Fumaça de queimadas pode causar danos do DNA e morte das células dos pulmões, diz pesquisa

Estudo de brasileiros publicado na Nature aponta os principais riscos identificados na saúde da população que vive próxima às queimadas. Pesquisa mostra a relação da fumaça de queimadas com doenças respiratórias e com câncer A fumaça das queimadas impactam na saúde da população a ponto de causar danos no DNA e morte das células dos pulmões. A conclusão é de um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicado na revista científica Nature, em 2017. De acordo com a pesquisa, mais de 10 milhões de pessoas estão diretamente expostas a altos níveis de poluentes devido aos desmatamento e incêndios na Amazônia. O estudo diz que a exposição das células pulmonares humanas a partículas menores que 10 µm (ou dez micrômetros, que equivale a 10 milionésimos de metro), que são emitidas durante as queimadas, aumentou significativamente o nível de espécies reativas de oxigênio, citocinas inflamatórias, autofagia e danos ao DNA. Além disso, se a exposição for continuada, aumenta-se as chances de apoptose e necrose, ou seja, a morte das células. "Para as crianças, há a perda da função pulmonar. Nós detectamos isso na Amazônia, nós temos a perda da cognição, do aprendizado, da memorização e da capacidade de aprender", diz Sandra Hacon, pesquisadora e especialista em Saúde Pública e Meio Ambiente, da Fiocruz. "A fumaça é composta por hidrocarbonetos aromáticos que são cancerígenos, no entanto recentemente encontramos um poluente carcinogênico proveniente da queimada diferente dos hidrocarbonetos que conhecíamos, que é chamado de reteno", afirma Sandra. Apesar do registro da presença da substância na fumaça, ainda não há nenhum caso confirmado de câncer associado ao reteno. A pesquisa foi feita em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e as universidades federais do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte. Impacto na saúde Em Lábrea, interior do Amazonas, as queimadas elevaram em 15% os custos da área da Saúde. "Há um Impacto aí de em torno de 15% no aumento do custo da saúde nesse período do verão das queimadas. A gente tá fazendo um planejamento para aquisição de 250 mil reais a mais de medicamentos pra fazer o enfrentamento dessa problemática que tem transtornos direto e impacto na saúde da população Labrense", diz Dário Vicente da Silva, secretário de Saúde de Lábrea. O estado do Amazonas já bateu o recorde de focos de incêndio neste mês de agosto, se comparado a toda a série histórica medida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), desde 1998. Foram 6.145 focos. No Acre, Antônio Assaf, pai do pequeno Samuel, diz que o menino apresentou sinais de asma neste ano. "Ele está tossindo muito. Está até com asma agora. Antes não tinha, agora apareceu. Ele fica muito cansado. O pior é isso: fica muito cansado." Neste ano, a secretaria estadual de Saúde do Acre registrou 47 mil casos de doenças respiratórias. O estado teve 2.498 focos de queimadas, de janeiro até 20 de agosto, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No boletim apresentado pela Secretaria de Meio Ambiente do Acre (Sema), Feijó, Tarauacá e Sena Madureira aparecem entre as cidades mais críticas com 517, 394 e 261 focos de queimadas respectivamente durante o ano. Doenças respiratórias, fumaça e animais mortos: veja o resultado das queimadas no Acre Queimadas na Amazônia Neste ano, as queimadas no Brasil tiveram um aumento de 82% em relação ao mesmo período de 2018 e os focos de queimada no bioma Amazônia já superam a média histórica de agosto. Nesta quinta (29), o governo federal decidiu proibir as queimadas em todo o país durante o período da seca. A medida foi anunciada em meio à crise ambiental e diplomática provocada pela escalada do número de queimadas e do desmatamento na Amazônia. Na semana passada o presidente Jair Bolsonaro editou decreto autorizando o uso das Forças Armadas no apoio aos estados da Amazônia Legal no combate ao fogo. Initial plugin text

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