À espera de recursos, Sirius atinge energia para gerar luz síncrotron


Pesquisadores conseguiram injetar a carga elétrica máxima prevista e preparam teste no terceiro e principal acelerador do superlaboratório em construção em Campinas (SP); estrutura, no entanto, segue sem receber verba contingenciada pelo governo federal. Sirius: maior estrutura científica do país, instalada em Campinas (SP). CNPEM/Sirius/Divulgação À espera do descontingenciamento de verbas do governo federal para concluir o principal projeto científico brasileiro, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização responsável pelo Sirius, anunciou nesta quinta-feira (17) que atingiu em teste, com sucesso, energia necessária para a geração da luz síncrotron. Agora, a equipe se prepara para injetar elétrons no terceiro e principal acelerador do equipamento, que já está completamente montado. Entenda o Sirius, o novo acelerador de partículas do Brasil Em construção em Campinas (SP), o Sirius é um laboratório de luz síncrotron de 4ª geração, que atua como uma espécie de "raio X superpotente" que analisa diversos tipos de materiais em escalas de átomos e moléculas. Atualmente, há apenas um laboratório de 4ª geração de luz síncrotron operando no mundo: o MAX-IV, na Suécia. De acordo com o CNPEM, o teste foi realizado na noite de quarta (16) e nele "foi possível injetar a carga elétrica máxima prevista, 3 GeV (Gigaeletron volts) no segundo dos três aceleradores que fazem parte da estrutura." O Sirius é formado por três aceleradores. O primeiro é responsável por produzir e começar a acelerar o feixe de elétrons. O segundo é responsável por dar aos elétrons a energia necessária para que sejam transferidos ao acelerador principal, a partir de onde será emitida a luz síncrotron. "Esse tipo especial de luz, de altíssimo brilho, é capaz de revelar detalhes dos mais variados materiais orgânicos e inorgânicos, como proteínas, vírus, rochas, plantas, solo, ligas metálicas, dentre muitos outros", destaca o CNPEM. Entenda como funciona o Sirius, o Laboratório de Luz Síncrotron Infográfico: Juliane Monteiro, Igor Estrella e Rodrigo Cunha/G1 Atraso Com o atraso na liberação de recursos pelo contingenciamento de verbas, e a previsão de recursos para 2020 abaixo da expectativa, o CNPEM já informou que as 13 de linhas de pesquisa previstas para o Sirius não ficarão prontas no próximo ano. A abertura do laboratório, no entanto, segue confirmada para 2020, com um número menor de estações de pesquisas. Três delas estão em fase de montagem. Para concluir o Sirius, o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, estima o investimento de mais R$ 400 milhões - cerca de R$ 1,3 bilhão já foram investidos na estrutura. Do orçamento previsto para 2019, no entanto, a pasta ainda precisa destinar R$ 205,1 milhões ao CNPEM. Dos R$ 255,1 milhões aprovados, o MCTIC fez empenho de R$ 75 milhões, e depositou R$ 50 milhões. Depois, pediu aumento do limite de empenho ao Ministério da Economia de mais R$ 180 milhões, mas não deu prazo para o valor entrar na conta da organização. O ministro de ciência e tecnologia, Marcos Pontes, durante visita ao Sirius, em Campinas (SP) Fernando Evans/G1 Veja mais notícias da região no G1 Campinas

Texto completo




Posts Relacionados
          Envie por E-mail  

0 comentários: