodiversidade que trazem três planos de aulas e um mundo vasto construído em parceria com a World Wildlife Fund (WWF).

Nomeado “Extinção! Crise da biodiversidade”, o pacote leva o jogador em um passeio de montanha-russa através das eras geológicas, apresentando espécies extintas, cientistas e principais conceitos relacionados à biodiversidade. O objetivo do material é ensinar a importância das espécies presentes no planeta, além de conceitos de proteção aos animais, manejo sustentável de espécies, mudanças climáticas e ameaças ao ecossistema.

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Airbus usará HoloLens 2 da Microsoft na produção de aviões




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Maior telescópio do mundo ganha upgrade para procurar exoplanetas




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Uso de IA contra fraude deve triplicar até 2021, aponta estudo

É comum a utilização da tecnologia para facilitar tarefas cotidianas. Com um smartphone, já não é necessário realizar pagamentos em bancos ou ir ao mercado para fazer compras. Assim como o consumidor, empresas recorrem a ferramentas tecnológicas para inúmeras transações; e em todos esses casos é necessário ter atenção à segurança.

Um estudo global da Associação dos Investigadores de Fraude Certificados (ACFE) em parceria com a SAS, empresa especializada em analytics, mostra que, até 2021, o uso de inteligência artificial (IA) e de machine learning para combater fraudes deverá triplicar. Atualmente, 13% das empresas analisadas utilizam essas estratégias, mas, em até 2 anos, 25% delas planejam adotar as medidas.

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Crise das aposentadorias é global


Mesmo em países ricos, as pessoas não conseguem poupar o necessário para garantir seu padrão de vida Não há receita mágica para resolver o problema. Enquanto os sistemas de aposentadoria dão sinais de que estão sobrecarregados, a maioria simplesmente não consegue criar uma reserva para a velhice. A diferença entre o que as pessoas vêm poupando e o montante de que precisarão para manter um padrão de vida razoável está se tornando uma espécie de buraco negro capaz de engolir os países. Em oito deles, com populações expressivas e grandes mercados de pensionistas – a saber, Austrália, Canadá, China, Estados Unidos, Holanda, Índia, Japão e Reino Unido – a previsão é de que essa diferença chegue a 400 trilhões de dólares em 2050. Em 2015, já era de 70 trilhões de dólares. Apenas 32% esperam conseguir parar de trabalhar completamente depois da aposentadoria. Na média, o dinheiro acumulado vai durar no máximo cinco ou seis anos – as mulheres japonesas, por exemplo, viverão pelo menos 20 anos depois de se aposentarem. Poupança para a velhice: penas 32% esperam conseguir parar de trabalhar completamente depois da aposentadoria Wikimedia Commons A situação é tão grave que o Fórum Econômico Mundial, conhecido por promover uma reunião anual em Davos, na Suíça, com as principais lideranças mundiais, divulgou um relatório no meio de junho sobre a questão. A constatação é simples: pela primeira vez no planeta, há mais gente acima dos 65 anos do que com menos de cinco. Para que esse perfil demográfico não se transforme numa bomba relógio, os governos terão que criar mecanismos para auxiliar seus cidadãos. Quando o chanceler Otto von Bismarck criou o sistema de pensões no final do século 19, a expectativa de vida na Alemanha em processo de unificação era de 45 anos. O chamado bônus da longevidade ainda estava fora do cenário. O Fórum Econômico Mundial sugere que os produtos oferecidos por instituições financeiras têm que se diversificar e se tornar mais flexíveis. Também enfatiza que a tecnologia pode ser uma aliada para reduzir custos, com consultorias on-line informando sobre as melhores opções de investimento e a consequente diminuição de taxas de administração. Por isso é tão urgente implementar programas de educação financeira. A poupança deve ser iniciada logo no início da trajetória profissional e buscar aplicações que sejam rentáveis fará toda a diferença. De acordo com a entidade, o ideal seria que a reserva funcionasse com três pilares: em primeiro lugar, adequação, ou seja, o dinheiro cobriria as despesas da pessoa; em segundo, sustentabilidade, isto é, não acabaria antes do fim da vida; por último, flexibilidade, para fazer frente a eventos inesperados, como despesas médicas. É o bastante para dar a dimensão do desafio que o Brasil enfrenta, uma vez que o país vive um quadro dramático de estagnação econômica.

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Vídeo: veja como ganhar músculos usando apenas a força do próprio corpo

Calistenia fortalece, tonifica e trabalha a resistência com exercícios aeróbicos e acrobáticos. Veja como ganhar músculos usando apenas a força do próprio corpo Você sabia que é possível aumentar a massa magra do corpo somente com o próprio peso? O músculo pode crescer somente com estímulos e sem ajuda de aparelhos. Por isso que atividades como a calistenia entram no foco de quem quer estar com o corpo mais tonificado. Como os anabolizantes podem prejudicar o seu corpo Além da musculação: conheça exercícios que ajudam a ganhar músculos A técnica promove fortalecimento muscular com movimentos que costumam tirar seus adeptos da zona de conforto. A principal característica da calistenia é realizar movimentos aeróbicos e acrobáticos para estimular o domínio corporal. Responsável por quase 50% da massa corporal, o músculo é responsável pela locomoção e movimentação. Por isso, mais do que estética, ele é responsável por uma melhor qualidade de vida. Conheça mais sobre calistenia no vídeo acima. Initial plugin text

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Passagens bíblicas, premonições e animais que comem o Sol: os mitos por trás dos eclipses


