Nave Dragon Crew da SpaceX chega à Estação Espacial Internacional


Dois astronautas da Nasa estão na espaçonave. Com o feito, a SpaceX se tornou a primeira empresa privada a ter uma tripulação em órbita. Momento em que a nave Dragon Crew chega na Estação Espacial Internacional neste domingo (31) Nasa/Reprodução A nave Dragon Crew, com dois astronautas da Nasa a bordo, chegou neste domingo (31) na Estação Espacial Internacional (ISS). O acoplamento da nave aconteceu às 11h16 (horário de Brasília). Esta é a primeira viagem tripulada dos Estados Unidos em nove anos. Por que lançamento inaugural de nave da SpaceX é histórico também para a Nasa A SpaceX, do empresário Elon Musk, agora é a primeira empresa privada a entrar em órbita. O lançamento do foguete da SpaceX, aconteceu no sábado (30) do Cabo Canaveral, na Flórida. Veja no VÍDEO abaixo o lançamento do foguete da SpaceX Pela 1ª vez, foguete tripulado de empresa privada entra em órbita Quem são os astronautas? Os astronautas da NASA Douglas Hurley e Robert Behnken posam para foto durante ensaio para o lançamento no Kennedy Space Center no Cabo Canaveral, na Flórida, EUA, neste sábado (23) Kim Shiflett/NASA/Divulgação via Reuters Os astronautas Douglas Hurley e Robert Behnken foram os escolhidos para tripular a missão e viajar até a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). Behnken e Hurley são astronautas da Nasa desde 2000 e já foram ao espaço duas vezes em ônibus espaciais. Estão entre os membros mais experientes da equipe da agência, segundo a BBC, e foram treinados como pilotos de testes (o que tem sido crucial para preparar a nova aeronave). Hurley, de 53 anos, já passou 28 dias e 11 horas no espaço, e Behnken, de 49, acumula 29 dias e 12 horas, incluindo 37 horas de caminhada espacial (fora do veículo ou da estação). Ambos têm esposas astronautas: Behnken é casado com a oceanógrafa e engenheira aeroespacial Megan McArthur, que tem quase 13 dias de missões no espaço, segundo a Nasa. Já Hurley é casado com a ex-astronauta da agência Karen Nyberg, engenheira com 180 dias de missões espaciais. Lançamento de foguete da SpaceX está marcado para este sábado (30)

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Mundo registra mais de 6 milhões de casos de Covid-19, aponta universidade


Monitoramento da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, indica quase 370 mil mortes em todo o mundo pela doença, causada pelo novo coronavírus. Homem passa em frente a mural pintado em homenagem a profissionais de saúde durante a pandemia de Covid-19 em Nova Délhi, na Índia, neste domingo (31). Sajjad Hussain/AFP Os casos de Covid-19 confirmados no mundo superaram os 6 milhões neste domingo (31), aponta o monitoramento da universidade americana Johns Hopkins. A marca dos 5 milhões de casos havia sido alcançada há 10 dias. São quase 370 mil mortes pela doença, que é causada pelo novo coronavírus. A maioria está nos Estados Unidos, onde quase 104 mil pessoas perderam a vida na pandemia.

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Casos de coronavírus e número de mortes no Brasil em 31 de maio


As secretarias estaduais de Saúde confirmam no país 501.985 casos do novo coronavírus (Sars-CoV-2), com 28.872 mortes. Brasil passou a França em número de óbitos. Veja os dados sobre o coronavírus no Brasil neste domingo (31), segundo levantamento exclusivo do G1 junto às secretarias estaduais de saúde. Foram registradas 28.872 mortes provocadas pela Covid-19 e 501.985 casos confirmados da doença em todo o país. Mortes por coronavírus no Brasil, segundo as secretarias de Saúde Arte/G1 No sábado (30), o Brasil passou a França em número de mortes por Covid-19, quando o país europeu, um dos mais afetados pela pandemia, tinha 27.121 mortos no balanço global da universidade norte-americana Johns Hopkins. Somos agora o quarto país em número de mortos pela doença, atrás de EUA, Reino Unido e Itália. O balanço do Ministério da Saúde informou 28.834 mortos e 498.440 casos. O Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de casos confirmados da doença, atrás dos Estados Unidos. Consulte aqui quantos casos e mortes há em sua cidade. Taxa de ocupação de leitos de UTI Acre – 86% em todo o estado em 25/5 Alagoas – 72% em todo o estado 28/5 Amapá – 97,78% em todo o estado em 25/5 Amazonas – 82% em todo o estado em 26/5 Bahia – 68% em todo o estado em 27/5 Ceará – 89% em todo o estado em 17/5 Distrito Federal – 69,5% na rede privada e 42,24% na rede pública em 29/5 Espírito Santo - 77,55% em todo o estado em 25/5 Goiás - 43,3% dos leitos de gestão estadual, em todo o estado em 29/5 Maranhão – Grande Ilha: 95,65%; Imperatriz: 94,44%; e interior: 74,34% em 26/5 Mato Grosso – 14,6% em todo o estado em 27/5 Mato Grosso do Sul – 2,4% em todo o estado em 29/5 Minas Gerais – 69% em todo o estado em 27/5 Pará – 84,36% em todo o estado em 27/5 Paraíba – 75% em todo o estado em 29/5 Paraná – 44% em todo o estado em 29/5 Pernambuco – 98% em todo o estado em 28/5 Piauí - 61% em todo o estado em 24/5 Rio de Janeiro – 86% em todo o estado em 24/5 Rio Grande do Norte – 78% em 29/5 Rio Grande do Sul – 72% em todo o estado em 29/5 Rondônia – 62% em todo o estado em 25/5 Roraima – 62% em todo o estado em 25/5 Santa Catarina – 61,49% do sistema público em todo o estado em 27/5 São Paulo – 70,7% em todo o estado em 29/5 Sergipe – 89,6% do sistema público em todo o estado em 29/5 Tocantins – 50% dos leitos ocupados em 25/5 Testes feitos pelos estados Número de testes de coronavírus feitos pelos estados Rio de Janeiro não divulgou o número de testes. Pacientes recuperados Pacientes recuperados de Covid-19 nos estados Initial plugin text

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Os riscos da quarentena para as mulheres


A médica Andrea Prates chama atenção para as que cuidam de diversas gerações: de pais idosos a netos A geriatra e gerontóloga Andrea Prates, com mais de 30 anos de atuação como profissional de saúde e consultora, reconhece a pandemia do coronavírus como uma crise humanitária, mas não tem dúvidas sobre a carga extra que a Covid-19 representa para as mulheres, já que a maioria trabalha fora: “elas tocam mais de 50% das pequenas empresas e representam 70% da mão de obra nos serviços sociais e de saúde, na linha de frente da pandemia. Estão assumindo um volume ainda maior de responsabilidades, que se somam às suas atividades anteriores. A situação demanda um olhar mais generoso sobre as questões de gênero por parte das empresas, já que a supervisão da casa e do estudo das crianças, com raras exceções, continua sendo feminina. Em momentos de crise, as mulheres tentam criar um ambiente de harmonia, uma atmosfera de tranquilidade. O que vejo é que estão exaustas, sem o reconhecimento de seu esforço e até mais expostas à violência doméstica”. A geriatra e gerontóloga Andrea Prates Divulgação A médica afirma que as mulheres na faixa da meia-idade ou idosas jovens – um amplo espectro que vai dos 40 aos 69 anos – merecem atenção especial, porque muitas cuidam de diversas gerações: pais idosos, cônjuges, filhos e netos. “Não podemos esquecer que 40% dos domicílios brasileiros são chefiados por mulheres. Sobra muito pouco tempo para o autocuidado e, com frequência, isso tem impacto negativo quando há doenças crônicas. Com o isolamento, elas estão sem a rede de apoio que lhes dava suporte, como a escola dos filhos, a ajuda das avós, de uma assistente doméstica. A ansiedade se amplifica”, explica. No que diz respeito ao autocuidado, uma de suas maiores preocupações é o foco em zelar pelo bem-estar físico e mental: “somos seres integrais e únicos, a saúde mental é elemento essencial no conceito amplo de saúde”. A doutora Andrea Prates vem observando uma crescente dificuldade de manter uma dieta saudável e faz um alerta: “comer traz uma sensação de aconchego e parece compensar o estresse e a insegurança, por isso é tão importante a alimentação consciente, que observa os gatilhos que geram esse impulso”. Sua sugestão é privilegiar o estoque de alimentos saudáveis e não abandonar a prática de exercícios físicos: “o objetivo é estabelecer uma rotina para tonificar os músculos, o que pode ser feito em casa. Dormir bem também é fundamental. O sono, inclusive, diminui o desejo por carboidratos”. A geriatra acrescenta que exercícios de respiração, nos quais se inspira e expira o ar lentamente, são bons aliados para combater a ansiedade. E conclui: “o ideal é reservar alguns momentos por dia para um ‘respiro’, num lugar tranquilo que funcione como refúgio”.

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As lições do pós-parto para enfrentar isolamento na pandemia


