Brasileira que mora na Itália diz que faltam informações do governo sobre avanço do coronavírus


Promotora de eventos ciclísticos em Florença, na Toscana, Flavia Biadelli diz que população está insegura. Até quarta-feira (26), país tinha 12 mortes e 374 infectados confirmados. Brasileira que mora na Itália diz que faltam informações do governo sobre avanço do corona Promotora de competições ciclísticas em Florença, na Itália, onde as autoridades confirmaram um caso de coronavírus até o momento, a brasileira Flavia Biadelli diz que a falta de informações centralizadas sobre o avanço da doença no país tem deixado a população insegura. Além disso, segundo ela, fake news propagadas nas redes sociais contribuem para o cenário de incerteza. Até quarta-feira (26), a Itália tinha 12 mortes provocadas por Covid-19 confirmadas, sendo o país mais afetado da Europa, com 374 pessoas infectadas. O primeiro caso no Brasil é de um homem de 61 anos, que esteve em Milão. O ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, pediu “bom senso” dos brasileiros ao decidirem viajar à Itália neste momento. Flavia, que mora na região da Toscana há 12 anos, diz que o Ministério da Saúde distribuiu uma cartilha com dez regras a serem seguidas pelos moradores, mas que cada região adotou medidas diferentes para evitar o contágio. “Está tendo muito pânico em toda a Itália, porque as informações não são muito centralizadas. Não houve uma linha guia do governo sobre o que cada região tinha que fazer. Ele deixou que cada região tinha que tomar a sua decisão, e cada região se comportou diferente”, diz. Na segunda-feira (24), houve uma corrida aos supermercados com o objetivo de estocar mantimentos. Fotos tiradas por Flavia mostram várias gôndolas vazias. Ela diz que chegou a ver moradores carregarem até 30 pacotes de macarrão. Gôndolas de supermercado em Florença, região da Toscana, na Itália, quase vazias após notícias do coronavírus Flavia Biadelli/Arquivo pessoal Máscaras e álcool gel O governo italiano orienta que as pessoas só devem usar máscaras se estiverem cuidando de pessoas infectadas ou se suspeitarem de estar doentes. Segundo a promotora, as pessoas que adotaram o uso são turistas, geralmente circulando pelo Centro de Florença. “O Ministério da Saúde diz que não há necessidade se você é uma pessoa saudável”, diz Flavia. A cartilha enviada às empresas também recomenda a higiene frequente das mãos, evitar contato com pessoas com infecções respiratórias, e fazer a limpeza de superfícies com produtos a base de cloro ou álcool. As confirmações de coronavírus na Itália provocaram uma corrida às farmácias e aos supermercados para comprar álcool gel. Gôndolas de supermercado em Florença, região da Toscana, na Itália, quase vazias após notícias do coronavírus Flavia Biadelli/Arquivo pessoal Em Florença, Flavia diz que os estoques nas lojas foram zerados. Na internet, a promotora diz que é possível encontrar o produto sendo vendido a 11 euros, quando normalmente custa, no máximo, dois. Ela cita que a busca pelo produto já motiva até ocorrências de furto. “Uma das academias mais bem frequentadas, de elite, tinha colocado distribuidores bem grandes de álcool gel e, hoje à tarde, desapareceram. A academia, que é uma das mais bem frequentadas, está sem álcool gel porque o pessoal roubou.” Mãe de uma menina de 4 anos, a promotora diz que as aulas estão mantidas em Florença, mas que atividades como excursões a museus e parques foram suspensas até o dia 15 de março. Natural de Bebedouro (SP), Flavia Biadelli mora há 12 anos na Itália Reprodução Turismo afetado Segundo Flavia, o avanço do vírus se reflete principalmente no turismo da Toscana. Desde os primeiros casos registrados na China, em janeiro, ela diz que a atividade já registrou queda de 40%. “Aqui o turismo é sempre em alta, é uma das cidades mais visitadas da Itália. Mas, conversando com as pessoas que moram aqui e trabalham no turismo faz muitos anos, elas comparam a crise do coronavírus para o turismo ao da crise referente ao 11 de setembro. Eles falam que nunca viram nada parecido.” Na sede da empresa em que Flavia trabalha, que fica em Milão, no Norte do país, 25 dos 30 funcionários foram colocados em férias obrigatórias porque o trabalho com eventos esportivos está interrompido. “Na semana que vem começam as primeiras corridas ciclísticas. A Strada Bianca começa dia 7. Ela provavelmente será cancelada. Não é oficial, mas pode ser que seja cancelada.” Ela também afirma que congressos médicos estão sendo adiados e que muitos hotéis tem evitado fazer novas reservas. Cartilha do governo italiano lista orientações para evitar contágio pelo coronavírus Reprodução Veja mais notícias da região no G1 Ribeirão Preto e Franca

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