Antes de desenvolver formas de prever o fenômeno, cada povo acreditava em uma história diferente. Na terça-feira (2), Chile e Argentina verão eclipse solar total. Entenda como é um eclipse solar total O Chile e Argentina verão um eclipse solar total na próxima terça-feira (2). As regiões onde o fenômeno será observado estão com hotéis lotados e turistas ansiosos. Entretanto, a ciência por trás da previsão exata da hora e do local dos eclipses nem sempre foi dominada por todos os povos. Por muitos séculos, o "sumiço" repentino do Sol foi sinal de catástrofes ou usado como um importante meio para dominação. Cristóvão Colombo e a chegada à América Wagner Magalhães/G1 Cristóvão Colombo O livro "Eclipses totais: Ciência, Observações, Mitos e Lendas", (em inglês, "Total Eclipses: Science, Observations, Myths and Legends"), escrito por Pierre Guillermier e Serge Koutchmy, traz a história de uma das viagens em que o explorador italiano Cristóvão Colombo chegou à América Central. Ele estava acompanhado de uma pequena frota. Com a tripulação cansada, parou na Jamaica. Seus homens, em busca de comida, entraram em conflito com os nativos. Com medo, incapazes de negociar com os tripulantes europeus, os habitantes locais não queriam dividir o alimento. O explorador sabia que três dias depois ocorreria um eclipse lunar total. Colombo mentiu aos nativos que um deus, furioso, invocaria um sinal celestial. Assim, conseguiu o domínio. Segundo a publicação, a experiência de Colombo foi usada por outros exploradores. Paraguai e Argentina viam um jaguar. Na Bolívia, um grande cachorro. Wagner Magalhães/G1 América Latina Os povos antigos não sabiam explicar o "desaparecimento repentino" da luz. Era comum que acreditassem que animais, como elementos da natureza, devorassem o Sol. Na Argentina e no Paraguai, acreditavam que era um jaguar. Na Bolívia, um grande cachorro. Partes da China acreditavam em mitos diferentes Wagner Magalhães/G1 China A China tem um dos registros mais antigos do fenômeno: em 29 de janeiro de 1.136 a.C., quando o "sumiço" da Lua foi considerado uma premonição. O rei Wen interpretou como o momento certo para desafiar o soberano Shang. Dependendo da parte do país, o fenômeno tinha outros significados. Alguns achavam que um dragão comia o Sol, assim como o povo na Indonésia. A mesma crença ocorria na Grécia. Há uma tradição antiga de bater tambores e potes, uma forma de espantar esse dragão chinês. Uma curiosidade: a palavra em mandarim para eclipse é shi, que significa comer, literalmente. Em outra parte da China, acreditavam que a natureza entrava em desequilíbrio. O Yng (força feminina) seria a Lua, e o Yang (força masculina), o Sol. Essas duas forças geralmente andavam juntas, mas quando ocorria a passagem da Lua em frente ao Sol, o Yng predominava. Deus Rá, o Sol, era comido pela serpente e, em combate, vencia o animal Wagner Magalhães/G1 Egito A Apep (ou Apófis) era um monstro em forma de serpente. Ela combatia o deus Rá, representado pelo Sol. O fim do eclipse era a demonstração da vitória de Rá. Além disso, Apep era uma constante ameaça à estabilidade do universo. Esquimós tinham história de dominação confirmada por eclipse Wagner Magalhães/G1 Esquimós De acordo com o astrônomo e pesquisador Helio Jaques Costa Pinto, os esquimós acreditavam em uma teoria que envolvia dominação masculina. "Era uma lenda sobre a jovem esquimó que tinha um irmão que buscava fazer sexo com ela. Ele chegou inclusive a conseguir, e isso a deixou tão brava, com tanto pavor, que ela fugiu para o céu e virou o Sol. O rapaz, chamado Alinnaq, virou a Lua, e ficava 'caçando' a irmã. Quando acontecia um eclipse, eles acreditavam que ele tinha conseguido pegar a menina". Acreditavam que era uma grande batalha que acabaca revelando o deus Vishnu Wagner Magalhães/G1 Hindus O livro "Eclipses totais: Ciência, Observações, Mitos e Lendas" também relata uma crença hindu relacionada ao texto épico "Mahabharata": Kala Rau, um demônio, tem inveja dos deuses imortais e oniscientes do Nirvana. Então, começa a traçar um plano para viver eternamente. Ele se disfarça de mulher e vai ao banquete dos deuses em busca do elixir mágico. Ele rouba um gole da bebida, mas Vishnu, um dos deuses, vê o crime e corta a cabeça de Kala Rau. O corpo morre, mas a cabeça está com o líquido da imortalidade. Aí está a ligação com o eclipse: a lenda dos Hindus acredita que o que resto do demônio persegue a Lua e o Sol e, quando consegue, acontece o fenômeno. Sol e Lua reaparecem quando Rau abre a boca. Textos bíblicos relatam eclipses Wagner Magalhães/G1 Trecho bíblico O "eclipse da crucificação" é descrito na Bíblia. A passagem diz que o Sol escurece durante o momento da morte de Jesus: "E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até à hora nona, escurecendo-se o sol; e rasgou-se ao meio o véu do templo", diz uma das traduções do Evangelho de Lucas. Outro trecho, do Livro de Josué, relata um "anel de fogo" que teria ocorrido no meio da tarde do dia 30 de outubro de 1.207 a.C.: "Então Josué falou ao Senhor, no dia em que o Senhor entregou os amorreus na mão dos filhos de Israel, e disse na presença de Israel: Sol, detém-se sobre Gibeão, e tu, Lua, sobre o Vale de Aijalom. E o Sol se deteve, e a Lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Não está isto escrito no livro de Jasar? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro." De acordo com reportagem da BBC, o primeiro linguista a relacionar o fenômeno a essa última parte da Bíblia foi Robert Wilson, com uma tradução escrita há 100 anos. Recentemente, o físico Colin Humphreys e o astrofísico Graeme Waddington voltaram a analisar o mesmo trecho do Livro de Josué. Helio Jaques Costa Pinto, pesquisador, diz que muitos julgam que esses trechos não se referem a eclipses. Ele conta que são pelo menos nove passagens detectadas no livro cristão. Existe uma expressão própria em tupi para os eclipses Wagner Magalhães/G1 Expressão em Tupi O livro "Vocabulário da Língua Brasílica" foi publicado em 1932, mas a cópia original manuscrita é de 1621. O livro não traz registros de como era o imaginário indígena em relação aos eclipses. Mas traz a seguinte tradução: "Eclypsar-se o sol" - Anhemopigtum. Eclypsar-se a lua - Jacibaeyau". O dicionário "Tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil" também traz uma expressão específica: nhemoputun (ou nhemopytun) (etim - fazer-se escuro) - eclipsar-se; escurecer-se.

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Por que algumas pessoas não conseguem lembrar dos sonhos

