Como evitar a ansiedade e a depressão causadas pelo isolamento


Especialista recomenda fazer atividade física e respeitar as horas de sono Há 190 anos a Academia Nacional de Medicina realiza, semanalmente, sua reunião científica. Em tempos de pandemia, agora esses encontros são virtuais e acompanhei o da última quinta-feira (26), cujo tema, como não poderia deixar de ser, era o novo coronavírus. O psiquiatra Antonio Egidio Nardi, que também é membro da Academia Brasileira de Ciências e professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), discorreu sobre o risco de depressão nesse período de isolamento social. Ele afirmou que, apesar de todos os desafios que o mundo está enfrentando, é um erro colocar a saúde mental em segundo plano: “é natural que as pessoas só falem do novo coronavírus e da crise, mas é importante buscar outros assuntos. Essa saturação temática gera pensamentos obsessivos, fóbicos, hipocondríacos, que podem levar a um quadro de transtorno de ansiedade e depressão”. O psiquiatra Antonio Egidio Nardi, membro da Academia Nacional de Medicina e professor titular da UFRJ Acervo pessoal O estresse do confinamento por um período cuja duração ainda desconhecemos e o medo de encarar uma doença que pode levar à morte têm forte impacto em nosso equilíbrio, principalmente para quem mora sozinho – segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tem 4.3 milhões de idosos vivendo nesta situação. “A solidão é fator de risco para a depressão e para o abuso do consumo de álcool”, alertou o psiquiatra, que listou diversos cuidados que devem ser observados: 1) A atividade física é indispensável para manter a saúde mental. Mesmo dentro de casa, todos devem tentar se exercitar. 2) Respeitar as horas de sono também é fundamental. Sem sair, muita gente acaba virando a noite vendo TV e altera seu relógio biológico. 3) Ter uma alimentação saudável. 4) Conversar diminui bastante o estresse, mas ele lembra que, quando a família inteira divide o confinamento, é igualmente necessário garantir momentos de privacidade. 5) Tentar se engajar em atividades lúdicas e fazer coisas prazerosas, como ler, assistir a uma série ou procurar cursos on-line, inclusive porque há diversos grátis. “É importante evitar pensamentos negativos. Há muitas informações equivocadas na internet, é imprescindível escolher fontes confiáveis para se informar”, ressaltou. Para os pacientes que fazem tratamento, o doutor Nardi disse que não haverá falta de medicamentos e que o atendimento presencial ainda está sendo feito. “São muitos os desafios, como a convivência em ambientes pequenos e o longo período de confinamento. Nos sentimos frágeis, ameaçados e sem controle e precisamos nos cuidar, porque não há saúde sem saúde mental”, finalizou. VÍDEOS RJ2 conversa com especialista sobre depressão durante a quarentena Exercícios que ajudam a respirar melhor são aliados para combater a ansiedade Initial plugin text

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