Como as medidas contra o coronavírus estão fazendo a Terra vibrar menos


Isolamento social fez com que 'ruído sísmico' causado por seres humanos fosse reduzido nas últimas semanas. A Terra está vibrando menos por causa das medidas contra o coronavírus Getty Images/BBC A Terra está em pausa. Enquanto nós, humanos, enfrentamos o medo e o caos da pandemia de coronavírus, o planeta apresenta uma quietude incomum. As medidas de confinamento que se espalharam pelo mundo fizeram bilhões de pessoas ficarem em casa. É um acontecimento sem precedentes, cujas consequências os cientistas estão começando a medir. As ruas estão vazias, as lojas fechadas, os carros estacionados. Tudo isso reduziu o que os geólogos chamam de "ruído sísmico" gerado pelos seres humanos. É o termo usado para descrever as vibrações que nossas atividades diárias causam na crosta terrestre. O que está ocorrendo? O que acontece pode ser comparado a várias pessoas pulando em um colchão ao mesmo tempo... e, de repente, todos param. O fenômeno foi registrado por Thomas Lecocq, um sismólogo no Observatório Real da Bélgica. Há três semanas, quando as medidas de contenção foram implementadas, Lecocq começou a perceber que seus equipamentos indicavam uma drástica diminuição nas vibrações. "Tudo está calmo e as estações sísmicas também sentem essa tranquilidade", diz Lecocq à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC. O sismólogo observou o efeito em Bruxelas, mas desde que publicou suas medições, ele começou a receber relatos de que algo semelhante está acontecendo em várias partes do mundo. 5 de abril - Moradores escrevem as palavras 'Fique em casa' com seus telefones, em Ruisbroek, perto de Bruxelas, na Bélgica Francois Lenoir/Reuters Um mundo mais calmo As medições de Lecocq mostram que, desde que as medidas de confinamento começaram a ser aplicadas, o ruído sísmico gerado pelo homem foi reduzido em cerca de um terço. "Diariamente está em níveis como os dos dias em torno do Natal, quando as escolas estão fechadas e as pessoas estão em casa", diz Lecocq. A residente Françoise e seu filho Denis posam na varanda de sua casa com objetos significativos para eles durante isolamento imposto pelo governo belga na tentativa de retardar o surto de doença por coronavírus (COVID-19) em Bruxelas, na Bélgica, em 19 de março Yves Herman/Reuters Depois que Lecocq compartilhou suas medidas no Twitter, colegas de lugares como Zurique, Londres, Paris e Los Angeles também relataram reduções no ruído sísmico. Lecocq afirma que também recebeu relatórios semelhantes do Japão, Itália, Costa Rica e Chile. "As estações sísmicas mostram que as pessoas estão de fato em casa e estão fazendo a Terra vibrar menos", diz o sismólogo. Boa notícia A diminuição do ruído sísmico é uma boa notícia para os sismólogos. À medida que há mais silêncio e quietude, os dispositivos sísmicos se tornam mais sensíveis e podem detectar outros movimentos que os alcançavam anteriormente com um sinal menos claro. 25 de março - Sinais que auxiliam no distanciamento social são usados ​​por compradores que esperam na fila de um supermercado em Austin, Texas, nos EUA. Os moradores da cidade estão sob ordens de ficarem em casa para ajudar a combater a propagação do novo coronavírus Eric Gay/AP "Podemos notar mais terremotos pequenos e melhorar os estudos da crosta terreste porque há menos ruído e a qualidade do sinal é melhor", diz Lecocq. A diminuição do ruído, segundo ele, tem um significado importante não apenas para os cientistas. "Como sismólogos, estamos testemunhando a boa vontade do povo em respeitar as medidas", diz Lecocq. "Todo ser humano pensa que o que ele faz não é importante, mas quando milhões de pessoas fazem isso ao mesmo tempo, a superfície da Terra percebe." "Espero que continuemos em casa e respeitemos as regras para sairmos juntos dessa crise", conclui o sismólogo. Initial plugin text

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