Três mulheres contam como se reinventaram após a maternidade e como essa transformação mudou a forma de encarar o distanciamento social. Três mulheres contam como se reinventaram após a maternidade e como essa transformação mudou a forma de encarar o distanciamento social Getty Images via BBC Muito além de transformar a rotina da família, o nascimento de uma criança é capaz de mudar prioridades, crenças e o estilo de vida de mulheres renascidas com a maternidade. Entre tantas mudanças, há quem tenha encontrado uma nova fé, descoberto habilidades ou apostado em uma trajetória profissional diferente, seja para ter mais tempo com os filhos ou para encontrar sentido em sua carreira. Mas o que essas transformações vividas pelas mulheres-mães podem nos ensinar sobre o "grande puerpério" que estamos vivendo nessa pandemia? Isolamento, solidão, medo do desconhecido, incertezas. Acumulam-se as tarefas, funções, e de repente estamos perdidos em nossos novos papéis. Parece não haver futuro possível a planejar. Um dia de cada vez. Uma hora de cada vez. Elas já passaram por isso. Três mães que, do dia para a noite, encontraram-se com a necessidade de se reinventar contam agora como os desafios do pós-parto as fizeram mudar de vida e encarar o isolamento social de um jeito mais leve. "Cabidas todas as ressalvas da minha preocupação com o momento político do país e com a saúde pública, sinto que esse momento é quase um alívio. O mundo inteiro está mais lento, em um ritmo puerperal de recolhimento. Como se eu não fosse mais obrigada a corresponder a um compasso frenético. Não temos mais pressa para as refeições, horário para sair de casa. É quase um presente", conta Thais Duarte Jacobsen. Thais trabalhou por 13 anos como chefe de planejamento em uma agência de publicidade e viu a vida mudar radicalmente com a chegada do filho Noah, hoje com 5 anos. Nesse percurso, mudou de nome e passou a se chamar Tanuka Nalini. Descobriu-se perfumista botânica, aromaterapeuta integrativa, cosmetóloga botânica e benzedeira. "Trabalhava por 10, 12 horas por dia, em uma rotina exaustiva. Eu sinto que a maternidade foi um convite. Mais do que isso, um portal que me convidou a olhar a vida e a mim mesma sob outra perspectiva. A maternidade nos convida (convoca às vezes) a ficar de frente com um ajuste interno. Alinhar princípios, deixar personagens internos para ser alguém que tem mais a ver com nosso ser inato", diz. Mas a jornada de Thais, assim como da maioria das mulheres em suas transformações, não foi fácil. Ao pedir demissão, abriu mão da estabilidade financeira, e viu a decisão impulsionar outras mudanças. Ela se separou quando o filho tinha 1 ano e 10 meses. 'Tudo que experimentei foi muito importante. As dores, as mudanças construíram quem eu sou hoje', diz Thais Arquivo pessoal via BBC Com isso, do bairro do Morumbi, em São Paulo, Thais e o filho se mudaram para um sítio na área rural da cidade de Cotia, na região metropolitana da capital paulista. "Não foi fácil. De frente para aquele bebê, sem trabalhar, eu me vi mais vulnerável e, ao mesmo tempo, mais forte do que jamais estive. Eu não tinha emprego, não tinha dinheiro, estava sozinha com um bebê e naquele momento decidi: ou faria tudo que acreditava que era preciso, ou toda a mudança não faria sentido." No começo da nova trajetória, ela trabalhou com comunicação voltada ao parto, mas ainda não parecia ter encontrado sua verdadeira vocação. Foi depois de uma viagem para a Índia que veio a mudança de nome e a criação de sua linha de produtos terapêuticos naturais. "Tudo que experimentei foi muito importante. As dores, as mudanças construíram quem eu sou hoje. A segunda gestação, que estou vivendo agora, vem com a clareza dos meus medos internos e uma possibilidade de ressignificar o conceito de estrutura. Hoje, tenho menos conforto financeiro do que em minha primeira gravidez, numa casa mais simples, mas muito mais conexão com a estabilidade que realmente importa, a interna." Tanta transformação culminou com um momento de tranquilidade em meio à pandemia. Thais sentiu o impacto nos negócios, claro, e teve que adaptar as contas de casa. Mas o saldo, a seu ver, pode ser positivo. "A reflexão da quarentena pode ser um presente: a conclusão de que não dá para ser supermulher. Isso não existe. É impossível ser uma ótima mãe, uma ótima empresária, uma ótima terapeuta. Isso nos massacra. Esse período tem me ajudado a achar um equilíbrio, abrir espaço para receber ajuda e diminuir a cobrança comigo mesma", diz. "No começo, sentia culpa. Via mães colegas preocupadas com as atividades para os filhos, e me sentia mal por querer apenas deixar fluir meu momento com o Noah. Com o tempo, acolhi esse meu desejo de apenas estreitar meus laços com ele e tem sido lindo viver isso." Prontas para muitos recomeços Em A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra, a autora Laura Gutman fala da maternidade como um chamado a "voltar para casa", um olhar sobre a transformação vivida por tantas mulheres ao se tornarem mães. "Transformar-se em mãe é um salto brusco em direção à própria feminilidade. Quase sem nos darmos conta, nos alinhamos com a Terra, com as oferendas e com as colheitas. Embora muitas mulheres urbanas já nem reconheçam as estações do ano, não cheirem o pólen das flores nem tenham a possibilidade de tocar o orvalho, a natureza vivente de seus filhos lhes recorda que são a Terra, são o alimento e são os ciclos vitais", escreve a autora. Juliana Morena, mãe de dois, era gerente de produtos de uma editora. Deixou o emprego para empreender quando começou a tentar engravidar do seu primeiro filho, com o intuito de ter mais tempo para a maternidade. Três anos depois, já grávida da segunda filha, a experiência a levou a desistir do primeiro negócio — uma loja de decoração — para investir no seu trabalho atual: a criação e manipulação de cosméticos naturais. 'Hoje vejo com carinho tudo que passei, e sinto que estou tendo certa facilidade de lidar com a situação do isolamento', diz Juliana Arquivo pessoal via BBC "Na primeira tentativa de empreender, precisei terceirizar muitas demandas. Meu bebê ficava comigo 24 horas por dia. Foi intenso e tenso. Tinha dias que eu chorava por falta de controle e um cansaço brutal. Era aflitivo administrar uma empresa com aquele bebê sempre pendurado no meu peito. Meu raciocínio ficou lento. O choro dele muitas vezes acontecia no momento daquela venda bacana que provavelmente salvaria o mês. Nessa terceirização, falta de idas à loja, a qualidade do atendimento caiu", lembra. O nascimento da filha Ceci foi a gota d'água para a decisão de fechar a loja. E o encontro com o novo trabalho foi natural, depois de um olhar para seus próprios gostos e necessidades. "Eu sempre fui 'natureba'. Não gostava dos cosméticos convencionais, porque achava os resultados ilusórios, além da alta produção de lixo. Até que na gestação tive uma alergia ao desodorante convencional, e uma prima que mora nos EUA me ensinou como ela fazia seu próprio desodorante. Funcionou, amigos começaram a pedir e, quando vi, estava em uma produção intensa." Dos óleos e cremes, Juliana foi se especializando e hoje produz até bálsamos curativos e descongestionantes, tudo em casa, junto com os filhos. "Com esse trabalho voltei a me orgulhar do que faço. Amo ser quem sou hoje, inadequada aos olhos convencionais do mercado, e até um pouco estranha para algumas pessoas, mas que ama essa forma de vida, esse universo infinito de possibilidades na criação e desenvolvimento de produtos naturais. Aprendi a amar a pele cheia de história, a barriga com diástase. Hoje vejo com carinho tudo que passei, e sinto que estou tendo certa facilidade de lidar com a situação do isolamento. Já vivenciei duas vezes - em meus dois puerpérios - esse exercício de me adaptar ao novo, encarar desafios profissionais, incertezas... Como mãe a gente se acostuma a lidar com as adversidades, com o desconhecido, com novas perspectivas", conta. Um chamado para desacelerar Graduada em biologia, Gisele Leal também renasceu com a maternidade. Iniciou sua vida profissional trabalhando como secretária e fez carreira em uma multinacional da indústria de bebidas e embalagens para alimentos. Registrada, com um ótimo salário e muitos benefícios. Vivia dividida entre pontes aéreas, viagens nacionais e internacionais e a família, até ficar grávida da terceira filha. A experiência do parto natural "virou a chave" para Gisele, como ela mesma conta. "Pari após duas cesáreas anteriores, com diabetes gestacional, quase 100 kg, dois dias de bolsa rota e após passar por 21 obstetras. Isso mudou completamente minha vida", lembra. "Como bióloga e mãe, vi que estar na indústria, colocando plástico no mundo não fazia sentido para mim. E, então, pirei." A bióloga Gisele hoje trabalha como doula Arquivo pessoal via BBC Na mesma semana em que pediu demissão do emprego estável, Gisele começou a formação como doula, profissional que oferece apoio físico e emocional a outras mulheres durante a gestação, parto e pós-parto. "O início não foi fácil, foi muito difícil. Fiquei sem plano de saúde, tirei as crianças da escola particular. Meu marido também era autônomo, então, passamos muita dificuldade. Mas deu certo. Hoje, estou muito feliz e não me vejo de jeito nenhum voltando para um regime CLT." Após dez anos trabalhando como doula, Gisele — hoje mãe de quatro — se formou parteira obstetriz pela Universidade de São Paulo e passou a atuar também na formação de outras doulas, em Campinas, no interior paulista. "Acredito que a maior transformação trazida pela maternidade, além da carreira, foi entender o quão poderoso é estar entre mulheres, ser dona de minhas próprias decisões e da minha própria carreira, e ajudar outras mulheres a construir essa autonomia, ainda que seja no parto, que é uma parte da vida". Maternidade e empreendedorismo O mais recente estudo da FGV sobre o assunto, de 2016, aponta que 24 meses depois do início da licença-maternidade, quase metade das mulheres estão fora do mercado de trabalho. E seja pela falta de acolhimento no mercado tradicional ou porque as mulheres deixam de ver sentido no trabalho que executavam, o empreendedorismo se torna opção para muitas. As mulheres são maioria (52%) à frente dos negócios com menos de 42 meses de existência, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora. "Historicamente, percebemos que houve uma ligação muito forte entre esse movimento e a maternidade. No perfil médio, a mulher não se prepara para empreender, ela acaba empreendendo em áreas que já conhecia ou que requerem menos capital. Abre uma consultoria em uma área em que já trabalhava, por exemplo, ou aposta em segmentos como alimentos, beleza, conforto", diz Adriele Costa, analista do Instituto. As mães empreendedoras são muitas e caminham juntas. Só na Rede Maternativa, a maior comunidade virtual de mães reunidas para tratar de questões ligadas ao trabalho, são 25 mil mulheres. "No começo, o perfil era quase 100% focado em empreendedoras. Hoje, temos muitas mães que trabalham formalmente no mercado. Em comum elas compartilham as dores e o desafio de conciliar maternidade, tempo e trabalho", explica Vivian Abukater, uma das fundadoras do grupo. O Maternativa nasceu no Facebook, em 2015, inicialmente para discutir entre amigas os dilemas do trabalho pós-maternidade. A iniciativa, no entanto, viralizou e em um mês já eram mais de 600 mulheres. "A chegada dos filhos muda tudo. A mulher passa por uma transformação e toda transformação se inicia com um pouco de caos. É claro que tudo isso impacta o trabalho, porque o trabalho faz parte da vida. Se de um lado essa mulher passa a ter mais sono, por exemplo, do outro ela ganha novas e importantes habilidades: está mais atenta, aprende a gerenciar melhor seu tempo, a colocar foco no que realmente traz resultado", diz Vivian. Initial plugin text

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Como a peste bubônica fez surgir as duas instituições de pesquisa mais importantes do Brasil