A resposta para por que sonhamos - e se conseguimos nos lembrar dos sonhos – está enraizada na biologia dos nossos corpos adormecidos e do nosso subconsciente. Estou do lado de fora da minha escola na infância, perto do portão principal e do estacionamento dos professores. É um dia ensolarado e estou cercado por quase uma centena de colegas. Tenho a impressão de que alguns professores estão por perto, mas minha atenção está voltada para dois adultos, que não reconheço. Consigo ver um em detalhes - da brilhantina no cabelo às lentes douradas dos óculos escuros. Ele segura um dispositivo que emite um grito estridente. Caio de joelhos botando as mãos nos ouvidos. Meus colegas de escola fazem o mesmo. O homem ri loucamente. Tive esse sonho há quase 40 anos, mas consigo lembrar os detalhes como se fosse ontem. Mas se me pedirem para contar o que sonhei no início desta semana, me dá um branco. Se tenho sonhado - e a biologia sugere que provavelmente sim -, nada permaneceu tempo suficiente no meu cérebro acordado. Para muitos de nós, sonhos são uma presença quase intangível. Se tivermos sorte, conseguimos nos lembrar brevemente ao acordar; mesmo quem é capaz de recordar com riqueza de detalhes sonhos passados, pode despertar certos dias com quase nenhuma memória do que sonhou. No entanto, há algumas razões pelas quais isso acontece. A resposta para o porquê de sonharmos - e se conseguimos nos lembrar dos sonhos - está enraizada na biologia dos nossos corpos adormecidos e do nosso subconsciente. O sono é mais complicado do que se imagina. Quando está em repouso, nosso cérebro passa por uma montanha-russa de estados mentais, com algumas partes repletas de atividade mental. O sonho está mais associado à fase do sono conhecida como Movimento Rápido dos Olhos (REM, na sigla em inglês). Às vezes, o REM também é chamado de sono dessincronizado, uma vez que pode imitar alguns sinais de quando estamos acordados. Durante essa fase, os olhos se movem rapidamente, há alterações na respiração e na circulação, e o corpo entra em um estado de paralisia, conhecido como atonia. Acontece em ondas de 90 minutos durante o sono, e é nesse estágio que nosso cérebro tende a sonhar. Há um fluxo extra de sangue para partes cruciais do nosso cérebro durante o REM: o córtex, que preenche nossos sonhos com seu conteúdo, e o sistema límbico, que processa nosso estado emocional. Enquanto estamos neste estado de sono ideal para sonhar, há uma intensa atividade nessa região. O lóbulo frontal, no entanto, responsável pelo nosso senso crítico, fica em repouso. Isso significa que costumamos aceitar cegamente o que está acontecendo nas narrativas muitas vezes sem sentido dos sonhos até acordar. Mais confuso, menos memorável O problema é que, quanto mais confusos são os sonhos, mais difícil é para nós retê-los. Sonhos que têm uma estrutura mais clara são muito mais fáceis de lembrar, afirmou Deirdre Barrett, professora de Psicologia da Universidade Harvard, em artigo recente publicado no site Gizmodo. Mas existe um componente químico crucial para garantir que as imagens dos sonhos sejam retidas: a noradrenalina. Este é um hormônio que estimula o corpo e a mente a agirem - e seus níveis são naturalmente mais baixos durante o sono profundo. Francesca Siclari, médica pesquisadora do sono no Hospital Universitário de Lausanne, na Suíça, diz que há uma fronteira clara entre nossos estados de sono e de vigília - e isso não é por acaso. "Provavelmente é uma coisa boa que a vida nos sonhos seja completamente diferente da vida acordado", diz ela. "Acho que se lembrássemos de todos os detalhes, começaríamos a confundir as coisas com o que está acontecendo de fato na vida real." Segundo ela, pessoas que sofrem de distúrbios do sono, como narcolepsia, podem ter dificuldade de diferenciar a vida de quando estão acordadas e dormindo, e isso pode deixá-las confusas e constrangidas. "Há também pessoas que se lembram muito bem dos sonhos e começam a exportar essas lembranças para o seu dia a dia." Não é por acaso que os sonhos de que mais lembramos são provenientes de certos períodos do nosso ciclo de sono, influenciados pelas substâncias químicas que circulam em nossos corpos adormecidos. "Normalmente, os sonhos mais vívidos acontecem no sono REM, que é quando os níveis de noradrenalina estão baixos no cérebro", diz ela. Podemos estar sonhando pouco antes de despertar - mas nossas rotinas matinais acabam nos impedindo de lembrar. Muitas vezes acordamos sobressaltados com o despertador, o que provoca um pico em nossos níveis de noradrenalina - e, consequentemente, dificulta a retenção dos sonhos. "Quando alguém me pergunta por que não consegue se lembrar dos sonhos, eu digo que é porque adormece rápido demais, dorme profundamente e acorda com o despertador", diz Robert Stickgold, pesquisador do sono em Harvard. "E a reação das pessoas geralmente é: 'Como você sabe disso?'." Stickgold explica que muitas pessoas lembram de sonhos do início do sono, quando a mente começa a vagar e as imagens oníricas aparecem, ou seja, quando estão meio adormecidas e acordadas - um processo chamado "sonho hipnagógico". Ele conta que realizou um estudo há alguns anos, em que estudantes em um laboratório foram acordados logo após começarem a entrar nesse estado. "Todos se lembravam de ter sonhado." "Este estágio acontece nos primeiros cinco ou dez minutos depois de adormecer. Se você pegar no sono rápido - como sempre desejamos -, não vai se lembrar de nada dessa parte do seu ciclo de sono." Como guardar sonhos? E se você quiser fazer algo para lembrar dos sonhos? Obviamente, o sono de cada pessoa é diferente, mas há algumas dicas gerais que podem ajudar. "Os sonhos são incrivelmente frágeis quando acordamos, e realmente não temos uma resposta para isso", afirma Stickgold. "Se você é o tipo de pessoa que pula da cama e começa o dia imediatamente, não vai se lembrar dos seus sonhos. Quando você está dormindo em um sábado ou domingo de manhã, é um excelente momento para lembrar dos sonhos." "O que eu digo aos meus alunos nas aulas é: quando você acordar, tente ficar quieto - não abra sequer os olhos. Tente 'flutuar' e, ao mesmo tempo, lembrar do que sonhou. O que você faz é rever os sonhos quando entra no estado de vigília e se lembrar deles como qualquer outra memória." Há outras maneiras ainda mais certeiras de lembrar dos sonhos, acrescenta Stickgold. "Eu digo às pessoas para beberem três copos grandes de água antes de deitar. Não três copos de cerveja, porque o álcool prejudica a fase REM, mas de água. Você acordará três ou quatro vezes durante a noite, e tenderá a acordar ao fim de um ciclo natural de sono REM." Há também outro conselho oferecido por alguns pesquisadores do sono - se você simplesmente repetir para si mesmo quando vai dormir que quer lembrar dos seus sonhos, isso significa que você vai acordar se lembrando deles. Stickgold dá risada: "Funciona mesmo. Se você fizer isso, realmente vai se lembrar de mais sonhos, é como dizer 'não há lugar como a nossa casa' (uma referência ao livro O Mágico de Oz)! Realmente funciona."

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Técnica de 1,4 mil anos poderia solucionar escassez de água no Peru atual




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Inteligência artificial descreve receita de pizza com base em fotos




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Falha no 4G dos EUA permite que hackers falsifiquem “Alertas Presidenciais”




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Entrega rápida de compras na internet estaria gerando prejuízos ambientais

Segundo a companhia midiática Axios, ao contrário do que muitos imaginam, o constante crescimento nas opções de entregas rápidas em compras na internet pode estar gerando aumento na emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera terrestre — neutralizando ou negativando os benefícios que lojas online teriam no meio ambiente em comparação com as físicas.

Nos Estados Unidos, o serviço de entregas Prime Delivery da Amazon acelerou de dois para um dia o tempo para entrega de produtos. Em sequência, o Walmart e a Target apareceram com suas próprias opções de entregas “super-rápidas”.

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Empresas terão que prestar contas de quanto lucram com dados de usuários

Todo mundo sabe que plataformas como Facebook, Instagram e Google "monitoram" os usuários por meio dos smartphones e lucram vendendo suas preferências para anunciantes. Muitos já devem ter se perguntado: o que, afinal, elas ganham com isso? E senadores estadunidenses também querem saber.

Mais especificamente, eles querem saber "quanto" as empresas ganham com a captação e o uso de informações pessoais de usuários. Para isso, uma proposta de lei bipartidária enviada ao congresso dos Estados Unidos sugere que empresas com mais de 100 milhões de usuários mensais ativos sejam obrigadas a apresentar um relatório anual sobre o valor dos dados arrecadados e o que foi feito com essas informações.

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Talent Montréal busca profissionais de TI no Brasil para atuação no Canadá

A Talent Montréal, iniciativa da agência de promoção econômica Montréal International, vem ao Brasil para recrutar profissionais de excelência da área. O credenciamento para o processo seletivo acontece até 8 de julho.

