Pesquisador da UFRGS descobre em fósseis dentição semelhante a dos mamíferos herbívoros


Estudo foi publicado na última sexta-feira (28), na revista científica Nature Communications. Fóssil mais antigo com esse tipo de dente era de um mamífero que viveu pelo menos 70 milhões de anos depois do cinodonte estudado pelos pesquisadores. Fóssil mais antigo com dentes hipsodontes conhecido era de um mamífero que viveu pelo menos 70 milhões de anos depois do Menadon. UFRGS/Divulgação Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul encontraram a dentição denominada hipsodonte, caracterizada pelo crescimento mais prolongado, semelhante a dos mamíferos herbívoros. O cinodonte da espécie Menadon besairei foi alvo de um estudo coordenado pelo doutorando em Geociências da UFRGS Tomaz Melo e pesquisadores da Argentina. O trabalho foi publicado na última sexta-feira (28), na revista científica Nature Communications. Os fósseis foram coletados em Santa Cruz do Sul e guardados nas coleções científicas da UFRGS, da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul e da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Os cinodontes são espécies primitivas que povoaram a Terra durante o período Triássico, entre 200 e 250 milhões de anos atrás, antes dos dinossauros. Nessa época, todos os continentes estavam unidos em um só, chamado Pangeia. O pesquisador encontrou o dente ao comparar espécies fósseis e atuais. Foram analisados 15 fósseis incompletos com crânio ou mandíbula e mais de 20 dentes isolados, reunidos entre 1995 e 2008 pelas três instituições de pesquisa. “Nosso trabalho mostra que a hipsodontia já ocorria antes mesmo do surgimento dos mamíferos. É o registro mais antigo e o único até o momento fora dos mamíferos”, diz. Foram analisados 15 fósseis incompletos com crânio ou mandíbula e mais de 20 dentes isolados, reunidos entre 1995 e 2008 por três instituições de pesquisa. UFRGS/Divulgação Antes da descoberta, o fóssil mais antigo com dentes hipsodontes conhecido era de um mamífero que viveu pelo menos 70 milhões de anos depois do Menadon. "O dente crescia e ia sendo desgastado, até o animal estar mastigando com o que originalmente era a raiz dentária, mas que a essa altura já estava fora da gengiva. Esse tipo raro de especialização, combinando hipsodontia e perda de esmalte, ocorre somente em poucos grupos de mamíferos extintos e atuais, por exemplo, os xenartros, que incluem os bichos-preguiça, tamanduás e tatus." O fóssil dessa espécie foi achado primeiro na costa leste da África, mas também estava presente em uma área correspondente ao interior do Rio Grande do Sul atual, em Santa Cruz do Sul. “Os cinodontes herbívoros que eu estudo são bem distantes da linhagem que deu origem aos mamíferos e, quando surgiram os primeiros mamíferos herbívoros, esses cinodontes herbívoros já estavam extintos há milhões de anos.” De acordo com o pesquisador, a evolução desse tipo de dentição está ligada ao ambiente árido em que vivia no Triássico, muitas vezes caracterizado pela presença de poeira ou areia recobrindo a vegetação. "O achado da hipsodontia em Menadon não tem precedentes e destaca a importância do registro fóssil da América do Sul, extremamente rico em fósseis de cinodontes, que testemunha de forma detalhada a história evolutiva que antecede a origem dos mamíferos", explica Melo. Composição de várias fotos em microscopia óptica de um corte do dente fóssil, numa escala de um milímetro. UFRGS/Divulgação Trabalho foi coordenado pelo doutorando em Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Tomaz Melo. Arquivo pessoal

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