Há 120 anos, necessidade de produzir soro para a doença, que havia chegado a Santos, deu origem ao Instituto Butantan e à Fundação Oswaldo Cruz. O Castelo da Fiocruz foi erguido na fazenda de Manguinhos, em Inhaúma, na periferia da antiga capital federal Acervo da Casa de Oswaldo Cruz O telegrama anunciava que a cidade do Porto passava por um surto de peste bubônica. A informação, além de surpreendente, visto que havia mais de um século não se tinha registro de surtos da doença na Europa, era alarmante. No dia 14 de agosto de 1899, uma notícia telegrafada de Portugal chegou ao gabinete de Nuno de Andrade, diretor-geral de Saúde Pública de um Brasil recém transformado em república. O Brasil mantinha relações comerciais estreitas com Portugal, e, se providências não fossem tomadas, era só uma questão de tempo até que a peste chegasse ao país. Nuno de Andrade considerou necessário adotar estratégias severas, apoiadas pelo então ministro de Justiça e Negócios Interiores, Epitácio Pessoa: todos os navios vindos de Portugal estariam sujeitos à quarentena de 20 dias, e a medida se estenderia aos navios espanhóis. Também ficaria proibida a entrada de mercadorias como couros e peles, mobílias, roupas e acessórios, frutas e laticínios, e retalhos de tecido. As medidas foram duramente criticadas, especialmente pelo diretor de Higiene e Assistência Pública do Estado do Rio de Janeiro, o médico Jorge Alberto Leite Pinto. Nome do instituto paulista veio da Fazenda Butantan, que em tupi-guarani significa 'terra muito dura' Instituto Butantan Em cartas publicadas no Jornal do Comércio, ele considerou a decisão descabida. Seus principais argumentos eram que, dois anos antes, a Conferência Sanitária Internacional havia estabelecido o período máximo de 10 dias de quarentena para navios saídos de portos infectados, ainda que o Brasil não fosse signatário da convenção. Ele também acreditava que o prejuízo econômico pelas restrições seria grande, porque o tempo parado no porto elevaria o preço dos produtos. E sustentava que a doença era facilmente dominável e tratável. O mundo em 1899 era bem diferente do de 1720, quando Marselha registrou o surto anterior de peste na Europa e perdeu 50 mil habitantes. Era mais diferente ainda de 1346, quando a peste causara causou morte de 75 a 200 milhões de pessoas. Considerada a pandemia mais devastadora da história da humanidade, foi apelidada de Peste Negra. Em 1894, o cientista franco-suíço Alexandre Yersin e o japonês Shibasaburo Kitasato finalmente identificaram o bacilo da doença. Dois anos mais tarde, o russo Waldemar Haffkine criou uma vacina contra a peste, e, em 1898, Yersin usou os primeiros soros antipestosos em seres vivos. No período, o francês Paul Louis Simond descobriu que a doença era transmitida aos homens pelas pulgas dos ratos. Mas os novos conhecimentos e as providências adotadas (após quase um mês de debates públicos, Nuno de Andrade manteve sua decisão) não impediram a chegada e a disseminação da peste no Brasil. No dia 18 de outubro de 1899, foi oficialmente admitido que havia uma epidemia de peste bubônica em Santos, no litoral de São Paulo. Investigação detalhada O processo de reconhecimento da epidemia não foi nada simples, justamente pelo contexto econômico da época. "No início, os governos tentaram esconder, por causa do comércio de café e dos imigrantes", diz a historiadora Olga Fabergé Alves, pesquisadora do Centro de Memória do Butantan. Santos era o segundo maior porto do país, de onde escoava a produção de café — em 1894, superou o Rio de Janeiro e se tornou o maior centro exportador de café do mundo. Por ele, também chegavam imigrantes para trabalhar na lavoura. Segundo os anuários estatísticos do Estado de São Paulo, 16.764 estrangeiros desembarcaram em terras paulistas em 1899. O primeiro a levantar a suspeita da peste foi o médico santista Guilherme Álvaro, chamado para atender um suposto caso de febre amarela no início de outubro de 1899. Ele estranhou a evolução da doença e o aspecto do cadáver, que não era amarelado como as vítimas da febre. Ao aprofundar a investigação, encontrou ratos mortos nas redondezas da casa da vítima, que ficava perto de um armazém que guardava as bagagens dos passageiros marítimos. "Ele achou que era a peste e que deveria ter quarentena, mas os empresários ficaram abalados e pediram uma revisão do diagnóstico", conta o historiador Luiz Antônio Teixeira, da Casa Oswaldo Cruz. A diretoria geral do serviço sanitário pediu que o Instituto Bacteriológico do Estado de São Paulo enviasse alguém a Santos avaliar a situação. Foi então que "o mais novo e obscuro dos ajudantes do instituto", Vital Brazil, "foi o designado para tal incumbência", conforme escreveu o próprio no relatório que redigiu sobre a peste. No dia 9 de outubro, ele partiu para Santos para integrar a comissão sanitária liderada pelo médico Eduardo Lopes. A investigação se concentrou na casa da família Milone, que teve sete doentes e dois mortos, e mais tarde foi identificada como foco da peste. Inicialmente, Brazil acreditou que se tratava de tifo, até observar nas autópsias bacilos como os da peste. "A característica epidemiológica, a observação clínica e a prova bacteriológica nos levam a concluir que a moléstia que estudamos em Santos é, sem dúvida alguma, a peste bubônica", concluiu o pesquisador em seu relatório. No 23º dia de pesquisas, ele próprio foi acometido pela doença. "Nos lembraremos sempre do que vimos no prédio nº 39 da Rua 15 de Novembro", escreveu Álvaro no livro A campanha sanitária de Santos - Suas causas e seus efeitos, lançado em 1919. "Ao abrirmos as portas do armazém onde funcionara o bar, deparamos com mais de 40 ratões mortos espalhados pelo solo, muitos já em decomposição, jazendo alguns sobre os balcões. No andar superior ainda havia ratos mortos, vários existindo na cozinha e na pequena despensa ao lado. Fizemos incinerar logo para mais de 60 ratos encontrados em todo o prédio, e dada a presença de pulgas que nos atacaram e aos desinfectadores, não compreendemos ainda hoje por que não fomos vitimados pela doença, que na véspera havia prostrado o doutor Vital Brazil, no Hospital de Isolamento, onde trabalhava." Apesar da declaração de situação epidêmica, o governo insistiu em mais confirmações. Foram chamados, então, os médicos cariocas Oswaldo Cruz e Eduardo Chapot Prévost, que mais uma vez atestaram que se tratava da peste. O diretor-geral de saúde pública pediu demissão por se considerar incapaz de evitar a chegada da doença ao país. O ministro da Justiça, entretanto, não aceitou o pedido, e Nuno de Andrade permaneceu no cargo até 1903. Saneamento e pesquisa Se era tarde demais para conter a disseminação da peste, que de fato chegou ao Rio de Janeiro no verão de 1900 e se espalhou por outras cidades como São Luís, Porto Alegre e Recife, a estratégia se voltou para as medidas de enfrentamento. O principal objetivo era trazer da Europa o soro para o tratamento dos doentes. "O problema é que o estoque estava muito baixo, por causa dos surtos em outras cidades, como no próprio Porto e na Ásia", diz a historiadora Dilene Raimundo do Nascimento, da Casa Oswaldo Cruz. "Oswaldo se propôs então a criar institutos soroterápicos para produzir o soro no Brasil." As autoridades sanitárias concordaram e encarregaram os pesquisadores que trabalharam na investigação da missão de fundar os institutos. "A ideia de impedir as quarentenas é que acabou gerando a criação de duas das maiores instituições de pesquisa do Brasil, para tentar impedir novas epidemias", diz Teixeira. Nas duas cidades, os institutos foram instalados em locais afastados por causa do medo da população em relação aos experimentos lá desempenhados. Em São Paulo, o lugar escolhido foi a Fazenda Butantan (nome que em tupi-guarani significa "terra muito dura"), uma antiga chácara com 400 hectares comprada pelo governo que ficava a 8 km do centro da capital e a 6 km do hospital de isolamento, atual Instituto Emílio Ribas. Inicialmente, foi considerado um laboratório do Instituto Bacteriológico, até virar uma instituição autônoma em 1901, sob direção de Vital Brazil. O prédio central, hoje batizado em homenagem ao primeiro diretor, foi inaugurado em 1914. No Rio de Janeiro, a área escolhida foi a fazenda de Manguinhos, em Inhaúma, na periferia da antiga capital federal. "Aquilo tudo era mangue, chegavam lá de barco e depois de charrete", conta Nascimento. Um dos discípulos de Oswaldo Cruz, Ezequiel Caetano Dias, descreveu: "Foi aí, nestas toscas e velhas construções, que se começou a fazer medicina experimental." No dia 25 de maio de 1900, foi oficialmente inaugurado o Instituto Soroterápico Federal, atual Fundação Oswaldo Cruz. O prédio principal, conhecido como Castelo de Manguinhos, e os prédios adjacentes — cavalariça, quinino, pavilhão da peste, aquário, hospital e biotério —, começaram a ser construídos em 1903 e ficaram prontos em 1918. Mesmo com a produção nacional de soro, só no primeiro ano de epidemia a capital federal registrou cerca de 500 mortes. Em 1903, com o número de casos aumentando, Oswaldo Cruz foi nomeado diretor da Diretoria Geral de Saúde Pública pelo novo presidente Rodrigues Alves, que tinha como principal meta a modernização do Rio de Janeiro. A missão de Oswaldo Cruz era acabar com as epidemias de febre amarela, varíola e peste bubônica. "A presença da peste não gerava somente entraves econômicos, impedindo que navios brasileiros aportassem no exterior sem quarentenas ou fazendo navios estrangeiros se recusarem a parar no porto do Rio, mas havia um estigma associado à doença, ligada ao mundo medieval europeu e aos horrores produzidos por ela", diz Nascimento. Evolução da pesquisa nacional Como diretor-geral, Oswaldo Cruz estabeleceu novas estratégias para eliminar a peste da capital. Entre elas, a fim de engajar a população na captura e extermínio dos vetores, criou um sistema de compra de ratos. As pessoas os entregavam aos agentes sanitários, apelidados de "ratoeiros", em troca de uma pequena quantia. Algumas medidas de Oswaldo Cruz foram estopim para revoltas populares Reprodução Ao contrário de outras medidas de Oswaldo Cruz, consideradas draconianas e estopim para revoltas populares (a mais famosa é a Revolta da Vacina, de 1904), essa teve adesão, embora um pouco às avessas. Uma das lendas urbanas mais conhecidas do período é a de Amaral, um morador que criava ratos com o único propósito de vendê-los e acabou preso pelos atos ilícitos. Na capital paulista, medida parecida foi aplicada, com o valor de 300 réis por animal abatido. Diferentemente do Rio de Janeiro, cabia à população a caça e a venda dos animais ao desinfectório central. Em 1904, porém, a estratégia foi reformulada, e os animais passaram a ser exterminados por envenenamento com gases tóxicos. A epidemia de peste bubônica no Brasil perdurou até 1907, mas o último registro em seres humanos só ocorreu em 2005 — e ela continua circulando entre os roedores. Apesar disso, estima-se que haveria muito mais vítimas sem os sistemas de contenção e as pesquisas dos novos institutos. Embora tenham sido criados com essa finalidade, eles foram rápidos em ampliar as atividades para outras moléstias que acometiam o país. "Os institutos foram criados para resolver um problema específico, uma demanda urgente, mas foi interessante porque aproveitaram a oportunidade para criar outras coisas, sempre usando como argumento a vantagem econômica de se evitar acidentes ou novas epidemias e quarentenas", diz a historiadora do Butantan. No Butantan, Vital Brazil se dedicou à criação de soros contra a picada de cobras, muito comuns no interior ainda inexplorado. Na Fiocruz, foram desenvolvidos soros e vacinas para enfermidades como a febre amarela e a varíola, e descobertas novas doenças, como a de Chagas, descrita pelo diretor do instituto Carlos Chagas em 1909. Fiocruz comemora 120 anos de dedicação a ciência e de luta pela saúde Hoje, o Butantan é o principal responsável pela produção de vacinas do Programa Nacional de Imunizações (PNI). A Fiocruz, além da central no Rio de Janeiro, está presente em 7 cidades brasileiras e na capital de Moçambique, Maputo. Na atual pandemia do novo coronavírus, pesquisadores da instituição paulista estão desenvolvendo um composto de anticorpos para combater a covid-19 e comandam a busca por uma vacina, enquanto a Fiocruz integra uma coalizão mundial para acelerar as pesquisas sobre o vírus. Um dos laboratórios cariocas foi também nomeado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) referência para covid-19 nas Américas. "Não é exagero dizer que se trata das instituições de ciência e pesquisa científica mais respeitadas no Brasil e no mundo", opina Nascimento.

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Foguete da SpaceX com dois astronautas é lançado na Flórida

É o primeiro lançamento tripulado dos EUA em nove anos. Nave Dragon Crew levará tripulantes da Nasa à Estação Espacial Internacional (ISS). O foguete da SpaceX partiu neste sábado (30) do Cabo Canaveral, na Flórida, com dois astronautas da Nasa a bordo. É o primeiro lançamento tripulado dos Estados Unidos em nove anos. Inicialmente previsto para quarta-feira, a viagem da nave Dragon Crew foi adiada para este sábado devido ao mau tempo. Novamente, as condições meteorológicas poderia atrapalhar a missão, segundo o dono da SpaceX, Elon Musk. Porém, o lançamento foi confirmado momentos antes da partida. Os astronautas Douglas Hurley e Robert Behnken foram os escolhidos para tripular a missão e viajar até a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). Behnken e Hurley são astronautas da Nasa desde 2000 e já foram ao espaço duas vezes em ônibus espaciais. Estão entre os membros mais experientes da equipe da agência, segundo a BBC, e foram treinados como pilotos de testes (o que tem sido crucial para preparar a nova aeronave). Hurley, de 53 anos, já passou 28 dias e 11 horas no espaço, e Behnken, de 49, acumula 29 dias e 12 horas, incluindo 37 horas de caminhada espacial (fora do veículo ou da estação). Ambos têm esposas astronautas: Behnken é casado com a oceanógrafa e engenheira aeroespacial Megan McArthur, que tem quase 13 dias de missões no espaço, segundo a Nasa. Já Hurley é casado com a ex-astronauta da agência Karen Nyberg, engenheira com 180 dias de missões espaciais.