Os interessados em participar da seleção devem enviar currículo em inglês ou francês pelo site www.jobsmtl.com/brasil2019. Programadores de jogos e de sistemas, artistas de jogos, designers e arquitetos de programação, entre outros profissionais, podem participar do processo. Após avaliação das qualificações, os candidatos selecionados farão entrevista presencial em São Paulo no dia 21 de julho.

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VÍDEO explica eclipse solar que países da América do Sul vão acompanhar na terça-feira


Eclipse solar total será visível no Chile e na Argentina; teste que provou teoria de Einstein será refeito. Entenda como é um eclipse solar total Um eclipse solar total poderá ser visto no Chile e na Argentina na próxima terça-feira (2). Em algumas áreas do Brasil ele vai ocorrer de forma parcial, já que estamos fora da área que será abraçada pela sombra resultante do alinhamento entre Sol, Lua e Terra. Quem estiver dentro desta faixa dos países vizinhos vai experimentar um privilégio visual: a Lua vai bloquear os raios e, por quase 2 minutos, só será possível ver a coroa do Sol. O fenômeno só ocorrerá no Brasil em 2045. Se aos brasileiros resta esperar, a comunidade científica celebra o fato de o dia virar noite justamente em uma região onde está um centro de pesquisa com grandes telescópios: o Observatório La Silla, próximo à cidade de La Serena, no Chile. Eclipse solar será visto de forma parcial no Brasil Wagner Magalhães/G1 Em La Serena, a fase parcial começa às 15h23 e a total às 16h39 (às 16h23 e 17h39 no Brasil, respectivamente). Os eclipses totais do Sol, apesar de ocorrerem com certa frequência, não acontecem nos mesmos lugares sempre. Os astrônomos dizem que provavelmente, com os ciclos de alternâncias dos locais, os terráqueos terão uma única chance de assistir na vida. Localização do Observatório La Silla, no Chile Guilherme Luiz Pinheiro/G1 O fenômeno visível em 2 de julho não será um dos mais longos – em alguns casos, os eclipses solares podem chegar a 7 minutos de escuridão, mas, neste caso, ocorrerá em 1 minuto e 52 segundos. A faixa de terra com a versão total engloba parte do Chile e da Argentina. Os hotéis nessas regiões estão lotados, com 96% de ocupação, e com preços exorbitantes – é possível encontrar diárias por até R$ 30 mil.

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Supertelescópio da NASA vai a Saturno para estudar estações do ano




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Trump volta atrás e companhias dos EUA poderão vender para a Huawei

Os ventos frescos voltaram à soprar em direção à Huawei neste sábado (29) após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar que empresas estadunidenses poderão voltar a vender seus produtos e serviços para a companhia chinesa. O anúncio foi feito após uma reunião de Trump com o presidente chinês, Xi Jinping, durante o encontro do G20 na cidade de Osaka, Japão.

“Acordamos que as empresas dos EUA podem vender produtos para a Huawei”, declarou o mandatário do país norte-americano. Segundo ele, as companhias de seu país ficaram irritadas com a ordem assinada por ele em maio e que impôs restrições às relações entre ela e a Huawei.

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P600 AEW: o primeiro jato militar da Embraer após fusão com a Boeing




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Macacos-prego já estão na Idade da Pedra aqui no Brasil

Nossos ancestrais começaram a desenvolver ferramentas de pedra há 2,5 milhões de anos, pelo menos, e foram refinando esses utensílios ao longo de centenas de milhares de anos até os substituírem por peças de metal – feitas primeiro de cobre, depois de bronze e, por último, ferro. Essas variações permitem que os pesquisadores tracem saltos na evolução humana, e agora o mesmo raciocínio pôde ser aplicado a um grupo de macaquinhos aqui no Brasil, cujos comportamentos revelaram que eles se encontram inseridos em plena Idade da Pedra. 

Os animais – macacos-prego ou Sapajus libidinosus – habitam uma área remota do Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, e os cientistas observaram os macaquinhos usando fragmentos arredondados de quartzo para abrir sementes e frutos secos, como a castanha-do-caju, sobre raízes de árvores ou outras pedras. O interessante é que “ferramentas” semelhantes que foram sendo descartadas ao longo do tempo foram achadas no local e, segundo as evidências, as criaturas vêm usando e adaptando esses utensílios há pelo menos 3 milênios.

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Marte 'arrotou' metano — e isso vem intrigando os cientistas

Na Terra, o metano (gás incolor, inodoro e insolúvel em água e que existe em abundância no nosso planeta) surge na natureza através de diversos processos geológicos, atmosféricos e orgânicos. Vez ou outra, esse material é detectado em Marte, e recentemente a sonda Curiosity identificou uma concentração de metano significativamente mais elevada do que o habitual, intrigando os cientistas.

Segundo a NASA, há alguns dias o rover se encontrava na Cratera Gale, uma área do Planeta Vermelho rica em argila, quando seus instrumentos identificaram uma concentração de metano de 21 partículas por milhão. Essa é a maior quantidade do gás já detectada em Marte e é 3 vezes superior aos níveis registrados ao longo de vários meses em 2013, quando a presença do composto também chamou bastante atenção dos cientistas.

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Conheça o computador 'monte você mesmo' com Windows 10 da Kano

Montar um computador pode não parecer uma atividade para crianças em um primeiro momento. Porém a Kano não parece concordar com essa ideia e decidiu lançar o Kano PC: um kit para montar um computador que pode ser usado por crianças e deve ajudá-las a se interessar não apenas pela montagem mas também pelo desenvolvimento de aplicativos.

Desenvolvido em parceria com a Microsoft, o computador vem com uma versão lite do Windows 10, processador quad-core Intel Atom x5-Z8350 de 1,44 GHz, 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento, que pode ser expandido com um cartão micro SD. Ele ainda conta com um teclado que pode ser separado da tela touchscreen de 11,6 polegadas.

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Xiaomi Amazfit Pace e Verge estão pelo mesmo preço em nova promoção

A Xiaomi vem trazendo cada vez mais dos seus produtos para o Brasil, mas alguns deles estão disponíveis para compra apenas por importação, como é o caso de alguns dos smartwatches da empresa chinesa. Dois modelos, o Amazfit Pace e o Verge, estão com um corte de preços em uma promoção especial, que deve durar pouco tempo e os deixa pelo mesmo valor, com entrega em todo o país.

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Brasil tem muito a ensinar sobre meio ambiente à Alemanha?


