Coronavírus: como evitar a transmissão em instituições para idosos
Especialistas explicam como diminuir a chance de que pessoas que vivem em instituições para idosos serem contaminadas pelo novo coronavírus. Senhora observa a sala de recreação em asilo, em Grevenbroich, na Alemanha, que assim como Brasil, restringiu a visitação de familiares durante pandemia REUTERS/Thilo Schmuelgen As preocupações e cuidados para evitar a contaminação pelo novo coronavírus se tornam ainda frequentes em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), também conhecidos como casas de repouso ou asilos. São locais em que há grande número de pessoas, com a saúde debilitada, e que correm o risco de terem muitos casos de transmissão. Nos Estados Unidos, os primeiro casos de morte pela Covid -19, doença causada pelo novo coronavírus, aconteceram justamente em uma instituição destas: 9 idosos morreram pela doença. Na França, cerca de 150 instituições tiveram algum caso da Covid-19. Como ajudar idosos durante a pandemia do coronavírus? Quais os cuidados as pessoas com deficiência devem tomar para não serem infectadas com o novo coronavírus? No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou orientações para evitar a propagação da doença nestes locais. Entre elas, estão o monitoramento de sintomas da doença, reforço na limpeza e incentivo à higienização das mãos com água e sabão e álcool em gel, reforço e checagem da vacinação, e redução no número de visitas. "Nas visitas às instituições, a vigilância irá observar se as recomendações realizadas no manual estão sendo realizadas. A fiscalização torna-se mais rigorosa quando, na instituição, existem casos suspeitos ou confirmados de coronavírus", afirma a gerontóloga Jullyanne Marques. Segundo Izabel Maior, especialista em medicina física e reabilitação e ex-secretária nacional de promoção dos direitos da pessoa com deficiência, as pessoas que vivem em algum tipo de abrigo são bastante vulneráveis ao novo coronavírus e devem ser alvo de constante preocupação e cuidado. Maior afirma que, neste momento, é importante que as secretarias de saúde mandem suas equipes para estes abrigos para ver como as pessoas estão sendo cuidadas. "Um dos riscos dos idosos é justamente a falta de supervisão adequada do poder público. Parte da rede é da assistência social e a outra é da Saúde. Municípios e Estados são os responsáveis, mas há muitas falhas e omissões na prática". "Pessoas idosas, com deficiência, e crianças que estão abrigadas – longe da supervisão da família e vivendo agrupadas – precisam de atenção do poder público, das secretarias de saúde. É preciso que as camas sejam separadas, que a higiene seja redobrada e que todos os cuidados sejam feitos na tentativa de dizer que nós somos humanos e que a vida de cada um tem o mesmo valor" – Izabel Maior, especialista em medicina física e reabilitação e ex-secretária nacional de promoção dos direitos da pessoa com deficiência. Quais são os riscos? Marques diz que a população idosa que reside nas ILPI é mais vulnerável – há níveis variados de dependência e necessidades complexas. O mais difícil, segundo a especialista, é ter total controle se quem entra e sai cumpre da instituição todas as recomendações para evitar a entrada do vírus. "Em uma ILPI, nós temos os residentes, os cuidadores e os profissionais que trabalham nesses estabelecimentos. Ou seja, o fato de ser um local fechado, no qual a maioria que reside é o grupo de risco, e o restante circula fora e depois volta à instituição, o controle se torna mais difícil" – Jullyanne Marques, gerontóloga. Como diminuir os riscos? Para Marques é fundamental que instituições façam um monitoramento diário dos residentes, quanto a febre, sintomas respiratórios e outros sinais e sintomas da Covid-19. Para ela, é preciso orientar e estimular os residentes e profissionais a higienizarem as mãos com água e sabonete líquido ou álcool gel a 70%. A gerontóloga pontua algumas ações para diminuir os riscos: Os profissionais devem estar muito bem orientados em relação à prevenção e controle de infecções pelo novo coronavírus. Os profissionais devem estar aptos a ensinar aos residentes as técnicas de higiene correta. As instituições devem disponibilizar álcool gel 70% para a higiene das mãos nos corredores, nas recepções e nas áreas comuns. As instituições devem garantir a limpeza correta e frequente das superfícies, das áreas comuns, dos dormitórios e de outros ambientes utilizados pelos residentes. As famílias devem reduzir, ao máximo, o número de visitas, assim como a frequência e a duração da visita. A instituição deverá estabelecer um cronograma de visitas para evitar a aglomerações. É recomendável que os familiares fale com um profissional da instituição, e combine um horário para ligar diariamente, para que os idosos não fiquem abalados com a redução das visitas. Os cuidadores que tenham contato com pessoas com sintomas de infecções respiratórias ou contato com pessoas que sejam suspeitas ou confirmadas para o novo coronavírus, fora da instituição, não devem ter contato com os residentes ou circular nas mesmas áreas. Apresentando algum sintoma o cuidador deverá se ausentar do trabalho e permanecer em quarentena. As ILPIs devem implementar políticas de licença médica, que não sejam punitivas, para permitir que profissionais e cuidadores que apresentem sintomas de infecção respiratória, fiquem em casa. 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