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Líderes mundiais criticam ruptura dos Estados Unidos com a OMS


Ministro da Saúde alemão chamou a decisão de 'sério revés para a saúde mundial'. O presidente americano anunciou o rompimento na sexta-feira (29). Foto, tirada em 29 de maio, mostra o letreiro da sede da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Genebra, na Suíça. Fabrice Coffrini/AFP Vários líderes mundiais criticaram, neste sábado (30), a decisão do presidente americano, Donald Trump, de romper relações com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Trump comunicou a ruptura na sexta-feira (29). O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, afirmou em uma mensagem no Twitter que a decisão é um "sério revés para a saúde mundial". Ele disse, ainda, que considera que a União Europeia deve se "comprometer mais" com a OMS do ponto de vista financeiro. "Para que a OMS tenha futuro precisa de reformas", destacou Spahn. O ministro afirmou que uma das prioridades da Alemanha, ao assumir a presidência da União Europeia no dia 1º de julho, será reforçar a presença do bloco na OMS. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o chefe de relações internacionais da União Europeia, Josep Borrell, pediram neste sábado que os EUA reconsiderem a decisão. “A OMS deve continuar a ser capaz de coordenar a resposta internacional a pandemias, atuais e futuras. Por isso, a participação e o apoio de todos são necessários e indispensáveis”, diz o comunicado conjunto. Críticas Trump não poupa críticas à China ao anunciar que vai cortar os vínculos como a OMS Trump já vinha fazendo várias críticas à atuação da OMS durante a pandemia de Covid-19, afirmando que a organização havia escondido informações dos EUA no início do surto e que estava sendo complacente demais com a China. O presidente americano já havia cortado, temporariamente, o financiamento à entidade. No mês passado, o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, chegou a ser questionado por um repórter americano se permaneceria no cargo, porque, segundo o jornalista, uma das condições desejadas por parlamentares dos EUA para restabelecer o financiamento seria justamente um pedido de demissão dele. Tedros respondeu que continuaria a trabalhar "dia e noite" no cargo. Os Estados Unidos são o país com mais mortes pela Covid-19 no mundo: quase 103 mil no início da tarde deste sábado (30), segundo monitoramento da universidade americana Johns Hopkins. No Brasil, esse número chegou são 28 mil vítimas, segundo levantamento feito pelo G1 junto às secretarias estaduais de Saúde. Países com mais mortes por Covid-19 em 30/05 Initial plugin text

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Lançamento de foguete da SpaceX neste sábado pode ser adiado de novo, anuncia Elon Musk

CEO da empresa, Musk declarou no Twitter que lançamento, que já foi adiado, tem 50% de chance de acontecer. Lançamento de foguete da SpaceX está marcado para este sábado (30) O dono da empresa de exploração espacial SpaceX, Elon Musk, anunciou na manhã deste sábado (30) que o lançamento do primeiro foguete tripulado da empresa pode ser adiado novamente por causa do mau tempo. A decolagem está prevista para as 16h22 (horário de Brasília). "Estamos avançando com o lançamento hoje, risco de cancelamento pelo tempo de 50%", escreveu Musk em sua conta no Twitter. Initial plugin text O lançamento já havia sido adiado, há três dias, por más condições climáticas.

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Casos de coronavírus e número de mortes no Brasil em 30 de maio


As secretarias estaduais de Saúde confirmam no país 468.338 casos do novo coronavírus (Sars-CoV-2), com 27.944 mortes. Brasil passou a Espanha em número de óbitos. Veja os dados sobre o coronavírus no Brasil neste sábado (30), segundo levantamento exclusivo do G1 junto às secretarias estaduais de saúde. Foram registradas 27.944 mortes provocadas pela Covid-19 e 468.338 casos confirmados da doença em todo o país. Com os dados desta sexta, o Brasil passa a Espanha em número de mortes por Covid-19. Nesta sexta (29), a Espanha apareceu com 27.121 mortes no balanço global da universidade norte-americana Johns Hopkins. Somos agora o quinto país em número de mortos pela doença, atrás de EUA, Reino Unido, Itália e França. O balanço do Ministério da Saúde desta sexta-feira (29) informou 27.878 mortos e 465.166 casos. O Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de casos confirmados da doença, atrás dos Estados Unidos. Consulte aqui quantos casos e mortes há em sua cidade. Editoria de Arte/G1 Datafolha: 60% dos brasileiros apoiam 'lockdown' Taxa de ocupação de leitos de UTI Acre – 86% em todo o estado em 25/5 Alagoas – 72% em todo o estado 28/5 Amapá – 97,78% em todo o estado em 25/5 Amazonas – 82% em todo o estado em 26/5 Bahia – 68% em todo o estado em 27/5 Ceará – 89% em todo o estado em 17/5 Distrito Federal – 69,5% na rede privada e 42,24% na rede pública em 29/5 Espírito Santo - 77,55% em todo o estado em 25/5 Goiás - 43,3% dos leitos de gestão estadual, em todo o estado em 29/5 Maranhão – Grande Ilha: 95,65%; Imperatriz: 94,44%; e interior: 74,34% em 26/5 Mato Grosso – 14,6% em todo o estado em 27/5 Mato Grosso do Sul – 2,4% em todo o estado em 29/5 Minas Gerais – 69% em todo o estado em 27/5 Pará – 84,36% em todo o estado em 27/5 Paraíba – 75% em todo o estado em 29/5 Paraná – 44% em todo o estado em 29/5 Pernambuco – 98% em todo o estado em 28/5 Piauí - 61% em todo o estado em 24/5 Rio de Janeiro – 86% em todo o estado em 24/5 Rio Grande do Norte – 78% em 29/5 Rio Grande do Sul – 72% em todo o estado em 29/5 Rondônia – 62% em todo o estado em 25/5 Roraima – 62% em todo o estado em 25/5 Santa Catarina – 61,49% do sistema público em todo o estado em 27/5 São Paulo – 70,7% em todo o estado em 29/5 Sergipe – 89,6% do sistema público em todo o estado em 29/5 Tocantins – 50% dos leitos ocupados em 25/5 Testes feitos pelos estados Número de testes de coronavírus feitos pelos estados Rio de Janeiro não divulgou o número de testes. Pacientes recuperados Pacientes recuperados de Covid-19 nos estados Initial plugin text

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Vacina planejada para Mers e Sars vira modelo em pesquisa de imunização contra a Covid-19


DNA sintético é usado para conseguir gerar anticorpos antes de infecção real pelos coronavírus. Pesquisadores publicaram experiência na 'Nature Communications'. Pesquisadores apostam em uma vacina desenhada com DNA sintético para obter a imunização contra o Sars CoV-2, de acordo com estudo publicado na "Nature Communications" Os cientistas usaram como bases vacinas idealizadas contra o Sars e o Mers – dois vírus da mesma família que causaram epidemias em 2002, na China, e em 2012, no Oriente Médio, respectivamente. A família coronavírus foi assim batizada devido a uma estrutura em forma de coroa. O espinho - "spike" - é uma proteína responsável por fazer uma ligação com o receptor ACE2 nas células do corpo humano. Quando isso acontece, o coronavírus consegue gerar a infecção e se multiplicar. Modelo 3D do Sars-Cov-2, o novo coroavírus, com zoom na proteína Spike Reprodução/Visual Science Com isso, o sistema imunológico reconhece a estrutura viral com um corpo estranho e um mecanismo é acionado, que gera a produção de anticorpos e outros componentes. Na maioria das vezes, o próprio sistema da pessoa infectada consegue combater o Sars CoV-2. As vacinas tentam "treinar" o nosso organismo para evitar com que o vírus entre nas células antes da chegada de um vírus real. E caso entre, seja capaz de proteger contra evolução da doença. "Aproximadamente 20% das pessoas têm sinais da doença Covid-19. O problema é que esse número representa muita gente porque o vírus se espalha muito rápido. A única forma de barrar isso é uma vacina ou um tratamento específico", disse Gustavo Cabral, imunologista que atua na criação de uma vacina no Brasil. Os projetos de Sars e Mers A vacina INO-4700 (feita inicialmente contra o Mers) está em testes clínicos, mas apresentou resultados positivos. Camundongos e porquinhos-da-índia receberam uma dose e produziram anticorpos capazes de neutralizar o vírus, assim como outros componentes do sistema imunológico, as células T (linfócitos T). A eficiência contra o Sars CoV-2 em comparação com o Mers é de 96%, e a imunidade contra o vírus é mantida por 60 semanas. As pesquisas com a INO-4700 estão na fase 2 na Coreia do Sul. Um dos trabalhos com essa tecnologia foi publicado em 2015 com resultados em macacos. Em 2019, foram divulgados os dados da fase 1 com humanos (veja as fases de produção de uma vacina abaixo). Uma etapa maior da fase 2 está prevista para começar no Oriente Médio. "Após a imunização de camundongos e porquinhos-da-índia com INO-4800, medimos as células T específicas para os vírus, anticorpos funcionais que neutralizam a infecção por Sars CoV-2 e bloqueiam a ligação da proteína ACE2 (...). Este conjunto de dados preliminares identifica a INO-4800 como uma potencial candidata à vacina contra a Covid-19", disseram os autores. ACE2 e DNA sintético Os receptores ACE2 são encontrados em células do coração, dos rins e em outros órgãos. Pesquisas científicas recentes, inclusive no Brasil, os apontam como a "porta de entrada" do coronavírus nas células no corpo humano. A vacina usa a sequência genética expressa pela proteína "Spike" em um DNA sintético criado em laboratório. O vírus não é inserido no corpo humano, apenas uma parte dele, que não apresenta risco. E com isso, produz a "Spike" dentro do organismo e faz com que o sistema imunológico identifique o "corpo estranho" e desenvolva uma proteção real antes da chegada do coronavírus. Homens têm nível mais alto de enzima essencial para infecção por coronavírus As teorias que tentam explicar por que a Covid-19 também mata jovens saudáveis Estágios de produção de vacinas Para chegar a uma vacina efetiva, os pesquisadores precisam percorrer diversas etapas. Entre elas está a pesquisa básica – que é o levantamento do tipo de vacina que pode ser feita. Depois, passam para os testes pré-clínicos, que podem ser in vitro ou em animais, para demonstrar a segurança do produto; e depois para os ensaios clínicos, que podem se desdobrar em outras quatro fases: Fase 1: feita em seres humanos, para verificar a segurança da vacina nestes organismos Fase 2: onde se estabelece qual a resposta imunológica do organismo (imunogenicidade) Fase 3: última fase de estudo, para obter o registro sanitário Fase 4: distribuição para a população Vacina de Oxford Com a previsão otimista de ficar pronta ainda em 2020, a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, também é uma esperança no combate à Covid-19. Oxford recruta mais de 10 mil voluntários para testes com vacina para Covid-19 Ela ofereceu proteção em um estudo pequeno com seis macacos, resultado que levou ao início de testes em humanos no final de abril, de acordo com informações dos cientistas americanos e britânicos. Em humanos, os testes têm apenas 50% de chance de sucesso. Adrian Hill, diretor do Jenner Institute de Oxford, que se associou à farmacêutica AstraZeneca para desenvolver a vacina, disse que os resultados de um próximo estudo, envolvendo mais de 10 mil voluntários, podem não garantir que a imunização seja eficaz e pede cautela. A universidade disse que instituições parceiras de todo o Reino Unido começaram a recrutar até 10.260 adultos e crianças para ver quão bem o sistema imunológico humano reage à vacina e quão segura ela é. "A velocidade com que esta nova vacina avançou para testes clínicos de fase adiantada é um testemunho da pesquisa científica pioneira de Oxford", disse Mene Pangalos, executivo da AstraZeneca. Stevens Rehen fala sobre as perspectivas de uma vacina eficaz contra o coronavírus Initial plugin text

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Pesquisadores russos viram cobaias na corrida por uma vacina contra o novo coronavírus


