Ioga: aliada do coração e acessível até para pacientes com demência


Exercícios podem ser adaptados e realizados por quem tem limitações Há duas semanas comecei a fazer ioga, do estilo Iyengar, com o objetivo de trabalhar o equilíbrio e ganhar força – um pouco mais de serenidade também viria a calhar. Foram poucas aulas, mas o suficiente para sentir o corpo mais forte e flexível, o que me levou a buscar informações adicionais sobre seus benefícios. Duas pesquisas recentes sinalizam na mesma direção: a prática é uma aliada de pacientes que se recuperam de infarto e, no caso de portadores de demência, pode ser realizada com segurança com a pessoa sentada numa cadeira. No Congresso Europeu de Cardiologia, que ocorreu em setembro em Paris, o médico indiano Naresh Sem apresentou estudo feito com quase 2.500 indivíduos, entre 25 e 68 anos, que foram submetidos a uma angioplastia coronária, tratamento não cirúrgico para corrigir a obstrução de artérias coronárias por meio de cateter balão, que permite o aumento do fluxo de sangue para o coração. Ioga: pesquisas mostram que a prática é uma aliada do coração e acessível até para pacientes com demência Mary O'Neill - NPGallery, Public Domain - https://ift.tt/34imnX8 Os pacientes foram divididos em dois grupos e o que passou a praticar ioga e meditação teve taxas de mortalidade mais baixas que o composto por não praticantes, num prazo de cinco anos. Inúmeros trabalhos já haviam indicado que a ioga traz benefícios para o coração, porque os exercícios demandam esforço do sistema cardiovascular, além de aliviar o estresse. Claro que é indispensável que seja feita sob a supervisão de um instrutor preparado e com acompanhamento médico. No começo deste mês, um outro estudo mostrou que a ioga de cadeira trazia mais benefícios para idosos com demência que a musicoterapia. De acordo com pesquisadores da Florida Atlantic University, um dos maiores desafios para os pacientes com a enfermidade é que sua capacidade de participar de programas de exercícios vai declinando. Além dos problemas de cognição, as limitações de movimentos podem levar a quedas e ao risco de fraturas. Então, como garantir um mínimo de atividade física para quem está em situação tão frágil? Os estudiosos acompanharam um grupo, com idade média de 84 anos, cujos participantes tinham demências de moderadas a severas, incluindo Alzheimer. Os idosos que realizaram exercícios, inclusive de respiração, apresentaram redução de ansiedade, agitação e depressão. A ioga de cadeira é segura e garante que a pessoa se alongue e trabalhe força e flexibilidade. A professora e pesquisadora Juyoung Park, que liderou o projeto, afirmou que, embora alguns pacientes se mostrassem agitados antes da sessão, eles se acalmavam durante a prática: “mesmo quando não entendiam as orientações do instrutor devido às suas limitações cognitivas, todos reproduziam as posições e sempre se mostravam atentos durante o trabalho”. O resultado do foi publicado no “American Journal of Alzheimer´s Disease & Other Dementias”.

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