Críticas entre Merkel e Bolsonaro jogam luz sobre retrocessos ambientais e compromissos internacionais contra emissão de gases poluentes; veja como os dois países se destacam nessas áreas. Alemanha é a segunda maior contribuinte global para fundo de preservação desse bioma Rede Globo/Reprodução Mesmo antes de as reuniões no fórum do G20 começarem, a política ambiental do governo de Jair Bolsonaro já gerava discussões e troca de acusações. A chanceler alemã, Angela Merkel, disse, na quarta-feira (26), considerar "dramática" a situação do Brasil em questões de meio ambiente e direitos humanos, ao que o presidente brasileiro respondeu que "a Alemanha tem muito a aprender com o Brasil" nessa área. O presidente Jair Bolsonaro e a chanceler alemã Angela Merkel em encontro do G20 Brendan Smialowski / AFP Como a Floresta Amazônica recebe dinheiro internacional para sua preservação e é considerada a maior reserva de biodiversidade do mundo, não é incomum que seja alvo de discussões internacionais. A Alemanha é a segunda maior doadora - com R$ 192,6 milhões até agora, atrás só da Noruega - do Fundo da Amazônia, que promove iniciativas para conservar a floresta brasileira. No primeiro dia do G20, Bolsonaro diz que Brasil permanece no Acordo do Clima G20: Líderes dos Brics afirmam estar comprometidos com os objetivos do Acordo de Paris Será possível, porém, dizer, qual país pode ensinar o outro em proteção ambiental? A comparação feita pelo presidente faz algum sentido? O Brasil tem algo a ensinar sobre preservação do ambiente? A BBC News Brasil ouviu especialistas que afirmam que é difícil comparar os dois países porque boa parte das diferenças entre eles na área envolvem questões históricas e geográficas. Copa das árvores na Amazônia Marcelo Brandt/G1 Além disso, dizem, discutir política ambiental não é uma questão de quem sai ganhando ou perdendo. "A destruição do ambiente é um problema que precisa ser abordado de maneira global, e quando o ambiente é destruído, todos perdem", afirma o geógrafo Mário Mantovani, diretor de mobilização da ONG SOS Mata Atlântica. No entanto, é possível dizer onde cada país tem ou não avançado - e onde falta avançar. "O Brasil já teve de fato avanços na questão da preservação, mas não foram conquistas do Bolsonaro, (...) que desmontou os órgãos de fiscalização e destruiu mecanismos que vinham garantindo pequenas conquistas", afirma Mantovani. É importante lembrar, diz ele, que as críticas feitas por Merkel não foram ao Brasil como nação ou ao Estado brasileiro, mas ao governo Bolsonaro. Aquecimento global: década pode ser a mais quente da história, diz agência britânica Um amplo estudo científico publicado em maio afirma que Brasil é hoje – ao lado dos EUA – líder mundial em retrocessos ambientais. "Antes campeões em conservação global, Estados Unidos e Brasil estão agora liderando uma tendência mundial preocupante de grandes retrocessos na política ambiental, colocando em risco centenas de áreas protegidas", diz comunicado divulgado pela Associação Americana Para o Avanço da Ciência. Veja, a seguir, um panorama de ambos os países no que diz respeito a energia, florestas e compromissos ambientais. Diferenças históricas É bom lembrar que Brasil e Alemanha têm história e geografia completamente diferentes, que ditaram sua ocupação urbana, sua matriz energética e suas fontes de renda. "A Alemanha tem uma história de ocupação extrativista de milhares de anos, além de um território menor, com maior densidade populacional", explica Mário Mantovani. Enquanto no Brasil, diz ele, pode se considerar que a ocupação tem 500 anos, porque os povos que viviam antes da colonização não tinham um impacto negativo no ambiente. Outro exemplo é o fato de o Brasil ter maior abundância de rios, que favorecem uma matriz energética com menos emissão de CO2, além de uma economia mais voltada à agricultura do que a alemã. Isso impede comparações exatas entre os dois países. Emissões e aquecimento global Para o Greenpeace, a Alemanha ainda está longe de ser um exemplo ideal - ainda investe menos em proteção ambiental do que promete, segundo a ONG, e tem grande parte de sua matriz energética dependente do carvão e do petróleo, que são grandes fontes de emissão de gases que contribuem para as mudanças climáticas. Segundo o Projeto Global do Carbono, a Alemanha emitiu em 2016 um total de 89,83 bilhões de toneladas de CO2, contra 13,88 bilhões de toneladas do Brasil - quantidade que, embora seja muito menor que a alemã, é considerada alta por especialistas, especialmente considerando nosso nível menor de industrialização. Alemanha é um dos maiores emissores globais de CO2; tem, porém, assumido compromissos para reduzir isso Pixabay/Reprodução Só que, sob pressão de suas populações, países europeus como a Alemanha têm assumido (e cobrado) compromissos cada vez maiores com a preservação ambiental, diz à BBC News Brasil Marcio Astrini, coordenador de políticas públicas do Greenpeace. Ele vê o rumo oposto no Brasil. "O caminho de países como a Alemanha ainda é insuficiente, mas o Brasil está no caminho oposto: Bolsonaro tem incentivado o desmatamento, coloca em dúvida o Acordo Climático de Paris (principal acordo internacional de redução de emissões de gases do efeito estufa) e sua diplomacia coloca em dúvida a própria existência (do aquecimento global)", diz. Ele se refere ao texto escrito pelo chanceler Ernesto Araújo, dizendo que a defesa ambiental foi "pervertida" pela esquerda e transformada na "ideologia da mudança climática". "O Brasil deu um cavalo de pau no que fazia até agora em questão climática e sai de uma posição em que tentava ajudar (a preservação ambiental) para uma de vilão climático", afirma Astrini. Para Mantovani, a postura do governo Bolsonaro em relação ao ambiente faz com que ele não esteja em posição de questionar a Alemanha. "Como alguém que ameaça sair do Acordo de Paris pode questionar Alemanha, mesmo que o país seja um grande emissor, quando ela tem um compromisso de redução que esse governo não assume?", questiona. Destruição de matas nativas Segundo a Comissão Europeia, os países da União Europeia, incluindo a Alemanha, abrigam hoje apenas 5% das florestas mundiais, depois de terem passado por um longo processo de desmatamento para a ocupação humana e a industrialização - o que tem exigido volumosos investimentos para a recuperação de matas nativas. O Brasil, porém, teve processo histórico de destruição semelhante, aponta Izabella Teixeira, que foi ministra do Meio Ambiente nos governos Lula e Dilma (2010 a 2016). "Temos duas florestas tropicais, e uma delas, a Mata Atlântica, foi destruída pelo desenvolvimento - só 10% estão hoje preservados", afirma a ex-ministra à BBC News Brasil. Mantovani afirma que, mesmo que já tenhamos conseguido reduzir o ritmo do desmatamento do passado – o país teve um período de queda de 70% nas taxas de desmatamento em 2013, na comparação com média entre 1996 e 2005, mas depois as taxas voltaram a subir. Brasil tem matriz energética menos poluente, mas mais dificuldade em preservar suas florestas, diz Greenpeace Ministério de Minas e Energia/Reprodução Os especialistas citam como ameaça, por exemplo, a revisão das unidades de conservação, que, segundo o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, poderão ter a área recalculada ou mesmo serem extintas. O ministro diz que as unidades foram feitas "sem critério técnico". Também há um projeto em andamento do senador carioca Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente, que quer acabar com as reservas legais, áreas protegidas de mata nativa em propriedades rurais que não podem ser desmatadas. "Isso pode resultar em um desmatamento desastroso", diz Mantovani. Além disso, aponta, houve um desmonte do mecanismo de fiscalização, que, segundo ele, já não recebia recursos suficientes. Bolsonaro chegou a chamar o Ibama de "indústria da multa". Matriz energética Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) compilados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), 60,7% da energia elétrica brasileira vem de hidrelétricas e há porcentagens importantes de outras fontes renováveis: 8,6% de biomassa