Chefe de instituto russo de pesquisa Gamaleïa, Alexandre Guintsbourg, afirmou ter injetado a vacina que está testando em si próprio. SARS-CoV-2, o novo coronavírus, responsável por causar a Covid-19. Scientific Animations/Wikimedia Commons/Divulgação Pesquisadores de um instituto de Moscou testam um protótipo de vacina contra o novo coronavírus neles mesmos. Um método pouco habitual que demonstra a ambição da Rússia para estar entre os primeiros colocados na corrida mundial por um remédio contra a Covid-19. O chefe do instituto russo de pesquisa Gamaleïa, Alexandre Guintsbourg, afirmou ter injetado a vacina que está testando nele mesmo. O pesquisador recorreu a este método, que não segue os protocolos habituais, para acelerar o processo científico e concluir os testes clínicos até o final de setembro. O programa do Gamaleïa é apenas um dos inúmeros projetos apresentados ao presidente russo Vladimir Putin. Outras iniciativas são dirigidas por consórcios públicos-privados e pelo ministério da Defesa. Vários responsáveis garantiram a Putin que uma vacina poderia ser criada até setembro, passando na frente de dezenas de projetos desenvolvidos na China, Estados Unidos e Europa. Os críticos ao programa se preocupam, no entanto, temendo que a Rússia tenha confundido rapidez com precipitação. A Associação Internacional de Organizações de Pesquisa Clínica denunciou as experiências do instituto Gamaleïa como uma “violação flagrante dos fundamentos da pesquisa clínica, da lei russa e das normas internacionais” para responder a pressões das autoridades russas. Corrida preocupante “Eu estou preocupado com a promessa de fazer uma vacina até setembro”, observa Vitali Zverev, um dos responsáveis por vacinas e séruns do Instituto Público Metchnikov. “Me faz pensar em uma corrida e eu não gosto disso”, diz. Os aspectos econômicos são importantes para a Rússia e para o resto do mundo. As economias ficaram totalmente paradas por meses de confinamento para frear a pandemia. Para vários responsáveis, somente uma vacina permitirá um retorno completo à normalidade. Mas a descoberta de uma vacina também é uma questão de prestígio. Na época da União Soviética, o setor de biotecnologia era considerado um dos melhores do mundo e chegou a produzir 1,5 bilhão de doses de vacinas contra a varíola, que ajudaram a erradicar a doença do mundo.  Mas a pesquisa médica russa quebrou, como outras indústrias do país, nos anos 1990. O Centro Nacional de Pesquisa em Virologia e Biotecnologia Vektor, um dos mais importantes desta época, espera ganhar a corrida pela vacina e se comprometeu em vários projetos, inclusive em associação com empresas privadas. O problema, segundo Alexandre Loukachev, diretor do Instituto Martsinovski de parasitologia médica, é que a pesquisa russa tem dificuldades de sair do laboratório para o mundo exterior, ainda que a pesquisa fundamental e os cientistas continuem sendo de muita qualidade.     “Eu não conheço nenhuma (nova) vacina produzida em massa pela Rússia que tenha chegado a mais de um milhão de doses”, explica. “Somente nesses níveis podemos avaliar (a eficácia) de uma vacina” a longo prazo. Desconfiança Ele cita o exemplo de estudos feitos com protótipos promissores de vacinas contra o SRAS – doença que atingiu a Ásia em 2002, similar ao novo coronavírus –, mas  que causavam imunopatologias. Isso significa que a resposta imunitária dos indivíduos vacinados agravou os sintomas da doença, algumas vezes anos depois dos testes. Nas atuais circunstâncias, “o desenvolvimento de uma vacina é uma questão de prestígio nacional” para a Rússia, diz Loukachev. Além disso, as autoridades russas tradicionalmente não são abertas a iniciativas estrangeiras para estudar “material biológico” russo. Os esforços do instituto Metchnikov de cooperar com a European Virus Archive, uma organização destinada a facilitar intercâmbios científicos, foram obstruídos porque a Rússia baniu o compartilhamento de suas cepas virais. “Nossos colegas nos enviam vírus, mas nós não podemos dar os nossos”, diz Vitali Zverev. Stevens Rehen fala sobre as perspectivas de uma vacina eficaz contra o coronavírus Initial plugin text

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Por que lançamento inaugural de nave da SpaceX é histórico também para a Nasa


A cápsula Crew Dragon deve levar dois astronautas ao espaço neste fim de semana, a depender das condições do tempo. É um episódio crucial para o sucesso de um projeto da agência espacial americana que vem sendo construído há alguns anos. Lançamento da Crew Dragon foi suspenso na última quarta-feira (28) a apenas 16 minutos da decolagem Getty Images via BBC Depois de um balde de água fria na quarta-feira (27), quando o lançamento da cápsula Crew Dragon para o espaço precisou ser adiado por conta do mau tempo, há a expectativa de que finalmente a primeira missão tripulada saindo dos Estados Unidos desde 2011 vá para o espaço neste fim de semana. Trata-se também de uma parceria inédita entre a Nasa, a agência espacial americana, e a empresa SpaceX, do bilionário Elon Musk. A apenas 16 minutos da decolagem da espaçonave na quarta-feira, controladores de voo interromperam o lançamento por condições atmosféricas desfavoráveis, deixando convidados especiais como o presidente americano, Donald Trump, e sua esposa, Melania, e o vice-presidente, Mike Pence, frustrados no Centro Espacial Kennedy, na Flórida. A próxima tentativa de lançamento será no sábado, e se o tempo não ajudar, no domingo (31). Mas como todo o mundo, o lançamento para o espaço também foi impactado pela pandemia de coronavírus — o público foi aconselhado a não se aglomerar perto do complexo Kennedy, e o número de convidados da Nasa para o evento na quarta-feira foi restrito. Para a SpaceX, será a primeira vez que um veículo espacial seu levará astronautas — dois, Bob Behnken e Doug Hurley — a bordo. Para a Nasa, será o primeiro passo de uma transição planejada nos últimos anos, delegando a empresas privadas o transporte de seus astronautas para o espaço. O destino da missão é a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), onde o Crew Dragon deve chegar 20 horas depois do lançamento da espaçonave, acoplada a um foguete Falcon 9. Além de marcar uma mudança para a comercialização do transporte espacial de pessoas — com empresas vendendo "corridas" para governos ou quem desejar comprar o serviço —, o lançamento é visto como importante para recuperar o prestígio dos EUA na exploração espacial. Desde 2011, a Nasa tem pagado dezenas de milhões de dólares à Rússia por assento para cada um de seus astronautas serem transportados na espaçonave Soyuz, lançada no Cazaquistão. E isso começou com uma tragédia. Na volta à Terra, morte de sete astronautas em 2003 Em fevereiro de 2003, o ônibus espacial Columbia se desintegrou e explodiu ao entrar de volta na atmosfera da Terra, matando toda a tripulação de sete astronautas. O desastre levou a uma mudança dramática no programa espacial americano. Em janeiro de 2004, o então presidente George W. Bush anunciou que seus ônibus espaciais seriam aposentados após a conclusão de missões americanas na Estação Espacial Internacional. No ano seguinte, o diretor da Nasa Mike Griffin anunciou que, após esta etapa conclusiva na Estação Internacional, a agência abriria oportunidades comerciais para transporte de astronautas e carga para o espaço através do seu projeto Commercial Crew & Cargo Program Office (C3PO). Com isso, a Nasa poderia focar seus investimentos em novas missões para a Lua e Marte. No entanto, com a chegada de Barack Obama à presidência em 2008, os planos americanos para o espaço foram revistos, com o objetivo de voltar à Lua cancelado, por exemplo. A comercialização do transporte, porém, continuou tendo apoio. Várias empresas se candidataram a participar do projeto C3PO, mas a Nasa ficou com duas, a SpaceX e a Boeing. Desde 2014, as empresas vêm refinando e testando seus projetos, supervisionados pela Nasa. Houve tormentas no caminho — em 2016, um foguete Falcon 9 explodiu na plataforma de lançamento. Em 2019, uma cápsula do Crew Dragon explodiu durante testes. Não houve vítimas nestes dois episódios envolvendo máquinas da SpaceX. Contratempos e obstáculos levaram a um atraso no plano inicial da SpaceX de transportar astronautas para o espaço em 2016, que finalmente deve acontecer neste fim de semana. No ano passado, a SpaceX fez um lançamento bem sucedido da Crew Dragon sem tripulação — mas com um manequim, chamado Ripley. Com procedimentos automáticos, a cápsula se aproximou e atracou com sucesso na estação espacial. Se a missão de agora tiver sucesso, a SpaceX vai prosseguir com outras seis missões "operacionais" até a estação espacial que fazem parte do contrato de US$ 2,6 bilhões (quase R$ 14 bilhões) com a Nasa. A Boeing também tem um contrato similar, estimado em US$ 4,2 bilhões (cerca de R$ 22 bilhões) para levar tripulantes à estação espacial usando seu veículo CST-100 Starliner. A SpaceX e Boeing poderão também vender seus serviços para outras agências espaciais e empresas. Os planos de Elon Musk por trás da SpaceX Nascido na África do Sul, o empresário Elon Musk ganhou mais de US$ 160 milhões (quase R$ 855 milhões, em valores do câmbio atual) na venda do serviço de pagamentos online PayPal para o eBay. À frente, sem máscara, vice-presidente dos EUA, Mike Pence. Com máscara, o CEO da SpaceX, Elon Musk. Ambos assistem ao lançamento da espaçonave Dragon Crew nesta quarta (27), que precisou ser adiado Joe Skipper/Reuters Musk também está envolvido em diversas outras empresas, como a fabricante de carros elétricos Tesla. Em 2002, ele fundou a SpaceX com o objetivo de reduzir custos de transporte aéreo e também para viabilizar a colonização de Marte. A SpaceX foi a primeira empresa privada a conseguir fazer retornar à Terra componentes de foguetes a fim de serem reutilizados, e não descartados. Ela tem feito transportes regulares de carga para a estação espacial internacional, e agora será a vez de astronautas. A Crew Dragon foi projetada para levar até sete pessoas, mas a Nasa pretende levar até quatro astronautas nas missões, e ocupar o restante do espaço com suprimentos. Espaçonaves projetadas para transportar astronautas passam por inúmeros testes de segurança, e o lançamento previsto para esse fim de semana é como uma prova final desse processo de validação. Uma vez em órbita, Bob Behnken e Doug Hurley vão testar sistemas de controle, telas e propulsores de manobra da Crew Dragon. Chegando à Estação Espacial Internacional, testarão o sistema de acoplamento automático, passando então a fazer parte da tripulação da ISS por alguns meses. Na volta à Terra, a espaçonave vai pousar de paraquedas no oceano Atlântico, até ser resgatada pelo navio Go Navigator. Behnken e Hurley são astronautas da Nasa desde 2000 e já foram ao espaço duas vezes em ônibus espaciais. Eles estão entre os astronautas mais experientes da agência espacial — Hurley já passou 28 dias e 11 horas no espaço, e Behnken acumula 29 dias e 12 horas, incluindo 37 horas de caminhada espacial (fora do veículo ou da estação). Ambos são casados com astronautas. Lançamento do foguete SpaceX é adiado por causa de mau tempo

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Maconha era usada em rituais judaicos na antiguidade, diz estudo


Resíduos de cannabis foram encontrados por arqueólogos no altar de um tempo no deserto em Israel. Os pesquisadores afirmam que a planta pode ter sido usada para induzir os fieis a um estado alterado de consciência. Resíduos de maconha foram encontrados em altar no templo de Arad Getty Images via BBC Judeus na antiguidade usavam maconha em seus rituais religiosos, segundo um novo estudo. Uma substância em bom estado de preservação foi encontrada em um templo de 2,7 mil anos de idade no sítio arqueológico de Tel Arad, na região central de Israel. Ela foi identificada pelos cientistas como maconha e continha inclusive o composto psicoativo da cannabis, o THC. Os pesquisadores afirmam que a maconha pode ter sido queimada para induzir nos fiéis um estado alterado de consciência. Esta é a primeira evidência de drogas psicotrópicas sendo usadas em um ritual religioso judaico na antiguidade, de acordo com a imprensa israelense. O templo foi encontrado no deserto de Negev, a cerca de 95 km ao sul de Tel Aviv, na década de 1960. Como foi feita a descoberta No estudo, publicado no jornal arqueológico da Universidade de Tel Aviv, os arqueólogos dizem que dois altares de calcário foram achados enterrados no santuário. Graças a isso e ao clima seco, os resíduos de cannabis foram preservados no topo desses altares. Também foi encontrado incenso em um altar, o que não surpreende por sua importância em textos sagrados, disseram os autores do estudo ao jornal israelense Haaretz. No entanto, o tetra-hidrocanabinol (THC), canabidiol (CBD) e canabinol (CBN), que são compostos encontrados na maconha, foram identificados no segundo altar. O estudo acrescenta que as descobertas em Tel Arad indicam que a maconha também teria sido utilizada em cultos no Primeiro Templo de Jerusalém. Isso porque, na época, o santuário em Arad fazia parte de uma fortaleza no topo de uma colina na fronteira sul do Reino de Judá que teria correspondência, em uma versão em menor escala, com descrições bíblicas do Primeiro Templo. Os restos do templo em Jerusalém agora estão inacessíveis para os arqueólogos, então, eles estudam Arad e outros santuários semelhantes para entender como se dava a adoração no templo maior.

