MCTIC solicita R$ 180 milhões ao Ministério da Economia para o Sirius, mas não dá prazo para pagamento

Ministério da Economia recebeu ofício com pedido de empenho da verba. Dos R$ 255,1 milhões previstos no orçamento, R$ 50 milhões foram pagos ao CNPEM, responsável pelo laboratório de luz síncroton de 4ª geração em construção em Campinas (SP). Sirius: maior estrutura científica do país, instalada em Campinas (SP). CNPEM/Sirius/Divulgação O Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) solicitou ao Ministério da Economia, em ofício, ampliação do limite de empenho de mais R$ 180 milhões para o Projeto Sirius, laboratório de luz síncrotron de 4ª geração em construção em Campinas (SP). De acordo com a pasta, no entanto, ainda não há previsão para que o recurso seja destinado ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização responsável pela estrutura, uma vez que aguarda liberação do limite financeiro pela União. Entenda o Sirius, o novo acelerador de partículas do Brasil Em visita ao Sirius, o ministro Marcos Pontes estimou R$ 400 milhões para concluir o laboratório. Do orçamento deste ano, de R$ 255,1 milhões, a pasta ainda precisa pagar R$ 205,1 milhões - o MCTIC fez empenho de R$ 75 milhões, e depositou R$ 50 milhões ao CNPEM. Com o atraso na liberação de recursos pelo contingenciamento de verbas, e a previsão de recursos para 2020 abaixo da expectativa, o CNPEM já informou que as 13 de linhas de pesquisa previstas para o Sirius não ficarão prontas no próximo ano. A abertura do laboratório, no entanto, segue confirmada para 2020, com um número menor de estações de pesquisas. Verba contingenciada A liberação de verbas para o Sirius foi prejudicada pelo contingenciamento de verbas pelo governo federal. A primeira liberação de recursos pela União, no entanto, não foi a esperada pelo MCTIC. Dos R$ 8,3 bilhões descontingenciados, R$ 80 milhões foram destinados à pasta, uma das menores fatias. Na ocasião, o ministro Marcos Pontes mostrou descontentamento. Ele disse ao G1 que esperava por cerca de R$ 1 bilhão para tocar projetos do MCTIC, entre eles o Sirius, e reclamou da pouca verba, chegando a comparar a diferença entre "expectativa e realidade" como se tivessem "tirado o motor de um Fórmula 1". "É basicamente quando você tem uma corrida, um carro de Fórmula 1, você quer aumentar a velocidade do carro e corta o motor", disse. O ministro de ciência e tecnologia, Marcos Pontes, durante visita ao Sirius, em Campinas (SP) Fernando Evans/G1 Entenda o Sirius O laboratório, que já está com toda a obra civil concluída e aguarda testes no terceiro e principal acelerador de elétrons, é uma das mais modernas do mundo. Com a luz síncrotron gerada pelo Sirius os pesquisadores poderão analisar diferentes materiais em escalas de átomos e moléculas. A estrutura pode revolucionar a pesquisa brasileira e internacional em várias áreas, como saúde, agricultura e exploração do petróleo. Atualmente, há apenas um laboratório de 4ª geração de luz síncrotron operando no mundo: o MAX-IV, na Suécia. O equipamento brasileiro, no entanto, foi projetado para ter uma luz mais brilhante que o europeu. O atraso nos repasses, por enquanto, não deve afetar a abertura das primeiras linhas de pesquisa do Sirius em 2020. Pelo menos é o que garante o diretor do projeto, Antônio José Roque da Silva, diretor-geral do CNPEM. "Não tem milagre. Você atrasa o escopo total do projeto, mas o ponto importante é que foi possível fazer uma gestão para que o Sirius comece a dar retorno. Com a entrega da primeira linha de luz, ele começa a ser utilizado", explicou Silva. Entenda como funciona o Sirius, o Laboratório de Luz Síncrotron Infográfico: Juliane Monteiro, Igor Estrella e Rodrigo Cunha/G1 Veja mais notícias da região no G1 Campinas
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