e 8,7% de energia eólica, por exemplo. Segundo o relatório BP Energy Outlook, esses são os maiores índices encontrados em qualquer país. A Alemanha, em contrapartida, ainda é muito dependente da energia vinda do carvão para alimentar suas indústrias e aquecer seus lares, diz Astrini, do Greenpeace. Segundo a agência Bloomberg, em 2018, cerca de 35% de sua produção de energia vinha de diferentes tipos de carvão (contra 1,9% do Brasil), uma fonte extremamente poluente. O país europeu comprometeu-se em janeiro a fechar todas as suas usinas de carvão ao longo dos próximos 19 anos, como parte de seus compromissos internacionais de combate às mudanças climáticas. Ambientalistas, porém, têm pressionado para que esse prazo seja encurtado. Amazônia A Floresta Amazônica é questão central no debate ecológico internacional. O Brasil vinha conseguindo reduzir o desmatamento e tinha posição de destaque nas cúpulas climáticas internacionais, diz Astrini. Observar aves na Amazônia é uma tarefa mais desafiadora do que em regiões de cerrado, pois muitas aves estão escondidas dentro da floresta e se movem com frequência Samuel Melim/ Divulgação No entanto, dados oficiais divulgados no final de 2018 de monitoramento da Amazônia apontaram um aumento de 13,7% no desmatamento em relação aos 12 meses anteriores - uma perda de 7,9 mil quilômetros quadrados, o equivalente a mais de cinco vezes a área de cidade de São Paulo, informou a ONG ambiental WWF. Foi a maior taxa desde 2009. Em dez anos, um fundo internacional (o Fundo Amazônia) financiado sobretudo por Noruega e Alemanha injetou cerca de R$ 1,8 bilhão em projetos de preservação, mas sua eficácia foi alvo de questionamentos do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles - o que também gerou crítica de ambientalistas e mal-estar com doadores internacionais. "A proteção da Amazônia tem papel crucial no equilíbrio do clima do planeta, o que explica o interesse dos demais países pelo uso racional, e não para atentar contra a soberania brasileira", diz a ex-ministra Izabella Teixeira. Para Nicole Stopfer, chefe do Programa de Segurança Energética e Mudança Climática da fundação política alemã Konrad-Adenauer-Stiftung (KAS), "se olharmos a partir de uma escala global, 13% das emissões de gases do efeito estufa vêm do desmatamento, então reduzir esse desmatamento é crucial para a comunidade internacional. Por isso, faz sentido a atenção internacional (na Amazônia)". Líderes do G20 posam para foto tradicional em Osaka, no Japão Ludovic Marin / AFP Photo Em entrevista à BBC News Brasil no G20 em Osaka, Ricardo Salles disse que o governo insistirá na mensagem de que é preciso explorar as possibilidades econômicas da Amazônia, diversificando as atividades dentro e no entorno da floresta. G20 termina com apoio dos países aos fundamentos do livre-comércio Ele ainda disse que o governo brasileiro vai exigir que países ricos paguem compensações a produtores rurais brasileiros se quiserem que o Brasil conserve mais a floresta. Energia renovável e tecnologia O relatório BP Energy Outlook de 2018 afirma que o Brasil foi o segundo maior consumidor global de biocombustíveis em 2016 e manterá essa posição até 2040, quando é esperado que um quarto de todos os combustíveis líquidos consumidos no país serão dessa fonte. O relatório também diz que as energias eólica e solar crescem "de forma relevante" no país. Esse potencial, porém, é subaproveitado, diz Astrini, do Greenpeace. Exemplo de energia renovável Pexels/Reprodução A Alemanha, em contrapartida, é líder global em capacidade de produção de energia solar per capita, informa a Bloomberg. "Lá, de 8% a 10% da produção energética alemã é solar, contra 1% no Brasil", diz o representante do Greenpeace. "Isso apesar de a energia solar ser muito mais abundante aqui. Mesmo nossa pior área para energia solar é melhor do que a melhor área alemã. E o impacto econômico disso é grande: a energia solar tem o poder de tornar uma família livre de ter que pagar conta de luz. É algo que poderia ser uma política de geração de renda. E (a ausência disso) não é um problema deste governo, é algo histórico." A Alemanha também desponta em tecnologia verde, o que tem criado dividendos econômicos. Segundo Stopfer, do KAS, em 2017, "a indústria manufatureira alemã e o setor de serviços geraram 73,9 bilhões de euros (R$ 321 bi) na venda de produtos, obras e serviços voltados à proteção ambiental". Ou seja, o comprometimento da Alemanha com tecnologias limpas já é parte importante da sua economia e do mercado de trabalho. Em tecnologia agrícola, os especialistas afirmam que o Brasil já tem capacidade para produzir mais alimentos sem desmatar mais floresta, "mas é algo que ainda não fazemos e que nos daria uma grande vantagem competitiva", opina Astrini. Pressão internacional A pressão veio também de outros países europeus. Bolsonaro também foi criticado pelo colega francês Emmanuel Macron, que afirmou que vetaria qualquer acordo comercial com o Brasil se o país deixasse o acordo climático de Paris. Nesta sexta, porém, ambos se encontraram e o Brasil (via comunicado dos Brics) manifestou compromisso com o pacto climático. Asfalto que reduz emissões de CO2 sendo instalado em Stuttgart, na Alemanha, em abril; indústria voltada à proteção ambiental gera dividendos econômicos Reuters Horas depois, o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia foi anunciado, e um dos termos estabelece que os países dos dois blocos econômicos se comprometeram a cumprir o Acordo de Paris. "Outros analistas apontam também que o governo brasileiro terá de adotar um outro discurso na luta contra as mudanças climáticas se quiser o apoio da UE para sua demanda de entrar na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)", aponta Stopfer, da fundação KAS. No entanto, diz Stopfer, por parte de Alemanha, não houve uma demanda objetiva. "Pelo contrário, antes do G20, a chanceler Merkel deixou claro que, apesar de estar preocupada com o atual desmatamento do Brasil, isso não seria algo decisivo em relação a uma possível assinatura do acordo da UE com o Mercosul", diz ela. Para Astrini, do Greenpeace, pressão internacional costuma ter efeito prático - por exemplo, com restrições à compra de produtos agrícolas do Brasil -, mas isso será posto à prova no atual governo. "O perigo é isso (a pressão) não ser levado a sério e (a redução da participação do Brasil no comércio global) agravar nossa crise econômica", diz Astrini. Para Mantovani, o Brasil poderia aproveitar a cobrança internacional para agregar valor à nossa produção agropecuária. "Podemos responder à tendência internacional que pede por maior cuidado investindo em proteção, dizendo que para cada tonelada de soja que comprar do Brasil, você está protegendo rios, protegendo o ambiente. Poderíamos agregar esses atributos da natureza à nossa produção primária", diz. Izabella Teixeira defende que a discussão internacional sobre a preservação ambiental do Brasil seja vista não dentro de um contexto de "teoria da conspiração" e invasão de soberania, mas como algo que fez parte da política de Estado de diversos governos, inclusive para a obtenção de financiamento e comércio externos. "O Brasil tem a tradição, até mesmo em governos da ditadura, de buscar a proteção de seus recursos naturais, independentemente de ideologias, como parte do interesse do Estado, e sempre lidou internacionalmente com isso por meio do diálogo", diz. Teixeira afirma que a fala de Bolsonaro comparando os dois países é "miopia política" a respeito da cooperação global para a preservação ambiental e "fruto de inexperiência para o diálogo internacional". A opinião é compartilhada por Mantovani. Ele lembra que Alemanha sempre foi parceira do Brasil na proteção ambiental. "Ao responder a cobrança de forma agressiva, o presidente está rasgando a maior contribuição que o Brasil recebe", diz o geógrafo. "Acho que não é uma questão de qual país pode ensinar o outro sobre como lidar com proteção ambiental e mudanças climáticas", opina Stopfer, do KAS. "São questões globais que exigem esforços multilaterais. Compatilhar experiências e dar apoio mútuo é, portanto, essencial."