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Brasil integra iniciativa de cooperação em tecnologia da OMS para combater Covid-19


Embaixadora brasileira na OMS, Maria Nazareth Farani Azevêdo, representou o país no lançamento. O Brasil é um dos integrantes de uma iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) lançada nesta sexta-feira (29) para facilitar o acesso a tecnologia no combate da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. A embaixadora brasileira na OMS, Maria Nazareth Farani Azevêdo, representou o país no lançamento. Ao todo, 35 países estão participando. A embaixadora brasileira na OMS, Maria Nazareth Farani Azevêdo, participou do lançamento da iniciativa representando o Brasil nesta sexta (29). Reprodução/YouTube WHO "O Brasil está honrado em apoiar o lançamento da plataforma", disse Farani. "Nesse momento, o acesso a tecnologias de saúde de qualidade seguras, eficientes e acessíveis continua sendo uma prioridade para o Brasil", afirmou. A iniciativa foi inicialmente proposta pelo presidente da Costa Rica, Carlos Alvarado Quesada, como uma "irmã" do "ACT Accelerator", lançado no final de abril para buscar medicamentos, testes e vacinas para a Covid-19. O objetivo do novo projeto, explicou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, é sugerir ações concretas para alcançar os objetivos da primeira iniciativa, incluindo acesso igualitário às pesquisas. A iniciativa, chamada de "COVID19 Technology Access Pool", ou "C-TAP", tem 5 prioridades: divulgação pública de pesquisas de sequenciamento de genes; divulgação pública de todos os resultados de ensaios clínicos; incentivar governos e financiadores de pesquisas a incluir cláusulas em contratos com empresas farmacêuticas sobre distribuição e publicação de dados de ensaios clínicos de forma equitativa; licenciar tratamentos e vacinas para produtores grandes e pequenos; promover modelos abertos de inovação e transferência de tecnologia que aumentem a capacidade local de fabricação e fornecimento. Initial plugin text Médica da UFG é convidada a participar de estudos de vacinas na OMS

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Quarentenas funcionam para combater o coronavírus? Veja o que dizem os estudos


Adoção de quarentenas, distanciamentos e isolamentos foi tema de dezenas de estudos científicos publicados ao redor do mundo; mas até que ponto eles cravam a eficácia dessas medidas? Dezenas de estudos científicos apontam que medidas de distanciamento social têm sido eficazes para reduzir o número de infectados Getty Images via BBC Dezenas de estudos científicos apontam que medidas de distanciamento social têm sido eficazes para reduzir o número de infectados e mortos ou diminuir a sobrecarga dos hospitais. Mas, em geral, elas não conseguem derrotar a pandemia sozinhas, sem a ajuda de testagem em massa ou rastreamento de infectados, e dependem muito da adesão popular em cada país. Mas se a eficácia do distanciamento é consenso entre especialistas, por que parte dos governantes e cidadãos pede seu fim? Principalmente por causa do custo socioeconômico desse fechamento, que gera desemprego e empresas quebradas. No Brasil e nos Estados Unidos, os respectivos presidentes contestam também a eficácia da medida sob diversos argumentos, como o de que alguns países tiveram milhares de casos mesmo com quarentenas e outros triunfaram sem adotar esse distanciamento em massa. Para eles, a gravidade da doença não justifica o confinamento de todo mundo, mas só dos grupos de risco — ainda que isso seja inviável, segundo especialistas. Ao todo, mais de 3 bilhões de pessoas no mundo chegaram a ser submetidas, ao mesmo tempo, a medidas como suspensão de aulas, fechamento de comércio não essencial e distanciamento físico. Em alguns lugares, o cumprimento das normas é obrigatório. Segundo alguns dos principais grupos de pesquisas de epidemia do mundo, quanto menos gente circula nas ruas, mais devagar a doença se espalha. E quanto mais cedo isso acontece, menos gente ficará doente no fim. Logo, é consenso entre pesquisadores que o distanciamento físico entre as pessoas funciona, e o principal problema agora é como sair dele. Segundo dois pesquisadores americanos, para cada 1 ponto porcentual a mais de pessoas que fazem viagens diárias não essenciais, aumenta em 7 pontos porcentuais o número de novos casos. Marcelo Gomes, pesquisador em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, que monitora os casos de Covid-19 e outras síndromes respiratórias, cita como exemplo a relação entre a adesão popular ao distanciamento social e o número de internações por causa da doença. Nas últimas duas semanas de março, havia menos gente nas ruas brasileiras. Em seguida, percebeu-se uma diminuição significativa nas internações e mortes. Semanas depois, o cenário se inverteu e o número de pessoas fora de casa cresceu. Duas semanas depois, a quantidade de gente internada aumentou consideravelmente. Há impacto também no número de mortes que poderiam ser evitadas. Dois cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) afirmaram que uma vida seria salva por minuto ao longo de duas semanas caso o Brasil mantivesse o patamar de distanciamento social. Coronavírus: Por que o distanciamento social é importante BBC Em carta aberta, 39 pesquisadores brasileiros afirmaram que "todas as projeções que fizemos, assim como comparações com o que aconteceu em outros países, mostram que muitas vidas foram salvas devido à redução da taxa de contágio e preservação da capacidade de atendimento hospitalar". A adoção de quarentenas, distanciamentos e isolamentos foi tema de dezenas de estudos científicos publicados ao redor do mundo. Mas até que ponto eles cravam a eficácia dessas medidas? Em uma revisão crítica, 11 pesquisadores analisaram 29 estudos feitos em três epidemias de coronavírus, sendo 10 deles nesta de Covid-19. Eles apontam que medidas de distanciamento diminuem "em 44% até 81% o número de pessoas com doença, e reduzem em 31% até 63% o número de mortes", segundo o trabalho publicado pelo Instituto Cochrane, sob encomenda da Organização Mundial da Saúde (OMS). Outros estudos vão além da eficácia do distanciamento e analisam o depois, mais especificamente, o impacto econômico que a testagem em massa gera ao ser associada a um isolamento mais seletivo, apenas de doentes ou de quem teve contato com infectados. Um deles, assinado por dois pesquisadores dos EUA e um da Alemanha, afirma que essa estratégia salvaria vidas e permitiria uma retomada maior da economia porque as pessoas saudáveis se sentiriam mais seguras de circularem sem incertezas sobre quem está infectado nas ruas. Para cientistas, o problema não é flexibilizar o isolamento, como defende parte dos governantes e dos cidadãos. Ninguém da área científica defende longas quarentenas, mas, sim, a reabertura com todos os cuidados necessários para evitar novas ondas de casos, como testes em massa, rastreamento de infectados e ter superado o pico de casos. Mas essa lição de casa o Brasil ainda não fez. Séculos de confinamentos Quarentenas são adotadas pelo menos desde o século 14 como forma de evitar o espalhamento de doenças infecciosas. Elas variam em grau e duração, mas, em geral, envolvem um período de isolamento de pessoas infectadas ou que tiveram contato com alguém doente. "Quando medidas de quarentena são introduzidas, elas não são apenas baseadas em cálculos médicos sobre se serão ou não eficientes para parar ou reduzir o avanço de uma doença infecciosa", explicou Mark Harrison, professor de história da medicina na Universidade de Oxford, à BBC. "Você toma medidas como quarentena para atender a expectativas de outros governos, e também para tranquilizar sua própria população." O distanciamento de populações inteiras é mais raro. No início do século 20, como o isolamento apenas de pessoas doentes não foi suficiente para conter o espalhamento da gripe espanhola (1918-20), muitas localidades passaram a adotaram esse bloqueio total, envolvendo pessoas saudáveis que nem tiveram contato com alguém infectado. Estudos posteriores apontaram que as cidades à época que tiveram maior e mais longo distanciamento social registraram menos mortes. Como o confinamento derrubou a taxa de contágio do Reino Unido BBC Nos anos 2000, o controle feito por governos durante períodos de isolamento chegou a um novo patamar durante a epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, na sigla em inglês), ligada a um tipo de coronavírus. O governo chinês ameaçou executar ou prender qualquer um que fosse encontrado violando as regras da quarentena e espalhando o contágio. "Durante o surto em 2003, quando começou a se espalhar para outros países, confinamentos de vários tipos foram usados extensivamente. Essas medidas de contenção foram ligadas ao sucesso de se ter conseguido evitar que a situação pandêmica fosse pior", disse Harrison, da Universidade de Oxford. Evidências nos estudos Na pandemia atual de Covid-19, o distanciamento social amplo envolve uma combinação diferente de medidas em cada lugar — a exemplo do fechamento de escolas e de comércios não essenciais, da suspensão de transporte público e da proibição de circulação de pessoas nas ruas. Medidas de confinamento podem durar até 2024 Getty Images via BBC Cada uma dessas medidas tem seu nível de eficácia, que varia conforme a faixa etária, por exemplo. Fechar o comércio tem mais impacto no combate ao contágio de idosos do que de jovens. Um estudo de sete pesquisadores da Alemanha, publicado na revista "Science", levantou o impacto de três níveis de distanciamento social adotados pelo governo alemão. Segundo eles, o espalhamento da doença cai justamente na esteira de cada uma dessas intervenções. Na primeira, são cancelados eventos públicos. Na segunda, são fechadas lojas não essenciais e escolas. Na última, surge o veto ao contato entre as pessoas. O resultado, segundo esse estudo, é que a taxa de contágio desaba. Ou seja, antes das medidas, 100 infectados contaminavam outras 43 pessoas. Depois das três fases de distanciamento, esse número cai para 15. Na atual pandemia, muitas dessas pesquisas giram em torno da taxa de contágio (R0). Ou seja, a medida adotada foi ou não capaz de reduzir o número de novos casos? O timing faz diferença? Faz, segundo um estudo da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, que ainda não foi revisado por outros pesquisadores. O trio de pesquisadores indicou que se cidades e Estados americanos tivessem começado a adotar distanciamentos sociais uma semana antes, quase 36 mil vidas teriam sido salvas. Em cinco meses, ao menos 100 mil pessoas morreram nos EUA em decorrência da covid-19. Cada lugar é um caso Mas isso não significa que essas medidas vão funcionar sempre em todos os países. Há uma série de variáveis envolvidas, como o tamanho da população, a quantidade de pessoas que não tem condições financeiras de ficar em casa e o grau de adesão das pessoas às normas adotadas pelo governo. "O distanciamento depende do que a população faz na vida real. Quando o governo alemão mandou parar de andar na rua, as pessoas pararam. No Peru, um país muito mais pobre, as pessoas saíam de casa mesmo quando o governo afirmou que estava tudo fechado, porque elas precisavam ganhar dinheiro", explica Marcio Bittencourt, professor do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein e mestre em saúde pública pela Universidade Harvard. Ele cita o exemplo da Noruega, que começou cedo com um distanciamento agressivo, ganhou tempo para montar sua estratégia pós-confinamento com testagem massiva e rastreamento e agora está reabrindo sua economia com mais segurança. A vizinha Suécia, que se baseia na adesão voluntária dos cidadãos ao distanciamento social, tem uma taxa de mortes por 100 mil habitantes dez vezes maior que a norueguesa. O recuo do PIB deve ser equivalente. "É sempre perigoso adotar a estratégia de qualquer outro país e implementá-la no seu, sem refletir sobre como ela funcionaria em seu território. É preciso ter cuidado ao adotar modelos de outros países sem levar em consideração a sua situação local específica, inclusive em termos históricos", ressalta o epidemiologista-chefe da Suécia, Anders Tegnell, à BBC News Brasil. Outro ponto é que estudos apontam que, em geral, o distanciamento social por si só não é suficiente para dar fim à pandemia. Surge então um impasse. Se a doença não vai embora com as medidas adotadas, deve-se reabrir a sociedade e seguir em frente ou fechá-la ainda mais? Segundo especialistas, uma das formas mais seguras de deixar para trás o distanciamento que afeta a população inteira e evitar novas ondas de contágio é adotar uma estratégia tripla que associe testes em massa, o rastreamento e o isolamento de todo mundo que teve sintomas ou contato com pessoas doentes. Esse tipo de ação vai isolando os novos infectados à medida que eles vão surgindo, sem precisar fechar a sociedade inteira por causa de casos, a princípio, pontuais. O importante aqui é o isolamento seletivo e o monitoramento constante da pandemia para que ela não saia do controle. Segundo um artigo assinado por sete pesquisadores italianos na revista especializada Nature Medicine, medidas de distanciamento social precisarão ser associadas à testagem em massa e ao rastreamento de pessoas que tiveram contato com infectados para encerrar a pandemia. Essa estratégia também causaria uma ruptura menor no mercado de trabalho. Em um estudo recente, a Organização Internacional do Trabalho estima que as medidas de testagem e rastreamento podem reduzir pela metade as perdas em horas trabalhadas por causa da doença. "Existe uma recomendação da Organização Mundial da Saúde com seis critérios para uma reabertura, como ter condições de monitorar e controlar pequenos surtos. Mas o mais importante é que cada cidadão tenha consciência do que é preciso fazer para combater a pandemia, mas isso é muito difícil de ser alcançado com tantas mensagens contraditórias entre autoridades e na mídia", afirma Claudia Lindgren, professora e pesquisadora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O que se questiona nas medidas de distanciamento social? Historicamente, há uma série de críticas feitas à adoção de medidas de distanciamento social, envolvendo tanto aspectos de saúde pública quanto a restrição a direitos individuais em nome do interesse coletivo e a relação entre os custos socioeconômicos e os benefícios sanitários da medida. No século 19, o médico britânico Charles MacLean foi um dos principais contestadores das quarentenas e ajudou a transferir o debate da esfera médica para a pública. Há um movimento parecido atualmente. As críticas ao distanciamento social passam mais pelo impacto socioeconômico que ele acarreta do que por sua eficácia para evitar mortes ou sobrecarregar hospitais, por exemplo. Mas, ainda assim, céticos afirmam que as projeções de cientistas, que previram milhões de mortes se os governos não adotassem o distanciamento, não se concretizaram porque os cálculos estavam errados (e não porque as medidas surtiram efeito). Eles afirmam também que a trajetória da pandemia seria naturalmente igual sem as medidas de distanciamento social. "Se isso fosse verdade, veríamos o mesmo gráfico de aumento e queda dos casos em todos os países. E o que vemos é a diferença que fazem as medidas adotadas", rebate Bittencourt, do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. Veja abaixo alguns dos principais argumentos utilizados por uma parte minoritária dos políticos e pesquisadores contra as quarentenas. 1. "Quando o espalhamento está avançado, as medidas de distanciamento social ampliam o contágio em casa." De fato, depois que o confinamento obrigatório da população inteira foi adotado no primeiro epicentro da pandemia, a cidade chinesa de Wuhan, detectou-se que 80% dos contágios aconteciam em casa. Mas o número absoluto de novos casos ficou muito menor. Além disso, a China adotou uma estratégia de quarentena central. Ou seja, as pessoas foram separadas de suas famílias para evitar essa transmissão domiciliar e levadas a instalações do governo até deixarem de passar a doença. 2. "Há países que conseguiram conter a pandemia por ora sem confinamento em massa da população, a exemplo da Suécia e da Coreia do Sul." Todos os países adotaram pelo menos alguma forma de distanciamento social, e apenas uma minoria não chegou a fechar escolas ou lojas não essenciais. Mas em geral, o que fez a diferença para governos com estratégias bem sucedidas, como na Coreia do Sul e na Nova Zelândia, foi ter implantado medidas duras de isolamento rapidamente enquanto montava uma estratégia de testes em massa e rastreamento de infectados e seus contatos. Isso permitiu que depois esses países pudessem flexibilizar o distanciamento mais cedo e de forma mais segura. Essas medidas bem-sucedidas fazem parte do que preconiza a OMS como pré-requisitos para uma reabertura. A Suécia é tida como um exemplo diferente porque se baseou principalmente na adesão dos cidadãos ao distanciamento social, sem fechamento de escolas ou do comércio. Não houve colapso do sistema de saúde, como alguns cientistas previram, mas o país tem uma taxa de mortos bem maior que a de seus vizinhos e um recuo do PIB do mesmo patamar de quem adotou quarentenas. 3."O custo do distanciamento social é desproporcional à gravidade da doença." A taxa de letalidade da Covid-19 é um dos principais argumentos de quem critica a adoção de medidas de distanciamento social. Para eles, uma doença que mata em torno de duas a cada 100 pessoas infectadas não pode paralisar a sociedade inteira. Eles defendem a quarentena dos mais vulneráveis e a retomada da atividade econômica geral. Mas a maioria dos principais epidemiologistas do mundo apontou que isso levaria à morte de milhões de pessoas porque o sistema de saúde entraria em colapso e as vítimas nem sempre pertencem aos grupos de risco. Além disso, no início de maio, as mortes por Covid-19 já estão entre as 3 maiores causas de óbito no Brasil. 4. "Isolada e sem contato com o vírus, a maioria da população continuará vulnerável à doença e não haverá imunidade de grupo." O argumento aqui gira em torno do conceito de imunidade de grupo (ou imunidade de rebanho), mais aplicado à vacinação. Segundo ele, quanto mais pessoas adquirirem imunidade, menos o vírus vai circular na sociedade e ameaçar os vulneráveis. Para alguns pesquisadores, esse patamar seria atingido caso 70% das pessoas desenvolvessem anticorpos, mas isso seria alcançado a um custo social altíssimo, com milhões de mortes. Segundo Lindgren, da UFMG, um estudo apontou que para se atingir a imunidade de 70% da população de Minas Gerais, considerando uma taxa de letalidade de 1%, seriam perdidas 145 mil vidas nesse processo. "Isso não é justificável." Críticos do distanciamento social, por outro lado, afirmam que, se uma parte considerável da população não criar imunidade, não adianta reabrir a economia porque novas ondas de infecção virão. Isso não é necessariamente verdade, já que um sistema eficiente de testes e rastreamento evitaria novas explosões de casos. 5. "Vai morrer mais gente de fome com quarentenas do que por coronavírus." Como já foi dito anteriormente, o impacto socioeconômico da pandemia depende de uma série de variáveis. Entre elas, a velocidade com que se contém o avanço da doença em cada país e as medidas de suporte que os governos adotam para os atingidos, como pagamento de auxílio financeiro, empréstimos a empresários e proteção de empregos. Segundo projeções da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), a retração econômica em consequência da pandemia empurrará quase 30 milhões para a pobreza na América Latina. Mas as experiências internacionais, segundo especialistas, mostram que isso está mais associado à falta de apoio financeiro dos governos do que à adoção de distanciamento social ou não. Initial plugin text

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Casos de coronavírus e número de mortes no Brasil em 29 de maio


As secretarias estaduais de Saúde confirmam no país 441.315 casos do novo coronavírus (Sars-CoV-2), com 26.788 mortes. Veja os dados sobre o coronavírus no Brasil nesta sexta-feira (29), segundo levantamento exclusivo do G1 junto às secretarias estaduais de saúde. Foram registradas 26.788 mortes provocadas pela Covid-19 e 441.315 casos confirmados da doença em todo o país. O balanço do Ministério da Saúde desta quinta-feira (28) informa 26.754 mortos e 438.238 casos. O Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de casos confirmados da doença, atrás dos Estados Unidos. Consulte aqui quantos casos e mortes há em sua cidade. Editoria de Arte/G1 Datafolha: 60% dos brasileiros apoiam 'lockdown' Taxa de ocupação de leitos de UTI Acre – 86% em todo o estado em 25/5 Alagoas – 72% em todo o estado 28/5 Amapá – 97,78% em todo o estado em 25/5 Amazonas – 82% em todo o estado em 26/5 Bahia – 68% em todo o estado em 27/5 Ceará – 89% em todo o estado em 17/5 Espírito Santo - 77,55% em todo o estado em 25/5 Goiás - 53,23% dos leitos de gestão estadual, em todo o estado em 28/5 Maranhão – Grande Ilha: 95,65%; Imperatriz: 94,44%; e interior: 74,34% em 26/5 Mato Grosso – 14,6% em todo o estado em 27/5 Mato Grosso do Sul – 1,4% em todo o estado em 22/5 Minas Gerais – 69% em todo o estado em 27/5 Pará – 84,36% em todo o estado em 27/5 Paraíba – 72% em todo o estado em 27/5 Paraná – 37,90% em todo o estado em 25/5 Piauí - 61% em todo o estado em 24/5 Pernambuco –98% em todo o estado em 28/5 Rio de Janeiro – 86% em todo o estado em 24/5 Rio Grande do Norte – 84% em 27/5 Rio Grande do Sul – 71,8% em todo o estado em 27/5 Rondônia – 62% em todo o estado em 25/05 Roraima – 62% em todo o estado em 25/5 Santa Catarina – 61,49% do sistema público em todo o estado em 27/5 São Paulo – 77,40% em todo o estado em 28/5 Sergipe – 84,50% do sistema público em todo o estado em 28/5 Tocantins – 50% dos leitos ocupados em 25/5 Distrito Federal não divulgou a taxa de ocupação. Testes feitos pelos estados Número de testes de coronavírus feitos pelos estados Rio de Janeiro não divulgou o número de testes. Pacientes recuperados Pacientes recuperados de Covid-19 nos estados Initial plugin text

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Campo magnético está se enfraquecendo na região do Atlântico Sul

Dados registrados pelo satélite Swarm, da Agência Espacial Europeia (ESA), mostraram que o campo magnético da Terra está se enfraquecendo gradualmente na região conhecida como Anomalia do Atlântico Sul, que fica entre a África e a América do Sul.

O enfraquecimento intensificado tem sido detectado principalmente na região sudoeste da África, onde surgiu um segundo centro de intensidade mínima, levando os cientistas a acreditar que a Anomalia do Atlântico Sul possa estar se dividindo em dois núcleos distintos.