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'Pato robô' autônomo auxilia cultivo de arroz no Japão

Um engenheiro da fabricante de carros Nissan, Tetsuya Nakamura, desenvolveu um pequeno robô para ajudar o cultivo de arroz em Yamagata, no norte do Japão. Com um formato semelhante ao dos robôs aspiradores tradicionais, como o Roomba, o pato robô realiza uma técnica agrícola japonesa famosa no século 20, que envolve o uso das aves para movimentar a água dos arrozais, evitando o nascimento de ervas daninhas e insetos.

A máquina é um projeto pessoal de Nakamura e, apesar de ter sido divulgada pela Nissan, a empresa não revelou a intenção de reproduzir o pato em larga escala.

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Cientistas divulgam imagens da radiação dos anéis de Urano




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NASA libera acesso a rochas lunares armazenadas há décadas para estudo

A NASA enviou missões tripuladas à Lua em seis ocasiões e em todas elas os astronautas trouxeram amostras de volta à Terra. Enquanto uma parte do que veio na bagagem foi parar em instituições científicas, exposições, coleções ou simplesmente desapareceu, uma grande quantidade foi cuidadosamente armazenada pela agência espacial norte-americana.

Considerando que a última missão tripulada à Lua (Apollo 17) ocorreu nos anos 1970, isso significa que as amostras coletadas no satélite passaram algumas décadas guardadas e, agora, a NASA decidiu liberar o acesso a alguns dos exemplares. A ideia é permitir que geólogos e outros cientistas (sentimos muito, mas o público em geral não poderá brincar com a coleção) possam analisar os materiais e aplicar as mais avançadas tecnologias em seu exame.

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Facebook lança estratégias para lidar com países em conflito

Na última semana, o Facebook anunciou uma série de mudanças na plataforma com o intuito de diminuir os efeitos da divulgação de informações falsas e de discurso de ódio em países em conflito. As estratégias se concentram em remover postagens com esse tipo de conteúdo, reduzir a desinformação e a polarização e desenvolver programas de literacia digital para que as pessoas entendam o ambiente no qual estão inseridas.

A empresa anunciou a criação de uma equipe dedicada a prevenir abusos na plataforma e proteger grupos vulneráveis em situações de conflito. Além disso, apresentou uma série de mudanças nas configurações da rede social com a intenção de diminuir a recorrência de conteúdos violentos.

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Girl power: sarada aos 74 anos, empresária faz três horas diárias de exercícios


Em busca de saúde, Sônia colocou as atividades físicas no seu dia a dia há uma década, depois de uma viagem à Índia. Sônia frequenta a pista de corridas no entorno do Estádio do Maracanã, no Rio, todos os fins de tarde. Bruno Alencastro/Canarinho Quando o despertador toca, às 4h, ela já pula logo da cama e veste sua roupa de ginástica. Tudo isso para não se atrasar para as aulas de meditação, seguida de uma caminhada na Urca, no Rio de Janeiro. Depois, corre para a zona norte da cidade, onde pratica crossfit. Ao fim do dia, ainda vai correr no entorno do Estádio do Maracanã. Músculo, ombro, joelho e lombar: saiba como as lesões mais comuns afetam quem frequenta a academia Não é só musculação: conheça outros exercícios que ajudam a ganhar músculos Ficou cansado só de ler? Pois a dona de tanto pique se chama Maria Sônia Fonseca que, aos 74 anos, comemora uma vida com saúde. Há 10 anos, a empresária iniciou a rotina de exercícios, que hoje inclui três horas diárias de atividades físicas. A transformação ocorreu depois de uma temporada na Índia, onde também decidiu se tornar vegana. "Lá eu aprendi a meditar e passei a me alimentar melhor. Hoje sou uma pessoa completamente saudável. Inclusive busquei os exames de rotina há pouco tempo e está tudo perfeito", conta Maria. Para ela, ter um corpo com saúde é o resultado de uma vida em movimento. Pilates, hidroginástica e yoga também estão na lista de atividades da empresária. "Quando eu penso em parar, todos dizem que eu sou um exemplo", afirma. As pernas torneadas, panturrilha com músculos marcados, abdômen retinho e os braços fortes pouco importam para Sônia. "Eu, musculosa? Nem sei, só quero ter disposição para fazer tudo o que eu faço. Eu acho que, mais que o corpo, você tem que ter uma mente ativa e se concentrar em tudo o que você faz. Sou elétrica e coloco energia em tudo", conta. Para manter a forma, empresária mantém pique comparável ao de um jovem adulto. Bruno Alencastro/Canarinho Não é um exagero comparar o pique da empresária com a de um jovem de 20 anos. De acordo com o fisioterapeuta, educador físico e doutor em biomecânica Gustavo Leporace, uma pessoa acima de 60 anos, que é fisicamente ativa, tem uma qualidade muscular muito semelhante a de um adulto jovem. Ele explica que os músculos do corpo humano permitem que uma pessoa se relacione, se movimente e se expresse. Por isso, mantê-los saudáveis é muito mais do que uma preocupação estética. "Com o tempo, o corpo humano passa por um processo de sarcopenia, que significa a perda natural e progressiva de massa muscular, característico do envelhecimento", afirma. Mas isso pode ser retardado com atividade física, segundo ele. "É por meio dos estímulos do esporte que o músculo se mantém forte. Por isso, uma pessoa de 50 anos ativa tende a ser mais saudável que uma que aos 30 anos é sedentária. Justamente porque ela mantém sua massa magra, sem dar espaço para a gordura, que pode reduzir a capacidade de gerar força", explica. Mais qualidade de vida A Organização Mundial de Saúde (OMS) indica a prática mínima de 75 minutos por semana de exercício aeróbico em nível vigoroso (ou 150 minutos semanais de atividades físicas moderadas), à população acima 64 anos que deseja adotar estilo de vida saudável. Ao seguir essa recomendação, a pessoa evita o sedentarismo, um dos responsáveis pela redução na qualidade de vida e pelo aumento no risco de doenças cardíacas e metabólicas, conforme Leporace. "Claro que a gente orienta de acordo com as restrições de cada pessoa e do seu grau de capacidade física. Contudo, uma simples caminhada já é capaz de trazer inúmeros benefícios", afirma. Sônia salta caixas, pula corda e levanta peso em barras, mas faz tudo respeitando os limites do seu corpo para não sofrer lesões. "Eu faço todos os exercícios, mas tudo com peso menor, de acordo com a orientação dos meus professores", afirma.