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Pacientes em estudo chinês têm resultado positivo para Covid-19 mesmo depois de alta hospitalar


Cientistas acreditam que pesquisa mostra necessidade de examinar resultados de testes PCR mesmo após recuperação, mas alertaram que a quantidade de participantes foi pequena. 14 de maio: foto mostra funcionário no Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologias Biológicas Aplicadas de Pequim, especializado no desenvolvimento de diagnósticos de patógenos, entre eles kits de reagentes para a Covid-19. Nicolas Asfouri/AFP Um estudo chinês publicado nesta quinta-feira (28) constatou que, mesmo depois da alta hospitalar, alguns pacientes com Covid-19 tiveram resultados positivos para o novo coronavírus (Sars-CoV-2). A pesquisa foi divulgada no "Journal of the American Medical Association" (Jama, na sigla em inglês). Dos 69 pacientes envolvidos no estudo, 11 (cerca de 16%) tiveram testes do tipo PCR com resultado positivo para o vírus depois de receberem alta. O teste, que identifica o genoma do vírus, é considerado o padrão "ouro" no diagnóstico da Covid-19. Todas as pessoas foram internadas no hospital da Universidade Médica de Zunyi, na província chinesa de Guizhou, com diferentes graus de severidade da doença (algumas não tiveram sintomas). A exigência era que permancessem lá por 14 dias, em quarentena. Os pacientes receberam resultados positivos para o vírus entre 9 e 17 dias depois de saírem do hospital. Testes para Covid-19: entenda a situação no Brasil e tire dúvidas sobre os exames diagnósticos Segundo os autores, o resultado "sugere que alguns pacientes recuperados ainda podem ser portadores do vírus, mesmo depois de atingirem os critérios básicos de alta". Eles sugeriram, também, que "as instituições médicas prestem atenção ao acompanhamento dos pacientes que recebem alta, monitorando de perto seus resultados de RT-PCR, mesmo que estejam em quarentena há 14 dias". Os cientistas também pontuaram que a fadiga e a quantidade de sintomas que a pessoa apresenta no início da doença podem estar associados a resultados positivos recorrentes no teste PCR. Eles ressaltaram, entretanto, que "é necessária uma verificação adicional devido ao número limitado de pacientes". Por causa da pouca quantidade de participantes, os autores destacaram que esses resultados podem não ser encontrados em outros grupos de pessoas. "É necessário realizar mais estudos para determinar os fatores associados aos resultados positivos de RT-PCR após a alta", disseram. Especialista tira dúvida sobre teste rápido para Covid-19 Initial plugin text

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Dados da Fiocruz apontam retomada no aumento de casos de síndrome respiratória no Brasil


Teste rápido para a detecção da Covid-19 no Amapá Caio Coutinho/G1 O sistema Infogripe, que monitora os casos e mortes de Síndrome Respiratória Aguda Grave no Brasil (SRAG), aponta em um novo relatório divulgado nesta quinta-feira (28) uma retomada da tendência de crescimento em diferentes regiões do Brasil. De acordo com o estudo, assinado por cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a propensão de alta é considerada muito elevada e está relacionada ao percentual de detecção da Covid-19 no Brasil por teste laboratorial. Os pesquisadores dizem que os números sugerem a manutenção das medidas de isolamento social no país. A Síndrome Respiratória Aguda Grave é causada por infecções de vírus e bactérias, como o Influenza, da gripe, e o novo Sars CoV-2, da pandemia deste ano no planeta. Os pacientes são internados com problemas respiratórios e sintomas similares, como febre, tosse e dificuldade para respirar. Muitos pacientes são recebidos nos hospitais com a SRAG no Brasil. Os profissionais de saúde precisam fazer testes para tentar descobrir qual é o tipo de micro-organismo causador da síndrome. No Brasil, os especialistas e os dados do Infogripe apontam uma subnoticação dos casos de Covid-19: infecções e mortes que não foram identificadas por falta de testes e registradas pelos órgãos de saúde apenas como SRAG. A análise da Fiocruz desta quinta-feira mostra que há uma carga excessiva na rede hospitalar em vários estados do país, alguns com capacidade máxima ou próxima da máxima. Marcelo Gomes, coordenador do projeto Infogripe, explica que os dados contabilizados entre 17 e 23 de maio mostram uma tendência dos casos notificados de SRAG e que isso pode estar relacionado às hospitalizações em cada região do país. As regiões Centro-Oeste e Sul mantêm uma tendência de crescimento acelerado nos casos da síndrome, enquanto a região Sudeste tem uma taxa mais lenta, um possível sinal de desaceleração. Em análise de Gomes, ele diz que o Nordeste continua em crescimento, mas em um ritmo mais desacelerado.

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Casos de coronavírus e número de mortes no Brasil em 28 de maio


As secretarias estaduais de Saúde confirmam no país 414.661 casos do novo coronavírus (Sars-CoV-2), com 25.697 mortes. Pelo menos 190.845 pacientes se recuperaram. Veja os dados sobre o coronavírus no Brasil nesta quinta-feira (28), segundo levantamento exclusivo do G1 junto às secretarias estaduais de saúde. Foram registradas 25.697 mortes provocadas pela Covid-19 e 414.661 casos confirmados da doença em todo o país. Pelo menos 190.845 pacientes se recuperaram. O balanço do Ministério da Saúde desta quarta-feira (27) informa 25.598 mortos e 411.821 casos. O Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de casos confirmados da doença, atrás dos Estados Unidos. Consulte aqui quantos casos e mortes há em sua cidade. Mortes por coronavírus no país Arte G1 Das 20 cidades com maior mortalidade, 16 estão no Norte e quatro no Nordeste. Veja gráficos: Datafolha: 60% dos brasileiros apoiam 'lockdown' Taxa de ocupação de leitos de UTI Acre – 86% em todo o estado em 25/5 Alagoas – 74% em todo o estado 27/5 Amapá – 97,78% em todo o estado em 25/5 Amazonas – 82% em todo o estado em 26/5 Bahia – 68% em todo o estado em 27/5 Ceará – 89% em todo o estado em 17/5 Espírito Santo - 77,55% em todo o estado em 25/5 Goiás - 54% dos leitos de gestão estadual, em todo o estado em 26/5 Maranhão – Grande Ilha: 95,65%; Imperatriz: 94,44%; e interior: 74,34% em 26/5 Mato Grosso – 14,6% em todo o estado em 27/5 Mato Grosso do Sul – 1,4% em todo o estado em 22/5 Minas Gerais – 69% em todo o estado em 27/5 Pará – 84,36% em todo o estado em 27/5 Paraíba – 72% em todo o estado em 27/5 Paraná – 37,90% em todo o estado em 25/5 Piauí - 61% em todo o estado em 24/5 Pernambuco –97% em todo o estado em 25/5 Rio de Janeiro – 86% em todo o estado em 24/5 Rio Grande do Norte – 84% em 27/5 Rio Grande do Sul – 71,8% em todo o estado em 27/5 Rondônia – 62% em todo o estado em 25/05 Roraima – 62% em todo o estado em 25/5 Santa Catarina – 61,49% do sistema público em todo o estado em 27/5 São Paulo – 73,20% em todo o estado em 27/5 Sergipe – 81,20% do sistema público em todo o estado em 26/5 Tocantins – 50% dos leitos ocupados em 25/5 Distrito Federal não divulgou a taxa de ocupação. Testes feitos pelos estados Número de testes de coronavírus feitos pelos estados Rio de Janeiro não divulgou o número de testes. Pacientes recuperados Pacientes recuperados de Covid-19 nos estados Initial plugin text

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“Os mais velhos não podem ficar em guetos”, afirma especialista


Pandemia mostra que modelo de instituições para idosos está em xeque A situação de vulnerabilidade na qual se encontram os idosos que vivem em instituições de longa permanência, como são conhecidas os antigos asilos ou casas de repouso, é outro dado sombrio no quadro da pandemia. No entanto, já há exemplos de alternativas para atender indivíduos que não têm condições de morar sozinhos. Esse foi o relato de Rebecca Jarvis, diretora de operações da Health Innovation Network do NHS, o equivalente ao SUS do Reino Unido, cujo objetivo é inovar no setor. “O foco em mudanças aumentou com a Covid-19, porque a pandemia mostrou que o modelo está defasado em relação às necessidades da sociedade. Os mais velhos não podem ficar em guetos”, afirmou no encontro “Longevity Leaders”, na semana passada. No Reino Unidos, o cenário é de precariedade: uma em cada seis instituições deste tipo está em risco de falência e há enorme dificuldade para recrutar e reter mão de obra, uma das mais mal pagas do país. Por isso mesmo, Rebecca buscou opções fora do padrão britânico, onde um em cada sete idosos acima dos 85 anos vive num dessas unidades. Com uma bolsa da Churchill Fellowship, visitou 18 estabelecimentos no Japão e na Nova Zelândia e tem certeza de que encontrou modelos mais funcionais, humanos e que podem ser replicados. Listou os elementos que diferenciavam os bons projetos: conexão com a comunidade, interação social, rede de proteção e planejamento antecipado. Vamos a eles. Silverwood Ginmoksuei, em Chiba, a 35 quilômetros de Tóquio: restaurante da instituição é aberto ao público e residentes podem trabalhar Divulgação Começando pelo Japão, país com 28% da população acima dos 65 anos e a previsão de o percentual chegar a 38% em 2050. Aberto em maio de 2019, a Silverwood Ginmoksuei, em Chiba, a 35 quilômetros de Tóquio, é um exemplo de estabelecimento integrado à comunidade. São cerca de 60 residentes, todos com limitações, físicas ou cognitivas, que os impedem de viver sozinhos. No entanto, o lugar mantém um restaurante especializado em shabu-shabu, uma espécie de cozido japonês, aberto ao público, e os idosos que têm condições e demonstram interesse trabalham ali. Depois do almoço, funciona no local uma lojinha de doces e guloseimas frequentada por estudantes – e é comum que as crianças ajudem os atendentes quando esses se atrapalham com o troco. Okagami, na cidade de Kanagawa, criou uma rede de proteção para idosos vulneráveis mas que continuam a viver em suas casas. Trata-se de uma unidade multifuncional, que funciona como um centro-dia, com atividades, e também oferece serviços, como banho para quem tem restrições de movimento. Dispõe ainda de seis quartos para pequenas temporadas. Rebecca conta que uma mulher nonagenária, que morava só, reservava a acomodação quando se sentia insegura, e ali ficava até recobrar a confiança. Selwyn Village, em Auckland, onde vivem 560 idosos: diferentes opções de moradia, de acordo com a independência de cada residente Divulgação Na Nova Zelândia, uma proporção significativa de idosos opta pelos retirement villages, os condomínios para aposentados: são 5.2% contra apenas 0.7% no Reino Unido. Rebecca enfatiza a importância da interação social em Selwyn Village, em Auckland, onde vivem 560 pessoas e há diferentes opções de moradia, de acordo com a independência e autonomia de cada um. Ou seja, se a saúde se deteriorar, não é preciso sair do lugar, porque há até uma ala para pacientes com demência em estágio avançado. Além de dispor de infraestrutura com serviços médicos, sobram amenidades, como café, sala de ginástica, cinema, cabeleireiro e mercado, entre outras. “O que os residentes mais valorizam é o senso de comunidade e a possibilidade de socializar e ter companhia”, ela conta. Sobre o planejamento antecipado, Rebecca diz que, normalmente, a maioria se muda para uma instituição durante uma crise: depois da morte de um cônjuge, ou após uma cirurgia ou enfermidade. “As decisões são tomadas no atropelo e nem sempre são as melhores. Na Nova Zelândia, a procura por esses condomínios ocorre mais cedo, quando as pessoas ainda estão ativas, e elas recebem apoio jurídico para conhecer seus direitos”, complementa. Para concluir, afirmou que é preciso uma nova agenda: “temos que aumentar o leque de opções e integrá-las à comunidade, para garantir o bem-estar dessa população”.

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