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Eclipse solar total será visível no Chile e na Argentina; teste que provou teoria de Einstein será refeito


G1 e TV Globo acompanharão o fenômeno no Observatório La Silla, o primeiro do Observatório Europeu do Sul (ESO) construído no Chile. Próximo eclipse do tipo será visto no Brasil apenas em 2045. VÍDEO: Entenda como ocorre um eclipse solar total Um eclipse solar total poderá ser visto no Chile e na Argentina na próxima terça-feira (2). Em algumas áreas do Brasil ocorre de forma parcial, já que estamos fora da área que será abraçada pela sombra resultante do alinhamento entre Sol, Lua e Terra. Quem estiver dentro desta faixa dos países vizinhos vai experimentar um privilégio visual: a Lua vai bloquear os raios e, por quase 2 minutos, só será possível ver a coroa do Sol. O fenômeno só ocorrerá no Brasil em 2045. Se aos brasileiros resta esperar, a comunidade científica celebra o fato de o dia virar noite justamente em uma região onde está um centro de pesquisa com grandes telescópios: o Observatório La Silla, próximo à cidade de La Serena, no Chile. O G1 e a TV Globo acompanharão o fenômeno direto do local e com transmissão em tempo real. Localização do Observatório La Silla, no Chile Guilherme Luiz Pinheiro/G1 Em La Serena, a fase parcial começa às 15h23 e a total às 16h39 (às 16h23 e 17h39 no Brasil, respectivamente). Os eclipses totais do Sol, apesar de ocorrerem com certa frequência, não acontecem nos mesmos lugares sempre. Os astrônomos dizem que provavelmente, com os ciclos de alternâncias dos locais, os terráqueos terão uma única chance de assistir na vida. O fenômeno visível em 2 de julho não será um dos mais longos – em alguns casos, os eclipses solares podem chegar a 7 minutos de escuridão, mas, neste caso, ocorrerá em 1 minuto e 52 segundos. A faixa de terra com a versão total engloba parte do Chile e da Argentina. Os hotéis nessas regiões estão lotados, com 96% de ocupação, e com preços exorbitantes – é possível encontrar diárias por até R$ 30 mil. Pesquisas científicas É raro a sombra coincidir com a localização de um observatório com grandes telescópios. Segundo o Observatório Europeu do Sul (ESO), nos últimos 50 anos foram apenas duas vezes: uma em 1961, no L'Observatoire de Haute-Provence, na França; e em 1991, no Mauna Kea, no Havaí. Agora no deserto do Chile, os anfitriões abrirão as portas para 1 mil visitantes. Além da festa, os cientistas do La Silla resolveram aproveitar a oportunidade para fazer pesquisas extras. Eles vão repetir o experimento científico feito em 1919 em Sobral, no Ceará. Com fotos do céu antes e depois do eclipse, os pesquisadores que estiveram no Ceará conseguiram imagens que provaram que a força da gravidade do sol altera até o caminho da luz percorrida por outras estrelas até a Terra. Foi o passo decisivo para comprovar a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein. Previsão de como será a visualização do eclipse no Observatório La Silla, no Chile ESO Outros estudos também serão feitos durante o eclipse. O momento ajuda na observação da coroa solar. O Sol, inclusive, tem alguns mistérios que estão em pesquisa pelas agências espaciais: saber mais sobre os ventos solares e entender os motivos de atmosfera externa ser mais quente do que a superfície. Missões espaciais, duas neste ano (PUNCH e TRACERS) e uma em 2018 (Parker Solar Probe), foram lançadas em busca de novas descobertas solares. No entanto, o momento do eclipse é ótimo para fazer imagens da coroa, a atmosfera externa, e buscar informações sobre o Sol. Isso também ocorrerá também em 2 de julho. "Temos cada vez câmeras melhores, cada vez mais rápidas. Então, nesse eclipse vamos ter imagens muito rápidas, captar pequenos movimentos que não eram detectáveis antes na coroa", explica Eugênio Reis, pesquisador do Observatório Nacional. Lua cobre o sol durante eclipse total em 21 de agosto de 2017 nos EUA Ted S. Warren/AP Photo Agenda e tipos de eclipse Abaixo, veja uma relação com os tipos de eclipse, a agenda e localização: Eclipse solar total: Sol, Lua e Terra alinhados, com o Sol totalmente encoberto pela Lua da perspectiva da Terra. Em 2019, teremos no dia 2 de julho no Chile. Eclipse solar parcial: Sol, Lua e Terra, com Sol parcialmente encoberto pela Lua da perspectiva da terra. O próximo será em 30 de abril de 2022, no Pacífico e na América do Sul. Eclipse solar anular: Sol, Lua e Terra alinhados, mas com o Sol mais próximo e a Lua mais distante da Terra. Com isso, um anel de luz é visto ao redor do Sol. Em 2019, teremos em 26 de dezembro na Ásia e Austrália. Teremos outro em 21 de junho de 2020, na África, parte da Europa e Ásia. Eclipse solar híbrido: Sol, Lua e Terra alinhados, mas a curvatura da Terra faz com que seja observado como anular em alguns locais e total em outros. O próximo visto será em 20 de abril de 2023, na Indonésia, Austrália, Papua-Nova Guiné. Eclipse lunar total: Sol, Terra e Lua alinhados, com a Lua totalmente encoberta pela sombra da Terra. O próximo ocorre em 26 de maio de 2021, na Ásia, Austrália, Pacífico e Américas. Eclipse lunar parcial: Sol, Terra e Lua alinhados, com a Lua parcialmente encoberta pela sombra da Terra. Em 2019, teremos no dia 16 de julho na América Latina. Eclipse lunar penumbral: Sol, Terra e Lua alinhados, mas com a Lua na parte da penumbra (sombra mais fraca causada pela Terra). Próximo em 10 de janeiro de 2020, na Europa, África, Ásia e Austrália. Como a frequência é calculada? Nem sempre os humanos souberam calcular a data dos eclipses na Terra. Os chineses achavam que um dragão comia o Sol. Os egípcios, uma serpente. No final, era sempre um mau presságio sem coincidência geométrica. "Não conheço nenhum povo antigo que comemorasse o eclipse, nenhum deles considerava um bom presságio. Todos esses eventos que fugiam da previsibilidade eram um prenúncio de algo incomum", explica o astrônomo Hélio Jacques Rocha Pinto. Alguns falam a descoberta é dos babilônios, outros dos chineses, mas a verdade é que a série Saros mudou a forma de enxergar o fenômeno. Observando o céu, os humanos descobriram que os eclipses se repetem a cada 18 anos, 11 dias e 8 horas. Com esse cálculo unido à rotação da Terra, a agência espacial americana (Nasa) consegue saber todos os futuros acontecimentos até depois do ano 3000.

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